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CAMPINA GRANDE - PB
MAIO DE 2023
SUMÁRIO
SUMÁRIO 2
1. APROPRIAÇÃO INDÉBITA 3
1.1 INFORMAÇÕES GERAIS 3
1.2 APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 6
1.3 APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA 9
DA NATUREZA
1.4 APROPRIAÇÃO DE TESOURO 11
1.5 APROPRIAÇÃO DE COISA ACHADA 13
2. ESTELIONATO 14
2.1 INFORMAÇÕES GERAIS 14
2.2 DUPLICATA SIMULADA 17
2.3 ABUSO DE INCAPAZ 19
2.4 INDUZIMENTO À ESPECULAÇÃO 20
2.5 FRAUDE NO COMÉRCIO 21
2.6 OUTRAS FRAUDES 23
2.7 FRAUDES E ABUSOS NA FUNDAÇÃO OU ADMINISTRAÇÃO DE 24
SOCIEDADE POR AÇÕES
2.8 EMISSÃO IRREGULAR DE CONHECIMENTO DE DEPÓSITO OU "WARRANT" 25
2.9 FRAUDE À EXECUÇÃO 26
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 26
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1. APROPRIAÇÃO INDÉBITA
2) Posse ou detenção deve ser desvigiada: a vítima deve confiar ao agente a posse ou
detenção da coisa sem vigiar ou fiscalizar o agente. Caso, por exemplo, um
funcionário de um determinado estabelecimento se apropria de mercadorias, com a
displicência do patrão, configura-se crime de furto, dado que a apropriação ilegal é
anterior a obtenção, sendo obtida sem confiança dada de forma voluntária pelo patrão.
3) A Ação deve recair sobre coisa alheia móvel: a coisa apropriada de forma indébita,
deve ser deslocada de um local para o outro.
4) Inversão do ânimo da posse: o agente deve agir como dono da coisa, com a
inversão com atos de disposição (Ex: compra e venda) e na recusa de restituir a coisa.
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Cabe a reflexão nessa temática de apropriação indébita, sobre a inclusão de
apropriação de coisas fungíveis nesse crime, havendo divergências quanto a essa temática.
Doutrinadores, como Damásio de Jesus, defendem que não há apropriação indébita, pois
têm-se a definição de bem fungível, como aquele dado em depósito ou empréstimo, e devendo
ser restituídas em espécie, qualidade e quantidade, havendo ainda a transferência de domínio,
e portanto não havendo delito, pois a coisa não pertence mais ao dono.Todavia, há posições
contrárias a esta, que consideram apropriação indébita a apropriação de coisa fungível, como
é o caso do STJ, no qual o bem fungível não é um empecilho para a tipificação do crime, dado
que basta apenas a entrega espontânea e a inversão de ânimo para que ele aconteça.
Feito toda essa definição sobre apropriação indébita, cabe definir, portanto, que o bem
jurídico tutelado é o patrimônio da vítima, que é transferido ao agente de forma espontânea, e
este pela posse ou detenção, passa a agir como se dono fosse, e não havendo lesão de
propriedade, pois o proprietário da coisa pode se beneficiar dela ainda, quando ela é
devolvida.
Quanto aos sujeitos do crime, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, se
configurando crime comum. O sujeito passivo é a pessoa atingida em seu patrimônio pela
indevida apropriação, podendo ser pessoa física ou jurídica, e não necessariamente deve ser
quem entregou o bem , podendo ser terceiro a quem mandou entregar ao sujeito ativo de
confiança.
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contas prévias para caracterizar a apropriação indébita. Apesar de divergências doutrinárias é
possível a tentativa, também aplicando-se o princípio da insignificância se o bem for
minimamente lesado, e a conduta do agente de pequena reprovabilidade e irrelevante
periculosidade oficial.
II- Em razão da qualidade pessoal do agente: Quando o juiz nomeia o particular como
depositário, que no caso se enquadram o tutor, o curador, o síndico, o inventariante, o
testamenteiro, ou o depositário judicial.
III- Em razão do cargo, ofício, emprego ou função: o agente recebe a coisa em razão
da atividade que ele exerce.
A Modalidade para que o crime ocorra pode ser comissiva ou omissiva, praticando a
primeira com as ações do agente como se ele fosse dono da coisa, já na segunda modalidade a
prática se concretiza com a não devolução da coisa solicitada pelo dono.
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1.2 APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA
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Já o crime de apropriação indébita previdenciária, a relação é trilateral, o contribuinte
que deposita a sua parte na contribuição previdenciária, o agente representante da
administração da pessoa jurídica, que deixa de repassar a contribuição, e a previdência social,
que é receptor da contribuição previdenciária.
