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DIREITO PENAL

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO PARTE ESPECIAL


1. FURTO

1.1. Simples

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.

• Quanto aos sujeitos ativo e passivo, trata-se de crime bicomum, podendo ser
praticado por ou contra qualquer pessoa;
• Se o sujeito ativo for servidor público que se vale das prerrogativas do cargo
para efetuar a subtração, estará caracterizado o crime de peculato furto (art.
312, § 1º);
• Quanto ao resultado naturalístico, é crime material, pois exige que haja a
efetiva subtração da coisa alheia móvel;
• Quanto ao elemento subjetivo, o crime é punido somente a título de dolo;
• Quanto ao momento da consumação, o crime se consuma quando o agente
passa a ter poder sobre a coisa, ainda que seja por um curto espaço de
tempo e sem a posse mansa e pacífica (teoria da amotio) – STF;
• Quanto à Justiça Competente, o furto será processado perante a Justiça
Estadual. Entretanto, quando praticado contra o patrimônio público da União,
será processado perante a Justiça Federal;
• O agente deve ter o ânimo de se apoderar do bem alheio - animus ren sibi
habendi - pois, se essa intenção não for comprovada, haverá o furto de uso,
que não é crime, desde que a devolução da coisa subtraída seja rápida e em
seu estado original;
• A coisa subtraída não pode ser de propriedade do infrator, pois, se for, estará
caracterizado o crime de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345);
• O furto famélico, o qual a vítima pratica o crime para saciar a fome, é
reconhecido como causa excludente de ilicitude (art. 24);
• A mera subtração de folha de cheque em branco não caracteriza furto, visto
o seu valor insignificante – STJ;
• A coisa de ninguém (nunca teve dono) e a coisa abandonada (dispensada por
alguém) não podem ser objeto material do crime de furto;
• A existência de sistema de vigilância e monitoramento não caracteriza crime
impossível, pois há possibilidade de consumação do furto:
Súmula 567/STJ - Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou
por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não
torna impossível a configuração do crime de furto.

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1.2. Majorante

§ 1º - A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

• Aplica-se ainda que se trate de residência desabitada - STJ;


• Aplica-se tanto ao furto simples quanto ao furto qualificado - STJ;

1.3. Furto Privilegiado

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode


substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3, ou aplicar
somente a pena de multa.

• A coisa de pequeno valor é aquela que não ultrapassa o valor de um salário


mínimo, cabendo ao Juiz, porém, analisar cada caso;
• É possível a figura do furto privilegiado-qualificado, desde que estejam
presentes os requisitos do privilégio e a qualificadora seja de ordem objetiva:
Súmula 511/STJ - É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art.
155 do CP nos casos de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do
agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

1.4. Cláusula de Equiparação

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.

• O crime de furto de energia elétrica requer que o agente se apodere de bem


que não está sob sua posse, pois, se o bem já estiver e o criminoso estiver
alterando o medidor, estará caracterizado o delito de estelionato (art. 171);

1.5. Qualificadoras

§ 4º - A pena é de reclusão de 2 a 8 anos, e multa, se o crime for cometido:


I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

• Se a violência for exercida contra o próprio bem furtado, não haverá


incidência da qualificadora;

II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

• O abuso de confiança é aproveitar a falta de vigilância do proprietário sobre


o bem, a fraude é o emprego de artifício para enganar a vítima, a escalada é
o esforço fora do comum realizado pelo criminoso e a destreza é a habilidade
peculiar na prática do crime;
• A qualificadora exige o vínculo especial de confiança, não sendo suficiente,
por si só, a mera relação de emprego ou hospitalidade;

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• O abuso de confiança é a única qualificadora incompatível com o privilégio,
tendo em vista ser de ordem subjetiva;

III - com emprego de chave falsa;

• Possui um conceito amplo, podendo ser tanto uma cópia da verdadeira,


quanto algum objeto que seja eficaz na empreitada criminosa;
• A ligação direta em veículo não é considerada chave falsa;

IV - mediante concurso de 2 ou mais pessoas.

