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Balística
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A Balística Forense é uma das disciplinas que
integram a Criminalística e seu objetivo principal o
estudo das armas de fogo, das munições e dos
fenômenos e efeitos próprios dos tiros destas armas,
no interesse das infrações penais.

Este setor é muito útil e muito requisitado na Perícia


Criminal, pois é capaz de determinar o tipo de arma
utilizada no crime de acordo as características da
ferida ( de entrada e saída) ou de acordo com os
PAFs (projéteis de arma de fogo).

A Lei nº 10.826/2003, regulamentada pelo Decreto nº


5.123/2004, é o diploma legal que organiza a política
nacional de controle de armas de fogo e munições
vigente no país. Sua elaboração foi objeto de ampla
participação popular, tendo transcendido mandatos
presidenciais de partidos distintos.
A proposta que deu origem à legislação atual
começou a ser debatida durante o último mandato
do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a
partir de um projeto de lei do então Ministro da
Justiça Renan Calheiros, e tornou-se efetivamente
lei durante o primeiro mandato do presidente Luis
Inácio Lula da Silva no primeiro mandato.
PRINCIPAIS DETERMINAÇÕES DA LEI Nº
10.826/2003 E SEU REGULAMENTO:

• Sete requisitos mínimos para a compra de arma:

i) efetiva necessidade;

ii) não possuir antecedentes criminais ou estar


respondendo a processos criminais ou inquéritos
policiais;

iii) ocupação lícita;

iv) residência certa;

v) capacidade técnica;

vi) aptidão psicológica e idade mínima de 25 anos


(artigos 4º e 28);
Renovação periódica do Registro de Arma de
Fogo a cada 3 anos, com a comprovação de
cumprimento dos requisitos para que o Estado
saiba onde a arma está e para garantir que a
pessoa segue apta a possuir e manusear uma
arma de fogo (§ 2º art. 5º);

Concentração na Polícia Federal dos registros,


autorização de porte e de compra de armas para
alguns públicos na Polícia Federal e melhoria do
Sistema Nacional de Armas (SINARM) do
Ministério de Justiça, o banco de dados que deve
conter informações sobre estas armas e donos de
armas registradas no país, facilitando a
rastreabilidade (artigos 1º e 2º);

Mais controle sobre a venda de munições, que só


pode ser efetuada por lojistas registrados em
caixas com código de barras identificando o
produtor (artigo 23);
A proibição do porte de armas para civis. A posse
registrada e autorizada – ou seja, manter uma
arma legalmente em sua residência ou local de
trabalho – continua permitida, mas não se
permite mais sair à rua armado (artigo 6º);

Tipificação do tráfico de armas como crime


específico e diferente do tráfico de outros
produtos (artigos 17 e 18) e aumento de pena para
o crime de porte ilegal de arma de fogo (artigos
14 e 16), contribuindo para o trabalho preventivo
da polícia.

Posse x porte

A posse permite ao cidadão manter a arma de fogo


exclusivamente no interior da residência ou no local
de trabalho

Já o porte diz respeito à circulação com arma de fogo


fora de casa ou do trabalho
Divisões da balística forense

Balística Forense é a modalidade da Perícia centrada


em analisar deslocamento e efeitos das armas de
fogo, dos cartuchos e de seus componentes.

) Balística Interna

Compreende o "processo de ignição do propelente, a


queima do propelente na câmara, a pressurização da
câmara, o primeiro movimento do projétil, e
obturação da câmara, as dinâmicas internas do
projétil, e as dinâmicas do cano durante o ciclo de
fogo".

Isso significa que a Balística Interna se diz respeito


aos fenómenos que ocorrem no interior de uma arma
de fogo, desde o momento em que o percutor atinge a
cápsula fulminante até ao momento em que a bala sai
à boca do cano da arma, isto é, quando passa a
projétil.
2) Balística de transição

A balística de transição engloba o período em que o


projétil inicia o seu movimento fora da arma, mas
ainda é influenciado pelos gases que saem à boca do
cano
3) Balística Externa

A balística externa, por sua vez, engloba o período


em que o projétil deixa de estar sob a influência dos
gases à boca do cano e se movimenta no ar até ao
momento imediatamente anterior ao impacto com o
alvo

Translação Vertical: É o movimento que o projeto faz


devido a ação da força gravitacional (em direção ao
solo).

