Você está na página 1de 18

RESUMOS DE TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL II

ABUSO DE DIREITO

Uma pessoa é titular de um direito mas não deve abusar desse mesmo.
Ex.: se alguém é devedor de uma quantia de dinheiro não pode ir as 4 da manhã pagar
essa quantia a casa da pessoa a que deve dinheiro.

Atos emulativos: ato de exercício do direito por parte do titular.

A ordem jurídica emite um juízo de censura, de modo a proibir atos de abuso de


direito, por não os considerar lícitos. O tribunal, ao considerar o ato ilícito, pode fazer
com que sejam concedidas indemnizações.

O exercício de abuso de direito não é constituído apenas por atos emulativos. Só é


possível conhecer o abuso de direito a partir de casos que configuram a figura.

Artigo 334º: conceito.


 “É ilegítimo o exercício”: o que está em causa não é saber se aquele está a
exercer o direito legitimamente ou não, mas sim licitamente ou não, por isso
devemos ler ilícito em vez de ilegítimo;
 “Manifestamente”: apelo ao sentimento, realidade superior;
 “Boa-fé”: boa-fé objetiva – apelo aos valores fundamentais do sistema;
 “Bons costumes”: regras da moral social (duplicação, sem necessidade, do teor
do art.280º);
 “Direito”: aceção ampla. Exercício de qualquer situação jurídica ativa, e não
apenas de direito subjetivo;

Abuso do direito: é hoje uma instância de controlo dos exercícios jurídicos.

Muitas vezes reconduz-se o tema de abuso de direito à boa fé.

Tutela da confiança: modo de concretização dos valores de ordenamento.

Pressupostos da tutela da confiança:


 Criação de uma situação de confiança (dizer que se vai celebrar um contrato
com a pessoa);
 Justificação da confiança (só pode existir em atos lícitos);
 Imputação da confiança (a confiança tem de se imputar ao sujeito que
queremos responsabilizar);
 Investimento da confiança (investir na confiança);
 Frustração da confiança (comportamento que prejudica a confiança);

Teoria externa: no seu exercício os limites vêm de fora. O núcleo de direito mantem-
se, mas os seus efeitos são limitados.

Teoria interna: no seu exercício os limites surgem dentro do próprio direito.


Venire contra factum proprium

Vir contra o facto próprio, contradizer o seu próprio comportamento. Põe em causa a
sua credibilidade. Exercício de uma posição jurídica em contradição com uma conduta
antes assumida/proclamada.

A proibição do comportamento contraditório configura atualmente um instituto


jurídico autonomizado que se enquadra na proibição do abuso do direito, nessa
medida sendo de conhecimento oficioso. No entanto, não existe no direito civil um
princípio geral de proibição do comportamento contraditório.

Pressupostos:
1. Uma primeira conduta (que se poderá traduzir numa declaração negocial),
entendida como uma tomada de posição vinculante em relação ao futuro e, por
essa razão, geradora de uma situação objetiva de confiança;
2. A boa-fé da contraparte, que justificadamente confiou nessa conduta;
3. Uma segunda conduta, contraditória com a anterior, que frustra a confiança
gerada.

- Venire positivo: convicção de prática + prática efetiva.


- Venire negativo: manifestação de intenção + negação.

Tutela da confiança: situação, justificação, investimento e imputação, num sistema


móvel*(WILBURG).

* Sistema móvel: podemos não ter todos os pressupostos preenchidos se houver a


grande intensificação dos outros.

O princípio da confiança é um princípio ético fundamental de que a ordem jurídica em


momento algum se alheia. Está presente, desde logo, na norma do artigo 334º, que ao
falar nos limites impostos pela boa fé ao exercício dos direitos, pretende por essa via
assegurar a proteção da confiança legítima que o comportamento contraditório do
titular do direito possa ter gerado na contraparte.

Inalegabilidades formais

Caso específico de venire. A nulidade derivada da falta de forma legal de um NJ formal


(art. 220º) é inalegável, segundo MC, após revisão da sua posição, mas apenas em
casos muito particulares. As normas formais devem ceder perante o sistema, desde
que verificados os requisitos para a tutela da confiança, mais as partes envolvidas sem
se considerar terceiros de BF e uma situação de confiança censuravelmente imputável
à pessoa a responsabilizar. Bloqueio de nulidades formais e aproveitamento do NJ.

Supressio
A inércia, omissão ou não exercício do direito por um período prolongado, sem que
possa sê-lo tardiamente se contundir com os limites da boa fé, constitui uma
expressão ou modalidade especial do “venire contra factum proprium”, conhecida por
supressio.

A supressio traduz-se no não exercício do direito durante um lapso de tempo, de tal


forma longo que cria na contraparte a representação de que esse direito não mais será
exercido, conduzindo o exercício tardio a uma desvantagem injustificada para esta.
Podemos assim observar que á sua caracterização não basta o mero não-exercício e o
decurso do tempo, impondo-se a verificação de outros elementos circunstanciais que
melhor alicercem a justificada/legítima situação de confiança da contraparte.

