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Prisão provisória
Existem duas modalidades de prisão:
1. Em flagrante – breve duração – delegado enviará copia do auto em até 24 horas após
prisão, devendo converte-la em preventiva ou conceder liberdade provisória
2. Preventiva
Prisão em flagrante
Indica que o autor do delito foi visto praticando ato executório da infração penal e por isso
acabou preso por quem o flagrou
4 hipóteses:
1. Próprio ou real
I- Quem está cometendo a infração penal - sujeito é visto durante a realização dos atos
executórios da infração penal ou colaborando pra sua concretização
O autor ser preso em flagrante não possibilita a prisão de participes que não estejam em
situação flagrancial
Sujeito é encontrado ainda no local dos fatos, imediatamente após encerrar os atos de
execução do delito
Quem é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser o autor da infração
O agente precisa já ter deixado o local do crime – após a realização de atos executórios – e que
seja perseguido
Não é necessário que a perseguição tenha se iniciado de imediato – logo que ele inicia a fuga
do local do delito – logo após abrange o tempo necessário para que polícia compareça ao local,
tome informações acerca das características físicas do autor e da direção por ele tomada
Após iniciado a perseguição não há prazo para sua efetivação – desde que estejam o tempo
todo no encalço dos criminosos – prazo de 24 apenas para lavrar o auto de prisão em flagrante
após essa ser iniciada
Início da perseguição diz respeito ao termino da ação delituosa e começo da fuga do bandido –
não pode considerar pressente a situação quando a vítima aciona a polícia horas ou dias após a
infração
Quem é encontrado logo depois com instrumentos, armas, objetos ou papeis que faça
presumir ser ele o autor da infração
O sujeito não é perseguido, e sim localizado na posse das coisas mencionadas na lei – a
situação leva à conclusão de que ele é o autor do delito – exemplo: blitz ou quando flagra
furtador vasculhando bolsa em uma praça pública (já consumou sem a perseguição imediata)
V- Provocado ou preparado
Exemplo: policial compra droga de traficante – nesse caso ele será acusado de trazes consigo,
guardar ou ter em deposito para trafico – e não pela venda
Apesar da má fé do agente, o flagrante deverá ser relaxado – não houve ilícito penal
VI- esperado
é valido e regular, os agentes da autoridade cientes de que um crime pode ser cometido em
determinado local e horário, ficam à espreita para prender em flagrante no momento da
execução do delito – não há farsa ou induzimento
VII- forjado
é nulo, deve ser relaxado – foram criadas provas de um delito inexistente para viabilizar a
prisão - o autor da farsa deve responder por denunciação caluniosa e abuso de autoridade se
for funcionário publico – se a autoridade também for enganada (outra pessoa que forjou o
crime), assim que descobrir a farsa o juiz deve relaxar o flagrante
■ O autor da infração pode ser preso, porém o auto de prisão não será
INFRAÇÕES DE MENOR lavrado, mas mero termo circunstanciado, se ele for imediatamente
POTENCIAL OFENSIVO levado ao JECrim ou assumir o compromisso de fazê-lo.
CRIMES PERMANENTES ■ A prisão pode se dar enquanto não cessada a permanência.
Prisão preventiva
Decretada exclusivamente pelo juiz – exigência de que o fato investigado seja
criminoso, tenha indícios de autoria e prova de materialidade da infração em apuração
– fumus boni iuris
Há necessidade de segregação do acusado antes da condenação por se tratar de
pessoa perigosa ou que está prestes a fugir para outro país etc – é medida excepcional
A decisão deve ser fundamentada – quando há dois ou mais infratores a decisão deve
apreciar a situação específica de cada um deles – não permite decretação com
finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de
investigação criminal ou da apresentação ou recebimento da denuncia
Tem natureza interlocutória simples – cabe habeas corpus – cabe recurso em sentido
estrito contra decisão que revoga a prisão preventiva
Oportunidade de decretação
a) Quando o autor da infração tiver sido preso em flagrante e o juiz, ao receber a
cópia do auto no prazo de 24 horas da prisão, convertê-la em preventiva.
