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DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Disciplina: Direito Penal Especial I


Prof°. Me. Werdeson Mário Cavalcante Olimpio
FURTO

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,


coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e


multa.
FURTO

CRIME COMUM – praticado por qualquer pessoa

Sujeito passivo : proprietário/possuidor/detentor


da coisa alhei móvel

Elemento subjetivo – dolo (vontade de


asseguramento, animus rem sibi habendi)
FURTO

COISA ALHEIA MÓVEL

COISA ABANDONADA (RES DERELICTA), COISA DE


NINGUÉM (RES NULIUS) – não são objeto material do
crime de furto

COISA PERDIDA (RES DESPERDICTA) – pode ser apropriação de


coisa achada (169, p.u., II do CP), mas se a coisa não saiu da
esfera de vigilância da vítima (furto)
CLÁUDIO, EM SALA DE AULA, PEGA UM IPHONE DA CARTEIRA
DA MESA, ACHANDO QUE ERA SEU. CONTUDO, AO CHEGAR EM
CASA, PERCEBE QUE ERA DO SEU PROFESSOR. CLÁUDIO
PRATICOU O CRIME DE FURTO?
NÃO, POR FORÇA DO ART. 20 DO CP

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo


legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
crime culposo, se previsto em lei.
FURTO

Luísa adora o carro da sua amiga Natália. Um dia, enquanto


estava na casa da sua amiga, Luísa pega a chave do carro, para
dar um passeio na cidade, sem o conhecimento de Natália. Ao
voltar para a casa da amiga, para devolver o carro, depara-se
com a polícia. Luísa praticou o crime de furto?

Furto de uso NÃO É CRIME

DEVE HAVER O DOLO DE SE APROPRIAR/ASSEGURAMENTO DA


COISA ALHEIA MÓVEL
FURTO

CLÁUDIO, EM SALA DE AULA, PEGA UM IPHONE DA CARTEIRA


DA MESA, ACHANDO QUE ERA SEU. CONTUDO, AO CHEGAR EM
CASA, PERCEBE QUE ERA DO SEU PROFESSOR. CLÁUDIO
PRATICOU O CRIME DE FURTO?
NÃO, POR FORÇA DO ART. 20 DO CP

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo


legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
crime culposo, se previsto em lei.
FURTO

A CONSUMAÇÃO DO CRIME DE FURTO SE DÁ PELA TEORIA DA


AMOTIO – SÚMULA 587 DO STJ

o crime se consuma quando o agente passa a ter o poder sobre


a coisa, ainda que por um curto espaço de tempo, ainda que
não tenha tido a posse mansa e pacífica sobre a coisa furtada
FURTO

SUELLEN ESTÁ LOUCA PARA TER UM IPHONE NOVO. VAI NA


LOJA DA APPLE E COLOCA DISCRETAMENTE O IPHONE NA SUA
MOCHILA. ANTES DE SAIR DA LOJA, É BARRADA POR DOIS
SEGURANÇAS, ALERTANDO QUE ELA FOI FLAGRADA PELAS
CÂMERAS.

SUELLEN ESTÁ LOUCA PARA TER UM IPHONE NOVO. VAI NA LOJA DA


APPLE E COLOCA DISCRETAMENTE O IPHONE NA SUA MOCHILA. AO
CHEGAR EM CASA, SUELLEN COMEÇA A MEXER NO SEU CELULAR.
QUANDO ESCUTA “TOC, TOC, TOC”. ERA A POLÍCIA MILITAR A QUAL
INVADIU A SUA CASA.
FURTO

SUELLEN ESTÁ LOUCA PARA TER UM IPHONE NOVO. VAI NA


LOJA DA APPLE E COLOCA DISCRETAMENTE O IPHONE NA SUA
MOCHILA. ANTES DE SAIR DA LOJA, É BARRADA POR DOIS
SEGURANÇAS, ALERTANDO QUE ELA FOI FLAGRADA PELAS
CÂMERAS. FURTO TENTADO