Quanto aos sujeitos do delito, o sujeito ativo é a pessoa que tem o dever legal de
repassar à previdência social, a contribuição recolhida dos contribuintes, e por falta de
previsão legal não se pune a pessoa jurídica, mas apenas os seus administradores. O sujeito
passivo do delito é a previdência social, podendo ainda concorrer os segurados lesados pela
atitude do agente.
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dência, mas não se tipifica essa espécie de crime antes do lançamento definitivo do tributo, tal
como fundamenta a súmula vinculante 24 do STF. Porém, outro grupo de doutrinadores
defendem ser um crime formal, previsto no artigo 168 A do código penal, com a consumação
ocorrendo independentemente da locupletamento do agente e do prejuízo a previdência,
bastando apenas a omissão no repasse da contribuição. A tentativa não é possível por se tratar
de crime omissivo, não sendo possível fracionar o delito (os que defendem ser um crime
misto, admitem a tentativa).
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Outrossim, cabe falar do §3º do artigo 168 A, que fala sobre a faculdade do perdão
judicial ou aplicação apenas da pena de multa ou outra prestação pecuniária, e desde que o
agente seja primário e tenha bons antecedentes, nos seguintes casos:
Há ainda o §4º, acrescentado pela lei 13.606/18, no qual o valor das contribuições
parceladas, inclusive os acessórios, caso seja superior ao estabelecido administrativamente, e
sendo o mínimo para ajuizar execuções fiscais, impede o perdão judicial, e aplica -se a pena
pecuniária, que é a pena de multa.
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por
erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
O delito ocorre quando o agente se apropria de coisa alheia móvel que veio ao poder
do mesmo por erro, caso fortuito ou força da natureza. O bem jurídico tutelado nesse caso é o
direito de posse/propriedade, é, portanto, um crime contra o patrimônio.
O sujeito ativo desse crime pode ser qualquer pessoa (comum). Já o sujeito passivo é
específico, sendo ele o proprietário do bem móvel, podendo ser tanto pessoa física quanto
pessoa jurídica.
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Para se consumar o crime deve haver o conhecimento de que o objeto chegou ao
agente por erro, caso fortuito ou força da natureza de forma espontânea e mesmo assim o
sujeito ativo decide permanecer com a coisa, agindo como dono do objeto. O agente tenta,
portanto, inverter o título da posse, se recusando a devolver o bem que não é seu por direito
ou se desfazendo do bem como se fosse dono. Ele transforma a posse em propriedade.
A tentativa é possível quando o agente se passa por dono do bem e tenta de alguma
forma se desfazer do mesmo, mas é surpreendido. Deve ser analisado caso a caso para
entender se houve tentativa ou não com base na maneira pela qual o agente praticou a infração
penal.
● Por Erro: pode ocorrer o erro quanto à pessoa - a vítima transfere uma determinada
quantia na conta bancária do sujeito passivo (João), porém tinha como objetivo enviar
esse dinheiro para outra pessoa de mesmo nome (sujeito homônimo). Houve erro de
pessoa e portanto aquele que recebeu a quantia deverá devolver o valor, caso contrário
responderá pelo delito presente no caput do Art. 169.
O erro também pode ser quanto ao objeto - o agente deveria receber um colar banhado
a ouro mas acaba recebendo um colar de ouro legítimo por erro do sujeito passivo.
Este, ao perceber o erro tenta realizar a troca para entregar o pedido correto ao agente
mas o mesmo não aceita, se apossando do bem que não lhe pertence e comete,
portanto, o crime de apropriação por erro.
Por fim, o erro pode ser quanto à obrigação - o agente recebe o pagamento de uma
quantia já paga anteriormente pela vítima ou uma quantia maior que o valor devido.
Sabendo desse erro, cabe ao sujeito ativo devolver o que não lhe é devido, caso não
devolva cometerá apropriação por erro.
● Por Caso Fortuito: chega a propriedade do agente um animal por meio de um buraco e
aproveitando-se disso, o agente vende tal animal como se fosse dono do mesmo.
Dessa forma responde o agente pelo delito de apropriação de coisa havida por caso
fortuito.
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● Por Força da Natureza: objeto encontra o agente por meio de uma força maior advinda
da natureza. Exemplo: enchente que transbordou diversos objetos na cidade e que, por
conta da correnteza, chegou até a casa do agente um cofre onde foram encontrados 20
mil reais. Sabendo que tal valor não o pertence, deve o agente devolver para pessoa
certa ou para as autoridades locais para não ser sancionado por apropriação de coisa
havida por força da natureza.
