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Perícia criminal

Balística
 Trajetória de um projétil

Normalmente retilínea. Se tem dois pontos de impacto deste projétil, basta traçarmos uma
linha reta entre eles e determinaremos sua trajetória.

 Cone truncado

São efetuados em lâminas vítreas ou materiais frágeis como tijolos. Produz o que chamamos
de Cone Truncado, que indica a direção do tiro.

 Mais de um tiro na lâmina vítrea

Este produz o que chamamos de fraturas radiais e estrias concêntricas. Através da análise
destas fraturas podemos determinar qual foi o primeiro tiro, o segundo e assim por diante.

Arma de alma raiada e de alma lisa


ALMA RAIADA: mais estável

ALMA LISA: não possuem raiamento em seu cano, o projétil ou os projéteis que saem da boca
do cano não possuem estabilidade na sua trajetória

LESÕES POR ARMA DE ALMA RAIADA

Lesões por projeteis de arma de fogo


 Elementos do tiro

Primário: tudo que é produzido pelos projeteis da munição; sujidades e fuligem carregados por
eles (são secundários)

Secundário: demais elementos e fragmentos que não são o projetil (ex: chama incombusta,
gases superaquecidos, fuligem)

Orifício de entrada
Normalmente circular ou ovalada, mas é irregular em instabilidade do projetil ou tangencial
(raspão). Bordas voltadas para dentro (invertida), diâmetro menor do que o tamanho do
projetil (elasticidade da pele)

Todo ferimento de entrada tem elementos primários, mas só secundários se for a curta
distância ou encostado (quase sempre presente)

1- ORLA DE ENXUGO: sujidades carregadas com o projétil; verificadas nas vestes ou na


pele da vítima
2- ORLA DE CONTUSÃO (ANEL DE FISCH): esmagamento do tecido pelo projétil; parte
esbranquiçada
3- AURÉOLA EQUIMÓTICA: apenas em pessoas vivas; ruptura de vasos capilares com
extravasamento de sangue subcutâneo (equimose).
4- ZONA DE CHAMUSCAMENTO: provocada pelos gases superaquecidos que saem da
boca do cano, também pode ser chamada de zona de queimadura. Pode ser verificada
na pele da vítima ou nas vestes
5- ZONA DE ESFUMAÇAMENTO: provocada pela fuligem que se deposita ao redor do
orifício de entrada. Encostado ou a queima roupa. Pode ser total ou parcialmente
removida por limpeza (diferente da zona de tatuagem). Também pode ser encontrada
na pele da vítima ou nas vestes da mesma ou na mão do atirador.
6- ZONA DE TATUAGEM: provocada por grãos de propelente incombusto, causando
pequenos ferimentos. Não é possível remover. Podem ser verificadas na pele ou nas
vestes da vítima

Orifícios de saída
O quê provoca não é o projétil e sim os tecidos que são empurrados à frente do projétil.
Bordas irregulares, evertidas (voltadas para fora), orifício de diâmetro maior que o diâmetro
do projétil e ausência de lesões secundárias.

1- SINAL DE ROMANESI: quando a vítima possui um anteparo apoiado na região de saída


do PAF, é possível notar uma orla de contusão, escoriação ou equimose. Decorrente
da compressão da pele contra o anteparo, ela não tem relação com os elementos
secundários do tiro.

LESÕES POR ARMA DE ALMA LISA

Grande variedade de cargas, normalmente esféricos; infinidade de lesões produzidas; variadas


características

1- ORLAS DE ENXUGO: normalmente não serão verificadas ao redor dos orifícios de


entrada, normalmente não carregam a sujidade (esféricos)
2- ORLAS EQUIMÓTICAS OU DE CONTUSÃO: podem ser verificadas, dependendo do tipo
de projétil e da ferida formada
3- LESÕES DE ENTRADA E DE SAÍDA: na grande maioria das vezes são completamente
irregulares com bordas não definidas

Projeteis à distância se espalham podendo formar várias férias de entrada

Classificação da distância dos tiros


➤ Tiro encostado

Boca do cano da arma encontra-se apoiada no alvo. As lesões são produzidas pelo projétil e
por alguns elementos secundários do tiro.

No exame perinecroscópico (Perito Criminal) é necessário se constatar o orifício de entrada e,


pelo menos, um dos seguintes fenômenos: Câmara de mina de Hoffman ou Sinal de Puppe
Werkgaertne

No exame necroscópico (Médico Legista) é necessário se constatar: Sinal de Benassi ou


Necrose coagulativa

1- Sinal de Benassi

Epônimo dado ao halo fuligionoso que se faz nos planos ósseos e também ocorrem nos tiros
encostados. Esse halo pode apresentar-se borrado e sua tendência é desaparecer sob limpeza.
2- Câmara de mina de Hoffman

Epônimo de lesão de entrada, em tiro encostado onde há placa subjacente óssea; Borda
evertida no formato “estrelado” devido a gases super aquecidos que retornam da boca do
cano que não tem para onde ir e acabam fazendo deslocamento dos tecidos como se fosse
uma mini explosão. Perfuração da placa óssea regular produzida pelo projétil. Nem sempre
haverá fuligem.

3- Puppe Werkgaertne

Lesão presente em local sem plano ósseo subjacente. Queimadura da pele devido ao super
aquecimento do armamento. Formato da lesão igual ao formato da boca do cano da arma.

➤ Tiro à curta distância

A proximidade do armamento com o alvo é o suficiente para se provocar as lesões


secundárias. Não é possível se determinar com exatidão da distância.

➤ Tiro à distância

Presença apenas de lesões provocadas pelo projétil. Ausência total de lesões provocadas por
elementos secundários.

1- Falsos Werkgaertner

Presença de anteparos entre o projétil e o alvo. Ausência de queimadura no alvo, ferida


provocada por ação MECÂNICA e não térmica

2- Falsa zona de tatuagem

Presença de anteparos entre o projétil e o alvo. Lesões formadas por pequenos fragmentos
desprendidos do anteparo. Muito comum em disparos efetuados contra a lâmina vítrea
anteposta à vítima (formada por pedaços de vidro). Comum ser provocada pela ação de
insetos (comem a pele, ao redor da lesão de entrada).

3- Falsa zona de esfumaçamento

Lesões formadas por pequenos fragmentos de lâminas vítreas pigmentadas antepostas ao


alvo.

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