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Direito Empresarial Atributos

Peculiar: negociabilidade e executividade

 Títulos de credito 1. Negociabilidade, circulabilidade ou circularidade

Crédito -> confiança de que a outra pessoa ira cumprir no futuro Possibilita a circulação de forma simplificada, confere liquidez ao
uma obrigação contraída no presente – troca no tempo em lugar de credito e agilidade na sua transferência pela tradição ou endosso
ser no espaço – permissão para usar o capital alheio O beneficiário pode negocia-lo a qualquer momento, caso seja
Torna as operações comerciais mais rápidas e amplas, pois confere preciso cobrar judicialmente, buscará sua satisfação por meio do
poder de compra a quem não tem dinheiro no momento – aumenta as processo de execução. É o que permite a circulação do crédito
transações, permite progresso dos povos Cambiaridade dos títulos de crédito -> possibilidade de mudança do
Elementos: tempo e confiança credor – possibilidade de livre transferência ex: endosso e tradição –
possibilidade de garantia pelo aval
Surgiu da necessidade de circulação mais rápida que a permitida pela
moeda manual, facilitar a negociação pelo troca de bens no tempo 2. Executividade

O credito por si só não cria direito – utiliza um bem ocioso no Possibilidade do beneficiário executar imediatamente a obrigação –
patrimônio de terceiro - há obrigações patrimoniais que são independente de processo de conhecimento, pois titulo de crédito é
pactuadas para pagamento futuro - o que cria direito um titulo executivo extrajudicial (art 784, I e XII).

É um documento necessário para exercício do direito literal e Título de credito possui eficácia processual abstrata, pois permite a
autônomo (CC, art 887) - somente produz efeito quando preenche realização da execução sem demonstração da existência do crédito
requisitos da lei – se não tiver, será ineficaz, embora tenha valor
probatório e possa ser aperfeiçoado Princípios
Função fundamental: circulabilidade – com segurança, a partir das
1. Cartularidade
operações de credito O titular do direito cambiário só pode exigir a prestação mediante
Instrumento de mobilização de economias individuais e de sua apresentação do titulo que incorpora o direito cambiário – é
transformação em capital produtivo – é bem móvel necessariamente um instrumento escrito
A entrega do titulo de credito a outra pessoa significa a transferência Art 889, parag 3° CC – mitigou o principio da cartularidade – deve
da titularidade do credito observar requisitos mínimos, como assinatura do emitente, hoje em
dia dispensa assinatura mecânica pela digital – permite títulos
Incorporação -> o direito adere ao papel de maneira que a eletrônicos “qualquer manifestação de vontade traduzida por
transferência do documento é a transferência do direito determinado programa de computador, representativo de um fato,
O direto de credito não existe sem o documento, não pode ser necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele
exigido sem a sua exibição mencionado” – necessário manifestação de vontade traduzida por
programa de computador
a) A posse do titulo presume o pagamento do titulo
b) Só é possível protestar e executar o titulo se o apresentar Art. 887 CC – existência de cartula ainda é indispensável / Art. 223 –
a fotocopia de documento vale como prova de declaração de
Destruído, subtraído, extraviado o titulo, o titular do direito vontade, mas não supre ausência do título de crédito
mencionado nele não o poderá exercer
Se não houvesse a necessidade de apresentar o titulo poderia ter
A demanda judicial de execução do titulo presume sua juntada aos duplicidade de execuções – afasta a possibilidade de circular a
autos do processo respectivo cártula – corre o risco de concretizar a obrigação para pessoa
Flexibiliza essa exigência: indevida e ter que saldar novamente “quem paga mal, paga duas
vezes”
a) Por motivo de segurança, ex. quando o valor é muito alto e a
vara judicial não puder garantir a custódia 2. Literalidade
b) Quando não for possível carrear aos autos o original, ex. se tiver
apreendido em outro processo O título de crédito é necessário para o exercício do direito literal e
c) Quando no decorrer da demanda o documento original for autônomo - o título vale pelo que nele tiver escrito – o que não está
extraviado e não houver impugnação (oposição) sobre sua no título não está no mundo - literal, no sentido de que a obrigação
legitimidade esta expressa na face do papel

