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SESSÃO III: Dia 24/05/2023 - 8h às 9h 50min Prof. Dr.

Edison Ponte Burlamaqui TEMA:


Direito Civil e ConsJtucional. Danos morais. Publicações de matérias possivelmente
ofensivas.

SENTENÇA

Vistos etc.

Dispensado o relatório na forma do art. 38, da Lei 9099/95.

Passo a decidir.

Trata-se de ação indenizatória em que se busca o pagamento de danos morais


em razão de publicação errada da imagem do autor em jornal, o que culminou
em abordagem policial indevida.

Entende-se que a liberdade de informação se consagra na forma de se


comunicar livremente a respeito de fatos e ao direito de esses serem
informados à população. Por outro lado, a liberdade de expressão se traduz a
partir do momento em que se expõe uma manifestação do pensamento
humano.

Entretanto, para que haja o exercício da liberdade de informação e expressão,


é fundamental de que haja verdade naquilo que é dito. Não são cabíveis de
proteção ideias difamatórias, caluniosas ou injuriosas.

Assim sendo, no caso narrado, percebe-se que houve a veiculação errada da


imagem do autor, acusando-o de um crime que não cometeu. Ou seja, foi
publicada uma mensagem que não é verdadeira e que, portanto, faz com que
seja caluniosa. Diante disso, não há no que se falar em proteção ao direito de
informação ou de expressão.

Quanto à alegação de que o erro teria sido praticado pela Polícia Civil, essa
não afasta a responsabilidade dos veículos de comunicação. Isso porque foi
por liberalidade da parte ré que a matéria foi publicada, sendo de sua
responsabilidade garantir que as informações veiculadas sejam verdadeiras.
No caso dos autos, entendo ser nítida a violação ao direito à honra e à imagem
do autor, restando-se claro o dano moral in re ipsa, uma vez que o autor foi
exposto a uma situação constrangedora, humilhante e vexatória, que acarretou,
inclusive, em sua prisão indevida. Portanto, é inegável haver uma ofensa à
honra objetiva/subjetiva e à privacidade, o que enseja no pagamento de danos
morais.

Em relação ao quantum indenizatório, entendo que este deve ser arbitrado de


forma equânime, respeitando a proporcionalidade, as circunstâncias do caso
concreto e os patamares adotados pelos Tribunais Superiores. Assim sendo,
arbitro os danos morais no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Quanto ao pedido de retratação pública por meio de nova reportagem, entendo


ser cabível, em razão de a retratação ser um mecanismo importante para a
reparação do mal praticado e um modo de satisfação à vítima.

Por fim, se faz necessária a retirada do material anterior difamatório, por tudo
que já foi exposto.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, julgo PROCEDENTE os pedidos, de acordo com art. 487, I,


do CPC/2015, condeno as rés no pagamento de R$ 30.000,00 (trinta mil reais)
a título de danos morais, corrigidos monetariamente pelos índices da CGJ e
juros de mora de 1% ao mês.

Condeno as rés a realizar retratação pública nos mesmos meios utilizados para
divulgação da reportagem. Tem que colocar multa e prazo para retratação ( a
sentença tem que pode ser executada)

Por fim, condeno as rés ao pagamento das custas processuais e de honorários


advocatícios da autora, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da
condenação.
Após o trânsito em julgado, paga as custas e não havendo outros
requerimentos, dê-se baixa e arquivem -se os autos, com as cautelas da praxe.

P.R.I

Rio de Janeiro, data da assinatura digital.

(nome)

Juíza de Direito

Não pode colocar o nome, tem que assinar como juiz substituto!

Rejeitar as preliminares

Fixa as controvérsias

Delimita o regime jurídico

Ex: As partes controvertem sobre a prática de eventual ato ilícito e os requisitos


para eventual resposaidiadezao da parte reo r danos orais ..... parágrafo inicial
delimitando a lide! – ouvir áudio da aula!

Passa a análise do mérito

A regra no direito civil é a responsabilidade subjetiva!

Sumula 326

Se a tutela não foi deferida, tem que falar na sentença pq se, por exemplo, ela
for deferida, o recurso vai ser apenas devolutivo.

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