SUELLEN ESTÁ LOUCA PARA TER UM IPHONE NOVO. VAI NA LOJA DA


APPLE E COLOCA DISCRETAMENTE O IPHONE NA SUA MOCHILA. AO
CHEGAR EM CASA, SUELLEN COMEÇA A MEXER NO SEU CELULAR.
QUANDO ESCUTA “TOC, TOC, TOC”. ERA A POLÍCIA MILITAR A QUAL
INVADIU A SUA CASA. FURTO CONSUMADO
Súmula 567 do STJ

Sistema de vigilância realizado por


monitoramento eletrônico ou por existência de
segurança no interior de estabelecimento
comercial, por si só, não torna impossível a
configuração do crime de furto.
furto

PAULO SUBTRAI UMA CAIXA DE MÚSICA DO SÉC XVIII DE UM


CASAL DE COLECIONADORES

PAULO SUBTRAI UMA TV, CAIXA DE SOM, PS5 DA CASA DE


JOSÉ.

PAULO SUBTRAI A HERING, A SKYLER E A RIACHUELO DO SHOPPING DA


ILHA.
FURTO

PAULO SUBTRAI UMA CAIXA DE MÚSICA DO SÉC XVIII DE UM


CASAL DE COLECIONADORES FURTO CONSUMADO

PAULO SUBTRAI UMA TV, CAIXA DE SOM, PS5 DA CASA DE


JOSÉ. FURTO CONSUMADO

PAULO SUBTRAI A HERING, A SKYLER E A RIACHUELO DO SHOPPING DA


ILHA. FURTOS CONSUMADOS
FURTO
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado


durante o repouso noturno.

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa


furtada (< 1 sal. Mín à época), o juiz pode substituir a pena de
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
somente a pena de multa. (FURTO PRIVILEGIADO)

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra


que tenha valor econômico.
FURTO

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado


durante o repouso noturno.

O STF ENTENDE QUE:


- O repouso noturno compreende o período em que a população se
recolhe para descansar.
- Diminuição ou precariedade de vigilância por conta do momento
noturno
- Irrelevante as vítimas estarem dormindo ou acordadas
- Avaliado em cada caso
FURTO
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada
(< 1 sal. Mín à época), o juiz pode substituir a pena de reclusão pela
de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa. (FURTO PRIVILEGIADO)

STJ - Jurisprudência em Teses - Edição nº 221


Tese 1) Para fins de aplicação do princípio da insignificância na hipótese de furto,
é imprescindível compreender a distinção entre valor irrisório e pequeno valor,
uma vez que o primeiro exclui o crime (fato atípico) e o segundo pode caracterizar
furto privilegiado.

Tese 2) A lesão jurídica resultante do crime de furto, em regra, não pode ser
considerada insignificante quando o valor dos bens subtraídos for superior a
10% do salário mínimo vigente à época dos fatos.
FURTO
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer
outra que tenha valor econômico.

- Subtração de energia elétrica diretamente do poste (“gato”) = furto


mediante fraude
- Adulteração do medidor de energia para registrar consumo inferior
e gerar pagamento menor pelo consumidor = estelionato
- STF e STJ entendem que a captação clandestina de sinal de televisão
por assinatura não pode ser equiparada ao furto de energia elétrica,
tipificado no art. 155, § 3.º, do Código Penal, pela vedação à analogia
in malam partem
FURTO qualificado

Tese 4) Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de furto


praticado com corrupção de filho menor, ainda que o bem possua
inexpressivo valor pecuniário, pois as características dos fatos revelam
elevado grau de reprovabilidade do comportamento

Tese 5) A prática de furto qualificado, em regra, afasta a aplicação do


princípio da insignificância, por revelar, a depender do caso, maior
periculosidade social da ação e/ou elevado grau de reprovabilidade do
comportamento do agente.

Tese 6) É possível aplicar o princípio da insignificância ao crime de furto


qualificado quando há, no caso concreto, circunstâncias excepcionais que
demonstrem a ausência de interesse social na intervenção do Estado.
FURTO qualificado

§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o


crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração
da coisa (obstáculo deve ser diferente da coisa/perícia);
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada
(por cima ou por baixo –túnel) ou destreza (exceto se a vítima
perceber);
III - com emprego de CHAVE FALSA (qualquer coisa que
conseguir abrir, sem destruir);
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Nathan se passa por funcionário da Equatorial e adentra a
residência de Dona Maria. Aproveitando que essa está
distraída, coloca em sua mochila uma caixa JBL e um relógio de
pulso que estavam em uma mesa.

