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Respostas - Lista de Direito Civil (mar.

2024)

1-
- Consignatário Manobrista

Posse: exerce conduta de dono Detenção: posse desqualificada


Teoria Objetiva (existência de contrato em virtude de lei
estimatório). (fâmulo/servidor da posse) -
relação de subordinação.

Teoria Subjetiva Detenção: não possui animus Detenção: não possui animus
domini domini

2- A posse de Aline é:
- Direta: possui a coisa materialmente, havendo poder físico imediato. Além disso, tendo-se em
vista o contrato de locação, a posse é temporária e subordinada.
- Justa: não possui vícios de origem (violência, clandestinidade ou precariedade).
- Boa-Fé: desconhece/ignora vício que poderia vir a impedir a aquisição do direito possuído (de
realizar a locação).
- Civil: se tratando de locação, subentende-se a existência de contrato, ou seja, possui título.

3- Neste caso, a posse de Aline é:


- Direta: possui a coisa materialmente, havendo poder físico imediato.
- Injusta: possui vício de origem por precariedade a partir do 1º dia após os três meses da
notificação, uma vez que Aline reteve o imóvel além do prazo avençado, o que resulta em
abuso de confiança.
- Má-Fé: possui ciência do possuidor no tocante à ilegitimidade de sua posse.
- Natural: tendo-se em vista o fim do contrato pela solicitação do locador, a posse passou a ser
sem título.

Obs: neste caso, caso o locador ingresse com ação contra Aline por recusa em restituir o imóvel após o
término do contrato (o que enseja posse injusta por precariedade), o locador deve propor ação de
despejo, e não de reintegração de posse alavancada por esbulho.

4- a) De acordo com a teoria objetiva, Marisa é detentora dos animais que leva para passear, uma vez
que sua posse é desqualificada em virtude de lei por ser fâmula/servidora da posse. O ponto que
comprova essa linha de raciocínio é o fato de Marisa ter relação de dependência/subordinação com os
donos dos animais, agindo de acordo com suas determinações, na tentativa de zelar/proteger o
interesse dos possuidores.
b) Sim. O artigo 936 do Código Civil cita o detentor como aquele que está com o animal, agindo em
nome do dono, o que demonstra o mesmo sentido aplicado na teoria objetiva da posse.

5- a) De acordo com a teoria objetiva da posse, quando era caseiro, Gabriel era detentor do imóvel. No
entanto, ele se tornou possuidor quando foi demitido pelo inventariante.
b) Após a demissão, levando-se em consideração a conduta de dono, Gabriel se tornou possuidor, o
que torna legítima a aplicação do art. 1.210 do Código Civil, o qual cita que o possuidor tem o direito
de ser mantido na posse em caso de turbação, podendo utilizar de sua própria força (desde que o faça
logo, não indo além do indispensável à manutenção da posse).
6- a) Partindo-se do pressuposto estipulado pela teoria objetiva e tendo-se em vista a relação de
dependência com relação à Juliana, Maria é considerada detentora do animal. Isso pode ser percebido
pela ideia de que Maria estava seguindo as determinações de Juliana, ao aceitar o pedido de que o
cachorro ficasse em sua casa por breve período, o que a torna fâmula/servidora da posse.
b) Considerando-se que Maria tem posse injusta por precariedade e de má-fé (uma vez que esta sabe
sobre a ilegitimidade de sua posse), é possível que Juliana ingresse com ação de reintegração de posse
em razão de esbulho total.

7- a) A posse de Joventino foi considerada, no momento de sua tomada, como:


- Injusta: possui vício de origem por clandestinidade, uma vez que o invasor sabia que o terreno
tinha dono, se apossando de suas terras sem consentimento.
- Má-Fé: o possuidor tinha conhecimento sobre a ilegitimidade de sua posse.
- Natural: por se tratar de ocupação sem consentimento do dono, a posse não possui título.
b) Conforme estipulado por corrente majoritária, após o prazo de ano e dia, a posse injusta por
clandestinidade convalesce, se tornando posse justa e de má-fé. Quando expulso, aplicando-se o
previsto no art. 1.210 do Código Civil, Joventino tem o direito de ser restituído do esbulho e de usar
sua própria força (de forma imediata e moderada) para restituição da posse, cabendo, também, ação de
reintegração de posse.

8-a) Alexandre deve demandar Luís judicialmente com ação de reintegração de posse por
consequência do esbulho total de seu imóvel. Vale destacar que, caso Alexandre demande Luís em até
ano e dia após o conhecimento sobre a posse injusta por clandestinidade, poderá fazer com que Luís
saia do imóvel antes do trânsito em julgado.
b) Sim. Aplicando-se o art. 1.216 do Código Civil entende-se que Luís (possuidor de má-fé) deverá
indenizar Alexandre pelos frutos consumidos e percipiendos, restituindo, também, os pendentes,
colhidos/percebidos e colhidos por antecipação após levantamento da indenização pelos 9 meses na
propriedade.

9- a) A posse de José é considerada:


- Injusta: possui vício de origem por clandestinidade, uma vez que José invadiu, o que
caracteriza a falta de consentimento e a ideia de realização de subtração camuflada.
- Má-Fé: a partir da invasão, torna-se possível que José saiba sobre a ilegitimidade da posse.
- Natural: a posse não possui título.
b) Com base no art. 1.220 do Código Civil, pode-se afirmar que José será ressarcido pelas benfeitorias
necessárias, não tendo direito de retenção sobre elas ou as úteis e não tendo direito de levantar as
voluptuárias.