Tu quoque

A pessoa que viole uma norma jurídica não pode, depois, sem abuso:
 Prevalecer-se da situação dai recorrente;
 Exercer a posição violada pelo próprio;
 Exigir a outrem o acatamento da situação já violada;

“Equity must come with clean hands.”

Atuação de posições jurídicas indevidamente obtidas é contrária á BF.

Desequilíbrio no exercício da posição jurídica

Tipo extenso e residual (em última instância) de atuações inadmissíveis, por abuso
contrário a BF. Desproposito entre o exercício questionado e os efeitos derivados:
 Exercício danoso inútil (dano sem benefício pessoal);
 Dolo agit (exigir o que deve restituir ligo de seguida);
 Desproporção vantagem/sacrifício imposto (não pagamento de 1€ de renda);

TUTELA PRIVADA

Legítima defesa

Artigo 337º cc.

Considera-se justificando o ato destinado a afastar qualquer agressão atual e contraria


a lei contra a pessoa ou património do agente ou de terceiro desde que não seja
possível faze-lo pelos meios normais e o prejuízo causado pelo ato não seja
manifestamente superior ao que pode resultar da agressão.

O ato considera-se igualmente justificado, ainda que haja excesso de legitima defesa,
se o excesso for devido a perturbação ou medo não culposo do agente.
Esta ocorre apenas no contexto de uma agressão ilícita atual.
A vida do agredido ou a do agressor, qual deve prevalecer? O direito defende
claramente o agredido. Aquele que se coloca intencionalmente na situação de
agressão perde os seus direitos na situação de legitima defesa.

O contexto da situação deve ser avaliado. O agente deve ser verificado, e a legitima
defesa depende da perigosidade do agressor.

O excesso da legitima defesa pode gerar ilicitude da mesma.

Estado de necessidade

Artigo 339º cc.

O Estado de necessidade distingue-se da legitima defesa da seguinte forma:


 No estado de necessidade não há agressão como na legitima defesa;
 A lei não permite o sacrifício de ações patrimoniais de outras pessoas;

O estado de necessidade:
 Suscita a licitude da ação que de outra forma seria ilícita;
 Associado á licitude está a responsabilidade civil. Aquele que sacrifica bens
alheios para proteger bens superiores não terá de indemnizar aquele que tem
posse dos bens inferiores. Nesse caso o proprietário paga pelos seus danos.
Mas no caso de o perigo ser causado pelo próprio que depois licitamente age
em estado de necessidade, ao causar danos a outrem, este terá de pagam
pelos mesmos e não o proprietário. Ex.: se eu deixar uma panela ao lume e me
for deitar, há um incendio. Depois eu parto a porta do vizinho para de lá tirar a
mangueira. Eu pago pela porta.

Ação direta

Artigo 336º cc.

A ação direta possibilita desencadear a ação necessária para que alguém não faça algo.
A lei permite ao titular agir por própria força para acautelar o seu próprio direito.

COISAS

As situações jurídicas têm todas como objeto as coisas.

Coisa: realidade corpórea a que o direito dispense um estatuto historicamente


determinado para os seres inanimados. O artigo 202º define a coisa como um objeto.
JAV: porção delimitada da realidade exterior objetiva. Exterior á pessoa humana. Tudo
o que é coisa só se depreende defronte do direito por estar fora da pessoa.

Os órgãos e os cadáveres também são classificados como coisas, segundo o artigo


202º, mas preferencialmente devem ser chamados bens.
É também rejeitável referir direitos como coisas. Direitos sobre direitos é uma
expressão tecnicamente indexada. Um direito nunca é objeto de outro direito, mas o
seu objeto é afetado a outro direito. Os direitos têm objetos, as coisas têm direitos,
mas não há direitos sobre direitos.

A ideia de coisa corpórea inclui também os gases e a eletricidade. O ar em si não é uma


coisa, é livre, mas o ar comprimido dentro de uma garrafa é uma coisa para o direito.
Sendo propriedade de quem os produz.

Coisas incorpóreas/imateriais: não tem entidade material, são apenas captadas pela
sensação e inteligência humana. Ex.: obras intelectuais.

Coisa corpórea: Porção delimitada da realidade material exterior á pessoa humana. O


código civil não a refere mas supõe. Aquela que se revela em si.

As coisas corpóreas podem ser:


 Imóveis: art. 204º. Ex.: estradas, minas, monumentos. A água também se pode
considerar uma coisa imóvel pois para o direito é vista como um fluxo
constante.
 Móveis: art. 205º. Coisa móvel é tudo aquilo que não está referido no artigo
204º como coisa imóvel, o que é considerado como coisa móvel não pode ser
considerado imóvel. Ex.: uma árvore depois de ser arrancada.

Prédio: representa uma porção do solo á superfície.