Translação Horizontal: Acontece devido a ação dos


gases que empurram o projetil para fora do cano da
arma de fogo. Uma vez os gases deixando de agir, a
velocidade de translação reduzirá cada vez mais

-Rotação: É o movimento de rotação imposto pelo


raiamento do cano de arma de fogo.

Uma componente perpendicular faz com que o


projetil se estabilize em direção ao alvo e não capote
Nutação: As deformações do projetil e o fato dele não
sair totalmente alinhado com o eixo da trajetória
causa uma rotação em torno do centro de gravidade.

-Precessão: Tendência de perda de estabilidade do


projétil em torno do eixo da trajetória recebe o nome
de precessão
4) Balistica Terminal

A balística terminal é o ramo da balística que estuda a


interação entre o projétil e o alvo, consistindo, por
isso, no estudo do projétil (que viaja a uma
determinada velocidade e produz um orificio através
do qual passa) e da falha do material contra o qual
embate (extremamente localizada, que se produz na
zona adjacente ao orifício). Isso engloba as mecânicas
da penetração, os efeitos de armadura, os padrões de
fragmentos pulverizados e a letalidade associada, a
sobrepressão da explosão, os efeitos não letais e os
efeitos nos tecidos vivos. Lembrando que efeitos
primários são provocados pelo projetil e secundário
são todos os elementos que saem pela boca do cano da
arma exceto o projétil, como por exemplo os gases
superaquecidos e chama, a fuligem decorrente da
combustão (fumaça), a pólvora incombusta e
semicombusta e fragmentos do projétil.
Conceito de arma de fogo

O termo 'arma' refere-se a todo objeto que possui a


característica de aumentar a capacidade de ataque
ou defesa. Determinados objetos são produzidos
com este fim, sendo denominados 'armas próprias'.
Outros, como foice, machado, por exemplo, podem
ser usados como arma. Estas são chamas de 'armas
impróprias'.

As 'armas próprias' classificam-se em manuais e de


arremesso. As manuais funcionamcomo uma espécie
de prolongamento do braço, como a espada, punhal
e a maioria das'armas brancas' (constituidas por
lâmina metálica). Já as de arremesso são as que
produzem efeitos à distância de quem as utilizam.

É aqui que se classifica a arma de fogo. São de


interesse da balística forense as armas perfuro-
contundentes, ou seja, as que causam, ao mesmo
tempo, perfuração e ruptura de tecido, com ou sem
laceração e esmagamentos.
Elas são peças construídas com um ou dois canos,
abertos numa das extremidades, parcialmente
fechados na parte de trás, por onde se coloca o
cartucho que contém o projetil o qual é lançado à
distância através da força expansiva dos gases pela
combustão de determinada quantidade de pólvora

QUANTO AO TAMANHO

CURTA

Armas curtas são aquelas que podemos operar com


uma ou duas mãos, não necessitando do apoio no
ombro.

LONGA

São aquelas de dimensões e peso maiores que as


curtas podendo ser portáteis ou não portáteis.
QUANTO A PORTABILIDADE

DE PORTE Arma de fogo de dimensões e peso


reduzido, que pode ser portada por um indivíduo em
um coldre e disparado, comodamente, com somente
uma das mãos pelo atirador; enquadram-se, nesta
definição, pistolas, revólveres e garruchas. (Art. 3º,
inciso XIV do Decreto 3.665/00 – R 105)

REVÓLVER – Arma de fogo de porte, de repetição,


dotada de um cilindro giratório posicionado atrás do
cano, que serve de carregador, o qual contém
perfurações paralelas e eqüidistantes do seu eixo e
que recebem a munição, servindo de câmara.
PISTOLA - Arma de fogo de porte, geralmente semi-
automática, cuja única câmara faz parte do corpo do
cano e cujo carregador, quando em posição fixa,
mantém os cartuchos em fila e os apresenta
seqüencialmente para o carregamento inicial e após
cada disparo; há pistolas de repetição que não
dispõem de carregador e cujo carregamento é feito
manualmente, tiro-a-tiro, pelo atirador. (Art. 3º,
inciso LXVII do Decreto 3.665/00 – R 105)
PORTÁTIL “Arma cujo peso e cujas dimensões
permitem que seja transportada por um único
homem, mas não conduzida em um coldre, exigindo,
em situações normais, ambas as mãos para a
realização eficiente do disparo;” (Art. 3º, inciso XXII
do Decreto 3.665/00 – R 105) CARABINA - Arma de
fogo portátil semelhante a um fuzil, de dimensões
reduzidas, de cano longo - embora relativamente
menor que o do fuzil - com alma raiada (Art. 3º,
inciso XXXVII do Decreto 3.665/00 – R 105). Em
alguns países considera-se carabina as armas de fogo
de cano longo raiado, com comprimento do cano
entre 20 polegadas (50,8 cm) e 22.5 polegadas (57,15
cm). No Brasil usualmente considera-se carabina as
armas de fogo de cano longo raiado de calibres
permitidos (Ex. carabinas .22, .38 SPL ). FUZIL - Arma
de fogo portátil, de cano longo e cuja alma do cano é
raiada. Podem ser de repetição, semi-automáticos ou
automáticos. ESPINGARDA - Arma de fogo portátil,
de cano longo com alma lisa, isto é, não raiada
METRALHADORA - Arma de fogo portátil, que
realiza tiro somente no sistema automático.