• Se o crime for praticado por associação criminosa, todos os agentes


respondem pelo furto qualificado em concurso material com a associação
criminosa - STJ;

Súmula 442/STJ - É inadmissível aplicar, no furto qualificado pelo concurso de agentes,


a majorante do roubo.

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, se houver emprego de explosivo ou


artefato análogo que cause perigo comum.
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 a 8 anos, se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

• Se o agente não conseguir levar o produto do crime até outro estado/país,


haverá apenas o furto simples consumado;

§ 6o A pena é de reclusão de 2 a 5 anos se a subtração for de semovente domesticável


de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.

• É necessário que o animal subtraído seja destinado especificamente à


produção pecuária;

§ 6o A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, se a subtração for de substâncias


explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação,
montagem ou emprego.

QUALIFICADORAS DO FURTO
- Semovente domesticável de produção Reclusão de 2 a 5 anos
- Destruição ou rompimento do obstáculo
- Abuso de confiança, fraude, escalada, destreza
Reclusão de 2 a 8 anos
- Chave falsa
- Concurso de 2 ou mais pessoas
- Veículo automotor com transposição de fronteira Reclusão de 3 a 8 anos
- Emprego de explosivo ou artefato análogo
Reclusão de 4 a 10 anos
- Subtração de substância explosiva ou acessório

2. FURTO DE COISA COMUM

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Art. 156 - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.

• É crime próprio tanto para o sujeito ativo quanto para o sujeito passivo, visto que
exige a qualidade especial dos referidos (sócio, condômino ou coerdeiro);

2.1. Ação Penal

§ 1º - Somente se procede mediante representação.

2.2. Exclusão do crime

§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota
a que tem direito o agente.

• Não há crime se a coisa subtraída for fungível e não exceder a parte do


infrator;

3. ROUBO

3.1. Roubo Simples

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.

• Quanto ao bem jurídico tutelado, trata-se do patrimônio e da integridade


física e psíquica da vítima (crime pluriofensivo);
• Quanto ao sujeito ativo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa;
• Quanto ao sujeito passivo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado
contra qualquer pessoa;
• Quanto ao elemento subjetivo, o crime é punido a título de dolo, não
admitindo a forma culposa;
• A violência pode ser própria (o agente aplica força sobre a vítima) ou
imprópria (o agente usa algum meio que torna a vítima indefesa), não se
aplicando, nessa situação, o privilégio previsto no furto nem o princípio da
insignificância;
• Se o agente tiver a intensão de roubar a coisa para usá-la e, posteriormente,
devolver (roubo de uso), ainda assim será crime;
• O crime se consuma quando o agente passa a ter a posse sobre a coisa,
após ter praticado a violência ou grave ameaça (teoria da amotio):
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Súmula 582/STJ – Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em
seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.

• A ausência de valores em poder da vítima não configura o crime impossível,


pois a impropriedade do objeto é relativa, configurando-se a tentativa;
• A superioridade numérica de criminosos não é suficiente para caracterizar a
grave ameaça, servindo, no entanto, para qualificar o crime;
• Quanto à ação penal, é pública incondicionada, inexistindo possibilidade de
escusa absolutória devido ao emprego da grave ameaça;
• Não se aplicam o princípio da insignificância e o privilégio previsto para o
crime de furto – STF;
• A inexistência de bens ou dinheiro em poder da vítima de roubo não
caracteriza a hipótese de crime impossível, uma vez que o delito de roubo é
complexo, cuja execução inicia-se com a violência ou grave ameaça à vítima;
3.2. Roubo impróprio (Cláusula de Equiparação)

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.