Nathan se passa por funcionário de uma empresa de consórcio que


Dona Maria participa. Nathan fala que Dona Maria precisa pagar a ele o
lance, para que seja contemplada. Dona Maria paga a partir de uma
maquineta que Natha disponibiliza. Nathan nunca mais deu as casa e
Dona Maria descobre que ele não era funcionário da empresa.
Nathan se passa por funcionário da Equatorial e adentra a
residência de Dona Maria. Aproveitando que essa está
distraída, coloca em sua mochila uma caixa JBL e um relógio de
pulso que estavam em uma mesa. Furto qualificado pela
fraude
Nathan se passa por funcionário de uma empresa de consórcio que
Dona Maria participa. Nathan fala que Dona Maria precisa pagar a ele o
lance, para que seja contemplada. Dona Maria paga a partir de uma
maquineta que Natha disponibiliza. Nathan nunca mais deu as casa e
Dona Maria descobre que ele não era funcionário da empresa. crime de
esletionato (a vítima dá a vantagem induzida em erro/fraude)
FURTO qualificado
4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) – C RIME HEDIONDO

§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante


fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à
rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de
programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado
gravoso: (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a
utilização de servidor mantido fora do território nacional;
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou
vulnerável. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
FURTO qualificado

§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de


veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou
para o exterior. (DEVE HAVER A EFETIVA TRANSPOSIÇÃO, se o veículo
não transpor, será o tipo simples consumado)

§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração


for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou
dividido em partes no local da subtração.
(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)

§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a


subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
FURTO DE COISA COMUM

Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio,


para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém,
a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.

§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum


fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito
o agente.
ROUBO PRÓPRIO

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para


outrem, mediante grave ameaça (VIOLÊNCIA
PRÓPRIA) ou violência a pessoa, ou depois de havê-
la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência (VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA):
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
ROUBO PRÓPRIO

Crime comum

Súmula 582 do STJ: “Consuma-se o crime de roubo com a


inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou
grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à
perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa
roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou
desvigiada.” TEORIA DA AMOTIO

Admite tentativa
Roubo

Luísa adora o carro da sua amiga Natália. Um dia, enquanto


estava na casa da sua amiga, Luísa dá um tapa na cara de
Natália e pega o carro da “amiga” para dar um passeio na
cidade. Ao voltar para a casa da amiga, para devolver o carro,
depara-se com a polícia. Luísa praticou o crime de roubo?

Sim. Ou seja, o agente que rouba alguma coisa para somente


usá-la e devolver, comete crime de roubo.
Roubo

Miguel ameaça matar Clara se ela não passar 500,00, logo após
essa sair do banco. Clara não possuía dinheiro na bolsa.
Ocorreu um crime impossível?

Não, houve a impropriedade do objeto, sendo um crime


tentado.
ROUBO IMPRÓPRIO

Art. 157 [...]

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de


subtraída a coisa (FURTO), emprega violência contra
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade
do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
MAJORANTES DO ROUBO

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:


I – (revogado – EMPREGO DE ARMA – ABRIL DE 2018 - retroatividade);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente
conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade
(PRECISA SER EM UM TEMPO RELEVANTE – CRIME HEDIONDO).
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego.

VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma


branca (VOLTOU A VIGORAR EM 23/01/2020 – SÓ SE APLICA PRA QUEM
PRATICOU CRIME APÓS ESSA DATA);
MAJORANTES DO ROUBO
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de
arma de fogo;
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo
mediante o EMPREGO de explosivo ou de artefato análogo
que cause perigo comum. (EXPLOSÃO NÃO É UTILIZADA
PARA AMEAÇAR)

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com


emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido,
aplica-se EM DOBRO a pena prevista no caput deste artigo.
(alteração do Pacote anticrime)
ROUBO QUALIFICADO

§ 3º Se da violência resulta:
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete)
a 18 (dezoito) anos, e multa;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta)


anos, e multa. (LATROCÍNIO – CONSUMA-SE COM A
MORTE, ainda que a subtração não tenha ocorrido –
SÚMULA 610 DO STF)
ROUBO QUALIFICADO

OBS: o latrocínio não é crime


preterdoloso, o agente pode agir com
culpa ou dolo em relação à morte

Obs: para o STJ, as majorantes não são


aplicadas às hipóteses de roubo qualificado
ROUBO

Súmula 443 do STJ: "O aumento na terceira fase


de aplicação da pena no crime de roubo
circunstanciado exige fundamentação concreta,
não sendo suficiente para a sua exasperação a mera
indicação do número de majorantes."
ROUBO

Pedro invade um ônibus e subtrai 8 pessoas no coletivo


com o emprego de arma branca. Houve concurso material
de crimes?

Concurso formal impróprio de roubos quando uma única


conduta subtrai uma pluralidade de patrimônios lesados
com vítimas distintas (assalto a coletivo)
ROUBO
Pedro invade um ônibus e subtrai 8 pessoas no coletivo
com o emprego de arma de fogo. Foi preso em flagrante.
No processo penal, descobriu-se que a arma empregada
era incapaz de disparar.

Simulacro, arma desmuniciada ou incapaz de disparar não


tem o poder de majorar o crime de roubo pelo emprego de
arma de fogo (entendimento jurisprudencial)

Ônus é da defesa – cabe a ela comprovar a alegação


MAJORANTES DO ROUBO

STJ - Jurisprudência em Teses - Edição nº 51

Tese 6) É prescindível a apreensão e perícia da arma de


fogo para a caracterização de causa de aumento de pena
prevista no art. 157, § 2º, I, do CP, quando evidenciado o
seu emprego por outros meios de prova.

Tese 7) Cabe a defesa o ônus da prova de demonstrar que


a arma empregada para intimidar a vítima é desprovida de
potencial lesivo.
Jéssica com uma arma, dá uma coronhada na cabeça de
Marcela e grita “Passa o celular, vagabunda!”. Marcela receosa,
tira o celular da bolsa e o entrega a Jéssica.

Lucas encosta uma faca nas costas de Mariane que estava


sacando dinheiro em um caixa 24h em um posto. Disse para ela
sacar 1000 reais ou ele ia mata-la. Mariane saca e lhe entrega o
dinheiro.
Jéssica com uma arma, dá uma coronhada na cabeça de
Marcela e grita “Passa o celular, vagabunda!”. Marcela receosa,
tira o celular da bolsa e o entrega a Jéssica. ROUBO

Lucas encosta uma faca nas costas de Mariane que estava


sacando dinheiro em um caixa 24h em um posto. Disse para ela
sacar 1000 reais ou ele ia mata-la. Mariane saca e lhe entrega o
dinheiro. EXTORSÃO (COLABORAÇÃO DA VÍTIMA É ESSENCIAL)
EXTORSÃO

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou


grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
outrem indevida vantagem ECONÔMICA, a fazer, tolerar
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Jéssica com uma imagem comprometedora, diz para Suellen
transferir a propriedade da casa para o seu nome, caso
contrário vai vazar na internet. Suellen transfere a
propriedade.

Lucas vendeu sua moto para Marcelo em 10 parcelas. Marcelo


pagou apenas 5. Lucas deu cinco socos em Marcelo e o
ameaçou de morte.
Jéssica com uma imagem comprometedora, diz para Suellen
transferir a propriedade da casa para o seu nome, caso
contrário vai vazar na internet. Suellen transfere a
propriedade. EXTORSÃO

Lucas vendeu sua moto para Marcelo em 10 parcelas. Marcelo


pagou apenas 5. Lucas deu cinco socos em Marcelo e o
ameaçou de morte. EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS
RAZÕES (ART. 345 DO CP – EXIGE VANTAGEM DEVIDA)
EXTORSÃO

Crime formal (Súmula 96 do STJ)- consuma-se


independentemente da obtenção a vantagem indevida
pelo agente

Segundo entendimento do STJ, no momento do


constrangimento (há divergência doutrinária)
Crime comum

Vítima não precisa ser a pessoa que vai ter que pagar/dar a vantagem
indevida, mas é aquela que é constrangida
EXTORSÃO
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito
de obter para si ou para outrem indevida vantagem ECONÔMICA, a fazer, tolerar que
se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma,


aumenta-se a pena de um terço até metade.