SUBMETRALHADORA - Conhecida também como


metralhadora de mão ou pistola metralhadora, é
uma arma de fogo portátil, que pode ser utilizada no
sistema semi-automática ou automática, de
tamanho reduzido para uso das mãos, sem fixação
por tripé, que utiliza normalmente um calibre usual
de pistola, como 9 mm. ou . 40 , entre outros.

NÃO PORTÁTIL “Arma que, devido às suas


dimensões ou ao seu peso, não pode ser
transportada por um único homem;” (Art. 3º, inciso
XX do Decreto 3.665/00 – R 105).
QUANTO AO SISTEMA DE CARREGAMENTO

ANTECARGA Aquela em que o carregamento é feito


pela boca do cano.

RETROCARGA MANUAL Aquelas em que o


carregamento é feito pela parte posterior do cano,
com emprego da força muscular do atirador.

RETROCARGA AUTOMÁTICA Aquelas em que o


carregamento é feito pela parte posterior do cano,
em regra por meio do aproveitamento da energia do
disparo, dispensando a intervenção humana.
QUANTO AO FUNCIONAMENTO

DE REPETIÇÃO Arma em que o atirador, após a


realização de cada disparo, decorrente da sua ação
sobre o gatilho, necessita empregar sua força física
sobre um componente do mecanismo desta para
concretizar as operações prévias e necessárias ao
disparo seguinte, tornando-a pronta para realizá-lo.
(Art. 3º, inciso XVI do Decreto 3.665/00 – R 105. Ex.
revólver.

SEMI-AUTOMÁTICA Arma que realiza,


automaticamente, todas as operações de
funcionamento com exceção do disparo, o qual, para
ocorrer, requer, a cada disparo, um novo acionamento
do gatilho. (Art. 3º, inciso XXIII do Decreto 3.665/00 –
R 105). Ex. pistola
AUTOMÁTICA Arma em que o carregamento, o
disparo e todas as operações de funcionamento
ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver
sendo acionado (é aquela que dá rajadas). (Art. 3º,
inciso X do Decreto 3.665/00 – R 105). Ex.
metralhadora.

QUANTO AO SISTEMA DE ACIONAMENTO

AÇÃO SIMPLES No acionamento do gatilho apenas


uma operação ocorre, o disparo, pois a ação de armar
o cão já foi efetuada (engatilhamento manual). Ex.
pistola IMBEL .380
AÇÃO DUPLA É um sistema mecânico de
determinadas arma de fogo, onde somente através
do acionamento do gatilho podem ser disparadas,
não permitindo o engatilhamento manual do
mecanismo de disparo. Nesse sistema o gatilho
exerce as duas funções: engatilha a arma e libera o
cão ou sistema de percusão. Ex. Revólver Taurus
mod. RT 851 Multialloy.