Outra exceção: duplicatas mercantis ou de prestação, por meio do Meros ajustes verbais não podem influir no exercício do direito
protesto por indicação, em razão de devolução (art. 15, parag 2° da mencionado – a partir da leitura precisa ficar ciente da extensão do
LD) – em vez de protestar o titulo indica as características do titulo crédito que está recebendo – segurança ao realizar negocio jurídico
no cartório de protesto Devedor não pode ser obrigado, e credor não pode ter direitos além
* não há titulo de crédito sem papel que mencione o crédito dos declarados no título – literalidade pode ser positiva ou negativa
Sumula 258 STJ – nota provisória vinculada não é tem autonomia b) Documento formal -> deve ter requisitos formais mínimos,
em razão da liquidez do titulo que a originou exigidos por lei - art. 888 CC
Atos documentados em instrumentos apartados não podem ser 3. Autonomia
opostos ao portador de boa fé O titulo de crédito é autônomo, “ele governa a si próprio”, “o que
“se alguém prometeu ao portador do título pagá-lo, e o obrigado está no título o regula”
principal não o pagar, se a promessa foi verbalizada, mas não Existência de coobrigação na relação cambial, cada relação possui
consignada, isto é, não tiver constado do documento, o portador sua independência , cada relação jurídica estabelecida no título
anterior não poderá depois ser compelido via ação executiva a vincula por si mesma
efetuar o pagamento”
Cada signatário de um titulo de crédito tem obrigação própria que
Exceção -> juros moratórios e correção monetária em decorrência da independe dos demais – eventuais vícios ou nulidade que
lei contaminem umas não prejudicam as demais
Sumula 387 STF “Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas
falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não
Duplicata poderá ser devolvida com aceite, sem aceite ou poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada,
documentos explicativo da recusa de aceite as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser válidas”

Analfabeto e deficiente visual, exceto se feito por procuração a) Abstração


publica e com poderes especiais
O título de crédito, quando posto em circulação, se desvincula do ato ou
Assinatura não identificada e frontal negócio deu causa a sua criação, se desprende da causa que lhe deu
origem.
Assinatura no dorso do titulo de crédito, pois corresponderá a um
endosso Quando posto em circulação significa quando passam a se relacionar no
TC outras pessoas além daquelas verificadas na relação inaugural (base,
Se o titulo fizer menção ao contrato do qual se originou - Sumula 26 fundamental, subjacente); portanto somente se houver transferência do
STJ crédito através do endosso.
Duplo requisito para eficácia: Em relação aos sujeitos do negócio originário não há desvinculação

