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PROCESSO PENAL

 Prisão provisória
Existem duas modalidades de prisão:

1. Cumprimento de pena – pessoa definitivamente condenada em pena privativa de


liberdade – pode ser em regime fechado, semiaberto ou aberto – pode progredir de
regime mais severo para os mais brandos após o cumprimento de parte da pena desde que
tenha méritos para a progressão
2. Prisão processual – quando existe necessidade de segregação cautelar do autor durante as
investigações ou tramitar da ação penal – provisória ou cautelar

Princípio da presunção da inocência – ninguém será considerado culpado até o transito em


julgado de sentença penal condenatória - pode prisão em flagrante ou por ordem escrita e
fundamentada do juiz competente – prisão processual é excepcional, mantida só até quando
houver necessidade - tempo que permanecer na prisão será descontado de sua pena em caso
de futura condenação (detração penal)

2 formas de prisão processual (ou cautelar)

1. Em flagrante – breve duração – delegado enviará copia do auto em até 24 horas após
prisão, devendo converte-la em preventiva ou conceder liberdade provisória
2. Preventiva
 Prisão em flagrante

Indica que o autor do delito foi visto praticando ato executório da infração penal e por isso
acabou preso por quem o flagrou

4 hipóteses:

1. Próprio ou real

Inciso I e II do artigo 302 CPP

I- Quem está cometendo a infração penal - sujeito é visto durante a realização dos atos
executórios da infração penal ou colaborando pra sua concretização

O autor ser preso em flagrante não possibilita a prisão de participes que não estejam em
situação flagrancial

Em alguns casos dispensa-se a presença do agente no local – exemplo: cocaína na casa do


agente, que não se encontra no momento – guardar constitui crime permanente

Exemplo: carro roubado na garagem não é

II- Quem acaba de cometer a infração

Sujeito é encontrado ainda no local dos fatos, imediatamente após encerrar os atos de
execução do delito

Exemplo: encontrado em casa ao lado do corpo da esposa

Necessidade de indícios veementes de que a pessoa encontrada é a autora do delito


III- Improprio ou quase flagrante

Quem é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser o autor da infração

Exemplo: furta a bolsa do balcão e sai correndo

O agente precisa já ter deixado o local do crime – após a realização de atos executórios – e que
seja perseguido

Não é necessário que a perseguição tenha se iniciado de imediato – logo que ele inicia a fuga
do local do delito – logo após abrange o tempo necessário para que polícia compareça ao local,
tome informações acerca das características físicas do autor e da direção por ele tomada

Após iniciado a perseguição não há prazo para sua efetivação – desde que estejam o tempo
todo no encalço dos criminosos – prazo de 24 apenas para lavrar o auto de prisão em flagrante
após essa ser iniciada

Início da perseguição diz respeito ao termino da ação delituosa e começo da fuga do bandido –
não pode considerar pressente a situação quando a vítima aciona a polícia horas ou dias após a
infração

Irrelevante a consumação – permite tentativa

IV- Presumido ou ficto

Quem é encontrado logo depois com instrumentos, armas, objetos ou papeis que faça
presumir ser ele o autor da infração

O sujeito não é perseguido, e sim localizado na posse das coisas mencionadas na lei – a
situação leva à conclusão de que ele é o autor do delito – exemplo: blitz ou quando flagra
furtador vasculhando bolsa em uma praça pública (já consumou sem a perseguição imediata)

“logo depois” depende do caso concreto – de acordo com a gravidade do crime

V- Provocado ou preparado

Exemplo: policial compra droga de traficante – nesse caso ele será acusado de trazes consigo,
guardar ou ter em deposito para trafico – e não pela venda

Agentes provocadores (vítima, autoridade, etc...) induzem, convencem alguém a praticar um


suposto delito enquanto ao mesmo tempo tomam providencias para que se torne impossível
sua consumação

Sumula 145 STF – é nulo o flagrante – não há crime – é impossível

Apesar da má fé do agente, o flagrante deverá ser relaxado – não houve ilícito penal

