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II – FUNDAMENTOS DE DIREITO
a) Da legitimidade e responsabilidade da ré
Mediante os fatos expostos anteriormente, verifica-se que a ré tem
legitimidade para a demanda apresentada pela autora, visto que no Marco Civil da
Internet em seu art. 15 lhe obriga a manter os dados armazenado por pelo menos o
prazo de 6 meses, conforme abaixo:
“Art. 15. O provedor de aplicações de internet constituído na forma de pessoa
jurídica e que exerça essa atividade de forma organizada, profissionalmente e com
fins econômicos deverá manter os respectivos registros de acesso a aplicações de
internet, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 6 (seis)
meses, nos termos do regulamento.”
Portanto não há como recorrer a outro alguém a quem caiba legitimar a não
ser a ré para a retirada e controle das informações.
Com o exposto se abre portanto a possibilidade do dano moral para o
requerente.
b) Do Dano Moral
Os direitos a serem tutelados na lide, encontra fundamentos na Constituição
Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente, especialmente os que são
pertinentes a dignidade da pessoa humana.
O autor teve seu foro íntimo e pessoal violados, tendo suas privacidades
frustradas e invadidas por terceiros agindo de extrema má-fé. Ainda há o que se
falar sobre a honra subjetiva e objetiva de modo que houve a mácula a sua imagem,
mediante o constrangimento sofrido pela parte autora.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: [...] X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação; [...] XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para
fins de investigação criminal ou instrução processual penal;” “Art. 17. O direito ao
respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança
e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. Art. 100.
Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas,
preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários. [...] V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e
do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e
reserva da sua vida privada;”