a) Reserva legal -> o titulo de credito necessita ter sido criado por A abstração do título de crédito diz respeito ao negócio subjacente, básico,
lei (requisitos legais) mas deste serão desvinculadas as obrigações cambiais decorrentes da
circulação. O negócio jurídico primitivo (causa debendi) será para o (...) pulei alguns
terceiro que portar o título e assumiu a condição de credor uma coisa
passada entre outros (res inter alios acta), ao qual apenas vincular-se-á em
quatro hipóteses:
Classificação dos títulos de credito
* se dele participou; se tem conhecimento de seus vícios e, ainda assim, É critério subjetivo - reúne espécies por características que lhe são
aceitou receber o título; se devia ter, por sua condição pessoal ou negocial, comuns, todos são aceitáveis, não há um melhor
conhecimento dos vícios; ou se o título estiver ligado ao negócio jurídico
de origem, como a nota promissória vinculada a contrato de compra e  Modo de circulação -> em razão da negociabilidade, os
venda (por essa razão, as exceções pessoais são inoponíveis ao terceiro) títulos se classificam em títulos ao portador e títulos nominais ou
nominativos
b) Inelegibilidade ou inoponibilidade das opções pessoas
Os títulos nominais são os que possuem nome do beneficiário
aos terceiros de boa mencionado expressamente na cártula – emitidos em favor de pessoa
Manifestação ao princípio da autonomia – o que for demandado por certa e determinada
um terceiro, pela obrigação de um titulo, não pode alegar uma Podem ser:
situação pessoal contra outrem com o objetivo de se livrar do
cumprimento – impede que o terceiro seja prejudicado por exceção a) À ordem: podem ser transferidos via endosso, pode ser tácita
de negócio alheio - Art. 17 da Lei Uniforme, art 916 CC (não há oposição expressa na cártula, pois a negociabilidade
é a regra)
Posto em circulação o TC, o devedor não pode opor como meio de b) Não à ordem: veda a possibilidade de transmissão do titulo
defesa contra o atual possuidor as irregularidades ou vícios por meio de endosso, mas não proíbe a circulação do crédito,
verificados na relação ou negócio fundamental com o credor considera o endosso uma cessão civil de crédito, o que afasta
originário, salvo se comprovada a má-fé do terceiro ou que ele tinha parte dos atributos de sua natureza cambiaria – não proíbe
ciência do negócio transferência por contrato de cessão de credito por meio de
As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções instrumento entre cedente e cessionário ou do endosso do
fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a próprio título não à ordem – terá efeito de cessão civil de
menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do
devedor crédito

Somente se o terceiro tiver participando do negocio de origem, se o Os títulos de crédito não mencionam o nome do favorecido, a
titulo estiver vinculado à origem ou se tiver conhecimento de vícios circulação ocorre com a simples tradição do documento – proíbe
poderá se opor contra ele as exceções da origem do título a cobrança de titulo ao portador, no momento da cobrança do
titulo, deve existir o nome de um beneficiário na cártula – pode Ordens de pagamento: promessas de que um terceiro irá pagar. O
circular mediante endosso em branco, desde que tenha o nome emitente não assume diretamente a obrigação de efetuar o
do tomador no momento da exigibilidade pagamento da obrigação, o emitente ou sacador apenas emite ordem
a terceiro para que pague ao tomador ou beneficiário – há 3 sujeitos
 Conteúdo -> se dividem em: propriamente ditos, destinados à – sacador, sacado e tomados. Ex: cheque, letra de cambio e duplicata
aquisição de direitos reais sobre coisas determinadas, que
atribuem a qualidade de sócio e impropriamente ditos (de Promessas: o próprio emitente do título assume a obrigação de pagar
legitimação) **não tem no slide ao beneficiário. Ex: nota promissória e cédulas de crédito

Propriamente ditos: conferem ao titular o direito a uma prestação de  Modelo -> pode ser vinculados ou livres
coisas fungíveis (podem ser substituídas por outras da mesma
espécie, qualidade e quantidade. Ex: dinheiro, letra de cambio e Vinculados: há um padrão exigido para a emissão do documento,
cédula hipotecaria) não basta que o documento respeite os requisitos legais, precisa se
moldar a um modelo padronizado, sem isso não haverá valor de
Destinados à obtenção de direitos reais sobre coisas determinadas: título de crédito. Ex: cheque e duplicata
aquisição de um dinheiro real sobre mercadoria depositada
Livres: não possuem modelo aprovado a ser seguido, basta que
Que atribuem a condição de sócio: permitem ao seu titular exercer sigam a forma legal. Ex: letra de cambio e nota provisória
determinadas funções ou praticar certos atos. Ex: ações das
sociedades anônimas  Hipóteses de emissão ou natureza: pode ser abstrato
Impropriamente denominados títulos de crédito: conferem ao titular (não causais) e causais
o direito de reclamar certos serviços. Ex: bilhete de estrada de ferro Causais: ligados à relação que lhes deu origem
ou de transporte
Abstratos: excluem a causa que lhes deu origem de sua circulação
Titulos representativos de créditos que não encerram
verdadeiramente uma operação de credito: constitui meros As partes podem transformar um titulo de credito abstrato em causal.
documentos comprobatórios de sua causa – há características para Ex: nota provisória, pode se tornar causal se fizerem menção
torna-lo mero documento probatório – os que não preenchem essas expressa no documento que o titulo se refere a um contrato de cartão
características são os considerados títulos de crédito próprios de crédito

