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Furto
Sujeitos do crime
Sujeito Ativo
Não, neste caso, o funcionário público pratica crime de peculato furto (art. 312,
§ 1º, do CP).
Sujeito Passivo
Conduta
Contudo, existe corrente minoritária que entende que o interesse apenas moral ou
sentimental da coisa, desde que relevantes, segundo alguns, também configura o
crime, pois não deixa de integrar o patrimônio de alguém.
O ser humano, vivo, por não ser coisa, não pode ser objeto material de furto.
Neste caso, poderá restar configurado o delito descrito no tipo do art. 14 da Lei
9.434/97 (Lei de Transplante de Órgãos).
Havendo que ser alheia, a coisa de ninguém (coisa que nunca teve dono) e a
coisa abandonada (que já pertenceu a alguém, mas foi dispensada) não podem
ser objeto material do delito de furto.
Tratando-se de coisa perdida (portanto, alheia) o crime será de apropriação
indébita de coisa achada (art. 169, parágrafo único, II, do CP).
Não. Coisas públicas de uso comum (que a todos pertencem), como, por
exemplo, o ar, a luz, a água do mar e dos rios, em princípio, não podem ser
objeto material de furto, a não ser que destacadas do local de origem e
tenham significado econômico para alguém (ex: areia da praia que serve ao
artista para criar suas obras).
Para uns, haverá o delito do art. 210 ou art. 211, ambos do CP, inexistindo
furto, uma vez que os objetos materiais não pertencem a “alguém” (nesse
sentido: RT608/305).
Outros, com razão, ensinam que, se o intuito do agente não era o de violar
ou profanar sepultura, mas subtrair ouro existente na arcada dentária de
cadáver, o delito cometido é apenas o de furto, que absorve o art. 211 do CP
(RT598/313).
Voluntariedade
É o dolo, aqui chamado de animus furandi, consistente na vontade consciente de
apoderar-se definitivamente de coisa alheia, para si ou para outrem.
O agente deve ter a intenção de não devolver a coisa à vítima (animus rem sibi
habendi). Subtraindo coisa apenas para usá-la momentaneamente,
devolvendo-a, logo em seguida, haverá mero furto de uso, um indiferente
penal (caso de atipicidade por ausência do elemento subjetivo caracterizador do
delito - animus furandi).
Consumação e tentativa
É possível concluir que foi adotada uma orientação que pode ser chamada de
teoria da inversão da posse para determinar o momento consumativo. Grosso
modo, essa corrente exige que a vítima perca a posse e o agente a obtenha.
A coisa deve ser móvel. Na sua conceituação, o direito penal não se socorre do
direito civil, bastando que seja capaz de ser apreendida ou transportada de um
lugar para outro, sem perder sua identidade. Dentro desse espírito, apesar da
prescrição em sentido contrário do Código·Civil, para fins penais, são
considerados coisas móveis os navios, aeronaves e os materiais separados
provisoriamente de um prédio.
A tentativa é possível.
• Primariedade
A condição de pessoa primária não é definida no Código Penal, que contém ape
nas definição de reincidência em seu art. 63. Assim, a contrario sensu, considera-
se primária toda e qualquer pessoa que não seja considerada reincidente pelo
juiz na sentença. O art. 155, § 2º, exige apenas primariedade, dispensando bons
antecedentes.
Em primeiro lugar, há de se dizer que foi adotado um critério objetivo no que diz
respeito ao conceito de coisa de pequeno valor, devendo ser assim considerada
aquela que não ultrapassa um salário mínimo. Não se deve, assim, comparar o
va lor do bem com o do patrimônio da vítima, na medida em que, se assim fosse,
o fur to cometido contra grandes empresas ou contra pessoas detentoras de
grande fortuna seria praticamente sempre privilegiado.
Há divergências.
A questão foi levada ao STF que, através da sua 2ª Turma, concedeu habeas
corpus para declarar a atipicidade da conduta de condenado pela prática do
crime descrito no art. 155, § 3°, do CP, por efetuar ligação clandestina de sinal de
TV a cabo. Reputou-se que o objeto do aludido crime não seria "energia" e
ressaltou-se a inadmissibilidade da analogia in malam partem em Direito Penal,
razão pela qual a conduta não poderia ser considerada penalmente típica.
Não podemos confundir furto de energia elétrica (art. 155, § 3º), praticado
mediante ligação clandestina, com o crime de estelionato (art. 171), hipótese
em que o agente emprega fraude, alterando o medidor de energia, para
acusar um resultado menor do que o consumido.
O furto qualificado está previsto nos incisos I a IV do§ 4° e também no§ 5°.
Abuso de confiança
Emprego de Fraude
Existem, ainda, fraudes mais elaboradas, em que os bandidos criam site falso
imitando o do banco das vítimas e estas, pensando tratar-se do site
verdadeiro, digitam o número da conta corrente e da respectiva senha, com
as quais os ladrões, posteriormente, sacam dinheiro da conta ou efetuam
transferências bancárias sem, evidentemente, terem autorização para tanto.
Escalada
Destreza
O ato de cortar uma bolsa com uma lâmina e furtar a carteira da vítima sem que
ela perceba constitui a figura qualificada: “É qualificado o furto pela destreza
quando o agente, com especial habilidade, sem que a vítima o perceba, corta a
bolsa onde são carregados os valores que subtrai” (Tacrim-SP — Rel. Dante
Busana — Jutacrim 77/229).
Obs. 1: Afigura-se presente a qualificadora se a vítima não nota a subtração,
mas outra pessoa presente no local vê o que se passa e a avisa.
Obs. 2: Não se pode falar em destreza na subtração de sujeito passivo que está
dormindo, que se encontra embriagado ou em qualquer outro estado de
inconsciência.
As cópias que não são clandestinas não podem ser tidas como chave falsa.
Dessa forma, se o empregado encontra a cópia da chave do carro do patrão
guardada em uma gaveta e usa essa chave reserva para subtrair o veículo, a
qualificadora não incide.
Concurso de agentes
A qualificadora é cabível ainda que um dos envolvidos seja menor de idade
ou que apenas um dos envolvidos tenha sido identificado em razão da fuga
dos demais do local. Assim, para aplicar a qualificadora, não é necessário que o
juiz condene duas ou mais pessoas na sentença, exigindo-se, contudo, prova de
que havia outras pessoas envolvidas.
O que ocorre se uma esposa, magoada com seu marido, chamar uma amiga
para, juntas, subtraírem a importância de R$ 2000,00 (dois mil reais) que
estavam em sua carteira e, após, juntas gastarem no Shopping? Como será a
responsabilização de cada uma?
Não. Neste caso, responderá por furto simples ou qualificado por alguma das
hipóteses do § 4º, mas não por tentativa de furto qualificado pelo § 5º, porque
não se pode cogitar de tentativa em uma hipótese em que a subtração se
consumou.
O § 5º menciona “outro Estado”, mas não diz nada sobre o Distrito Federal.
O que concluir do silêncio?
Ação penal