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Revisão da prova de crimes patrimoniais dia 19/05

Furto - Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena -
reclusão, de um a quatro anos, e multa.

 Subtrair = retirar.
 Coisa alheia móvel= coisa de outra pessoa que é possível transitar (celular,
joias, carro...).
 Animus Definitivo= é animus de pertencimento, posse permanente, se a
pessoa não tem o animus definitivo de furtar a pessoa não pratica furto.
 Sujeito ativo subtrai coisa alheia móvel, ele não pode ser proprietário. Ladrão

não é vítima e nem possuidor da coisa alheia móvel subtraída.

 Furto de uso é punido?

NÃO, pois precisa ter o animus definitivo. EX: peguei o celular da Roberta
para fazer uma ligação e devolvi intacto.

 §3º Energia elétrica é coisa móvel, formalmente não é algo que se pega e
leva pra outro lugar, energia é equiparado a coisa móvel para efeitos do
furto, não pode fazer gato é furto. Sinal de tv paga também se equipara,
segundo o STJ.
 Se a subtração for de uma pessoa não é furto, furto é só para a coisa.

 Furto de cadáver, morto é coisa, em regra no furto precisa ter um valor

pecuniário, cadáver da PUC tem valor pecuniário.


 Excepcionalmente pode ter o valor sentimental, o cadáver não entra pois tem

um tipo penal específico. (VILIPÊNDIO).

 No caso do valor sentimental, O PATRIMONIO SE ESTENDE, são

recordações de família, objetos que são caros por motivos especiais, assim,

podem ser furtados e caberiam a aplicação do 155.

 Não pode ser objeto de furto coisa de uso comum e coisa que já pertenceu a
alguém, mas foi abandonada.
 Consumação tem 3 teorias:
 1- É suficiente o deslocamento da coisa, é a menos aceita
 2- É necessário afastar-se da vigilância do sujeito passivo.
 3- Tem que ter um estado de posse tranquilo, ainda que momentâneo. Ex:
pegar o not e levar para casa, em casa é estado tranquilo

Art – 155

§1º causa de aumento de pena: A pena aumenta-se de um terço, se o crime é


praticado durante o repouso noturno.

§2º FURTO PRIVILEGIADO: Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a


coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la
de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. (SÓ REDUZ A PENA,
NÃO ISENTA O S.A).

 Pode ser aplicado o princípio da insignificância no furto, no qual exclui a


tipicidade do delito, e isenta o sujeito ativo de uma pena.

 Valores: Então, digamos que, por exemplo, você furtou uma bicicleta no
valor de R$ 100,00 de uma pessoa que não tem condições financeiras
muito boas. Por isso, este objeto tem valor relevante no patrimônio da
vítima e o furto poderá ser enquadrado como furto privilegiado. No
entanto, se você roubar uma caneta no valor de R$ 1,00, o furto poderá
ser compreendido pelo juiz como insignificante, porque este valor não

tem relevância no patrimônio da vítima.


 No furto privilegiando há lesão ao bem jurídico de modo que este bem é de
pequeno valor. Enquanto no princípio da insignificância a lesão ao bem
jurídico ocorre de maneira inexpressiva. Portanto em virtude da
inexpressividade da lesão afasta-se a tipicidade material da conduta.

Furto qualificado – pontos importantes

 A violência no furto nunca é direcionada a pessoa e sim a objetos.

 Quando tem furto + danos, os crimes de danos são excluídos pois o delito já
está qualificado.
 Distinção de furto mediante fraude e estelionato, nos dois tem fraude, no
estelionato é para a prática do crime em si, no furto é para diminuir a
vigilância da vítima. Quando há fraude no furto o próprio sujeito ativo quem

vence a vigilância.

 Fraude X destreza
 Na fraude o próprio sujeito ativo é quem coloca a vítima em distração.
 Destreza a vítima sozinha se coloca na situação de distração, o sujeito ativo
vai se aproveitar da distração.
 § 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de
semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em
partes no local da subtração. Semovente, é um ser que se move, é um bicho,
semovente domesticado de produção, gado, entra em uma relação
patrimonial forte, ainda que abatido e divido em partes, mas ele perde o valor

que tem.

