Ciência e arte que estuda integralmente as armas de fogo, o alcance e a direção
dos projetis por ela expelidos, e os efeitos que produzem. A Balística é divida em: Balística Interna- É a parte que estuda a estrutura, os mecanismos, o funcionamento das armas de fogo e a técnica do tiro, os efeitos da detonação da espoleta e deflagração da pólvora dos cartuchos no seu interior até que o projétil saia do cano da arma. Balística Externa- Estuda a trajetória do projétil, “desde que abandona a boca do cano da arma até sua parada final”(alvo). Analisa as condições do movimento, velocidade inicial do projétil, sua forma, massa, superfície, resistência do ar, ação da gravidade e seus movimentos intrínsecos. Balística dos Efeitos- Também chamada Balística Terminal ou Balística do Ferimento, analisa os efeitos produzidos pelo projétil desde que abandona a arma e atinge o alvo, incluindo os possíveis ricochetes, impactos, perfurações e lesões internas e externas nos corpos atingidos. Armas de Fogo São engenhos mecânicos destinados a lançar projéteis no espaço, pela ação da força expansiva dos gases oriundos da combustão da pólvora. Dividem-se em dois grupos: De alma raiada- utilizam cartuchos de munição com projéteis unitários, podendo ser curtas como revólveres, garruchas, pistolas etc. De alma lisa- utilizam cartuchos de munição com projéteis múltiplos, Sendo usadas geralmente para caça (espingarda) ou tiro esportivo. Tipos de Munições Projéteis-Nú, Jaquetados e Semi-jaquetados As armas quando disparadas deixam resíduos nas mãos que podem ser recolhidos na perícia. Armas longas como espingardas, carabinas, metralhadoras e outras, além dos resíduos que deixam nas mãos, geralmente impregnam outras partes do corpo do atirador e suas roupas também. O orifício de entrada do projétil ao atingir o corpo são as Orlas. Temos: ORLA DE ENXUGO que é o rompimento da pele formando um orifício em forma tubular, no qual se enxuga de seus detritos. ORLA DE CONTUSÃO que ocorre o arrancamento da epiderme. ORLA EQUIMÓTICA que são pequenos vasos se rompem, formando equimoses em torno do ferimento. ZONA DE TATUAGEM: é resultante da impregnação de partículas de pólvora incombusta que alcançam o corpo. ZONA DE ESFUMAÇAMENTO: é produzida pelo depósito de fuligem da pólvora ao redor do orifício de entrada. ZONA DE CHAMUSCAMENTO: tem como responsável, a ação superaquecida dos gases que atingem e queimam o alvo. Tiro à longa distância: Geralmente, ferimento de entrada do tiro à longa distância tem diâmetro menor que o do projétil devido à elasticidade e à retratibilidade dos tecidos cutâneos, forma arredondada quando o tiro é perpendicular ou elíptica quando a inclinação do tiro é oblíqua. Presença de orla de escoriação, orla de enxugo, aréola equimótica e bordas invertidas. Não há os efeitos secundários do tiro. Tiro à curta distância (à queima-roupa): O tiro à curta distância é aquele em que o projétil é lançado contra o alvo há uma distância capaz de causar o ferimento de entrada e os efeitos secundários, os quais são as lesões decorrentes da ação dos resíduos de combustão e semicombustão da pólvora, e das partículas sólidas do projétil. Não há uma espaço em centímetros que determine o tiro à curta distância, sendo esse determinado pela presença dos efeitos secundários. O ferimento desse tipo de tiro pode ter borda arredondada ou elíptica, orla de escoriação, zona de tatuagem, bordas invertidas, halo de enxugo, zona de esfumaçamento, zona de queimadura, aréola equimótica e zona de compressão de gases. Ferimentos de saída nas lesões por projéteis: As lesões de saída além de forma irregular, possuem bordas evertidas, halo equimótico e muitas vezes, fragmentos de tecidos. Ademais, as dimensões são maiores que as de entrada já que, o projétil possui ação mais contundente do que perfurante devido a algumas alterações ao longo do seu trajeto, causando deformidades. Por fim, por conta dessas características, tornam-se mais sangrantes em comparação às lesões de entrada. Entende-se como trajetória, o percurso do projétil desde sua saída da arma até sua parada. Já o trajeto, é o caminho percorrido pelo projétil após penetrar o corpo. Este último, pode ter traçados em linha reta (ligando o ferimento de entrada e de saída), terminar em fundo cego ou ainda assumir trajetos diversos decorrentes de embates com algum órgão móvel, devido a desvios. Desse modo, é importante para o perito notar as variabilidades/ângulos, superfícies atingidas, presença de sangue coagulado (sinal de vitalidade), entre outros fatores que podem ser peças fundamentais para a compreensão da dinâmica do evento.