Não é necessário requerimento do MP ou representação da autoridade policial - juiz
só decreta se concluir que são inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão
b) Quando o autor da infração não tiver sido preso em flagrante, mas as
circunstâncias do caso concreto demonstrarem sua necessidade.
Nessa hipótese o juiz não pode decretar de oficio a prisão preventiva, mas apenas se
houver requerimento da acusação ou da representação da autoridade policial
c) Quando o acusado descumprir, injustificadamente, medida cautelar diversa da
prisão anteriormente imposta.
Artigo 282 parag 4
Requisitos
Artigo 312
1. Fundamentos
Pode ser declarada como garantia da ordem publica, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal, para assegurar a aplicação da lei penal ou em caso
de descumprimento das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares
a) Garantia da ordem publica
Cabível quando se mostra necessário afastar imediatamente o acusado do convívio
social em razão da sua grande periculosidade demonstrada pelo cometimento de delito
de extrema gravidade ou por ser pessoa voltada à pratica reiterada de infrações penais
- deve o juiz apreciar esta gravidade de acordo com as circunstâncias daquele crime em
apuração no caso concreto. Se não fosse assim, a prisão preventiva seria compulsória
sempre que determinada espécie de crime fosse cometido
é plenamente possível a decretação da prisão em crimes afiançáveis, desde que as
circunstâncias de execução do delito indiquem a necessidade de custódia do infrator e
que presentes as condições de admissibilidade do art. 313 do CPP
O clamor público provocado por determinado delito, geralmente explorado à exaustão
por certos órgãos da imprensa, não justifica, por si só, a decretação da preventiva.
b) Garantia da ordem econômica
c) Conveniência da instrução criminal
d) Garantia da futura aplicação da lei penal
e) Descumprimento de obrigações impostas por força de outras medidas cautelares
Primariedade, bons antecedentes residência e emprego fixo
lei não prevê nenhum desses fatores como causa impeditiva da prisão, se, por outro
lado, estiver presente algum dos fundamentos autorizadores da decretação - se
ausentes os motivos autorizadores da prisão, não poderá ela ser decretada apenas com
o fundamento de que o réu é morador de rua ou está desempregado
Pressupostos
Só é possível a prisão preventiva se, no caso concreto, houver prova da existência do
crime (materialidade), indícios suficientes de autoria e de perigo gerado pelo estado de
liberdade do imputado – não obriga o MP a oferecer a denuncia de imediato -
impossibilidade de prisão preventiva nas contravenções penais
Condições de admissibilidade
1) Que o crime seja doloso com pena máxima superior a 4 anos
2) Que o réu seja reincidente em crime doloso
3) Garantia das medidas protetivas de urgência, se o crime for contra a mulher, idoso,
enfermo, menor ou deficiente
4) Se houver dúvida quanto à identificação civil do acusado e este se recusar a
esclarecê-la
Infrações abstratamente punidas apenas com multa ou pena restritivas de direito
não pode ser decretada, em nenhuma hipótese, se à infração cometida não for
cominada pena privativa de liberdade isolada, cumulativa ou alternativamente -
existem também algumas contravenções apenadas somente com multa como a de
importunação ofensiva ao pudor - CPP inviabiliza a prisão preventiva para toda e
qualquer espécie de contravenção (ainda que punida com pena de prisão)
Indícios de causa excludente da ilicitude
vedada a decretação de prisão preventiva se o juiz verificar, pelas provas constantes
dos autos, que o agente praticou o ato sob o manto de uma das excludentes de
ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direito ou estrito
cumprimento do dever legal)
Apresentação espontânea do acusado
decorria e continua decorrendo da necessidade de segregação do réu em relação aos
seus pares constatada pelo juiz no caso concreto
Revogação e nova decretação
o juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no
decorrer da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela
subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Todas essas decisões deverão ser devidamente fundamentadas
Sentenças condenatórias e de pronuncia
por ocasião da sentença condenatória ou da pronúncia, o juiz, obrigatoriamente e de
forma expressa, deverá analisar se estão presentes os requisitos da prisão preventiva
que são os mesmos da prisão preventiva decretada em qualquer fase processual
anterior. Em outras palavras, se o réu que estiver sendo condenado ou pronunciado
estiver solto, o juiz deverá analisar se, em razão da sentença, mostra-se necessária a
decretação de sua preventiva. Se estiver preso, deverá apreciar se continua necessária
sua prisão e, caso a conclusão seja em sentido contrário, deverá revogar a preventiva
anteriormente decretada.