• O roubo impróprio ocorre quando o agente utiliza a violência ou grave


ameaça após a subtração da coisa, como um meio assegurar sua impunidade;
• A violência deve ser empregada logo após a subtração da coisa, caso
contrário, haverá concurso material do crime de furto com a lesão ou ameaça,
a depender do caso concreto;

3.3. Roubo Circunstanciado (Majorante)

§ 2º - A pena aumenta-se de 1/3 até metade:


I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de 2 ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

CIRCUNSTÂNCIA AUMENTO DE PENA


1 Emprego de arma
2 Concurso de 2 ou mais pessoas
3 Serviço de transporte de valores 1/3 até a metade
4 Veículo automotor transportado
5 Restrição da liberdade da vítima

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• A causa de aumento de pena desse dispositivo é aplicada ao roubo próprio
e ao roubo impróprio;
• O termo “arma” deve ser interpretado como qualquer instrumento que possa
ser utilizado como tal e o seu uso deve se dar de maneira efetiva ou, ao
menos, o porte ostensivo;
• O uso de arma de brinquedo/simulacro não gera aplicação da majorante do
emprego de arma;
• É necessário perícia para apurar a potencialidade lesiva da arma, mas, se não
for possível, as demais provas podem ser utilizadas para comprovar o fato -
STJ;
• Se o roubo for praticado por associação criminosa, os agentes responderão
pelo roubo majorado pelo concurso de pessoas e pela associação criminosa,
em concurso material - STJ;
• O inimputável é contabilizado com os demais agentes para incidir o concurso
de pessoas;
• No roubo em que a vítima presta serviço de transporte de valores, para que
incida a majorante, o criminoso deve saber que a vítima está nessa situação;
• Se o veículo automotor não ultrapassar a fronteira, o agente responderá pelo
crime de roubo simples;

3.4. Roubo Qualificado

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 a 15 anos,


além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 a 30 anos, sem prejuízo da multa.

• Trata-se do roubo qualificado pelo resultado (L.C. Grave/Gravíssima ou


morte), não se aplicando as marjorantes do dispositivo anterior;
• Quando o resultado for a morte, estará caracterizado o latrocínio,
independentemente de a morte ter ocorrido por dolo (latrocínio doloso) ou
culpa (latrocínio preterdoloso), sendo, ainda, considerado crime hediondo;
• O crime de latrocínio se consuma com a ocorrência do resultado morte,
ainda que a subtração da coisa não tenha se consumado - STF:

VARIAÇÕES DO LATROCÍNIO
Subtração Consumada + Morte Tentada = Latrocínio Tentado
Subtração Consumada + Morte Consumada = Latrocínio Consumado
Subtração Tentada + Morte Tentada = Latrocínio Tentado
Subtração Tentada + Morte Consumada = Latrocínio Consumado

Súmula 610/STF - Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que


não realize o agente a subtração de bens da vítima.

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Súmula 603/STF - A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz
singular e não do tribunal do júri.

QUALIFICADORAS DO FURTO
- Semovente domesticável de produção Reclusão de 2 a 5 anos
- Destruição ou rompimento do obstáculo
- Abuso de confiança, fraude, escalada, destreza
Reclusão de 2 a 8 anos
- Chave falsa
- Concurso de 2 ou mais pessoas
- Veículo automotor com transposição de fronteira Reclusão de 3 a 8 anos
- Emprego de explosivo ou artefato análogo
Reclusão de 4 a 10 anos
- Subtração de substância explosiva ou acessório

4. EXTORSÃO

4.1. Extorsão Simples

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito
de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que
se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.

• Quanto ao bem jurídico tutelado, trata-se do patrimônio e da liberdade


individual da vítima (crime pluriofensivo);
• Quanto ao sujeito ativo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa;
• Quanto ao sujeito passivo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado
contra qualquer pessoa;
• Quanto ao elemento subjetivo, o crime é punido a título de dolo, não admitindo a
forma culposa;
• O constrangimento é mero meio para a obtenção da vantagem indevida.
Diferentemente do roubo, no qual o agente retira o bem da vítima sob coação, na
extorsão, a vítima o agente depende de que a vítima lhe entregue o bem;
• Quanto à tentativa, é possível na forma escrita;
• Quanto à ação penal, trata-se de crime de ação penal pública incondicionada;
• Quanto ao resultado, trata-se de crime formal, visto que a lei prevê o resultado
(vantagem econômica indevida), mas este é indiferente para a consumação do
crime - STJ;

Súmula 96/STJ - O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da


vantagem indevida.