O elemento subjetivo do caput do art. 169 é o dolo, não havendo previsão legal para a
modalidade culposa. O agente deve ter o conhecimento de que a coisa está em sua posse e que
pertence a terceiro para que ocorra a apropriação por erro, caso fortuito ou força da natureza.
Se o agente não tem conhecimento, não há crime.
O delito pode ocorrer de forma comissiva, quando o agente se desfaz da coisa alheia
como se fosse dono. Ou de forma omissiva quando o agente se recusa a devolver a coisa
alheia que veio a seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza, quando solicitado por
seu legítimo dono. Nesse crime a pena que incorre é a de detenção, de 1 mês a 1 ano ou
pagamento de multa, sendo, portanto, caracterizado como um crime de menor potencial
ofensivo.
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Do Achado de Tesouro
Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono
não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o
que achar o tesouro casualmente.
Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio,
se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não
autorizado.
Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por
igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele
mesmo seja o descobridor.
De acordo com o Código Civil, portanto, será tesouro o depósito antigo de coisa
preciosa, que não se tem memória do dono e que esteja oculto. A lei esclarece também que o
proprietário do imóvel em que é encontrado o imóvel sempre terá direito ao tesouro, seja em
parte ou o todo.
Vale ressaltar que aquele que encontra o tesouro só tem direito à parte se o encontra
por acaso. Se o tesouro é encontrado pelo proprietário do imóvel, por alguém que o mesmo
contratou ou por pessoa que busca em seu imóvel sem devida autorização, o tesouro será
inteiramente do proprietário do imóvel.
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1.5 APROPRIAÇÃO DE COISA ACHADA
De acordo com Bento Faria, as coisas perdidas "são as que se encontram em lugar
público ou de uso público, em condições tais que façam presumir, fundadamente, o seu
extravio".
Essa norma penal tem também previsão no Código Civil, nos arts. 1.233 e 1.234,
recompensando aquele que restituir coisa achada. Vejamos:
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao
dono ou legítimo possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se
não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo
antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do
seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e
transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.
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Os bens jurídicos tutelados nesse crime são a posse e o direito de propriedade,
podendo qualquer pessoa ser sujeito ativo ou passivo do crime, desde que o sujeito ativo
encontre a coisa perdida do sujeito passivo e dela se aposse.
Além dos arts. 168 e 169, no capítulo sobre apropriação indébita também temos o
art.170, que discute sobre a diminuição da pena, podendo se aplicar a todos os crimes
previstos neste capítulo. De acordo com o art. 170, deve o juiz aplicar ao réu o benefício de
diminuir a pena de um a dois terços ou aplicar somente a pena de multa, se a coisa tomada é
de pequeno valor e se o réu é primário.
Por fim, vale ressaltar que a pena prevista para os delitos do art. 169 são de natureza
pública incondicionada, sendo indiferente a manifestação do ofendido para o prosseguimento
do ato processual.
2. ESTELIONATO
Atos ilícitos devastam o mundo contemporâneo, sendo visto que existem diversos
crimes na sociedade e suas formas de prática, como uma forma de combate, se torna
necessária a criação de leis, códigos e penalidades para quem os pratica. Um desses delitos é o
Estelionato, neste texto está exposto um breve debate sobre esse crime.
O estelionato está presente no Código Penal Brasileiro, em seu artigo 171, como
pode-se analisar logo a seguir:
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Em primeiro plano, esse crime acontece quando alguém obtém um enriquecimento
ilícito, em prejuízo alheio, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento, de
modo breve, é obter vantagens financeiras sobre o prejuízo de outra pessoa. Além disso,
compreende-se que existem dois sujeitos, o ativo, aquele que pratica a ação e se beneficia
sobre o dano de outro indivíduo, sendo representado pelo estelionatário e o passivo, a vítima
do golpe. Pode-se observar que o estelionato é considerado um crime contra o patrimônio,
sendo o bem jurídico tutelado, a propriedade e os bens.
Além do que foi debatido, para que o crime se consuma é necessário a análise da
ocorrência de quatro elementos: Fraude, correspondendo a um meio enganoso para a
concretização do crime; Erro, caracterizado pela falsa percepção da realidade, o erro é a
consequência provocada pela fraude; Resultado duplo, a obtenção de vantagem ilícita com o
prejuízo alheio; e Dolo, condiz com o desejo do agente em realizar a ação por livre vontade.