atualmente não mais existem formas específicas de prisão processual denominadas
“prisão por sentença condenatória” e “prisão por pronúncia” com regras próprias. O
que existe é a prisão preventiva decretada por ocasião da sentença condenatória ou da
pronúncia.
Formalidades no cumprimento de prisão
Artigo 285
Duração
a) Conclusão do inquérito: 10 dias (ou 15 em se tratando de crime de competência da
Justiça Federal), prorrogáveis por mais 15.
b) Oferecimento de denúncia: 5 dias.
c) Recebimento da denúncia: 5 dias, uma vez que se trata de decisão interlocutória
simples (art. 800, II, do CPP).
d) Resposta escrita do réu: 10 dias a contar da citação. Caso, porém, o réu não
apresente sua resposta no prazo, por meio de defensor constituído, os autos irão
conclusos para o juiz nomear defensor dativo ao réu que, após a intimação, terá outros
10 dias para oferecer a resposta.
e) Apreciação do magistrado quanto à resposta escrita com possibilidade de absolvição
sumária: 10 dias, posto que o juiz pode proferir sentença absolutória (art. 800, I, do
CPP).
f) Audiência para oitiva de testemunhas, debates e sentença: 60 dias
devem ser somados ao de 24 horas para cada andamento a ser dado pelo cartório
judicial
Prisão domiciliar
possibilitou ao indiciado ou réu permanecer fechado em sua residência, e não em
estabelecimento prisional, nas seguintes hipóteses:
a) se for maior de 80 anos;
b) se estiver extremamente debilitado por motivo de doença grave;
c) se se tratar de pessoa imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6
anos de idade ou com deficiência;
d) se se cuidar de gestante;
e) se for mulher com filho de até doze anos de idade incompletos;
f) se for homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até doze
anos de idade incompletos.
A lei assegurou gestantes, mães ou mulheres responsáveis por crianças ou pessoas com
deficiência a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, exceto em casos
de crimes cometidos com violência contra pessoa ou grave ameaça ou contra seus
filhos ou dependentes. (poder-dever do juiz em aplicar)
Haverá mera faculdade de aplicar a modalidade domiciliar de prisão preventiva quando
se cuidar de pessoa maior de 80 anos, de pessoa extremamente debilitada em razão de
doença grave, de homens responsáveis pelos cuidados de crianças ou de pessoas com
deficiência, ou, ainda, de mulheres gestantes ou que forem mães ou responsáveis por
crianças ou pessoas com deficiência que tenham praticado crime mediante violência
ou grave ameaça ou contra seu filho ou dependente.
Os que não possuírem própria residência não poderão utilizar essa modalidade de
prisão – tem direito à detração, poderá descontar na pena a ser futuramente cumprida
- o indivíduo é monitorado eletronicamente e deve cumprir uma série de obrigações,
como não sair de casa sem autorização, não receber visitas não autorizadas, entre
outras - é ônus do acusado fazer prova de que está em uma das situações para as quais
se mostra cabível a prisão domiciliar
Prisão temporária
Medida privativa da liberdade de locomoção, decretada por tempo determinado,
destinada a possibilitar as investigações de crimes considerados graves, durante o
inquérito policial
Caberá quando:
I — Quando for imprescindível para as investigações durante o inquérito policial, ou
seja, quando houver indícios de que, sem a prisão, as diligências serão malsucedidas.
II — Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade.
III — Quando houver indícios de autoria ou de participação em um dos seguintes
crimes: homicídio doloso, sequestro ou cárcere privado, roubo, extorsão ou extorsão
mediante sequestro, estupro, epidemia ou envenenamento de água ou alimento,
quadrilha, genocídio, tráfico de entorpecentes, crime contra o sistema financeiro ou
crimes previstos na Lei de Terrorismo.
Possibilita nos crimes de terrorismo, tortura e em todos os crimes hediondos
Só pode ser decretada durante o inquérito policial, nunca durante o tramitar da ação
Procedimento
Só pode ser decretada pelo juiz, que não pode fazer de ofício – depende de
requerimento do MP ou representação da autoridade policial
Feito aos autos conclusos ao juiz, ele terá 24 horas para proferir sua decisão, de forma
fundamentada - O Juiz poderá, de ofício, ou em razão de pedido do Ministério Público
ou do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito
Cabe recurso em sentido estrito contra a decisão que denega a decretação da prisão
temporária e habeas corpus - Caso decretada a prisão, será expedido mandado de prisão em
duas vias, sendo que uma delas será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa - A
prisão só poderá ser executada após a expedição do respectivo mandado
Prazos
Quando o prazo expirar o indiciado estará libertado imediatamente, salvo se já tiver sido
decretado prisão preventiva ou prorrogado a temporária – a não libertação constitui abuso de
autoridade – não pode soltar antes do prazo – o prazo começa no dia da prisão
Prisão em residência
Pode ocorrer:
a) em razão de prisão em flagrante;
b) em decorrência de cumprimento de mandado de prisão expedido por ordem
judicial.
prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e hora, respeitadas as restrições relativas à
inviolabilidade de domicílio
1) prisão em flagrante: mesmo contra a vontade do morador, pode-se invadir a
residência, a qualquer hora, do dia ou da noite, para prender o agente que esteja em
situação de flagrância, desde que a medida esteja amparada por fundadas razões,
passíveis de demonstração a posteriori, de que a infração estivesse
2) prisão por mandado:
a) se houver consentimento do morador, é possível que se ingresse na casa para
cumprir a ordem de prisão a qualquer hora, do dia ou da noite;
b) sem o consentimento do morador, o cumprimento só pode se dar durante o dia. o
executor após receber a negativa, convocará duas testemunhas e entrará à força, ainda
que tenha de arrombar as portas - se o fato ocorrer durante a noite, o mandado não
poderá ser cumprido sem a autorização do morador - o executor fará guardar todas as
saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanhecer, arrombará as portas, na
presença das duas testemunhas, e efetuará a prisão.
O morador que, durante o dia, não permite a entrada de policiais em sua casa para o
cumprimento de mandado de prisão contra terceiro, incorre em crime de
favorecimento pessoal, salvo se a pessoa procurada for seu ascendente, descendente,
cônjuge (companheiro) ou irmão - o morador, em tal hipótese, será levado à presença
da autoridade para que contra ele tome as providências legais. Se a recusa em permitir
a entrada dos policiais ocorrer durante a noite, o fato será atípico porque o morador
encontra-se no exercício regular de direito — causa excludente de ilicitude.
Emprego de força
para a concretização da prisão em flagrante ou o cumprimento do mandado de prisão
não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou
tentativa de fuga da pessoa a ser presa. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o
executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
defender-se ou para vencer a resistência, sendo que de tudo se lavrará auto subscrito
por duas testemunhas
Uso de algemas
garante a toda pessoa em desfavor de quem for executada a prisão a prerrogativa de
não ser algemada, salvo se houver documento escrito que justifique a existência de
uma das situações excepcionais que a autorizam. Na prática, entretanto, o que se vê é
que a imensa maioria dos presos tem sido conduzida algemada ao distrito policial ou
ao Fórum.
Medidas cautelares
não constituem antecipação da pena, pois ninguém pode ser considerado culpado até o
trânsito em julgado da sentença condenatória