- O solo;
- As coisas ligadas ao solo (as arvores, as plantas, os arbustos, os cursos de agua, os
lagos...);
- O espaço aéreo e subterrâneo;
OA: o prédio morre a superfície.

Artigo 1344º:
- O espaço aéreo e subterrâneo integram o imóvel.
- Doutrina de Dernburg: o senhorio do proprietário encontra o seu fim natural onde
acaba a possibilidade do domínio humano.

Prédio rústico e prédio urbano (Art. 204º/2):


- entende-se por prédio rustico uma parte delimitada de solo e as construções nele
existentes que não tenham autonomia económica, e por prédio urbano qualquer
edifício incorporado no solo, com os terrenos que lhe sirvam de logradouro (parte
fronteira ou traseira que rodeia um edifício construído).
- Para o direito civil não há prédio misto, embora possa ter uma parte rústica e uma
parte em construção.
- Um terreno em construção é rustico. Um terreno já com um prédio já é urbano.
- A qualificação rustica ou urbana não e definitiva. Um prédio rustico pode passar a ser
urbano ou vice versa. Pode variar no futuro devido a atos humanos ou devido a
natureza por incidentes que possam ocorrer. Os prédios devem ser considerados pela
sua harmonia e a parte mais evidente será a que define qual será o prédio.

Coisas acessórias (art. 210º)


 Partes integrantes: sem autonomia, ligação material com carácter de
permanência (art. 204º/3).
 Pertenças: coisas acessórias stricto sensu, com autonomia, ligação económica.
 Frutos (art. 212º)
 Benfeitorias (art. 216º)

Brocardo: accessorium sequitur principale (a coisa acessória segue a principal).


CC (art. 210º/2): consagração da norma inversa. “Aparatoso erro histórico”, segundo
MC e OA: um costume contra legem terá revogado a norma.

Solução de MC: aplicação do ordenamento no seu todo.


 Alargamento do conceito de partes integrantes, em detrimento da coisa
acessória.
 Aproveitamento das regras de interpretação e de integração no NJ.
 Deveres acessórios derivados da BF (art. 762º/2).
 Defesa do consumidor: art. 4º/1 LDC.

Relevância: CV, contrato com eficácia real quoad effectum. Transmissão da


propriedade por mero efeito do contrato (art. 879º/1a) Exceção: partes integrantes,
eficácia meramente obrigacional (antes da separação) e não translativa. O direito real
de propriedade só se transmite no momento da separação (art. 408º/2) – lei injuntiva.

NEGÓCIO JURÍDICO

JAV: Comportamento declarativo dirigido à produção de efeitos jurídicos, isto é, facto


que resulta de um comportamento.

Atos e factos jurídicos

Ato jurídico Ato jurídico


Lato sensu: stricto sensu:
- Manifestação da vontade humana - Liberdade de
Facto jurídico (Autonomia privada*). celebração.
Lato sensu: - Tem na sua base um
comportamento humano voluntario, Negócio
- Todo o acontecimento produtor
que desencadeia efeitos jurídicos. jurídico:
de efeitos jurídicos. Ex.: morte.
- Ato juridico simples: art. 295º. - Ambas as
- Vicissitudes:
liberdades.
Constituição;
Facto jurídico - Artgs. 217º
Transmissão;
Stricto sensu: a 294º
Modificação;
Extinção; - Factos da natureza que produz/desencadeia
efeitos jurídicos, isto é, sem intervenção
humana.
- Como é o produto da ação da natureza, é quase
impossível regular pelo direito, que estuda as
situações derivadas do comportamento humano.
*Autonomia privada: liberdade de desencadear efeitos jurídicos. Concretiza-se através
de factos jurídicos.

Diferença entre negócio jurídico e ato jurídico:


JAV: Negócio jurídico – há um comportamento declarativo do agente.
Ato jurídico – não existe um comportamento declarativo do agente.
MC: Negócio jurídico – há liberdade de estipulação* e de celebração.
Ato jurídico – apenas há liberdade de celebração.
DP: Negócio jurídico – produção de efeitos negociais pelo agente
Ato jurídico – independente da vontade do agente.

*Liberdade de estipulação: quando as partes podem fixar livremente clausulas que


celebram, por exemplo, ir a uma pastelaria e pedir para pagar um bolo a prestações -
assim temos liberdade de estipulação. Mas há momentos em que não se podem
estabelecer essas clausulas, como por exemplo no casamento, visto que o conteúdo já
está estabelecido.

Todos as situações jurídicas (estáticas, pois a sua alteração provem de factos) são
produto de factos jurídicos (desencadeia eficácia jurídica). Factos jurídicos geram
efeitos jurídicos, sendo estes as suas vicissitudes. Por exemplo, no caso da cessação da
personalidade jurídica, a morte é o facto e a extinção é o efeito.