 Estrutura -> pode ser ordens de pagamento e promessas de Espécies de títulos de crédito
pagamento
1. Letra de câmbio o do tomador basta assinatura, data do saque e lugar onde foi feito a
ordem do pagamento, o lugar onde foi feito o pagamento, porém se
É uma ordem de pagamento que o sacador dirige ao sacado para que for omisso entende-se que foi no domicílio do sacado, a data
este pague uma importância a um terceiro chamado tomador. O presume ser a vista (vencimento)
sacador é a pessoa que dá a ordem de pagamento; o sacado a pessoa
a quem a ordem é dada (devedor – quem deve dar ao aceite); e o Aceite: concordância do sacado em pagar a obrigação, ordem dada
tomador, o beneficiário (credor). pelo sacador, o sacado passa a ser o devedor, se da por uma simples
assinatura, sendo facultativo (salvo se tiver clausula “não aceitável),
Admite-se o saque da letra em benefício do próprio sacador e contra se ocorrer, vence antecipadamente a obrigação, o devedor passa a ser
ele. No primeiro caso será também o beneficiário (credor) e no o sacador. Se o aceite for parcial, ele fica obrigado ao valor que
segundo o sacado ou devedor. concordou no aceite, com a recusa, o sacador terá que pagar,
Requisitos essenciais: arts. 1º e 2º da LUG. podendo fazer clausula não aceitável, onde o sacado só será cobrado
no vencimento do título, evitando a recusa do pagamento da letra de
cambio

Vencimento: a vista (exige de forma imediata o pagamento), data


certa (estabelece dia específico para cobrança), certo termo de data
(exigido x dias depois de ser emitida), certo termo de vista (x dias
após acertada)

Prazo prescricional: 3 anos a partir do vencimento da letra de


cambio, cabe ao devedor principal ou avalista – o codevedor tem 1
ano para cobrar do devedor principal, ele pode pagar e pedir regresso
até em 6 meses após pagamento, caso passe o prazo, pode cobrar por
ação monitoria em até 5 anos

2. Nota promissória:
É uma promessa de pagamento de determinada quantia feita pelo
Requisitos: nome “letra de cambio”, ordem de pagamento subscritor (emitente, sacador) ao tomador (credor). Sendo uma promessa
incondicionado e determinado (valor), nome do sacado e do sacado,
de pagamento contempla apenas duas situações jurídicas: a do Garantias: endosso e aval são possíveis.
promitente (emitente da NP) e a do beneficiário (tomador).
Requisitos essenciais: arts. 75 e 76 da LUG. Aplicam-se à NP as mesmas Vencimento: à vista, por data certa, certo termo de data, certo
normas que regulam a LC (art. 77), com algumas exceções. termo de vista (do subscritor), pode haver pagamento parcial

Prescrição: o credor tem 3 anos para cobrar o devedor principal ou


seus avalistas, o codevedor pode ser cobrado até 1 anos após protesto, o
endossante tem direito de regresso até 6 meses do pagamento, se já
prescreveu cabe ação monitoria no prazo de 5 anos