VI- esperado

é valido e regular, os agentes da autoridade cientes de que um crime pode ser cometido em
determinado local e horário, ficam à espreita para prender em flagrante no momento da
execução do delito – não há farsa ou induzimento

VII- forjado
é nulo, deve ser relaxado – foram criadas provas de um delito inexistente para viabilizar a
prisão - o autor da farsa deve responder por denunciação caluniosa e abuso de autoridade se
for funcionário publico – se a autoridade também for enganada (outra pessoa que forjou o
crime), assim que descobrir a farsa o juiz deve relaxar o flagrante

VIII-retardado – também chamado de diferido

utilizado para retardar flagrante de crimes praticados por organizações criminosas ou


trafico de drogas – as atividades dos agentes devem ser mantidas sob observação e
acompanhamento para que a prisão se concretize no momento mais eficaz do ponto
de vista da formação da prova e fornecimento de informações
 apresentação espontânea do agente
se o autor do delito não foi preso e não está sendo perseguido, sua apresentação
espontânea perante o delegado impede sua prisão em flagrante, devendo ser liberado
após sua oitiva – se a autoridade policial entender necessário devido a gravidade do
delito ou para viabilizar a investigação, pode decretar a prisão preventiva ou
temporária
 sujeito ativo
qualquer pessoa pode prender quem se encontra praticando delito em flagrante, as
autoridades policiais e seus agentes tem o dever
1. flagrante obrigatório
também chamado de compulsório ou necessário – é o caso das autoridades policiais –
se apresentar perigo de vida não é necessário – o descumprimento do dever
caracteriza crime de prevaricação e infração administrativa em casos de desleixo,
preguiça ou por interesse pessoal
2. flagrante facultativo
qualquer pessoa pode, trata de providencia opcional, descumprimento não acarreta
consequência
 sujeito passivo
regra: qualquer pessoa – há exceções
1. presidente da republica
não pode por mais grave que seja o crime praticado
2. deputados federais/estaduais e senadores
somente por crime inafiançável, nas 24 horas seguintes os autos serão remetidos à
respectiva casa para votação
3. membros do poder judiciário e do MP
apenas crimes inafiançáveis
4. advogados
somente por motivo de exercício da profissão em caso de crime inafiançável
5. diplomatas estrangeiros
suas regras são aplicadas, salvo sentido contrario em tratados, convenções ou regras
internacionais ratificadas pelo brasil – não podem ser presos de forma nenhuma
6. menores de idade
são inimputáveis – se for maior de 12 anos e menor de 18 anos é possível apreensão
em flagrante
7. inimputáveis por razões mentais
podem ser presos em flagrante para eventual aplicação de medida de segurança –
pode ser convertida em internação provisória, o tempo de internação poderá ser
descontado na futura medida de segurança aplicada (detração) – vale para semi-
imputabilidade
8. eleitor
não pode ser preso 5 dias antes das eleições até 48 horas após o encerramento, salvo
na hipótese de flagrante delito ou crime inafiançavel
9. membros das mesas receptoras e fiscais de partido
nos dias das eleições só pode por flagrante
10. candidato
15 dias antes das eleições só pode por flagrante
 crimes que admitem

■ A prisão é possível, mas o auto só pode ser lavrado se o ofendido


CRIMES DE AÇÃO PRIVADA requerer.

CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA


CONDICIONADA À ■ O ato prisional é possível, mas a lavratura do auto pressupõe a prévia
REPRESENTAÇÃO representação da vítima.

■ O autor da infração pode ser preso, porém o auto de prisão não será
INFRAÇÕES DE MENOR lavrado, mas mero termo circunstanciado, se ele for imediatamente
POTENCIAL OFENSIVO levado ao JECrim ou assumir o compromisso de fazê-lo.

HOMICÍDIO E LESÃO CULPOSA


NA DIREÇÃO DE VEÍCULO ■ É vedada a prisão em flagrante daquele que presta imediato e integral
AUTOMOTOR socorro à vítima.

CRIMES PERMANENTES ■ A prisão pode se dar enquanto não cessada a permanência.