Vantagem devida Exercício arbitrário das próprias razões


Vantagem sexual Estupro

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Vantagem moral, sem valor econômico Constrangimento ilegal

4.2. Extorsão Circunstanciada (Majorante)

§ 1º - Se o crime for cometido por 2 ou mais pessoas, ou com emprego de arma,


aumenta-se a pena de 1/3 até metade.

CIRCUNSTÂNCIA AUMENTO DE PENA


1 Concurso de 2 ou mais pessoas
1/3 até a metade
2 Emprego de arma

4.3. Extorsão Qualificada

§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo


anterior.

• Aplicam-se as penas do roubo qualificado à extorsão qualificada:

Reclusão de 7 a 15 anos Se resulta L.C. Grave


Pena
Reclusão de 20 a 30 anos Se resulta Morte

• Se a extorsão for qualificada pela morte, será considerada crime hediondo,


conforme a lei 8.072/90;

§ 3o Se o crime for cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa


condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de
6 a 12 anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.

• Trata-se do crime de sequestro relâmpago, no qual é necessário que o agente


restrinja a liberdade da vítima e que essa restrição seja necessária à obtenção
da vantagem;
• Aplicam-se as penas da extorsão mediante sequestro qualificada ao
sequestro relâmpago qualificado:

Reclusão de 16 a 24 anos Se resulta L.C. Grave


Pena
Reclusão de 24 a 30 anos Se resulta Morte

• Se a restrição for desnecessária, o agente responde por extorsão simples em


concurso material com sequestro/cárcere privado;
• Quanto à ação penal, é crime de ação penal pública incondicionada;

5. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO

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• Todas as modalidades são consideradas crime hediondo, conforme a lei 8.072/90;
• Quanto ao bem jurídico tutelado, trata-se do patrimônio e da liberdade de
locomoção da vítima (crime pluriofensivo);
• Quanto ao sujeito ativo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa;
• Quanto ao sujeito passivo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado
contra qualquer pessoa;
• Pessoa Jurídica pode ser sujeito passivo, caso a vítima seja um sócio, exigindo-se
dela um pagamento pelo resgate;
• Quanto ao elemento subjetivo, o crime é punido a título de dolo aliado à finalidade
especial de obter vantagem (dolo específico), não admitindo a forma culposa;
• Quanto à ação penal, trata-se de crime de ação penal pública incondicionada;
• O crime se consuma com a privação da liberdade da vítima, ainda que ela não
seja transferida para outro local;
• Quanto ao resultado, trata-se de crime formal, visto que a lei prevê o resultado,
mas este é indiferente para a consumação do crime – STF;
• Trata-se de crime permanente, visto que sua conduta se prolonga no tempo,
cabendo prisão em flagrante a qualquer momento;

5.1. Extorsão mediante sequestro simples

Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de 8 a 15 anos.

5.2. Extorsão mediante sequestro qualificada

§ 1º Se o sequestro durar mais de 24 horas, se o sequestrado for menor de 18 ou maior


de 60 anos, ou se o crime for cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de 12 a 20 anos.

• Se o crime for praticado por associação criminosa, todos os agentes


respondem pela extorsão mediante sequestro qualificada em concurso
material com a associação criminosa;

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:


Pena - reclusão, de 16 a 24 anos.

§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de 24 a 30 anos.

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5.3. Delação Premiada (Minorante)

§ 4º - Se o crime for cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à


autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de 1/3 a
2/3.

• Trata-se da colaboração premiada, que reduz a pena daquele que indica os


demais cúmplices, desde que facilite a liberação do sequestrado;

Roubo Extorsão Extorsão mediante sequestro


A subtração não precisa A subtração depende de A obtenção do resgate depende
da colaboração da vítima colaboração da vítima de colaboração de terceiro

6. EXTORSÃO INDIRETA

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra
terceiro:
Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.

• É necessário que o credor tenha o dolo específico de exigir o documento como


garantia de dívida e que se valha da condição de fragilidade da vítima;
• O crime pode ser formal ou material, a depender do efetivo recebimento pelo
agente;
• Quanto à ação penal, é crime de ação penal pública incondicionada;

7. USURPAÇÃO

7.1. Alteração de limites

Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de
linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e multa.