As vicissitudes consistem em:


- Constituição: dá origem a novas situações jurídicas.
- Transferência: opera a mudança da titularidade da situação jurídica, exemplo
contrato de compra e venda.
- Modificação: conteúdo/objeto da situação jurídica, exemplo um dono de um prédio
urbano que se incendeia, fica apenas dono do solo.
- Extinção: podem extinguir a situação jurídica.

Modalidades do negócio jurídico

 NJ unilateral: cria obrigações para uma das partes apenas (ex.: testamento).
 NJ multilateral: cria obrigações para ambas as partes (ex.: CV, doação).
Encontro de duas vontades: proposta + aceitação.
 Contrato: ato jurídico multilateral, cujos efeitos permitem distinguir duas ou
mais partes. Há contratos que não são NJ (ex.: casamento – falta liberdade de
estipulação quanto aos efeitos pessoais) e NJ que não são contratos (ex.:
testamento, unilateral).
 Contrato sinalagmático: prestações/obrigações recíprocas (ex.: sinalagma).
 Contrato não sinalagmático: prestação para uma das partes apenas.
 NJ consensual: conclui-se pelo simples consenso (art. 219º).
 NJ real: transmissão de direitos nos quais não é necessária a entrega da coisa
pois já é feita pelo contrato.
 NJ real quoad effectum: regra geral – a constituição/modificação/transmissão/
extinção de direitos reais sobre a coisa dá-se por mero efeito do contrato (art.
408º) (ex.: CV).
 NJ real quoad constitutionem: exceção – celebração implica tradição da coisa
(ex.: comodato, mútuo, depósito, penhor ou doação de coisa móvel não escrita,
art. 947º). Tradição é formalidade e solenidade, abrangida pelo termo “forma”
do art. 219º – fundamento do carácter excecional deste tipo de NJ real.
 NJ oneroso: implica esforços económicos para ambas as partes, o sacrifício
patrimonial é recíproco (art. 939º).
 NJ gratuito: esforço económico para uma das partes, vantagem para outra (ex.:
doação).
 NJ de administração: não atinge em profundidade uma esfera jurídica.
 NJ de disposição: só pode ser praticado pelo próprio titular da esfera jurídica
afetada.
 NJ mortis causa: por causa de morte, não só pela celebração do negócio
jurídico por apenas uma das partes. Aquele que visa regular efeitos sucessórios
provenientes da morte de alguém (ex.: testamento e pactos sucessórios).
 NJ causal: causa equivale a fonte. Os NJ são em norma causais, pois tem de
haver uma causa para que o NJ produza os seus efeitos. No direito português
admite-se que o contrato produza os seus efeitos mesmo de que o negócio não
tenha causa, e a isso chama-se negócio jurídico abstrato.

Formação do negócio jurídico

Declaração Negocial

Declaração expressa: por palavras ou imagem exterior imediata (art. 217º).


JAV: quando o comportamento declarativo se dirige diretamente ao negocio jurídico
em causa.

Declaração tácita: deduz-se de factos inequívocos e significantes (STJ). IGT e DM:


“declaração indireta” vs. inação. A natureza formal de uma declaração não impede que
seja tacitamente emitida.
JAV: ocorre por via indireta de celebração de um NJ inverso daquele relativamente ao
qual vai produzir efeitos jurídicos (ex.: receber um cartão de crédito. Eu posso não
dizer ao banco que o vou utilizar, mas depois utilizo. Este comportamento de uso do
cartão faz com que eu faca a aceitação do cartão, do negócio)

No entanto há NJ que necessitam de uma declaração expressa, como podemos


observar nos artgs. 413º e 589º.

Silêncio (art. 218º): ausência de declaração, expressa ou tácita. Só é relevante quando


justificada por lei, uso ou convenção de ambas as partes (acordo).
JAV: ausência de comportamento declarativo.

Eficácia das Declarações Recipiendas


As declarações negociais devem sempre ter um destinatário. Quando o destinatário da
declaração não esta determinado a declaração chama-se declaração não recipienda.

Há também declarações que se dirigem a uma pluralidade indeterminada de


destinatários, a que podemos dar o nome de publicidade dirigida.

Declaração recipienda: visa um destinatário.


 Teoria da receção (art. 224º): declaração recipienda é eficaz quando chega ao
âmbito do poder/atuação do destinatário (ex.: caixa do correio ou atendedor
de chamadas).
JAV: a lei consagra a teoria da receção temperada pelo conhecimento,
prescindindo do critério do conhecimento se o sujeito possa ter o
conhecimento, embora não o tenha. A declaração torna-se válida quando
chega ao poder do destinatário, ou seja, á sua esfera de conhecimento. E
quando ainda que não a tenha recebido haja conhecimento do destinatário de
que a irá receber.

Proposta Contratual

Proposta contratual: é uma declaração negocial dirigida a seguração do contrato. O


proponente comunica a outra parte o conteúdo do contrato que pretende finalizar.