■ É viável o flagrante em relação à prática de cada um dos crimes que


CRIME CONTINUADO compõem a continuidade.

CRIME HABITUAL ■ Apesar das controvérsias é possível o flagrante, desde que o


responsável pela prisão tenha constatado a realização de vários atos
que indiquem a habitualidade.

 Auto de prisão em flagrante


Documento elaborado sob a presidência da autoridade policial a quem foi apresentada
a pessoa em flagrante, no qual constam as circunstancias do delito e da prisão – deve
ser lavrado no prazo de 24 horas a contar do ato da prisão – exige que a copia dele seja
enviada ao juiz competente dentro desse prazo para apreciar a legalidade da prisão
Geralmente se da na mesma cidade em que se consumou a infração penal, mas pode
ocorrer em outro local – o auto será lavrado no local em que se deu a prisão (aplica ao
preventivo e ao presumido) – se não existir local apto para presidir a lavratura do auto,
o preso será encaminhado até o município mais próximo
O eventual desrespeito às regras não gera a nulidade do auto de prisão
 Procedimento para lavratura do auto de prisão
Uma vez dado a voz de prisão a pessoa deve ser presa e as testemunhas devem ser
levadas à presença da autoridade policial – se não for ilícito penal ou se não for
flagrante deverá ser relaxada – se não for flagrante deve lavrar boletim de ocorrência,
pois continua sendo crime – se estiver tudo correto deve lavrar auto de prisão – deve
escutar o condutor e as testemunhas, interrogar o preso e lavrar o auto
 Nota de culpa
Documento no qual a autoridade da ciência ao preso dos motivos de sua prisão, do
nome do condutor e das testemunhas, deve ser entregue ao preso no prazo de 24
horas
 Providencias tomadas pelo juiz ao receber a copia da prisão em flagrante
I — relaxar a prisão ilegal;
II — converter a prisão em flagrante em preventiva se presentes os requisitos do art.
312 do CPP (se não se mostrar adequada ou suficiente a aplicação de medida cautelar
diversa da prisão);
III — conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
1. Relaxamento da prisão
Prisão ilegal deve ser relaxada imediatamente
a) falta de formalidade essencial na lavratura do auto. Exs.: ausência de oitiva do
condutor, falta de entrega da nota de culpa etc.;
b) inexistência de hipótese de flagrante. Ex.: pessoa presa muitos dias após a prática do
crime.
Nessas duas hipóteses o juiz poderá decretar preventiva caso entenda que estão
presentes os requisitos
c) atipicidade do fato narrado pelas pessoas ouvidas no auto de prisão;
d) excesso de prazo da prisão, ou seja, delegado que, por alguma razão, demora a
enviar a cópia do auto de prisão ao juiz competente.
2. conversão do flagrante em preventiva
Após a legalidade da prisão em flagrante, o juiz deve decidir se concede liberdade
provisória ou decreta prisão preventiva, somente se atender aos requisitos legais. Deve
avaliar a gravidade do delito, os antecedentes do preso e a probabilidade de ameaça à
vítima. Para converter o flagrante em prisão preventiva, é necessário que o juiz
entenda que outras medidas cautelares não são suficientes. O juiz não pode decretar a
prisão preventiva de ofício e depende de representação da autoridade policial ou
requerimento do Ministério Público, querelante ou assistente. Recentemente, o
Superior Tribunal de Justiça proclamou a ilegalidade de o juiz decretar, de ofício, prisão
preventiva, incluindo a conversão do flagrante em preventiva.
2. Concessão de liberdade provisória
Juiz recebe a comunicação de que a pessoa foi presa em flagrante e que o delegado
não arbitrou fiança, então verifica se estão presentes os requisitos da prisão
preventiva, se tiver deve converter desde que tenha entendido não ser suficiente
medida cautelar diversa da prisão – se ausente deve conceder liberdade provisória
 Audiência de custodia
o juiz deve deliberar sobre a legalidade da prisão e a necessidade de sua manutenção,
no prazo máximo de 24 horas após a prisão, com a presença do autuado, do defensor e
do representante do Ministério Público. Durante a audiência, é vedada a presença dos
agentes policiais responsáveis pela prisão ou pela investigação.