10-

Data do Empréstimo Data da Devolução Notificação Ação de Reintegração


Extrajudicial de Posse

15/02/2022 15/02/2023 05/01/2024 21/02/2024

A concessão da ação de reintegração de posse é possível, tendo-se em vista o esbulho praticado por
Maria de Souza. No entanto, a liminar possessória não pode ser concedida, uma vez que o pedido
passou o prazo de ano e dia do esbulho, o que torna o caso de força velha por consequência da
ultrapassagem do prazo decadencial.

11- Em um primeiro momento, vale apontar que pela autorização conferida por João, Arnaldo era, pela
teoria objetiva, detentor do imóvel enquanto servidor/fâmulo da posse. Após a demissão de Arnaldo há
um ano, sua relação com o imóvel passou a ser de posse.

Após a notificação para desocupação, caso Arnaldo se negue a sair, a posse se tornará injusta por
precariedade e de má-fé (uma vez que ele saberá sobre a ilegitimidade da posse). Sendo assim,
Arnaldo tem duas opções:
I. Pode sair do imóvel e solicitar a indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis (com direito
de retenção) e a indenização pelas voluptuárias, podendo levantá-las caso não estraguem ao
levar, conforme disposto no art. 1.219.
II. Continuar na posse do imóvel destacando o art. 1.210, para se manter na posse em caso de
turbação ou esbulho, podendo usar de sua própria força (imediata e moderada). Neste caso,
provavelmente João ingressaria com ação de reintegração de posse, o que tornaria Arnaldo
possuidor de má-fé (conforme o art. 1.220, acabaria solicitando o valor das benfeitorias
necessárias, apenas).

A primeira opção é mais vantajosa.

12- Primeiramente, vale apontar que Valquíria era possuidora justa e de boa-fé. Nesse sentido,
conforme disposto no art. 1.219, poderá pedir indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis (com
direito de retenção em ambas), podendo, também, pedir indenização ou levantar as voluptuárias caso
não se estraguem na retirada.

Benfeitorias Necessárias: Troca do portão quebrado da garagem.


Benfeitorias Úteis: Abertura de janela em cômodo escuro e sem ventilação.
Benfeitorias Voluptuárias: Pintura de todo o imóvel, inclusive da fachada, reforma de dois banheiros
com peças de mármore, elaboração e execução de projeto de jardinagem.

13- a) Pela teoria objetiva, o caseiro é considerado detentor da posse por desqualificação em virtude de
lei. Nesse sentido, vale destacar que, conforme disposto por Carlos Roberto Gonçalves: “somente a
posse gera efeitos jurídicos, conferindo direitos e pretensões possessórias em nome próprio”, assim, o
caseiro não tem legitimação em medidas judiciais ou extrajudiciais, devendo demandar o
possuidor/proprietário.
b) Dentro do prazo de ano e dia, Mateus pode ajuizar uma ação possessória de reintegração de posse
por esbulho parcial do terreno. Neste caso, a ação seguirá o procedimento especial, sendo um processo
mais célere e dotado de liminar de caráter satisfativo.

14- a) Para o deferimento da reintegração de posse, exige-se a comprovação da posse, do


esbulho, da data do esbulho, e da perda da posse, conforme constante no art. 927 do CPC.
b) Não, uma vez que não existe relação jurídica de direito real ou pessoal.
c) Sim, pois sua posse era de boa-fé. Neste caso, conforme disposto no art. 1.219, Antônio poderá
pedir indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis (com direito de retenção em ambas), podendo,
também, pedir indenização ou levantar as voluptuárias caso não se estraguem na retirada.
d) Sim. Enquanto possuidor de má-fé, Antônio tem direito de indenização pelas benfeitorias
necessárias, não podendo exercer direito de retenção.
e) Quadro exemplificativo em caso de ação de reintegração de posse proposta por Francisco:
Ativos: titularidade do direito Passivos: quem suporta a decisão

Francisco Antônio e sua família

Vale destacar que Francisco, enquanto proprietário sem posse, se valerá do juízo petitório (ius
possidendi) para demandar ação de reintegração total de posse em face de Antônio. Neste caso,
Antônio não poderá utilizar o juízo possessório (ius possessionis), na tentativa de evitar decisões
contraditórias.

15- a) Não. Haja vista que a residência familiar, enquanto único imóvel da família não utilizado para
atividade comercial é considerado impenhorável.
b) A medida cabível se baseia inicialmente, na justificativa de nulidade baseada na impenhorabilidade.
Outro recurso, baseado na anulação, é a oposição de embargos de terceiro (art. 674, CPC/15) e não
reintegração de posse.

16-a) Na ação de reintegração de posse, Patrícia ajuizou o ius possessionis, o qual retrata direito de
posse fundado na posse, não se admitindo a exceção de domínio proposta por Vitor.
b) Não, uma vez que a ação reivindicatória não caracteriza ação possessória, e sim direito de posse
fundado na propriedade.

17-a) O esbulho judicial que causa constrição por meio da penhora, ou seja, quando a agressão à posse
provém de ordem judicial a ação processual cabível é a oposição de embargos de terceiro (art. 674,
CPC/15) e não reintegração de posse.
b) Não, haja vista que a oposição de embargos de terceiro não caracteriza ação possessória.

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