Requisitos da proposta:
 Completude: partes, objeto e preço. Para que uma declaração negocial valha
como proposta o proponente tem de indicar nela todo o conteúdo que
pretende celebrar.
 Intenção inequívoca de contratar: vontade firme e final da realização do
negócio a celebrar.
 Forma requerida: A proposta, para ser juridicamente eficaz, tem de satisfazer a
forma de um contrato pretendido.
 Faltando um requisito, é mero convite a contratar. Quando eficaz, o
destinatário tem o direito potestativo (ex.: sujeição) de aceitá-la ou não.

Contrato entre presentes: sem intervalo de tempo relevante (ex.: telefone).


Contrato entre ausentes: intervalo de tempo relevante (ex.: carta).

Possibilidade de revogação da proposta: o proponente quando envia a proposta ao


destinatário, está vinculado pelo teor da mesma. Tem de satisfazer a forma para o
negócio em causa. Nos termos do art. 224º/1 o proponente fica vinculado já não pela
proposta, mas mesmo pelo contrato. Na eventualidade do proponente se arrepender e
pretender revogar a sua proposta, esta pode ser revogada quando chega ao poder do
destinatário, ou por este seja conhecida ao mesmo tempo, ou antes do conhecimento
do destinatário.
No caso da revogação chegar antes da proposta: a proposta não chega a tornar-se
eficaz.
A proposta pode ser revogada, a revogação terá de chegar antes do conhecimento do
destinatário. Artigo 230º/1 - remete para os critérios da resposta. Artigo 230º/2 -
revogação da proposta se esta ocorrer antes ou depois da eficácia da mesma.

Duração da Eficácia da Proposta

MC: período que “em condições normais” deve ser determinado em abstrato e tendo
em conta o meio utilizado (art. 228º). Presume-se receção 3 dias após o registo
(correio normal) ou 2 dias apenas, mais recentemente e mediante argumento
estatístico. Aplicação analógica do art. 254º CPC.

JAV: tempo da eficácia da proposta contratual - o proponente dirige a proposta ao


destinatário e esta torna-se eficaz nos termos do art. 224º. A vinculação do
proponente mantém-se nos termos do art. 228º. A ideia do imediato tem a ver com o
meio que é utilizado. No caso de não ser exigido prazo a lei portuguesa afixa o prazo
de 5 dias.

- Correio normal + resposta imediata: 3 dias ida + 3 dias volta = 6 dias. Durante esse
período não se dá a transmissão do direito.
- Correio normal + nada diz: 11 dias (6 + 5)

Extinção da proposta:
 Decurso do prazo (caducidade).
 Revogação, antes de ser aceite (art.230º).
 Aceitação.
 Rejeição.
 Ilegitimidade superveniente (ex.: venda do bem a outrem) (art. 226º/2).

Oferta ao público: declaração não recipienda dirigida a uma generalidade de pessoas –


completa, firme e com forma (art. 230º/3).

Aceitação, Rejeição, Contraproposta e Nada Fazer

Aceitação: emitida pelo destinatário da proposta. É temporânea quando ocorrida


dentro do prazo de eficácia da proposta – dá lugar a um contrato. Pode ser revogada,
desde que antes de conhecida ou em simultâneo (art. 235º/2).

Requisitos:
 Firmeza: concordância total e inequívoca, mesmo que tácita (art. 234º).
 Forma exigida: do NJ (art. 232º).

Hipótese da aceitação tardia da proposta: há a possibilidade de dar um contrato como


concluído mesmo quando a aceitação chega tarde se a declaração da mesma tivesse
sido feita a tempo.
Artigo 229º: se o aceitante providenciou pela aceitação da declaração enquanto a
proposta era eficaz mas por alguma razão chega depois da proposta caducar, a lei
permite que ainda que a aceitação tenha chegado tarde pode ainda ser aceite.
Artigo 235º: se o aceitante pretende revogar a aceitação tem de fazer com que a
revogação chegue ao mesmo tempo ou antes que a aceitação.

Receção tardia: aceitação só produz efeitos quando a proposta já não é eficaz – não há
contrato (art. 229º) – caducidade da proposta.

Rejeição: recusa da proposta. Renúncia ao direito potestativo.


• Tácita vs. inatividade – extinção da proposta por caducidade.
• Pode ser revogada e substituída por aceitação (art. 235º/1).

Contraproposta: a aceitação não adita conteúdo ao formulário. Se a declaração implica


modificação da proposta ou estabelecimento de outra clausula, ela implica a rejeição
da proposta. Ao fazê-lo, não vale como aceitação porque altera o conteúdo proposto
ao alterar uma clausula. Se for precisa vale como contraproposta, ficando válido o
regime do art. 224º. A contraproposta inverte as posições das partes. Aditamentos,
limitações ou outras modificações suficientemente precisas, equivalendo a nova
proposta. MC – outros requisitos: completa, firme e com forma (art. 233º).

Nada fazer: do ponto de vista jurídico o que acontece é o silencio. Em regra, o


destinatário da proposta não tem o dever de responder. O valor jurídico do silêncio em
regra não vale como declaração. Quem fica em silêncio não aceita.