• É necessário o dolo específico de se apoderar da coisa alheia, ou seja, não se


pune a forma culposa;

7.2. Cláusula de Equiparação

§ 1º - Na mesma pena incorre quem:


I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

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II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de
2 pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.

§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.

7.3. Ação Pública

§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se


procede mediante queixa.

• A ação é pública incondicionada, mas, se a propriedade for particular e não


houver emprego de violência, será ação privada;

7.4. Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal
indicativo de propriedade:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

• Se o agente, além de praticar a supressão, também se apoderar dos animais,


haverá o crime de furto mediante fraude (o crime de usurpação é absorvido
– princípio da consunção);

8. DANO

• É um crime subsidiário, ou seja, estará caracterizado apenas se a conduta


criminosa não constituir crime mais grave;
• Quanto ao bem jurídico tutelado, trata-se do patrimônio (móvel ou imóvel);
• Quanto ao sujeito ativo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa;
• O condômino pode ser sujeito ativo, mas, se a coisa for fungível e o agente
deteriora apenas a sua cota-parte, não há crime, sendo furto de coisa comum;
• Quanto ao sujeito passivo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado
contra qualquer pessoa;
• Quanto ao elemento subjetivo, o crime é punido a título de dolo (por comissão ou
omissão - art. 13, §2), não admitindo a forma culposa;
• Quanto ao resultado, é crime material, pois exige que haja a efetiva deterioração
do bem jurídico alheio;
• Quanto à ação penal, é crime de ação penal pública incondicionada;
• Quanto à competência, será julgado perante o JECRIM, visto que se trata de uma
IMPO, exceto na forma qualificada;

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8.1. Dano Simples

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:


Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.

• Quanto à ação penal, é crime de ação penal privada;

8.2. Dano Qualificado

Parágrafo único - Se o crime for cometido:


I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime
mais grave;
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de
autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviços públicos;

IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:


Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

• Quanto à ação penal, o inciso IV é crime de ação penal privada;

9. APROPRIAÇÃO INDÉBITA

• O agente tem a posse sobre o bem e, posteriormente, em virtude da inversão do


ônus, recusa-se a devolvê-la;
• Trata-se de crime genérico, podendo ser afastado caso a conduta tipifique
infração penal mais específica;
• Se o agente praticar essa conduta valendo-se da qualidade de funcionário público,
estará caracterizado o crime de peculato apropriação (art. 312);
• A posse do criminoso sobre a cosia deve ser desvigiada, decorrendo da confiança
da vítima, pois, se a coisa for vigiada, o crime praticado será o de furto;
• Quanto ao bem jurídico tutelado, trata-se do patrimônio móvel, que se desdobra
em posse, propriedade e detenção;
• Quanto ao sujeito ativo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa;
• Quanto ao sujeito passivo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado
contra qualquer pessoa;
• Se o sujeito passivo for pessoa idosa, o crime será enquadrado na lei 10.741/03:
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento
do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 a 4 anos e multa.

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• Quanto ao elemento subjetivo, o crime é punido a título de dolo (por comissão ou
omissão - art. 13, §2), não admitindo a forma culposa;
• Quanto ao resultado, é crime material, pois exige que haja a efetiva apropriação
do bem jurídico alheio como se fosse própria;
• Quanto à ação penal, trata-se de crime de ação penal pública incondicionada;
• O crime se consuma com a inversão do ânimo do agente, cabendo a tentativa
caso o agente seja surpreendido no momento em que vende ou bem apropriado;

9.1. Apropriação Indébita Simples

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.

• Embora não se trate de uma IMPO, é cabível a suspensão condicional do


processo prevista no art. 89 da lei 9.099/95, já que possui pena mínima de 1
ano;

9.2. Majorante

§ 1º - A pena é aumentada de 1/3, quando o agente recebeu a coisa:


I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

10. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA

• Quanto ao bem jurídico tutelado, trata-se da previdência social;