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Em relação às modalidades especiais, estão presentes no §2° do artigo 171 do Código
Penal, prevendo os atos ilícitos como:
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V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o
próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o
intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque, conhecidos como o crime do cheque sem
fundo, ocorre quando no momento do saque do valor acordado entre as partes, a conta do
titular não tinha dinheiro suficiente para a finalização do acordo sem prejuízos;
Por fim, no artigo 171 do Código Penal em seu §4°, discorre sobre o estelionato contra
idosos ou vulneráveis, em casos assim, existe o aumento da pena, como pode ser lido a seguir:
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O crime de duplicata simulada é previsto no artigo 172, parágrafo 2º, do Código Penal
Brasileiro. Esse dispositivo legal trata de uma modalidade de falsidade documental,
relacionada à emissão de duplicatas falsas ou simuladas.
Para que o crime de duplicata simulada seja configurado, é necessário que haja a
emissão de uma duplicata sem que tenha ocorrido a efetiva venda de mercadorias ou a
prestação de serviços correspondentes. Em outras palavras, a duplicata é emitida sem que
exista uma relação jurídica válida entre o vendedor e o comprador.
A emissão da duplicata simulada tem como objetivo principal obter vantagem ilícita,
enganando terceiros e prejudicando a economia. Essa prática criminosa pode envolver
diversas condutas fraudulentas, tais como a falsificação de assinaturas, a inserção de
informações falsas ou a emissão de duplicatas sem respaldo em operações comerciais reais.
O infrator está sujeito à pena de reclusão, que pode variar de um a cinco anos, além do
pagamento de multa. É importante ressaltar que o crime de duplicata simulada é considerado
um delito de natureza grave, dada a sua lesividade ao mercado e à confiança nas relações
comerciais.
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Em suma, o crime de duplicata simulada é uma forma de falsidade documental que
prejudica a ordem econômica e a confiança nas transações comerciais. A sua tipificação no
Código Penal Brasileiro visa coibir condutas fraudulentas e preservar a segurança jurídica nas
operações de crédito, com penalidades severas para aqueles que o praticam.
O artigo 173 do Código Penal Brasileiro é um dispositivo legal que aborda o crime de
abuso de incapazes. Ele estabelece que é crime abusar, em proveito próprio ou alheio, da
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outra
pessoa, induzindo qualquer um deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em
prejuízo próprio ou de terceiro.
Esse artigo visa proteger indivíduos considerados incapazes, como menores de idade,
pessoas com alienação mental ou debilidade mental, que se encontram em uma posição de
vulnerabilidade em relação à compreensão das consequências de seus atos.
A prática desse tipo de crime revela uma conduta abusiva, caracterizada pelo
aproveitamento da incapacidade do outro para fins egoístas ou prejudiciais. É uma afronta à
dignidade e aos direitos fundamentais das pessoas incapazes, que merecem ser protegidas e
respeitadas em sua condição vulnerável.
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O artigo 173 do Código Penal busca coibir essa conduta criminosa e impor
penalidades aos responsáveis por esses abusos. As penalidades previstas variam de acordo
com a gravidade do caso, considerando as circunstâncias específicas e os danos causados. O
juiz responsável pela análise do processo estabelecerá a pena adequada dentro dos limites
previstos na legislação.
O cerne deste artigo reside na proteção dos indivíduos vulneráveis, que podem ser
facilmente explorados devido à sua falta de conhecimento ou habilidades específicas, bem
como à sua ingenuidade ou limitações mentais. A lei reconhece que tais pessoas estão em
desvantagem em relação àqueles que têm conhecimento e experiência nessas áreas, e busca
coibir o abuso dessa situação para evitar danos financeiros e emocionais.
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O segundo elemento é a indução da pessoa a se envolver em jogos, apostas ou
especulações com títulos ou mercadorias. Essas atividades são mencionadas especificamente
no artigo, pois são conhecidas por serem arriscadas e podem levar a perdas financeiras
significativas. A lei busca evitar que pessoas menos experientes ou com limitações mentais
sejam atraídas para essas práticas enganosas por meio de artifícios e manipulações.
Por fim, o artigo estabelece que o infrator deve saber ou pelo menos deveria saber que
a operação em questão é ruinosa. Isso significa que a pessoa que abusa da vulnerabilidade
alheia não pode alegar desconhecimento sobre os riscos envolvidos na atividade em que induz
o indivíduo a participar. O conhecimento da rugosidade da operação pode ser comprovado por
meio de informações objetivas e acessíveis ao infrator no momento da indução.