 Prisão preventiva
Decretada exclusivamente pelo juiz – exigência de que o fato investigado seja
criminoso, tenha indícios de autoria e prova de materialidade da infração em apuração
– fumus boni iuris
Há necessidade de segregação do acusado antes da condenação por se tratar de
pessoa perigosa ou que está prestes a fugir para outro país etc – é medida excepcional
A decisão deve ser fundamentada – quando há dois ou mais infratores a decisão deve
apreciar a situação específica de cada um deles – não permite decretação com
finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de
investigação criminal ou da apresentação ou recebimento da denuncia
Tem natureza interlocutória simples – cabe habeas corpus – cabe recurso em sentido
estrito contra decisão que revoga a prisão preventiva
 Oportunidade de decretação
a) Quando o autor da infração tiver sido preso em flagrante e o juiz, ao receber a
cópia do auto no prazo de 24 horas da prisão, convertê-la em preventiva.
Não é necessário requerimento do MP ou representação da autoridade policial - juiz
só decreta se concluir que são inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão
b) Quando o autor da infração não tiver sido preso em flagrante, mas as
circunstâncias do caso concreto demonstrarem sua necessidade.
Nessa hipótese o juiz não pode decretar de oficio a prisão preventiva, mas apenas se
houver requerimento da acusação ou da representação da autoridade policial
c) Quando o acusado descumprir, injustificadamente, medida cautelar diversa da
prisão anteriormente imposta.
Artigo 282 parag 4
 Requisitos
Artigo 312
1. Fundamentos
Pode ser declarada como garantia da ordem publica, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal, para assegurar a aplicação da lei penal ou em caso
de descumprimento das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares
a) Garantia da ordem publica
Cabível quando se mostra necessário afastar imediatamente o acusado do convívio
social em razão da sua grande periculosidade demonstrada pelo cometimento de delito
de extrema gravidade ou por ser pessoa voltada à pratica reiterada de infrações penais
- deve o juiz apreciar esta gravidade de acordo com as circunstâncias daquele crime em
apuração no caso concreto. Se não fosse assim, a prisão preventiva seria compulsória
sempre que determinada espécie de crime fosse cometido
é plenamente possível a decretação da prisão em crimes afiançáveis, desde que as
circunstâncias de execução do delito indiquem a necessidade de custódia do infrator e
que presentes as condições de admissibilidade do art. 313 do CPP
O clamor público provocado por determinado delito, geralmente explorado à exaustão
por certos órgãos da imprensa, não justifica, por si só, a decretação da preventiva.
b) Garantia da ordem econômica
c) Conveniência da instrução criminal
d) Garantia da futura aplicação da lei penal
e) Descumprimento de obrigações impostas por força de outras medidas cautelares
 Primariedade, bons antecedentes residência e emprego fixo
lei não prevê nenhum desses fatores como causa impeditiva da prisão, se, por outro
lado, estiver presente algum dos fundamentos autorizadores da decretação - se
ausentes os motivos autorizadores da prisão, não poderá ela ser decretada apenas com
o fundamento de que o réu é morador de rua ou está desempregado
 Pressupostos
Só é possível a prisão preventiva se, no caso concreto, houver prova da existência do
crime (materialidade), indícios suficientes de autoria e de perigo gerado pelo estado de
liberdade do imputado – não obriga o MP a oferecer a denuncia de imediato -
impossibilidade de prisão preventiva nas contravenções penais
 Condições de admissibilidade
1) Que o crime seja doloso com pena máxima superior a 4 anos
2) Que o réu seja reincidente em crime doloso
3) Garantia das medidas protetivas de urgência, se o crime for contra a mulher, idoso,
enfermo, menor ou deficiente
4) Se houver dúvida quanto à identificação civil do acusado e este se recusar a
esclarecê-la
 Infrações abstratamente punidas apenas com multa ou pena restritivas de direito
não pode ser decretada, em nenhuma hipótese, se à infração cometida não for
cominada pena privativa de liberdade isolada, cumulativa ou alternativamente -
existem também algumas contravenções apenadas somente com multa como a de
importunação ofensiva ao pudor - CPP inviabiliza a prisão preventiva para toda e
qualquer espécie de contravenção (ainda que punida com pena de prisão)
 Indícios de causa excludente da ilicitude
vedada a decretação de prisão preventiva se o juiz verificar, pelas provas constantes
dos autos, que o agente praticou o ato sob o manto de uma das excludentes de
ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direito ou estrito
cumprimento do dever legal)
 Apresentação espontânea do acusado
decorria e continua decorrendo da necessidade de segregação do réu em relação aos
seus pares constatada pelo juiz no caso concreto
 Revogação e nova decretação
o juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no
decorrer da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela
subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Todas essas decisões deverão ser devidamente fundamentadas
 Sentenças condenatórias e de pronuncia
por ocasião da sentença condenatória ou da pronúncia, o juiz, obrigatoriamente e de
forma expressa, deverá analisar se estão presentes os requisitos da prisão preventiva
que são os mesmos da prisão preventiva decretada em qualquer fase processual
anterior. Em outras palavras, se o réu que estiver sendo condenado ou pronunciado
estiver solto, o juiz deverá analisar se, em razão da sentença, mostra-se necessária a
decretação de sua preventiva. Se estiver preso, deverá apreciar se continua necessária
sua prisão e, caso a conclusão seja em sentido contrário, deverá revogar a preventiva
anteriormente decretada.
atualmente não mais existem formas específicas de prisão processual denominadas
“prisão por sentença condenatória” e “prisão por pronúncia” com regras próprias. O
que existe é a prisão preventiva decretada por ocasião da sentença condenatória ou da
pronúncia.
 Formalidades no cumprimento de prisão
Artigo 285
 Duração
a) Conclusão do inquérito: 10 dias (ou 15 em se tratando de crime de competência da
Justiça Federal), prorrogáveis por mais 15.
b) Oferecimento de denúncia: 5 dias.
c) Recebimento da denúncia: 5 dias, uma vez que se trata de decisão interlocutória
simples (art. 800, II, do CPP).
d) Resposta escrita do réu: 10 dias a contar da citação. Caso, porém, o réu não
apresente sua resposta no prazo, por meio de defensor constituído, os autos irão
conclusos para o juiz nomear defensor dativo ao réu que, após a intimação, terá outros
10 dias para oferecer a resposta.
e) Apreciação do magistrado quanto à resposta escrita com possibilidade de absolvição
sumária: 10 dias, posto que o juiz pode proferir sentença absolutória (art. 800, I, do
CPP).
f) Audiência para oitiva de testemunhas, debates e sentença: 60 dias
devem ser somados ao de 24 horas para cada andamento a ser dado pelo cartório
judicial