QUANTO A ALMA DO CANO

A alma é a parte oca do interior do cano de uma


arma de fogo, que vai geralmente da câmara de
explosão até a boca do cano, destinado a resistir
pressão dos gases produzidos pela combustão do
propelente e orientar o projétil. Pode ser lisa ou
raiada, dependendo do tipo de munição para o qual a
arma foi projetada.
LISA Aquelas cujo interior do cano é totalmente
polido, sem raiamento, porque não há necessidade
da estabilização dos projéteis. Ex. as espingardas e o
revólver Taurus RT 410 Cal. 36 GA

RAIADA Aquelas cujo interior do cano tem sulcos


helicoidais dispostos no eixo longitudinal
destinados a forçar o projétil a um movimento de
rotação. Raias - São sulcos feitos na parte interna
(alma) dos canos ou tubos das armas de fogo,
geralmente de forma helicoidal, que têm a
finalidade de propiciar o movimento de rotação dos
projéteis, ou granadas, que lhes garante
estabilidade na trajetória. (Art. 3º, inciso LXXI do
Decreto 3.665/00 – R 105).
ARMAS QUANTO AO USO:

DE USO RESTRITO -

ARMAS CURTAS - armas de fogo curtas, cuja


munição comum tenha, na saída do cano, energia
superior a (trezentas libras-pé ou quatrocentos e
sete Joules e suas munições, como por exemplo, os
calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super Auto, .40
S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto; (Art.
16º, inciso III do Decreto 3.665/00 – R 105).
- ARMAS LONGAS RAIADAS – armas de fogo longas
raiadas, cuja munição comum tenha, na saída do cano,
energia superior a mil libras-pé ou mil trezentos e
cinqüenta e cinco Joules e suas munições, como por
exemplo, .22-250, .223 Remington, .243 Winchester,
.270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester,
7,62 x 39, .357 Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum;
(Art. 16º, inciso IV do Decreto 3.665/00 – R 105).

- ARMAS LONGAS DE ALMA LISA - armas de fogo de


alma lisa de calibre doze ou maior com comprimento
de cano menor que vinte e quatro polegadas ou
seiscentos e dez milímetros; (Art. 16º, inciso VI do
Decreto 3.665/00 – R 105).

- ARMAS DE PRESSÃO - armas de pressão por ação


de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre
superior a seis milímetros, que disparem projéteis
de qualquer natureza;
DE USO PERMITIDO

ARMAS CURTAS - armas de fogo curtas, de repetição


ou semi-automáticas, cuja munição comum tenha, na
saída do cano, energia de até trezentas libras-pé ou
quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por
exemplo, os calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32
S&W, .38 SPL e .380 Auto; (Art. 17º, inciso I do Decreto
3.665/00 – R 105).

- ARMAS LONGAS RAIADAS - armas de fogo longas


raiadas, de repetição ou semiautomáticas, cuja
munição comum tenha, na saída do cano, energia de
até mil libras-pé ou mil trezentos e cinqüenta e
cinco Joules e suas munições, como por exemplo, os
calibres .22 LR, .32-20, .38-40 e .44-40; (Art. 17º, inciso
II do Decreto 3.665/00 – R 105).
- ARMAS LONGAS DE ALMA LISA - armas de fogo de
alma lisa, de repetição ou semi-automáticas, calibre
doze ou inferior, com comprimento de cano igual ou
maior do que vinte e quatro polegadas ou seiscentos
e dez milímetros; as de menor calibre, com qualquer
comprimento de cano, e suas munições de uso
permitido; (Art. 17º, inciso III do Decreto 3.665/00 –
R 105).

- ARMAS DE PRESSÃO - armas de pressão por ação


de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre
igual ou inferior a seis milímetros e suas munições
de uso permitido.

CALIBRE

Medida do diâmetro interno do cano de uma arma.


Nas armas de cano com alma raiada deve-se fazer
distinção entre calibre real, calibre do projétil e
calibre nominal.
CALIBRE REAL É a medida do diâmetro da parte
interna do cano de uma arma, medido entre os
cheios. É expresso em milímetros ou em fração de
polegada.

CALIBRE DO PROJETIL É a medida do diâmetro


interno do cano de uma arma raiada, medido entre
“fundos” das raias.
MUNIÇÃO

Artefato completo, pronto para carregamento e


disparo de uma arma de fogo. Geralmente de
dividem em: estojo, espoleta, pólvora e projétil.

ESTOJO É o componente de união mecânica do


cartucho. O estojo possibilita que todos os
componentes necessários ao disparo fiquem unidos
em uma única peça, o que facilita o manejo da arma
e acelera o processo de carregamento.

ESPOLETA É um recipiente, localizado na base do


estojo, que contém uma mistura iniciadora, a qual
gera uma chama no momento da percussão.
POLVORA É um tipo de propelente que, iniciado
pela ação de uma chama, causa a expansão de gases,
arremessando o projétil à frente.