• Quanto ao sujeito ativo, trata-se de crime próprio, sendo aquele que tem o dever
de recolher a contribuição e repassar à Previdência Social;
• Quanto ao sujeito passivo, trata-se de crime próprio, sendo a União;
• Quanto ao elemento subjetivo, o crime é punido a título de dolo (por omissão),
não sendo necessário o dolo específico de não repassar a devida contribuição;
• Não se admite a forma culposa nem a tentativa (crime unissubsistente);
• Quanto ao resultado, para a doutrina, é crime formal, consumando-se com a
mera omissão em repassar a quantia devida ao INSS. Entretanto, para o STF, é

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crime material, pois se consuma com o efetivo lançamento do crédito
previdenciário;
• Quanto à ação penal, trata-se de crime de ação penal pública incondicionada;
• Pode ser aplicado o princípio da insignificância até o limite de R$10 mil (STJ) e
R$20 mil (STF);
• Quanto à competência, o crime será processado perante a Justiça Federal;
• Trata-se, ainda, de norma penal em branco, visto que é necessária a observação
do prazo previdenciário para que o delito esteja caracterizado;

10.1. Apropriação Indébita Previdenciária Simples

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos


contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:
Pena – reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.

10.2. Cláusulas de equiparação

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:


I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência
social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou
arrecadada do público;
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado
despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de
serviços;
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já
tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.

10.3. Extinção da punibilidade

§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e


efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as
informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento,
antes do início da ação fiscal.

• Se o agente efetuar o pagamento e prestar todos os esclarecimentos


necessários antes da ação fiscal, estará extinta a punibilidade;
• O pagamento antes do trânsito em julgado extingue a punibilidade – STF;
• Caso haja parcelamento do pagamento, a extinção da punibilidade ficará
suspensa até sua quitação total;

10.4. Perdão Judicial

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§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o
agente for primário e de bons antecedentes, desde que:
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia,
o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para
o ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento


de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido,
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções
fiscais.

11. ESTELIONATO

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento:
Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.

• Trata-se de crime genérico, podendo ser afastado caso a conduta tipifique


infração penal mais específica;
• Quanto ao bem jurídico tutelado, trata-se do patrimônio e a boa-fé;
• Quanto ao sujeito ativo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa;
• Quanto ao sujeito passivo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado
contra qualquer pessoa;
• Quanto ao elemento subjetivo, o crime é punido a título de dolo aliado à
finalidade especial de obter a vantagem indevida em detrimento de outrem, não
admitindo a forma culposa;
• Quanto ao resultado, é crime material, consumando-se com a efetiva obtenção
da vantagem indevida, sendo plenamente possível a tentativa;
• Quanto à ação penal, trata-se de crime de ação penal pública incondicionada;
• Quanto à competência para julgamento, cabe à Justiça Estadual de onde ocorrer
o resultado;

Súmula 73/STJ – A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em


tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.

• Se o agente praticar o estelionato utilizando documento falso, responderá por


ambos os crimes, em concurso formal, porém a potencialidade lesiva do falso se
exaure no estelionato, sendo absorvido por este:

Súmula 17/STJ - Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade


lesiva, é por este absorvido.

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• Se o agente obtiver um cheque da vítima, o crime só estará consumado quando
da obtenção do valor descrito no cheque;

11.1. Estelionato Privilegiado

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar


a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.

• O Juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de


1/3 a 2/3 ou aplicar somente a multa;

11.2. Cláusula de Equiparação

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:


I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como
própria;
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável,
gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante
pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo,
a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a
alguém;
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou
a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver
indenização ou valor de seguro;
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe
frustra o pagamento.

• A única modalidade que se trata de crime formal é a do inciso V (fraude


contra seguro), pois o crime se consuma com a autolesão visando o
recebimento do seguro;
• Na emissão de cheque sem fundo, o agente deve ter o dolo específico de
não pagar e, se for reparado o dano antes do recebimento da denúncia,
impede o prosseguimento da ação penal:

Súmula 554/STF - O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após


o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.

Súmula 521/STF - O foro competente para o processo e julgamento dos crimes


de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de
fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.

Súmula 244/STJ - Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime


de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.

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• A emissão de cheque sem fundo para pagamento de dívida relativa a jogo
não configura crime, pois estas não são passíveis de cobrança judicial;

11.3. Majorante

§ 3º A pena aumenta-se de 1/3, se o crime for cometido em detrimento de entidade


de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência.