 Prisão domiciliar
possibilitou ao indiciado ou réu permanecer fechado em sua residência, e não em
estabelecimento prisional, nas seguintes hipóteses:
a) se for maior de 80 anos;
b) se estiver extremamente debilitado por motivo de doença grave;
c) se se tratar de pessoa imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6
anos de idade ou com deficiência;
d) se se cuidar de gestante;
e) se for mulher com filho de até doze anos de idade incompletos;
f) se for homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até doze
anos de idade incompletos.
A lei assegurou gestantes, mães ou mulheres responsáveis por crianças ou pessoas com
deficiência a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, exceto em casos
de crimes cometidos com violência contra pessoa ou grave ameaça ou contra seus
filhos ou dependentes. (poder-dever do juiz em aplicar)
Haverá mera faculdade de aplicar a modalidade domiciliar de prisão preventiva quando
se cuidar de pessoa maior de 80 anos, de pessoa extremamente debilitada em razão de
doença grave, de homens responsáveis pelos cuidados de crianças ou de pessoas com
deficiência, ou, ainda, de mulheres gestantes ou que forem mães ou responsáveis por
crianças ou pessoas com deficiência que tenham praticado crime mediante violência
ou grave ameaça ou contra seu filho ou dependente.
Os que não possuírem própria residência não poderão utilizar essa modalidade de
prisão – tem direito à detração, poderá descontar na pena a ser futuramente cumprida
- o indivíduo é monitorado eletronicamente e deve cumprir uma série de obrigações,
como não sair de casa sem autorização, não receber visitas não autorizadas, entre
outras - é ônus do acusado fazer prova de que está em uma das situações para as quais
se mostra cabível a prisão domiciliar