PROJÉTIL Projétil, de uma forma ampla, é qualquer


corpo sólido passível de ser arremessado. Em se
tratando de munições, é a parte do cartucho que será
lançada através do cano. Pode ser chamado de bala
ou ponta.
Tipos de Armas de Fogo
Revolver

O revólver é uma arma de fogo curta, ou seja,


pequenas dimensões, que dispara um projetil de
arma de fogo de baixa velocidade. Sua capacidade
média de 5 a 7 cartuchos de munição. Sua marca
registrada é um tambor no centro com diversas
câmaras onde são colocados os cartuchos

Outra característica própria é que após os tiros os


estojos vazios permanecem na câmara da arma de
fogo, sendo seu remuniciamento mais demorado, já
que precisamos retirar os estojos e colocar uma nova
munição. A seguir, os calibres nominais mais comuns.

• .22 Long Rifle ou Short Rifle


• 32 SWL
• 38 SPL, .38SWL ou.38 Curto
• 357 Magnum
.44 Magnum
• 45 AR
Pistola

A pistola também é uma arma curta, sendo mais


sofisticada que o Revólver. Ela possui mais
capacidade de cartuchos de munição, além de
possuir uma recarga mais rápida. Sua Capacidade
varia em média de 7 a 15 cartuchos de munição.
Seus cartuchos ficam acondicionados em um
carregador, colocado no cabo da arma, que é
justamente a parte que torna o carregamento mais
rápido, bastando acionar o retem do carregador (um
pequeno botão). Após cada tiro os estojos vazios são
arremessados para fora da arma, através da janela de
ejeção. A seguir os calibres nominais mais comuns:

• 22 LR
• 25 AUTO (6,35 mm Browning)
• 32 AUTO (7,65 mm Browning)
• 380 AUTO (9 mm Curto ou 9 mm Browning)
• 9 mm Luger ou 9 mm Parabellum
• 40 S&W
Espingarda

Espingarda, pela definição da legislação específica


(Decreto n° 3.665, de 20/11/20001, art. 3°, inciso XLIX,
anexo), é uma "arma de fogo portátil, de cano longo
com alma lisa, isto é, não raiada". As espingardas são
armas de fogo com empregos que variam desde a
prática desportiva até a utilização em combate. A
seguir os calibres nominais mais comuns:
• 12
• 16
• 20
• 24
• 28
• 32
• 36
Fuzil

Pode-se entender que um fuzil "de assalto" é uma


arma longa, raiada, capaz de tiro automático e que
dispara calibres de alta velocidade.

A seguir os calibres nominais mais comuns

• 5,56 x 45 mm (.223 REM)

7,62 × 51 mm (.308 WIN)

• 7,62 x 39 mm

• 12,7 x 99 mm (.50 Browning)

• 7,62 x 63 mm (.30-06)

• 7 x 57 mm (7mm Mauser)
Traumatologia Forense

Traumatologia Forense é uma ciência da Perícia


Criminal específica para o estudo dos efeitos na
pessoa das agressões físicas e morais, e a
determinação de seus agentes causadores.

De acordo com Art. 129 CP, crimes de lesão corporal


deixam vestígios.

Logo, é indispensável a realização do exame de corpo


de delito!
Atenção!! Lembre-se que o exame de corpo de
delito não é a avaliação apenas da vítima, mas sim
de todos os vestígios. O que ocorre é que no caso
de lesão corporal, a maioria dos vestígios
encontram-se no corpo da vítima!!

Como estamos falando de lesão corporal, neste


caso faz parte do exame de corpo de delito um
exame das lesões corporais em si..

Exame de Lesão Corporal

Finalidade do Exame de Lesão Corporal

O exame das lesões corporais tem a finalidade de


determinar a qualidade, quantidade, sede, causa,
gravidade e consequência da lesão.

Ocasiões nas quais o exame de lesão corporal é


frequente:
Em casos de acidentes de trabalho, acidente de
tráfego com vítima, caso de separação litigiosa
caracterizando injúria e maus tratos.

Legislação
Um breve resumo dos tipos de Lesão Corporal, de
acordo com Art. 129 do Código Penal

Lesão Corporal Leve

Aquela que ofende a integridade corporal ou a saúde,


nada mais.