3. Duplicata:
Uma ordem de pagamento, relação constituída entre sacador, sacado
e beneficiário, a mesma pessoa que emite (sacador ou vendedor), é
um titulo causal (duas, compra e venda ou prestação de serviços),
vinculada a forma, é um titulo a ordem (vincula por meio de
endosso)
Consiste-se “numa ordem de pagamento resultante de compra e
venda mercantil ou de prestação de serviços”; um título de crédito
É uma promessa de pagamento, onde o emitente promete pagar uma
emitido pelo credor, em virtude de compra e venda mercantil ou de
quantia determinada, quantia pura, simples, para terceiro ou beneficiado
– não é ordem de pagamento
prestação de serviços, em favor do qual (credor) declara-se a
existência de um crédito.  Requisitos essenciais: Vide art. 2º, §1º,
Requisitos: “nota promissória”, valor determinado, dados do da Lei 5.474/68.
favorecido/portador, data de emissão, assinatura de que emite, locar e
época do pagamento, não sendo esses essenciais (supríveis) – se o local Causalidade: Do artigo 2º da LD (Lei de Duplicatas) e do conceito
não for expresso, considera o domicilio do emitente, e a época será à vista acima retira-se que para a emissão da duplicata há exigência da
ocorrência de situações específicas: compra e venda mercantil ou
Aceite: não existe, pois não é ordem de pagamento, quem emitiu prestação de serviços. A duplicata exige uma causa necessária à sua
pagará, logo não precisa concordar. criação (saque, emissão), sendo considerada um título causal.
LEIº 13.775, 20/12/2018. Dispõe sobre a emissão de duplicata sob a
forma escritural:
Art. 2º A duplicata de que trata a Lei nº 5.474, de 18 de julho de
1968 , pode ser emitida sob a forma escritural, para circulação como
efeito comercial [...].
Art. 3º A emissão de duplicata sob a forma escritural far-se-á
mediante lançamento em sistema eletrônico de escrituração gerido
por quaisquer das entidades que exerçam a atividade de escrituração
de duplicatas escriturais.

Vantagem: gerar equilíbrio de caixa, permite que o comprador


pague somente no futuro, aumenta prazo de pagamento e permite
negociação mesmo sem dinheiro em caixa, gerando circulação. Ex:
Requisitos: presentes na foto
pizzaria, se pagar insumos de ante mão ficaria no prejuízo, então Aceite: é obrigatório, porém o aceitante pode recusar, mesmo que
paga apenas após vende a pizza – semelhante a cartão de crédito – não aceite, a obrigação continuará existindo, assim que emitida o
para cada obrigação, uma duplicata, porém pode dividir uma só em vendedor tem 30 dias para o comprador dar o aceite, caso não
varias faturas concorde pode devolver sem sua assinatura, ou devolver
fundamentando o motivo, pode também não devolver, com
fundamento ou não. A recusa não fará diferença. Só poderá protestar
se não receber a mercadoria, ou se o serviço prestado for viciado,
fora dessas situações, deverá realizar o aceite em 10 dias - Art. 8° e
21 da LD

