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FACULDADE SANTO AGOSTINHO DE VITÓRIA DA CONQUISTA

CURSO: DIREITO

DISCIPLINA: JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ANO/ SEMESTRE: V

ANA PAULA DA SILVA SOTERO

Odilândia Santana Moreira


10º Semestre Noturno

ATIVIDADE INTEGRATIVA

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL

Maria de Souza, brasileira, solteira, enfermeira, foi aprovada no concurso público que
prestou no Estado Alfa e, por ter se classificado dentro do número de vagas, em quinto
lugar, começou a se preparar para assumir o cargo que tanto almejou, pois precisava
se demitir de seus empregos em razão da incompatibilidade de horários e também
mudar-se para um local mais próximo do hospital que trabalharia. Ocorre que foi
surpreendida com uma publicação no Diário Oficial que nomeava unicamente a sexta
colocada no concurso. Seu irmão, estudante de direito, aconselhou juntar todos os
documentos que comprovam o seu direito líquido e certo e contratar um advogado.
Você, na qualidade de advogado (a) de Maria de Souza, construa a peça cabível.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ALFA

IMPETRANTE: XXX
IMPETRADO: GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO

Maria de Souza, brasileira, solteira,


enfermeira, portadora do documento de identidade RG nº XXX, CPF nº XXX,
residente e domiciliada na Rua XXXXX, vem através deste, por intermédio de
seu procurador judicial infra-assinado, advogado com escritório profissional
localizado na Rua XXX, CEP XXX, endereço eletrônico XXX onde recebe
notificações e intimações, vem, com fundamento no artigo 5º, LXIX, da
Constituição Republicana c/c artigo 1º e seguintes da Lei Federal nº.
12.016/2009, tempestivamente impetrar o presente MANDADO DE
SEGURANÇA contra ato comissivo e ilegal praticado pelo Ilustríssimo SR.
GOVERNADOR DO ESTADO ALFA, que pode ser encontrado na sede
funcional e do Estado Alfa XXX, conforme as razões, fatos e fundamentos
jurídicos a seguir expostos;

DA TEMPESTIVIDADE
Mensura-se que o presente ato está em
conformidade com art. 23 da da lei do mandado de segurança, onde há a
previsão de 90 dias para impetrar ação, nesse sentindo, requer o
prosseguimento do presente mandado que visa garantir direito liquido e certo
da impetrante.

DOS FATOS
A Impetrante prestou concurso público
realizado pelo Estado Alfa, para o cargo XXXX, conforme Edital nº XXXX, que
segue em anexo (doc.01), tendo sido aprovada em 5º (quinto) lugar, conforme
lista de classificação em anexo (doc.02), dentro do número de vagas previstas
e determinadas pelo edital.
Ocorre que, a impetrante foi surpreendida com
uma publicação no Diário Oficial que nomeava unicamente a sexta colocada no
concurso.
Observamos ainda que o Edital aponta
claramente que sua finalidade é o provimento de vagas e formação de cadastro
de reserva nas vagas excedentes ao número de contratação previsto,
ressaltando que a impetrante foi aprovada em quinto lugar no polo de XXXX,
onde o Edital prevê XXX contratações, ou seja, dentro do dever da
administração em nomear.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