Furto de coisa comum art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: (NÃO ENTRA
NO 155, POIS NÃO É COISA ALHEIA E SIM MINHA)

 Diferença entre furto simples e furto de coisa comum


 No furto simples o sujeito ativo não pode ser o detentor do bem, o bem
precisa ser de outra pessoa.
 Furto de coisa comum: eu sou proprietária do bem junto com condomínio,
coerdeiro ou socio.
 Condômino: coproprietário, moro em um prédio e subtrai a cadeira do
condomínio dele, a cadeira pertence a ele, pois ele tem uma cota no
condomínio, não podeeeeee.
 Coerdeiros: irmãos, herdeiro dos pais, eu + irmã, precisa ter mais alguém, eu
só como herdeiro não tenho como subtrair de mim mesmo.
 Socio: quem está em uma sociedade.
 §1 a ação penal é condicionada a representação da vítima, é uma forma do
Estado não interferir nas relações que estão funcionando, em que o ofendido
não deseja ver o ofendido responsabilizado.

 § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não


excede a quota a que tem direito o agente. COISA FUNGIVEL É COISA
SUBSTITUIVEL.

 §2 se estiver dentro da cota parte não é punido. Ex: sou socio e tem 100 em
dinheiro no caixa pego 10, não pratico crime, está dentro da minha cota parte.
 Eu sou coerdeira junto com a minha irmã, eu subtraio o piano da família, não
entra no exemplo de coisa comum fungível, que é possível substituir, o piano
está na família a séculos, tem valor sentimental, então não entra na
possibilidade do §2, não tem dois pianos e nem é possível substituir o apego
da família com o piano.
Roubo art.157- Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

 NÃO TEM INSIGNIFICANCIA NO CRIME DE ROUBO


 No furto a violência é dirigida ao objeto

 No roubo a violência é dirigida a pessoa


 Modus Operandi: mediante violência ou grave ameaça ou qualquer outro
meio.
 Roubo improprio: § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim
de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para
terceiro. É quando o sujeito ativo tenta assegurar a impunibilidade.
 Roubo próprio: violência, grave ameaça ou outro meio para a subtração da
coisa (antes ou durantes).
 §2 causas de aumento de pena, embora a doutrina chame de roubo
qualificado.

 §3 qualificadoras
 Roubo qualificado pelo resultado morte, maior pena do ordenamento jurídico,
o homicídio não configura, é uma exceção ao preterdoloso.
 Crime preterdoloso, roubo qualificado pelo resultado morte, é uma exceção,
pois pode ter o dolo no antecedente e no consequente, a justificativa é por ser
a pena mais alta, é irrelevante ter dolo ou culpa na morte, o sujeito responde
pelo mesmo crime.
 É crime patrimonial, não contra avida, será julgado pelo procedimento

ordinário e juiz togado.


 ROUBO + MORTE: não existe latrocínio, expressão midiática que foi criada,
roubo qualificado pelo resultado morte, não é roubo seguido de morte, é
indiferente de se matar primeiro e roubar depois o vice e versa.

 A análise no roubo com resultado morte é a morte, é irrelevante se roubou ou


não, o que vale é se a morte é consumada.

 Arma de brinquedo, é fato que vai conseguir efetuar o roubo, basta a grave

ameaça, o simulacro entra na grave ameaça.

Extorsão - Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e


com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a
dez anos, e multa.

 A diferença de Extorsão para o Roubo é o grau de participação da vítima.


 Na extorsão tem a participação da vítima, há a participação da vitima.
 Obrigar alguém a fazer o que o s.a quer com violência ou grave ameaça.
 É irrelevante a efetiva obtenção de vantagem patrimonial.
 Fazer: Dar a senha do cartão.
 Tolerar que se faça: pegar a nota promissória, rasgar documento etc.
 Deixar de fazer alguma coisa: obrigar a vítima a não processar o agente.

Extorsão Mediante Sequestro - Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter,
para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

 É consumado quando pede resgate ou tem o dolo de querer o resgate.


 A vantagem é o resgate para restituir a liberdade do sujeito passivo.

 Se o resgate for pago esgota o crime.

Extorsão indireta- Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da
situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra
a vítima ou contra terceiro: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

 O sujeito ativo exige o documento que pode ser usado contra ela em
procedimento criminal futuro.

 S.A exigi da vítima entrega a confissão de um crime, um documento que


entrega um delito.

 Tem abuso da situação de necessidade do sujeito passivo.

 Intuito de garantir o pagamento de divida

Dano - Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de
um a seis meses, ou multa.

 Destruir, inutilizar ou deteriorar tudo o que for coisa patrimonial de outra


pessoa
 O dano sempre é absolvido por outro crime.
 Consumação é quando realmente destrói, inutiliza ou deteriora.
 Destruir: o bem não existe mais.
 Deteriorar: o bem ainda funciona e tem a função original, porém está
quebrado. Ex: quebrar a tela do celular.
 Inutilizar: o bem ainda existe, mas não tem a função que tinha antes. Ex: furar

o pneu do carro do ex.


 Não existe dano culposo.