 Prisão temporária
Medida privativa da liberdade de locomoção, decretada por tempo determinado,
destinada a possibilitar as investigações de crimes considerados graves, durante o
inquérito policial
Caberá quando:
I — Quando for imprescindível para as investigações durante o inquérito policial, ou
seja, quando houver indícios de que, sem a prisão, as diligências serão malsucedidas.
II — Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade.
III — Quando houver indícios de autoria ou de participação em um dos seguintes
crimes: homicídio doloso, sequestro ou cárcere privado, roubo, extorsão ou extorsão
mediante sequestro, estupro, epidemia ou envenenamento de água ou alimento,
quadrilha, genocídio, tráfico de entorpecentes, crime contra o sistema financeiro ou
crimes previstos na Lei de Terrorismo.
Possibilita nos crimes de terrorismo, tortura e em todos os crimes hediondos
Só pode ser decretada durante o inquérito policial, nunca durante o tramitar da ação
 Procedimento
Só pode ser decretada pelo juiz, que não pode fazer de ofício – depende de
requerimento do MP ou representação da autoridade policial
Feito aos autos conclusos ao juiz, ele terá 24 horas para proferir sua decisão, de forma
fundamentada - O Juiz poderá, de ofício, ou em razão de pedido do Ministério Público
ou do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito
Cabe recurso em sentido estrito contra a decisão que denega a decretação da prisão
temporária e habeas corpus - Caso decretada a prisão, será expedido mandado de prisão em
duas vias, sendo que uma delas será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa - A
prisão só poderá ser executada após a expedição do respectivo mandado

Os presos temporários devem permanecer obrigatoriamente separados dos demais detentos -


Em todas as comarcas e seções judiciárias deve haver plantão permanente de vinte e quatro
horas do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos pedidos de prisão
temporária.

 Prazos

Duração é de 5 dias, prorrogável por mais 5 dias em caso de extrema e comprovada


necessidade – só o juiz pode prorrogar
Quando se trata de crime hediondo, tráfico de drogas, terrorismo ou tortura pode ser
decretada por 30 dias e ser prorrogada por mais 30 dias – juiz pode decretar por tempo inferior
ao máximo estabelecido

Quando o prazo expirar o indiciado estará libertado imediatamente, salvo se já tiver sido
decretado prisão preventiva ou prorrogado a temporária – a não libertação constitui abuso de
autoridade – não pode soltar antes do prazo – o prazo começa no dia da prisão