Observamos primeiramente que a impetrante
cumpriu todos os requisitos especificados para sua nomeação, conforme
dispõe o edital.
Bem como, que está claramente estabelecido
no entendimento das cortes superiores o dever do estado em nomear, tendo
assumido este compromisso diante da sociedade e dos próprios aprovados
com a realização do concurso, gerando mais que a mera expectativa, mas sim
o direito irrevogável à nomeação, salvo em condições claramente imprevisíveis
e de urgência, como foi a crise financeira que gerou o Decreto de Calamidade
já citado, que já teve sua vigência encerrada, deixando que existir tal
impedimento.
Observamos a disposição clara deste
entendimento pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do RE 598.099, rel.
min. Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal – STF;
O candidato aprovado em concurso público dentro do
número de vagas previsto no edital possui direito subjetivo
à nomeação.
Bem como, o disposto no Recurso
Extraordinário nº 837.311 – PIAUÍ, de relatoria do Ministro Luiz Fux, que faz
menção à decisão acima já mencionada;
[...] Assim, a discricionariedade da Administração quanto
à convocação de aprovados em concurso público fica
reduzida ao patamar zero
(ErmessensreduzierungaufNull), fazendo surgir o direito
subjetivo à nomeação, verbi gratia, nas seguintes
hipóteses excepcionais:
i) Quando a aprovação ocorrer dentro do número de
vagas dentro do edital (RE 598.099);
Lembramos ainda a Súmula nº 15 do Supremo
Tribunal Federal – STF, que solidifica o entendimento do direito á nomeação ao
aprovado em concurso público.
Dentro do prazo de validade do concurso, o
candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido
sem observância da classificação.
Diante dos fatos narrados, bem como do
entendimento legal e jurisprudencial do mais elevado órgão jurisdicional,
conclui-se que a impetrante cumpriu todos os requisitos necessários para
preencher a vaga, com sua aprovação em concurso público, bem como, que
está claramente demonstrado pela própria administração, de forma indubitável,
a existência destas vagas e sua disponibilidade financeira, conforme demonstra
a realização do concurso.
Tais fatos narrados e provados
documentalmente feriram irremediavelmente o direito líquido e certo da
Impetrante, por atos da autoridade coatora que permitiu a permanência de tal
situação, preterindo a nomeação da Impetrante apesar do que dispõe a lei, o
edital e o entendimento doutrinário e jurisprudencial.
DOS REQUERIMENTOS
Ante o exposto, à luz da legislação aplicável ao
presente caso, das regras editalícias e de todo o arcabouço doutrinário e
jurisprudencial, requer respeitosamente à V. Excelência a concessão, initio litis
et inaudita altera pars, da segurança pleiteada para o fim de:
a. Que seja determinada a NOMEAÇÃO DA
IMPETRANTE NO CARGO DE XXX para preenchimento das vagas existentes,
desde já, em sede de liminar inaudita altera pars, em razão do direito
pacificado pelo Supremo Tribunal federal, e da urgência em retirar o estado da
rota da ilegalidade, imoralidade e ineficácia em prejuízo de terceiros, até o
julgamento do mérito do presente Mandado de Segurança, pois ninguém
poderá devolver à Impetrante o tempo perdido em razão da atuação
injustificada e arbitrária do Estado Alfa.
b. A notificação da autoridade coatora,
encontrada no endereço supracitado, para que preste as informações
necessárias no prazo de (10) dez dias;
c. A citação da pessoa jurídica à qual a
autoridade coatora está vinculada, o Estado Alfa, através de sua Procuradoria
Geral do Estado, para compor a lide, bem como sua intimação acerca da
decisão do pedido de Liminar Inaudita Altera Pars;
d. Após o parecer do Ministério Público, seja a
segurança confirmada por sentença, pois a impetrante apresentou
comprovadamente todos os documentos exigidos na Lei e no Edital que deu
origem à obrigação pleiteada.
e. O pleno acatamento in totum dos pedidos
formulados, permitindo que se cumpra a devida justiça e que a Impetrante
possa exercer a função para a qual teve aprovação em concurso público de
provas e títulos.
f. Ressalta a Impetrante que todas as
alegações estão garantidas por prova exclusivamente documental, não
exigindo a dilação probatória, inviável nesse procedimento extremo;
g. Por fim, o advogado signatário declara
autenticas as cópias dos documentos juntados.
Dá à causa o valor de R$XXXXXX

Termos em que,
pede e aguarda deferimento.
ADVOGADO XXXX
Nº OAB XXXX

Relação dos Documentos:


DOC 01: Edital
DOC 02: Lista de classificação
DOC 03: Edital de Homologação
DOC 04: Edital de Prorrogação
DOC 05: Edital de Suspensão
DOC 06: Documentos Pessoais
DOC 07: Procuração

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