Lesão Corporal Grave

Aquela que além de ofender a integridade corporal ou


a saúde, incapacita para as atividades habituais por
mais de 30 dias ou debilita seus membros, sentidos
ou funções, acelera o parto ou traz perigo de vida.
Lesão Corporal Gravíssima

Aquela que além de ofender a integridade corporal


ou a saúde, incapacita permanentemente para o
trabalho, causa enfermidade incurável, perda ou
inutilização de membro, sentido ou função,
deformidade permanente, provoca aborto.

Lesão Corporal seguida de Morte

Aquela que além de ofender a integridade corporal ou


a saúde, resulta em morte, sem querer este resultado,
nem assumir o risco de produzi-lo.

Qualificadora (agravante):

Lesão corporal produzida por meio de veneno, fogo,


explosivo, asfixia ou tortura por meio insidioso ou
cruel.
Determinação do Tipo de Tiro

Ferida de entrada de Tiro a Curta Distância e à


Queima-roupa.

A ferida do tiro a curta distância é ricamente


caracterizada pelo impacto do projétil, pelo calor da
combustão, pela fumaça da pólvora e pela expansão
dos gases que acompanham o projétil.

Se a ferida apresentar apenas os elementos


produzidos pela ação dos gases superaquecidos
(queimadura e o desfalque de pêlos), é caracterizada
como Ferida de Tiro à Queima-roupa
Determinação do Tipo de Tiro

Ferida de entrada de Tiro a Longa Distância

A ferida do tiro a longa distância é caracterizada pela


falta de queimadura, tatuagem e esfumaçamento,
apresenta com maior nitidez a aréola equimótica e a
zona de enxugo
Ferida de saída

A ferida de saída do tiro vai depender muito do tipo


de arma utilizada e também do tipo de munição.
Abaixo observe exemplos de feridas de saída, causada
por munições clássicas, estas apresentam
características comuns encontradas nas no orifício de
saída.
Ferida de saída

Dependendo do tipo de arma ou munição, a ferida de


saída pode ser em forma de cratera, resultante de
um mecanismo explosivo...
Sinal de Pupe Werkgaetner

Câmara de Mina de Hofmann


Zona de Esfumaçamento

Chamuscamento e Esfumaçamento
Zona de Tatuagem
Perícia é o exame realizado por pessoa com
conhecimentos específicos sobre matéria técnica e
essencial com a finalidade de esclarecer à Justiça
sobre o fato de natureza duradoura ou permanente.
Na fase do inquérito policial, a perícia é em regra
determinada pela autoridade policial.

O ideal é que a perícia seja realizada assim que a


ocorrência for conhecida. Isso é importante pois a
demora pode acarretar o desaparecimento dos
vestígios e prejudicar a apuração dos fatos.

Conforme o Art. 158 do Código de Processo Penal,


quando a infração deixar vestígios será indispensável
o exame de corpo delito, direto ou indireto, não
podendo supri-lo a confissão do acusado.
O artigo 159 do Código de Processo Penal preconiza
que a perícia é feita por perito oficial portador de
diploma de curso superior. Na falta de perito oficial,
o exame será realizado por duas pessoas idôneas
portadoras de diploma de curso superior
preferencialmente na área específica (artigo 159, § 1º
do CPP).

A perícia é retratada através do laudo pericial que é a


exposição minuciosa do observado pelos peritos e de
suas conclusões. Ressalte-se que o laudo pericial tem
valor inegável, visto que se trata de peça técnica
indispensável à livre convicção do juiz. De posse do
laudo o juiz tem inteira liberdade de apreciação em
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
O exame de corpo de delito é uma modalidade de
perícia, sendo a atividade voltada para a captação
dos vestígios deixados pelo crime. Tal exame pode
ser direto ou indireto, sendo direto se depender de
inspeção ocular sobre elementos sensíveis que
permaneceram atestando a prática delituosa. Ocorre
o exame indireto quando se forma por depoimentos
testemunhais acerca da materialidade do fato e de
suas circunstâncias.
Os principais meios utilizados na balística forense
na identificação de armas e suspeitos são feitos
utilizando identificações: no projétil utilizado, estojo
e pólvora expelida. O projétil disparado por arma de
fogo está dentre os elementos de munição em que é
possível a identificação imediata delas. Dessa
maneira, os projéteis são os que possuem maior
soma de características indiciárias. Portanto, eles
permitem o estabelecimento do nexo causal entre a
lesão ou o dano material produzido por um ou mais
tiros da arma considerada, sendo os mais
frequentemente submetidos ao exame pericial.

a) Identificação Direta

Baseia-se nas características e peculiaridades


distintivas da arma. ex.: Sinais de fabricante, série,
bancos de prova.