Forma da Declaração

Liberdade de forma: consensualismo (art. 219º). NJ consubstancia-se logo que a


vontade seja devidamente exteriorizada.

NJ formal: requer forma especial, sem interpretação extensiva ou analógica.

Forma (art. 221º a 223º):


 Legal
 Voluntária/espontânea: adotada pelo declarante (ex.: fixação de meio de
resposta, ao abrigo do art. 405º: encargo. Não acatado o ónus material, a
aceitação é inválida).
 Convencional: adotada pelas partes, sem contrariar lei imperativa (art. 294º).

O Direito português equipara o documento eletrónico a uma declaração escrita.


Satisfaz o requisito de forma escrita. Mas equipara-se ao formato escrito em papel e
não aos outros tipos de documentos. A assinatura tecnológica dá autoria ao
documento eletrónico, assim como a assinatura o faz no papel. De modo a provar que
algo é nosso apesar de não ter assinatura o que podemos fazer é fazer corresponder a
assinatura ao dispositivo em que foi feito. Quando alguém utiliza uma assinatura
digital, o documento tem força provatória original, conferindo ao documento
eletrónico o mesmo peso que ao escrito.
CULPA IN CONTRAHENDO

Artigo 227º

No domínio antes da vinculação do contrato o direito não admite uma violação.


Assegura nesta fase liberdade integral nas pessoas. A fase pré-contratual despida de
poder é hoje em dia falsa. Deste modo a CIC representa um mecanismo de
responsabilização que impõe limites a aquele que vai contra a boa fé. A realização da
boa fé não permite as partes que realizem prejuízo a outra parte. Evita que quando
uma parte inicia uma abordagem cause danos a outra.

O elemento mais forte da culpa in contrahendo é o da falta de informação.


O que a boa fé pode trazer ao NJ é:
 Segurança
 Informação
 fidelidade

Não é admitido um comportamento em que seja violado um certo princípio da BF,


gerando isso um caso de responsabilidade civil.

CLÁUSULAS CONTRATUAIS GERAIS

CCG: proposições pré-elaboradas que proponentes ou destinatários indeterminados se


limitam a propor ou aceitar.

A lei das cláusulas contratuais aplica-se apenas á parte do contrato com cláusulas
contratuais.

Características:
- Pré-elaboração;
- Ausência de negociação;
- Rigidez;

Processo de formação de um contrato com CCG:


- proposta feita pelo autor das CCG;
- proposta feita pelo aderente;

Necessidade de aceitação:
- Comunicação (art. 5º da LCCG);
- Informação (art. 6º da LCCG);

Formulários usados:
- condições gerais;
- condições especiais;
- condições particulares;

- o principio da hierarquia ou prevalência entre condições contratuais gerais (art. 7º).


Cláusulas contratuais gerais usadas entre comerciante e consumidor

Neste regime temos proibições absolutas e relativas, e caso estas sejam violadas gera-
se:
 nulidade total ou parcial (art. 12º);
 redução do NJ;

Sendo nula a clausula contratual geral, o NJ não vale parcialmente, no entanto, quando
a clausula afeta todo o NJ, a nulidade passa a ser total.

CONTEÚDO DO NEGÓCIO JURÍDICO

Conteúdo e Objecto

Objeto: bem ou realidade jurídica sobre o qual incide o contrato. Quid sobre o qual irá
recair a relação negocial.

Conteúdo: conjunto de regras que o negócio jurídico desencadeia depois de


celebrado. Inclui todos os elementos sobre os quais as partes dispuseram bem como o
conjunto de regras negociais que decorrem da lei. Regulação desencadeada pelo
negócio ao conjunto das regras que, pelo negócio ter sido celebrado, tenham
aplicação, no espaço delimitado pelas partes.
(art. 280º).

O negócio jurídico deve ser compreendido no conjunto dos seus elementos, que
integram o conteúdo:

 Voluntários: decorrem da vontade das partes.


- Necessários: correspondem aos elementos essenciais do próprio negócio e
sem os quais o negócio não existiria enquanto tal.
- Eventuais: pormenores que as partes podem ou não incluir nos contratos sem
que este perca a forma geral mas que, se especificados, alteram a conformação
do negócio.

 Normativos – decorrem da lei; aplicáveis ex lege (o Direito associa à


celebração dos negócios dos negócios independentemente da vontade).
- Imperativos: regras legais que a vontade das partes não pode afastar.
Injuntivos que não estão na disponibilidade das partes.
- Supletivos: regras legais que se aplicam na falta de vontade das partes.
Suprem insuficiências do clausulado negocial.

 Tipo negocial: conjunto de elementos que são exigíveis para que o negócio seja
identificado, elementos esses uns decorrentes da lei, e outros da vontade das
partes. Equivale ao conjunto dos elementos normativos e voluntários
necessários. Partes elegem um negócio e completam os elementos voluntários
necessários.
Requisitos objetivos do Negócio Jurídico

Requisitos do NJ: possibilidade e determinabilidade (art. 280º) – também se aplica a


contratos singulares celebrados com CCG.