Modalidades:
a) Ordinário: o comprador dará sua assinatura concordando com
a divida
b) Por comunicação: o comprador reterá a duplicada e Cheque e Duplicata: regulamentação específica.
comunicar ao banco, que autorizará a retenção e comunicar o
Lei 7.357/85 (Lei do Cheque - LC)
vendedor
c) Por presunção: o comprador recebeu a mercadoria, logo Lei 5.474/68 (Lei das Duplicatas - LD). Por disposição expressa
presume o aceite da LD (art. 25), aplica-se à duplicata, subsidiária e parcialmente,
às duplicatas a LUG.
Princípio da cartularidade e literalidade: se a duplicada for
extraviada, é possível a segunda via, chamada de triplicata, no Letra de Câmbio e Nota Promissória:
caso de perda ou extravio. Lei Uniforme de Genebra (LU ou LUG), tratado incorporado por
Protesto: pode acontecer por falta de aceite (titulo original + nota meio do Decreto 57.663/66; Decreto 2.044/08 (lei cambial
fiscal para provar a entrega da mercadoria), em caso de falta de interna, reserva às normas da LUG).
devolução (ao enviar a duplicata pro comprador, ele precisa Síntese (LC e NP):
devolver)(será feiro por indicação, já que não tem o título
original) e por falta de pagamento, quando o comprador não paga Em princípio aplica-se a LUG;
pelo serviço prestado, mesmo sem protesto anterior
Em razão de reservas não são aplicados os seguintes artigos da
Virtual: conclusão majoritária é pela validez, por fatora LUG: • 10 (reserva do art. 3º do Anexo II); • 41, terceiro
magnética, sendo os dados enviados para instituição financeira, parágrafo; 43, ns. 2 e 3; • 44, quinto e sexto parágrafos;
que emitirá um boleto para o comprador, para protestar deverá
O art. 38 da LUG deve ser aplicado em consonância com o art.
ser por indicação do titulo de crédito
5º do Anexo II;
Vencimento: apenas à vista ou dia certo Permanecem em vigor os seguintes artigos do Dec. 2.044/08: 3º;
Legislação Aplicável (regime jurídico) aos Títulos de 10; 14; 19, II; 20; 36; 48; e 54, I. 1.6.3 – Papel do Código Civil
na regulação dos TC:
Crédito:
Art. 903: Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os
Princípio da legalidade ou da tipicidade: só são títulos de crédito
títulos de crédito pelo disposto neste Código.
aqueles documentos assim declarados em lei. A lei dirá quais os
títulos de crédito e quais seus elementos ou requisitos essenciais “As normas das leis especiais que regem os títulos de crédito nominados, v.g., letra de
câmbio, nota promissória, cheque, duplicata, cédulas e notas de crédito, continuam
vigentes e se aplicam quando dispuserem diversamente do Código Civil de 2002, por Transmissão de um direito creditício – passar um titulo para
força do art. 903 do Diploma civilista. Com efeito, com o advento do Diploma
civilista, passou a existir uma dualidade de regramento legal: os títulos de crédito
outra pessoa, por meio da tradição – transfere a titularidade do
típicos ou nominados continuam a ser disciplinados pelas leis especiais de regência, crédito – endossante (quem possuía) e endossatário (quem
enquanto os títulos atípicos ou inominados subordinam-se às normas do novo Código, recebe)
desde que se enquadrem na definição de título de crédito constante no art. 887 do O endossante passa a ser codevedor da obrigação (devedor
Código Civil
solidário)
 Institutos Próprios do direito cambiário
a) Saque: ato jurídico de emissão ou criação do título de crédito.
O sacador dá nascimento ao título.
Saque por procurador: “Cláusula-mandato” - Súmula 60 do STJ.
"É nula a obrigação cambial assumida por procurador do
mutuário vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste".
Conflito de interesses no contato de mandato.
b) Aceite: é a declaração pela qual o sacado assume a obrigação
cambial na condição de devedor principal do TC e se
compromete a realizar o pagamento da soma indicada.
Decorre da simples assinatura do sacado no anverso/verso.
4. Endosso
Ocorre por meio de assinatura no verso do título, ou na frente,
desde que faça menção expressa de que se trata de endosso
Tipos:
a) Em branco: não identifica quem é o beneficiário
b) Em preto: identifica o endossatário
c) impróprio: em regra não produz os efeitos comuns ao
endosso próprio (não há transferência do crédito, embora
haja a transferência da posse direta do título), aquele que
detém o TC (endossatário) não é o credor, mas pode exercer
os direitos mencionados no TC, exceto o de transferência da
titularidade do crédito - não é posto em circulação, logo não
incide principio da abstração e inalegalidade
Endosso-mandato ou endosso-procuração: “Valor a cobrar”,
“Para cobrança”, “Pague-se por procuração”. LUG, art. 18. CC,
art. 917. c.2)
Endosso-caução: “Valor em garantia”, “Valor em penhor”. LUG,
art. 19. CC, art. 918. Só adquire e titularidade do crédito se a
dívida garantida pelo TC não for paga.
Em ambos os casos não há transferência de credito, apenas uma
garantia de que a obrigação será cumprida
Deve ser sempre total, endosso parcial é nulo
Realizado na data presente no título, salvo se faltar, presumindo
ser anterior ao protesto do título (tardio, perdendo a característica (assina no verso ou frente, para não confundir com endosso deve
de endosso e passando a ser cessão civil) especificar ser aval)