Dano qualificado

 Parágrafo único - Se o crime é cometido:


 I- com violência à pessoa ou grave ameaça;
 Il-com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui
crime mais grave;
 IIl-contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Municipio
ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia
mista ou empresa concessionária de serviços públicos;
 IV-por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vitima: Pena
detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente
à violência
 Inciso I: concurso material com a lesão corporal.
 Inciso II: pode constituir algum crime contra a incolumidade pública (Arts. 250
a 259).
 Inciso III: não qualificava o crime praticado contra empresa pública ou
fundação Instituída pelo Poder Público.
 Inciso IV: "é o egocentrismo, exagerado amor ao bem próprio".

Apropriação indébita- Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a
posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 O sujeito ativo teve a posse LÍCITA da coisa, ou seja, o sujeito passivo
entregou por vontade o bem, mas a posse é precária, pois deveria restituir o
bem.

Aumento de Pena:

 § 1-A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:


 I- em depósito necessário;
 Il- na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,
testamenteiro ou depositário judicial:
 IIl- em razão de ofício, emprego ou profissão.

 I-depósito necessário é o que se efetua por ocasião de alguma calamidade,
como o incêndio, inundação, o naufrágio, ou o saque" (Apropriação de
depósito legal pode ser peculato).
 Il-rol numerus clausus;
 III- oficio (arte, mecânica ou manual, exigindo certo grau de habilidade ou
conhecimento), emprego (relação de ocupação em atividade ou serviço
particular) e profissão (toda e qualquer atividade habitualmente desenvolvida
com intuito lucrativo). todavia, começa agir como se fosse dono da coisa
alheia e não devolve.
 Ex da metodologia ativa: A moça foi levar o celular para arrumar, quando foi
buscar a atendente não devolveu. Apropriação indébita com aumento de pena
do inciso III.

Estelionato- Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos
mil réis a dez contos de réis.

 Estelionato, induzindo ou mantendo em alguém erro.


 Erro: falsa representação ou avaliação equivocada da realidade.
 Induzindo: incutir ou persuadir alguém com sua ação.
 Precisa ter pecúnia, vantagem econômica.
 Todo crime meio absorve o crime fim.
 Tem erro e fraude, mas o é para a própria execução do delito.
 Ex metodologia ativa: O senhorzinho foi mantido em erro ao pagar
R$5.000,00 no bilhete premiado prometido no valor de R$1.000.000,00, no
caso o crime foi cometido contra idoso, tem aumento de pena do § 4º A pena
aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido contra idoso
ou vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso.

Receptação – Receptação Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou


ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir
para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de um a
quatro anos, e multa.

 Depende de um crime anterior, precisa ser produto de crime anterior. Ex:


Comprar carro que foi roubado.
 É cumulativo, pode praticar mais de um verbo. Ex: Adquiri um carro que foi

objeto de furto, transportei ele para minha casa e lá ocultei por 3 meses.

 O crime anterior precisa estar finalizado para poder ter a receptação, se o


crime anterior não estiver finalizado é integrado como coautoria. Ex: quer
comprar um iphone e pede para o amigo ir buscar no Paraguai, o sujeito ativo
existe antes de adquirir o produto, não se encaixa na receptação e sim no
contrabando.
 Não entra contravenção penal

 § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção


entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-
se obtida por meio criminoso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
multa, ou ambas as penas. Aqui temos culpa e não dolo, deveria presumir
que o valor está inferior.
 Quando o sujeito for enganado não é receptação.
 Teoria da cegueira deliberada, o sujeito opta por se cegar diante da situação
porque ele acha que se não souber ele vai se livrar do crime. Mesmo não
querendo saber de onde veio, mas sabe que o objeto é suspeito. Fingir

demência.

Disposição Comum: IMPORTANTEEEEEEE

 Art. 181-É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título em prejuízo;
 I- do cônjuge, na constância da sociedade conjugal
 II- de ascendente ou descendente, seja o parentesco legitimo ou legitimo,
seja civil ou natural.
 Art. 182 Somente se procede mediante representação, se o crime previsto
título é cometido em prejuízo
 I- do cônjuge desquitado ou judicialmente separado
 II- de irmão, legitimo ou legitimo
 Ill- de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
 Art. 183-Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
 I -se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego
de grave ameaça ou violência à pessoa
 Il- ao estranho que participa do crime.
 III- se o crime e praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta).

Cônjuge na constância do casamento fica ISENTO de pena, e quando está

divorcio a ação é mediante REPRESENTAÇÃO.


NÃO fica isento de pena dos crimes patrimoniais no tocante ao disposto no art.
183.

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