Pressupostos: qualidades exteriores sem as quais não é válido, os negócios devem


assumir nos seus conteúdos e objetos para serem válidos.
- Subjetivos: têm a ver com as partes mas não com o contrato (ex: se as partes têm
capacidade para celebrar negócios).
- Objetivos: relacionado com o objeto, conteúdo e fim. (artgs. 280º e 281º)

Requisitos para o objeto e fim do negócio:

Objeto possível: há várias impossibilidades com implicações e consequências para o


regime jurídico.

 Impossibilidade Física e Legal: objeto é fisicamente inexistente ou


inalcançável /legalmente o objeto ou conteúdo é impedido de apropriação por
lei (ilicitude apenas aplicável à contratação, em si, do bem).
 Impossibilidade absoluta/objetiva vs. relativa/subjetiva: quando o objeto do
negócio é inviável para qualquer pessoa/quando o objeto do negócio é inviável
para aquela pessoa.
- CC fala de impossibilidade objetiva, mas nos casos dos contratos intuitu
personae (em que a prestação de facto só pode ser cumprida por aquela
pessoa específica) a impossibilidade é relativa.
- Apenas a absoluta é verdadeira impossibilidade.
 Impossibilidade definitiva vs. temporária: só há nulidade se for definitiva.
Temporária pode ser negócio sobre bem futuro.
 Impossibilidade por excessiva onerosidade: não é o desequilíbrio das
prestações que qualificam o objeto como impossível (não é por não se ter o
dinheiro para pagar que ele é nulo, apenas se incumpre o contrato). Lei tem
outros mecanismos como os negócios usurários.
 Impossibilidade tem que ser originária, inicial: não pode ser superveniente,
tem que ser verificada no início do negócio.

Objeto determinado (ou determinável): não é necessário à partida estar determinado,


mas tem que ser determinável – caso de obrigações genéricas. Indeterminável é
quando não se consegue definir a posteriori qual o objeto. Algo determinável pode ser
definido a posteriori embora não é preciso estar determinado a priori. Ex: alternativas:
vendo-te uma das minhas carteiras.

Objeto lícito: o objeto, conteúdo e fim do negócio têm que ser lícitos – não pode ser
contrário à lei (nos termos do art. 294º - celebrado contra uma disposição legal que
tenha norma imperativa).

 Objeto e Conteúdo: art. 280º - todo o negócio é nulo.


 Fim: art. 281º - só é nulo quando o fim for comum a ambas as partes (protege-
se a parte mais fraca).
 Fraude à Lei: ilicitude não no negócio em si mesmo mas no resultado que as
partes pretendem alcançar – não há contrariedade direta a uma norma, mas há
uma combinação de normas para conseguir um objeto contrário à lei. Fim
ilícito. As partes tentaram, através de artifícios mais ou menos assumidos,
conferir ao negócio uma feição inócua, mas com intenção específica de
prosseguir objetivo vedado por lei. Implica nulidade.

Objeto não contrário à ordem pública, ou bons-costumes: o objeto e o conteúdo não


podem ofender a ordem pública ou os bons costumes – conceitos indeterminados cuja
integração não é óbvia e apela a conceitos sociais para ajudar na definição.

 Bons Costumes: moral social – áreas ligadas aos deveres pessoais,


matrimoniais, práticas sexuais, ética profissional e deontológica e etc. de certo
espaço – “comportamentos melhor aceites pela consciência social” (Manuel de
Andrade); referência à moral numa constelação de valores que, ao nível de
cada pessoa, constitui critérios do bem e do mal.
 Ordem Pública: ultrapassa a esfera do contrato e há remissão dos negócios
jurídicos para princípios estruturantes para o Estado e para as pessoas – afeta a
sociedade e protege-se o que é socialmente encarado como nefasto. Limita a
autonomia privada atendendo a um nível de valores essenciais e pilares sociais
– dos direitos de personalidade, de garantias constitucionais, etc. Imanente ao
ordenamento jurídico sendo o complexo de princípios e valores que enformam
a organização política, económica e social da Sociedade.

Cláusulas Típicas

Típicas: previstas na lei para um negócio jurídico (são cláusulas negociais).

Estipulações Acessórias ao negócio: elementos acessórios que nada têm a ver com a
conformação essencial do negócio (a sua falta não descaracteriza o negócio enquanto
tal), apenas quando as partes o decidem.

Condição: cláusula contratual típica que vem subordinar a eficácia de uma declaração
de vontade a um evento futuro e incerto (art. 270º).