5. Aval Tipos:
Ato jurídico cambiário por meio do qual uma pessoa se compromete a) Em branco: não identifica o beneficiário, se responsabiliza
a pagar um titulo de credito nas mesmas condições que um devedor pela dívida do portador do título - “por aval”
deste mesmo título - é materializado mediante assinatura do avalista
no campo próprio destinado à pratica do aval no corpo do título, ou
no verso/anverso – manifestação de vontade, garantia unilateral, se
obriga a pagar divida de outra pessoa nas mesmas condições,
responde por obrigação do devedor principal
respectivas quotas-partes - avalistas não estabeleceram
distinção de grau de responsabilidade
Endosso é sempre total, se dado após vencimento do título é
considerado aval – difere do sucessivo (ocorre quando mais
de um avalista garante ao mesmo tempo a obrigação de um
único avalizado)
Na LC, o devedor beneficiado pelo aval em branco é o
sacador (LU, art.
31); na NP o promitente; no Cheque o emitente; e na
Duplicata o sacado.
Diferença de fiança: o aval é letra cambial, a fiança é civil
Aval possui autonomia, é desvinculado da causa originaria. Ex:
relação seja invalidade, com incapaz – a originaria seria invalida
b) Em preto: identifica o beneficiário da garantia, o avalizado –
“por aval a fulano” Na fiança há o beneficio de ordem, primeiro se cobra o devedor e
depois o fiador, não existindo no aval, pois avalista responde nas
mesmas condições do devedor principal
Encargos extracartulares (contratuais): Súmula 26 do STJ - o
avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo
também
responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figura
como devedor solidário
Outorga conjugal: art. 1647 CC – precisa, com exceção no
regime de separação absoluta, STJ – não precisa, exceto titulo de
c) Parcial: art 897 CC – nulo, leis especiais permitem
credito disciplinados pelo código civil (nenhum)
d) Avais simultâneos: é possível - no aval simultâneo todos
os avalistas garantem diretamente o avalizado. O avalista que Aval póstumo: posterior ao vencimento, produz os mesmos
pagar a obrigação só pode cobrar dos demais avalistas as efeitos do aval prestado antes do vencimento
 Vencimento e pagamento É causa de extinção de uma, de algumas ou de todas as
obrigações documentadas no TC. (Depende de quem paga, isto é,
NA data determinada para o vencimento o titulo deve ser pago, do tipo de pagamento)
extinguindo a obrigação pela entrega de dinheiro ao
credor/portador do título – deve ser preciso, uno e único, não Pagamento extintivo: feito pelo devedor principal, extingue todas
admite diversas datas as obrigações (e o TC).
Pagamento recuperatório: feito por um devedor indireto, não
Pode ser:
extingue a vida útil do TC, que pode ser usado para “recuperar o
a) à vista; valor pago” mediante ação regressiva.
b) a dia certo; A prova de pagamento é feita por meio da posse do título pelo
devedor – recomenda que esteja escrita a quitação no próprio
c) a tempo certo da data; título
d) a tempo certo da vista É permitido o pagamento parcial do título, que não pode ser
Pode, ainda, ser de forma extraordinária, quando ocorre recusado pelo beneficiário – dará quitação parcial, perderá o
interrupção do prazo por fato imprevisto e anormal direito de cobrar dos coobrigados o valor que foi oferecido

2 formas: Subrogação: o pagamento desfaz as obrigações posteriores à


do devedor que cumpriu a obrigação, pois existe o que se chama
a) Que se dá de forma definitiva – o devedor principal é quem de “cadeia de anterioridade-posteridade” de devedores.
paga, não há direito de regresso
b) Que se dá de forma provisória – um coobrigado paga e sub- Regras para definir a posição dos codevedores no TC,
roga-se nos direitos do portador, podendo recuperar o que na cadeia de A-P:
pagou de regresso contra os coobrigados anteriores, devedor
principal e seus avalistas 1. O devedor principal é o primeiro;