 Prisão em residência
Pode ocorrer:
a) em razão de prisão em flagrante;
b) em decorrência de cumprimento de mandado de prisão expedido por ordem
judicial.
prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e hora, respeitadas as restrições relativas à
inviolabilidade de domicílio
1) prisão em flagrante: mesmo contra a vontade do morador, pode-se invadir a
residência, a qualquer hora, do dia ou da noite, para prender o agente que esteja em
situação de flagrância, desde que a medida esteja amparada por fundadas razões,
passíveis de demonstração a posteriori, de que a infração estivesse
2) prisão por mandado:
a) se houver consentimento do morador, é possível que se ingresse na casa para
cumprir a ordem de prisão a qualquer hora, do dia ou da noite;
b) sem o consentimento do morador, o cumprimento só pode se dar durante o dia. o
executor após receber a negativa, convocará duas testemunhas e entrará à força, ainda
que tenha de arrombar as portas - se o fato ocorrer durante a noite, o mandado não
poderá ser cumprido sem a autorização do morador - o executor fará guardar todas as
saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanhecer, arrombará as portas, na
presença das duas testemunhas, e efetuará a prisão.
O morador que, durante o dia, não permite a entrada de policiais em sua casa para o
cumprimento de mandado de prisão contra terceiro, incorre em crime de
favorecimento pessoal, salvo se a pessoa procurada for seu ascendente, descendente,
cônjuge (companheiro) ou irmão - o morador, em tal hipótese, será levado à presença
da autoridade para que contra ele tome as providências legais. Se a recusa em permitir
a entrada dos policiais ocorrer durante a noite, o fato será atípico porque o morador
encontra-se no exercício regular de direito — causa excludente de ilicitude.
 Emprego de força
para a concretização da prisão em flagrante ou o cumprimento do mandado de prisão
não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou
tentativa de fuga da pessoa a ser presa. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o
executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
defender-se ou para vencer a resistência, sendo que de tudo se lavrará auto subscrito
por duas testemunhas
 Uso de algemas
garante a toda pessoa em desfavor de quem for executada a prisão a prerrogativa de
não ser algemada, salvo se houver documento escrito que justifique a existência de
uma das situações excepcionais que a autorizam. Na prática, entretanto, o que se vê é
que a imensa maioria dos presos tem sido conduzida algemada ao distrito policial ou
ao Fórum.
 Medidas cautelares
não constituem antecipação da pena, pois ninguém pode ser considerado culpado até o
trânsito em julgado da sentença condenatória