 Suspensiva: o NJ só produz efeitos após verificação do evento. Ex.: se chover,


compro um guarda-chuva.
 Resolutiva: NJ deixa de produzir efeitos após verificação do evento.
 Causal: depende de factos naturais ou de terceiros, ou seja, o facto
condicionante é um facto cuja verificação está fora do domínio e determinação
das partes.
 Potestativa: depende do próprio, ou seja, o facto condicionante está ao
alcance da vontade de uma ou mais partes e pode por elas ser determinado.
 Condição mista: há influência no facto condicionante, mas não total domínio.
 Automática: pela verificação do evento.
 Exercitável: necessita de uma vontade suplementar (produção de efeitos não
automática).

Condições Inadmissíveis (art. 271º)

A lei não admite condições contrárias à lei, ordem pública ou ofensiva dos bons
costumes.
 Condição suspensiva impossível ou ilegal: nulo.
 Condição resolutiva impossível ou ilegal: considera-se a condição não escrita –
assim tutela-se melhor o interesse da parte que efetuou o negócio e tem
expectativa de ele se continuar a realizar (pois os efeitos estão a dar-se), faz
com que a condição não exista e não paralisa o negócio.

MC discorda da parte final e diz que é nulo.


PL/AV dizem que o negócio dá-se eternamente (ex.: vendo-te o livro até tocar no sol).

Comportamento das partes com a condição pendente (art. 272º a 274º)

Tem que se assegurar as expetativas das pessoas beneficiadas pela condição:


precariedade da situação exige tutela de expetativas.

Regra geral: atuar de acordo com a boa-fé em sentido objetivo.


 Podem praticar atos conservatórios mas os dispositórios só serão válidos
consoante o próprio negócio.
 Na pendência da condição o titular da situação jurídica é precário (titular
condicional, na expetativa de ser titular de um direito).

Efeitos da verificação ou não da condição (art. 275º)

Se alguém culposamente obstar à verificação da condição, ela tem-se por verificada.


 Ficção legal
 Pendência cessa com a verificação ou não (a certeza que não se verifica
equivale à sua não verificação)

Retroatividade (art. 276º e 277º)

Efeitos do negócio, que se consolida com a condição, retroagem até à data da


celebração do negócio salvo se diferente for convencionado – regra geral.

Vontade condicional vs. “acordo” (art. 252º/1, vontade pura)


MC: NJ e condição são uma única realidade, vontade única, condicionada. A invalidade
de uma condição implica a invalidade de todo o NJ.
A supressão da condição exige acordo.
As restrições impostas na pendência da condição consubstanciam a tutela da
expectativa (confiança gerada).
Termo: cláusula pela qual as partes subordinam a eficácia de um NJ à verificação de
um evento futuro e certo.
As partes subordinam a produção, ou o fim, de efeitos jurídicos a um determinado
acontecimento futuro e certo. Funciona como a condição em Suspensivo e Resolutivo
– em muitos outros aspetos remete-se para o regime da condição.
 Evento sempre certo.
 Momento do evento pode não ser certo.
- Termo Certo: prazo
- Termo Incerto = não se pode saber quando ocorrerá o evento, embora se
saiba
que ele vai ocorrer
- Não pode haver termos impossíveis ou inviáveis

Só conta como termo se estiver expressamente fixado no negócio jurídico.


O termo pode ser expresso ou tácito (ex.: tempo de viagem)

Como é contado o prazo do termo (art. 279º)

Modo ou Encargo

As partes condicionam um negócio gratuito ao cumprimento de um encargo – não


obstante a liberalidade, o autor impõe algo a outro (se bem que em menor valor para
que não se anule a liberalidade) – obrigação a cargo do beneficiário da liberalidade,
vincula beneficiário e modela funcionalmente a utilização que o beneficiário deverá
fazer do bem doado.
 Diminui o valor da liberalidade impondo certa obrigação
 Pode ser pedida a resolução do negócio por não cumprimento de encargos
(art. 965º) – apenas se o contrato já previr essa resolução.
 A doação subjacente ao modo não pode ser resolvida.

Sinal

Para negócios onerosos deferidos no tempo e reportados a tempos futuros.


 Acautela-se o melhor cumprimento do negócio jurídico no futuro ao cumprir-
se parte da prestação – dimensão confirmatório-penal que dá consistência e
funciona como indemnização ou dimensão penitencial que funciona como o
“preço do arrependimento”.
 Regime jurídico no art. 440º e ss. – abate da prestação final e em
incumprimento perde-se o sinal (se por culpa do comprador) ou tem que ser
restituído (se por culpa do devedor).

Cláusula Penal

Cláusula com uma função indemnizatória – para o cumprimento de obrigações civis –


partes fixam as consequências dum eventual incumprimento (o que incentiva o
devedor ao cumprimento)
 Montante de indemnização exigível por não cumprimento ou atraso no
contrato – mora (art. 810º e 811º)
 Nestas situações, em incumprimento, não se deve a prestação, mas sim a
cláusula penal.

MC: Todo o regime da condição é aplicável ao termo, e não apenas o disposto no art.
278º. A ilicitude do termo também acarreta a ilicitude de todo o NJ.

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO – ACABAR

Você também pode gostar