Deve ser buscado pelo credor junto do devedor, por ser quesível, 2. O avalista é o devedor imediatamente posterior ao seu
deve ser apresentado o titulo ao sacado/devedor para que possa avalizado;
extinguir o pagamento - se não apresenta o devedor não estará 3. Sacador e endossantes se localizam pela ordem cronológica
obrigado a realizar o pagamento – deve ser feito ao atual (dos seus atos).
portador do título de crédito
A. Nem todos os codevedores podem exercer o direito de possuem como termo inicial de contagem a data consignada no
regresso – quem pagou (avalista) assume o direito de regresso espaço reservado para a emissão da cártula. (REsp 1.423.464.
contra o devedor principal Rep. Geral. Ab/2016. Tema 945)
B. Nem todos os codevedores respondem regressivamente: os Pagamento parcial do cheque:
anteriores (devedor principal) respondem perante os posteriores
(avalista/endossante), mas estes não respondem perante aqueles; Possibilidade – Faculdade do banco-sacado – feito por devolução
do cheque com anotação.
C. O regresso cambiário se dá pelo valor total da obrigação, não
pela cota-parte, salvo se entre avalistas simultâneos. Beneficiário não pode recursar-se a aceitar o pagamento parcial.

Diante de um caso concreto, pergunta-se: Exceção ao CC, art. 319 (O devedor que paga tem direito a
quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja
Quem pagou? Pagamento extintivo ou recuperatório? Qual a dada).
posição de quem pagou na cadeia de anterioridadeposteridade?
Tem direito à ação regressiva? Em face de quem? Art . 38 O sacado pode exigir, ao pagar o cheque, que este lhe
seja entregue quitado pelo portador. Parágrafo único. O portador
Particularidades do “pagamento” em relação ao cheque: não pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode
exigir que esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe
Existência de prazo para apresentação para pagamento ao sacado dê a respectiva quitação.
(LC, art. 33): 30 dias contadas da data de emissão, se da mesma
praça; 60 dias se de praças diferentes. Lei 7.357/85: Art . 32. O cheque é pagável à vista. Considera-se
não escrita qualquer menção em contrário. Parágrafo único - O
Consequências da falta de apresentação no prazo: cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como
data de emissão é pagável no dia da apresentação.
• Perda da ação cambial em face dos coobrigados, isto é, contra
endossantes e seus avalistas. (LC, art. 47, II). Art. 33. O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar
do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido
• E endosso do cheque após o prazo de apresentação tem efeito
no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias,
de cessão de crédito – endosso póstumo do cheque (LC, art. 27).
quando emitido em outro lugar do País ou no exterior. Parágrafo
Cheque pós-datado único [...]

Prazos de apresentação e de prescrição: Art. 59. Prescreve em 6 (seis) meses, contados da expiração do
prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei (execução)
assegura ao portador. Parágrafo único - A ação de regresso de um
obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve em 6
(seis) meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque
ou do dia em que foi demandado.
Cheque pós-datado (antedatado):
Considera-se a data que consta do campo próprio destinado à
indicação dos dados da emissão.
Efeitos nas esferas penal e civil:
Civil:
Súmula 370 do STJ. Dano moral in re ipsa.
Penal:
Ausência de dolo específico exigido na figura do estelionato do
art. 171, §2º, VI, do CP, quando apresentando antes da data
aprazada.
Sustação:
É o ato de anular ou invalidar a compensação do valor
especificado no mesmo pelo próprio emissor, e para ser
considerado uma ação legal, deve vir acompanhado de um
motivo aceitável - como roubo, furto ou desacordo comercial.
Contraordem (revogação): LC, art. 35. Eficácia após expirado o
prazo de apresentação.
Oposição (sustação propriamente dita – relevante razão de
direito). LC, art. 36

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