Três são as categorias fundamentais de identificação


direta:
1) Genérica

Refere-se ao determinado tipo de arma. Ex.: revólver,


pistola, garrucha, espingarda etc.

2) Específica

Refere-se à uma determinada espécie entre armas do


mesmo gênero, ex. Revólver marca Rossi .38SPL e
revólver marca Taurus .38SPL

3) Individual

Refere-se à numeração de série de cada arma de


fogo. Muitas vezes, o material apresenta condições
apenas para sua identificação genérica ou específica,
porém somente com a identificação individual de
uma arma pode-se garantir que as conclusões do
laudo se referem à uma determinada arma
b) Identificação Indireta

Ocorre através de estudos comparativos macro e


microscópicos, entre as deformações pela arma
produzidas, nos elementos de sua munição, e as
deformações presentes nos elementos de munição
questionados ou suspeitos.

Os estojos apresentam algumas marcas


individualizadas da arma a que serviram. Assim
devem ser analisadas as marcas produzidas pela
superfície interna do cano, marca do percussor
sobre a espoleta, marca da espalda do cano sobre o
talão e marca do extrator na gola do estojo
1) Estojo

As deformações produzidas nos estojos e nas cápsulas


de espoletamento são aquelas produzidas pelo pino
percussor (ou percutor), pela superfície da culatra ao
impactar contra o estojo, pelo ejetor e pelo extrator,
localizadas na base e no culote do estojo.

2) projétil

Normais: São predominantemente as impressões das


raias cheias e as irregularidades do raiamento.
3) Periódicas: São deformações produzidas de forma
particular por uma arma ou cano ou culatra (não
decorrente do raiamento). Geralmente ricas e de
grande valor para a identificação de uma arma de
fogo. ex.: giro irregular do tambor.

4) Acidentais: São aquelas não produzidas pela arma,


na maioria das vezes produzidas pelo impacto do
projétil no alvo atingido
Exame Macroscópico do Projetil:

• Massa

• Comprimento

• Diâmetro de base

• Determinação de calibre nominal

• Determinação do número e da orientação de


ressaltos e cavados

• Deformações.

Alguns cuidados devem ser tomados para preservar


os projetis questionados:

• Não utilizar pinças sobre a área útil do corpo a qual


contém contendo os microvestígios passíveis de
exame microcomparativo
• Lavar os projetis com água e sabão neutro para
eliminar incrustações

Acondicionar individualmente cada projétil,


evitando o atrito e rasuramento

• Identificar e lacrar corretamente os invólucros.

Exame macroscópico do Estojo:

• Verificação do calibre nominal impresso

• Identificação de marcas de percussão.

Exame Microscópico

São realizados entre componentes de munição da


mesma natureza, utilizando-se de microscópio
comparador apropriado
Exame microscópico do Projetil:

Comparação por observação direta nas oculares do


microscópio de comparação, buscando através do
mesmo localizar elementos característicos e próprios
do raiamento de cada arma, impressos na superfície
dos projetis (estrias ou microestrias convergentes/
divergentes).
Exame microscópico do Estojo

As características podem variar de acordo com os


diversos tipos de armas e incluem microestrias
presentes na percussão (radial ou central), na base do
estojo, na superfície externa da cápsula de
espoletamento, ou na periferia do culote, nos casos de
armas semiautomática e automática.

O sucesso do exame dependerá da qualidade dos


padrões utilizados, que devem preencher alguns
requisitos:
adequabilidade: os padrões devem manter
características dos questionados

autenticidade: origem certa e inquestionável

contemporaneidade: o padrão e os estojos ou


projetis questionados devem ser fabricados na
mesma época

quantidade: tantos quanto forem necessários para


formar a convicção do perito

A conclusão do exame microcomparativo dependerá


das condições dos componentes (elementos) de
munição questionados, seu número e valor das
deformações comparados a um material padrão
adequado.
Baseia-se em elementos concretos e objetivos
presentes nos materiais confrontados, suficientes
para a convicção dos peritos e pode ser:

Positivo - quando houver coincidências suficientes

Negativo - quando houver divergências suficientes

Inconclusivo na ausência de elementos suficientes


convergentes ou divergentes, quando houver
exiguidade de área útil ou acentuada deformação.
E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com o Professor Debora Souza para
o curso de "Balística".

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