na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz


deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que
justifiquem a aplicação da medida adotada
1. Comparecimento periódico em juízo
Consiste na determinação de que o indiciado ou réu compareça à presença do
magistrado em periodicidade que vier a ser definida (diariamente, semanalmente,
mensalmente etc.), para demonstrar, por meio de prova idônea, as atividades que
realiza, o que permitirá ao juízo exercer alguma fiscalização sobre ele - sempre que
aplicar essa medida, o juiz deve se empenhar em entrevistar diretamente o
destinatário, com intervalos não muito longos entre os comparecimentos, para que a
providência não passe a constituir mera formalidade, tal como ocorreria se a tarefa de
indagar e ouvir o indiciado ou réu fosse entregue a serventuário ou se tivesse lugar de
forma demasiado espaçada.
2. Proibição de acesso ou frequencia a determinados lugares para evitar risco de
novas infrações
É possível que a frequência do indiciado ou réu a determinados lugares ou a
estabelecimentos de certa natureza favoreça o cometimento de novas infrações de sua
parte, daí por que o juiz, diante de tal constatação, poderá interditar-lhe a estada em
um ou vários lugares (campos de futebol, bares, rodeios, casas noturnas, casas de jogos
etc.). É recomendável que esta medida seja aplicada cumulativamente com a
monitoração eletrônica, para que se possa fiscalizar se o destinatário está respeitando
as restrições estabelecidas.
3. Proibição de manter contato com pessoa determinada
Como a vitima, testemunha, coautor etc – não pode proibir de ter contato com seu
advogado
4. Proibição de ausentar-se da comarca
A proibição em questão pode ser absoluta, quando o juiz entender que se justifica a
imposição de restrição total à possibilidade de saída do território da comarca. Pode,
também, ser relativa, acaso se entenda que sua finalidade será alcançada ainda que o
indiciado ou réu seja autorizado, por exemplo, a sair da comarca para trabalhar.
5. Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga
pressupõe a existência de prova inequívoca de que o indiciado ou réu tem residência e
trabalho fixos - deverá o juiz aplicá-la, em regra, cumulativamente com a medida de
monitoração eletrônica, pois a mera obrigação de recolher-se, sem a correspondente
fiscalização, desnatura a medida. É possível que a fiscalização seja cometida à Polícia
Judiciária, hipótese em que o juiz deverá exigir relatório circunstanciado das diligências
periodicamente realizadas.
6. Suspensão do exercício de função publica ou de atividade de natureza econômica
ou financeira
Havendo fundamento para concluir que o exercício de função pública ou de atividade
econômica ou financeira favoreça a prática de nova infração penal, o juiz poderá
interditar temporariamente seu exercício, comunicando, conforme o caso, ao
respectivo órgão público ou entidade de classe.
7. Internação provisória
somente em relação a infrações praticadas com violência ou grave ameaça e que
pressupõe, além da constatação, em decorrência da instauração de incidente de
insanidade, de que o indiciado ou réu é inimputável ou semi-imputável, a
demonstração de que apresenta considerável potencial de reincidência. A internação
deve ocorrer em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou, à falta, em outro
estabelecimento adequado.
8. Fiança
forma de assegurar o comparecimento do réu aos atos do processo ou para evitar a
obstrução do seu andamento, na medida em que, caso descumpra tais obrigações, o
juiz poderá declarar quebrada a fiança, o que importará a perda de metade de seu
valor, além da possibilidade de decretação de novas medidas cautelares ou da prisão
preventiva.
9. Monitoração eletrônica
sujeição do destinatário a fiscalização por meio de sistemas eletrônicos, de modo a
permitir sua imediata localização. Para execução dessa medida, o indiciado ou réu
deverá utilizar, junto ao corpo, dispositivo tecnológico próprio, em geral tornozeleira,
vedada a utilização de equipamentos que exponham a risco sua saúde.
10. Proibição de ausentar-se do país
As autoridades responsáveis pelos órgãos de controle marítimo, aeroportuário e de
fronteiras serão comunicadas sobre a proibição, ao passo que o réu terá de depositar o
passaporte em juízo em 24 horas. A recusa em entregar o documento no prazo
ensejará a decretação da prisão preventiva.
 Duração
Não há previsão de prazo máximo de duração das medidas cautelares, o que autoriza a
conclusão de que os efeitos da decisão que as decreta devem perdurar enquanto
subsistir a sua necessidade. Deve o juiz, entretanto, notadamente no que se refere à
prisão, pautar-se pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade para
estabelecer os casos em que a duração da medida se mostra excessiva.
 Detração
É aplicável
 Requisitos
a) risco para aplicação da lei penal: ocorre quando se verifica a probabilidade de que o
investigado ou acusado tentará subtrair-se ao cumprimento da pena acaso venha a ser
condenado;
b) risco para a investigação ou instrução criminal: tem lugar quando o investigado ou
acusado cria sérios embaraços para a regular obtenção de provas, tal como na hipótese
de ameaçar ou corromper testemunhas;
c) nos casos expressamente previstos, risco de o investigado ou acusado voltar a
praticar infração penal: hipótese em que a personalidade ou os antecedentes do
investigado ou réu ou, ainda, as circunstâncias da conduta autorizam a conclusão de
que o agente apresenta considerável potencial de reincidência.
 escolha da medida
O juiz deve escolher a mais adequada para a situação do crime, circunstancia do fato e
condições pessoas do indiciado ou acusado – deve ser proporcional - não podem ser
aplicadas às infrações penais para as quais não haja previsão de pena privativa de
liberdade em abstrato, de forma isolada, cumulativa ou alternativa com outra espécie
de pena – juiz pode aplicar de forma isolada ou cumulativamente, não há limite em
relação à quantidade de obrigações que podem ser impostas simultaneamente,
devendo apenas ter logica entre elas – juiz pode de oficio ou a requerimento das
partes revogar ou substituir e ainda voltar a decretar – em caso de descumprimento o
juiz pode impor outra, substituir ou declarar prisão preventiva (só quando não for
possível a substituição por outra medida cautelar
 Processo
O juiz ouvirá a parte contraria antes de decidir sobre o pedido, determinará sua
intimação com o fornecimento de copia do requerimento e de peças relevantes – 5
dias para parte se manifestar
 Recurso
A decisão que indefere pedido de qualquer medida cautelar ou que decreta cautelar
diversa da pleiteada pela parte expõe-se a recurso em sentido estrito - é possível
concluir que houve omissão involuntária do legislador, o que autoriza o emprego da
analogia. Também a decisão que revoga a medida cautelar é desafiada por recurso em
sentido estrito.

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