11.4. Estelionato Qualificado

§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.

12. RECEPTAÇÃO

• A receptação pode ser própria (adquire sabendo ser produto de crime) ou


imprópria (influencia para que terceiro de boa-fé adquira o bem);
• A receptação própria é crime material e a receptação imprópria é crime formal;
• Se o bem subtraído for produto de ato infracional, ainda assim estará
caracterizado o crime;
• Quanto ao objeto material, somente a coisa móvel pode ser objeto do crime de
receptação - STF;
• O perdão judicial é cabível somente na receptação culposa;
• Quanto ao elemento subjetivo, trata-se do dolo, mas deve ser com a intenção
de obter a vantagem (dolo específico), pois a mera intenção de ajudar quem
cometeu o crime anterior pode caracterizar o crime de favorecimento real:
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio
destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

12.1. Receptação Simples

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou


alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé,
a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.

• Quanto ao sujeito ativo, trata-se de crime comum, podendo ser praticado


por qualquer pessoa, exceto pelo partícipe que recebe sua cota-parte, pois
trata-se de um pós-fato impunível;
• Quanto ao sujeito passivo, trata-se de crime comum, podendo ser
praticado contra qualquer pessoa;

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12.2. Receptação Qualificada

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,


montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve
saber ser produto de crime:
Pena - reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.

• São condutas que se assemelham à receptação própria, mas são


decorrentes de atividade comercial, sendo, portanto, crime próprio;

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer


forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o
valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por
meio criminoso:
Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa, ou ambas as penas.

• Trata-se da receptação culposa, na qual o agente, por inobservância de


um dever de cuidado, adquire produto sem se atentar que pode ser
produto de crime;
• Se o réu for primário, o Juiz poderá aplicar o perdão judicial;

§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do


crime de que proveio a coisa.

• Se tiver havido absolvição no crime que originou a receptação em virtude


inexistência do fato, não haver prova da existência do crime ou existir
circunstância que exclua o crime, a receptação não será punível;

12.3. Receptação Privilegiada

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso for primário, pode o juiz, tendo em


consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-
se o disposto no § 2º do art. 155.

• Na receptação culposa, se o réu for primário, o Juiz poderá aplicar o perdão


judicial;
• Nas modalidades de receptação dolosa, se o criminoso for primário e a
coisa for de pequeno valor, o Juiz pode substituir a pena de reclusão pela
de detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente a multa;

12.4. Majorante

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§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de
Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro
a pena prevista no caput deste artigo.

• Se o produto de crime for patrimônio da Adm. Direta, Indireta ou


Concessionária, a pena será aplicada em dobro;

12.5. Receptação de Animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou


vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber
ser produto de crime:
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.

• O agente deve ter a finalidade específica de produção ou comercialização


do semovente;
• Não é cabível a suspensão condicional do processo (Lei 9.099/95), visto
que a pena mínima é superior a 1 ano;

13. DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou
natural.

• Trata-se da escusa absolutória, abrangendo também aqueles que vivem em


união estável;
• O fato não deixa de ser crime, mas o agente fica isento de pena (afasta a
punibilidade);

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é
cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

• Trata-se da escusa relativa, em que, embora os crimes contra o patrimônio sejam


de ação penal incondicionada, se forem praticados contra cônjuge divorciado,
irmão (legítimo ou não) ou tio/sobrinho (que coabita), a ação será condicionada
à representação;

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Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave
ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.

• A escusa absolutória e a escusa relativa não são aplicáveis ao terceiro que


participa do crime, ao crime for praticado com violência ou grave ameaça ou
contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;

ESCUSA ABSOLUTÓRIA ESCUSA RELATIVA NÃO SE APLICAM


(Isenta de pena) (Ação penal condicionada) (Responde pelo crime)
C Cônjuge (na constância) C Cônjuge (divorciado) V Violência / Grave ameaça
A Ascendente I Irmão E Estranho
D Descendente TS Tio, sobrinho (coabita) I Idade >= 60 anos

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