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O Inciso I do Art. 175 descreve a primeira forma de engano, que consiste em vender
mercadoria falsificada ou deteriorada, apresentando-a como verdadeira ou perfeita. Essa
conduta visa ludibriar o consumidor, levando-o a adquirir um produto que não corresponde às
características alegadas pelo vendedor. Nesses casos, os comerciantes vendem mercadorias
adulteradas, falsificadas ou em estado de deterioração, enganando os consumidores quanto à
sua qualidade. A pena para essa conduta é de detenção, variando de seis meses a dois anos, ou
multa.
O § 2º do Art. 175 estabelece que é aplicável ao crime descrito neste artigo o disposto
no art. 155, §2º. Isso significa que as disposições referentes ao furto qualificado são aplicáveis
ao crime de enganar o adquirente ou consumidor no exercício de atividade comercial, caso
ocorram circunstâncias que qualificam o delito.
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2.6 OUTRAS FRAUDES.
De acordo com o artigo, a pena estabelecida para esse crime é de detenção, variando
de quinze dias a dois meses, ou multa. Isso significa que o infrator pode ser condenado a
cumprir pena de prisão por um período determinado ou pagar uma quantia em dinheiro
estipulada pelo juiz.
É importante ressaltar que o crime previsto no Artigo 176 só pode ser processado
mediante representação. Isso significa que a vítima ou o estabelecimento comercial
prejudicado deve apresentar uma queixa formal às autoridades competentes para que o
processo criminal seja iniciado. Sem a representação da parte lesada, o crime não é passível
de punição.
Além disso, o parágrafo único do artigo menciona que o juiz, de acordo com as
circunstâncias do caso, tem a possibilidade de deixar de aplicar a pena. Isso significa que o
juiz pode considerar fatores como a situação financeira do infrator, a existência de eventual
arrependimento, a reparação do dano ou qualquer outra circunstância relevante para decidir
sobre a aplicação da pena. Essa é uma medida que visa proporcionar um tratamento mais
adequado e justo diante das peculiaridades de cada caso.
Em síntese, o Art. 176 do Código Penal tem o propósito de coibir comportamentos nos
quais pessoas se utilizam de serviços de estabelecimentos comerciais, como restaurantes,
hotéis ou meios de transporte, sem possuírem recursos financeiros para efetuar o pagamento.
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Essa conduta é considerada crime e pode resultar em detenção ou multa, desde que
haja a representação por parte da vítima. O juiz, considerando as circunstâncias, tem a
possibilidade de não aplicar a pena, levando em conta diversos aspectos do caso em questão.
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O crime de Fraudes e abusos na fundação ou administração de uma sociedade por ações
ocorre quando uma pessoa, durante a criação ou administração de uma sociedade por ações,
comete fraudes ou abusos para obter vantagens indevidas. Isso pode incluir falsificação de
documentos, manipulação de informações contábeis, ocultação de ativos ou passivos, desvio
de recursos, entre outros atos ilícitos que visam prejudicar a sociedade, seus acionistas ou
terceiros interessados. No artigo 177 do Código Penal, se trata do crime de falsidade
ideológica, estabelece que é crime inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
deveria ser escrita em documento público ou particular, com o objetivo de prejudicar direito,
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Essa conduta pode
estar relacionada à prática de fraudes na fundação ou administração de uma sociedade por
ações, como a manipulação de informações financeiras e contábeis, tendo pena de reclusão,
podendo ser de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia
popular.
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mentos falsos são emitidos para representar a existência de mercadorias armazenadas em
depósito ou para fins de garantia de um empréstimo e com pena de reclusão, de um a quatro
anos, e multa.
O crime de fraude à execução ocorre quando uma pessoa age de forma fraudulenta
para evitar o cumprimento de uma execução judicial, que é o processo pelo qual os bens de
um devedor são utilizados para pagar uma dívida. Nesse caso, o indivíduo tenta ocultar ou
transferir seus bens de forma ilícita, com o objetivo de evitar que sejam utilizados para
satisfazer o credor. Essa prática prejudica a efetividade do processo judicial e pode resultar em
sanções legais. Ainda no artigo 179 do Código Penal trata do crime de Fraude à Execução.
Ele estabelece que é crime realizar atos fraudulentos com o objetivo de prejudicar a
execução de uma dívida ou evitar que os bens do devedor sejam utilizados para satisfazê-la.
Essa conduta pode incluir a venda ou transferência de bens para terceiros, constituição de
ônus ou gravames sobre os bens ou a simulação de dívidas. A fraude à execução pode estar
relacionada a casos em que há a tentativa de evitar o pagamento de dívidas por parte dos
responsáveis pela administração de uma sociedade por ações. A pena desse crime é a
detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Procede somente mediante queixa.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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