§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do


artigo anterior (QUANDO RESULTA EM LESÃO GRAVE E MORTE).

§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa


condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão,
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte,
aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
Clara trabalha como uber. Uma passageira aponta-lhe uma
arma e diz pra ela dirigir e parar em vários caixas eletrônicos
na cidade. Clara fica por 8h sob domínio da passageira
anônima

Kiara tem uma profissão almejada por todo brasileiro. Ela é


herdeira. Um dia estava saindo de um salão, quando lhe
colocam um capuz e lhe encarceram no porta-mala do carro. O
pai de Kiara recebe uma ligação em que um indivíduo exige
600 mil de resgate.
Clara trabalha como uber. Uma passageira aponta-lhe uma
arma e diz pra ela dirigir. Clara fica por 8h sob domínio da
passageira anônima sequestro ou cárcere privado

Kiara tem uma profissão almejada por todo brasileiro. Ela é


herdeira. Um dia estava saindo de um salão, quando lhe
colocam um capuz e lhe encarceram no porta-mala do carro. O
pai de Kiara recebe uma ligação em que um indivíduo exige
600 mil de resgate. Crime de extorsão mediante sequestro (a
pessoa é privada de liberdade, para que o agente exija resgate
de outra pessoa)
EXTORSÃO mediante sequestro

Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter,


para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos..

§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e


quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18
(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o
crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
EXTORSÃO mediante sequestro

Art. 159 - Seqüestrar pessoa (engloba o cárcere


privado) com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem (patrimonial), como condição ou
preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos..

(crime formal – consuma-se independente de


conseguir a vantagem)

Crime permanente
EXTORSÃO mediante sequestro

§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de


18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:


Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade,


facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
terços. (COLABORAÇÃO PREMIADA)
EXTORSÃO indireta

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de


dívida, abusando da situação de alguém,
documento que pode dar causa a procedimento
criminal contra a vítima ou contra terceiro:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.


USURPAÇÃO

Alteração de limites (DOLO)


Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou
qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para
apropriar-se, no todo ou em parte, de COISA IMÓVEL
ALHEIA:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem,
águas alheias;
USURPAÇÃO
Esbulho possessório
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício
alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a
esta cominada.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de
violência, somente se procede mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais


Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
DANO

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa


alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
multa.
CRIME COMUM
Elemento subjetivo – DOLO
CRIME COMISSIVO/ ADMITE OMISSÃO IMPRÓPRIA
CRIME SUBSIDIÁRIO

OBS: condômino não pratica o crime se causou dano a sua cota


de coisa fungível
DANO QUALIFICADO
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o
fato não constitui crime mais grave
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviços públicos;
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a
vítima:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da


pena correspondente à violência.
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem
consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico (revogado


tacitamente pelo art. 62, I da Lei 9.605/98)
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade
competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido


Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local
especialmente protegido por lei:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Ação penal
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV (por
motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a
vítima) do seu parágrafo e do art. 164 (PASTAGEM
INDEVIDA), somente se procede mediante queixa (AÇÃO
PENAL PRIVADA).
APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel,


de que tem a posse ou a detenção:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.


APROPRIAÇÃO INDÉBITA
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o
agente recebeu a coisa:

I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico,
liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições


recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de:


I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à
previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado
despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de
serviços;
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.
§ 2o É extinta APROPRIAÇÃO
a punibilidade INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA
se o agente, espontaneamente, declara,
confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e
presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou
regulamento, antes do início da ação fiscal.
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a


denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios;
ou
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou
inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de


parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior
àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais
Apropriação de coisa havida por erro, caso
fortuito ou força da natureza

Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia


vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força
da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no
todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do
prédio;
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou
legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente,
dentro no prazo de quinze dias.
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se
o disposto no art. 155, § 2º (Se o criminoso é primário, e é de
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.).
ESTELIONATO

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem,


vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil,
ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de
quinhentos mil réis a dez contos de réis.
ESTELIONATO

CRIME DOLOSO

CONSUMAÇÃO: OBTER VANTAGEM + ERRO/FRAUDE +


PREJUÍZO ALHEIO

O AGENTE FAZ A VÍTIMA ENGANADA ENTREGAR


VOLUNTARIAMENTE A VANTAGEM
Nathan se passa por funcionário da Equatorial e adentra a
residência de Dona Maria. Aproveitando que essa está
distraída, coloca em sua mochila uma caixa JBL e um relógio de
pulso que estavam em uma mesa. Furto qualificado pela
fraude (A FRAUDE AJUDA para que a vítima não tenha
vigilância sobre a coisa furtada)

Nathan se passa por funcionário de uma empresa de consórcio que


Dona Maria participa. Nathan fala que Dona Maria precisa pagar a ele o
lance, para que seja contemplada. Dona Maria paga a partir de uma
maquineta que Natha disponibiliza. Nathan nunca mais deu as casa e
Dona Maria descobre que ele não era funcionário da empresa. crime de
esletionato (a vítima dá a vantagem induzida em erro/fraude)
ESTELIONATO

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:


Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia
coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa
própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações,
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou
por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto
empenhado;
ESTELIONATO

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o


prejuízo (1 sal. Mínimo à época dos fatos), o juiz pode aplicar a
pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.

Art. 155 §2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa


furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção,
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de
multa.
ESTELIONATO

Josélia fica sabendo do falecimento de Antunes o qual era


aposentado. Visando ao benefício da pensão por morte, Josélia
usa uma certidão de casamento falsa para solicitar o benefício,
obtendo a sua almejada pensão por morte. Josélia praticou o
crime de fraude com uso de documento falso e/ou estelionato?

Súmula 17 do STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, não lhe


restando, pois, potencialidade lesiva, é por este absorvido.

A FRAUDE FOI MEIO PARA ATINGIR O FIM (ESTELIONATO


previdenciário), RAZÃO PELA QUAL É ABSORVIDA PELO
ESTELIONATO, DEVENDO JOSÉLIA RESPONDER APENAS PELO
ÚLTIMO CRIME
ESTELIONATO

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:


Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia
coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa
própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações,
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou
por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto
empenhado;
ESTELIONATO

Fraude na entrega de coisa


IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que
deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa
o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou
doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder
do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
ESTELIONATO

§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa,


se a fraude é cometida com a utilização de informações
fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de
redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico
fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)

§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a


relevância do resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização de
servidor mantido fora do território nacional.
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
RECEPTAÇÃO

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir


ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa
que sabe ser produto de crime (RECPTAÇÃO
PRÓPRIA), ou influir para que terceiro, de boa-fé, a
adquira, receba ou oculte (RECEPTAÇÃO
IMPRÓPRIA):

pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa.


RECEPTAÇÃO QUALIFICADA

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à
venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa
que deve saber ser produto de crime:
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino, inclusive o exercício em residência.
RECEPTAÇÃO

§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua


natureza ou pela desproporção entre o valor e o
preço, ou pela condição de quem a oferece, deve
presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as
penas.
§ 4º - A receptação é punível, ainda que
desconhecido ou isento de pena o autor do crime
de que proveio a coisa.
RECEPTAÇÃO

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,


pode o juiz, tendo em consideração as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na
receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do
art. 155.

§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado,


do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação
pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou
empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em
dobro a pena prevista no caput deste artigo.
DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE OS CRIMES
CONTRA O PATRIMÔNIO

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos


crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime


previsto neste título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE OS CRIMES
CONTRA O PATRIMÔNIO

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos


anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
pessoa;

II - ao estranho que participa do crime.

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade


igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

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