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ESTADO DE SERGIPE

POLICIA MILITAR DO ESTADO DE SERGIPE


CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS

CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS

Instrutor: Maj QOPM J. LUIZ

Aracaju/SE, agosto de 2019


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SUMÁRIO

Pág.
1. ARMAS LONGAS............................................................................................... 04
1.1 Generalidades..................................................................................................... 04
1.2 Sistemas de Operação......................................................................................... 04
2. ARMAS LONGAS NA PMSE.............................................................................. 05
2.1 ESPINGARDA DE COMBATE Cal. 12.......................................................... 05
2.1.1 Generalidades.......................................................................................... 05
2.1.2 Características........................................................................................ 06
2.1.3 Espingarda CBC M586........................................................................... 07
2.1.3.1 Principais Componentes.............................................................. 08
2.1.3.2 Mecanismo de Segurança........................................................... 10
2.1.3.3 Operação de Manejo .................................................................. 10
2.1.3.4 Funcionamento............................................................................ 11
2.1.3.5 Manutenção................................................................................. 12
2.2 SUBMETRALHADORAS.............................................................................. 14
2.2.1 Generalidades.......................................................................................... 14
2.2.2 Características e Funcionamento............................................................. 14
2.3 FAMAE Cal.40................................................................................................. 17
2.3.1 Principais Componentes................................................................. 18
2.3.2 Mecanismo de Segurança.............................................................. 19
2.3.3 Operação de Manejo ..................................................................... 20
2.3.4 Funcionamento............................................................................... 21
2.3.5 Manutenção.................................................................................... 22
2.4 MT12A Cal.9mm............................................................................................. 24
2.4.1 Principais Componentes................................................................. 26
2.4.2 Mecanismo de Segurança.............................................................. 28
2.4.3 Operação de Manejo ..................................................................... 28
2.4.4 Funcionamento............................................................................... 29
2.4.5 Manutenção.................................................................................... 30
2.5 FUZIL E FUZIL DE ASSALTO..................................................................... 32
2.5.1 Generalidades......................................................................................... 32
2.6 MOSQUEFAL Cal.7,62................................................................................... 33
2.6.1 Principais Componentes................................................................. 35
2.6.2 Mecanismo de Segurança.............................................................. 37
2.6.3 Operação de Manejo ..................................................................... 38
2.6.4 Funcionamento............................................................................... 39
2.6.5 Manutenção.................................................................................... 41
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2.7 SAR/PARASAR Cal.7,62................................................................................. 43


2.7.1 Generalidades................................................................................... 46
2.7.2 Principais Componentes................................................................. 46
2.7.3 Mecanismo de Segurança.............................................................. 47
2.7.4 Operação de Manejo e Funcionamento......................................... 47
2.7.5 Manutenção e Limpeza................................................................... 51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 55

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1. ARMAS LONGAS

1.1 Generalidades

Na classe das armas longas incluem-se aquelas dotadas de canos de


comprimento, em geral, superior a 18 polegadas. Destinam-se a tiros em distâncias
superiores a 50 metros, e são parte integrante do arsenal de qualquer força policial.

No serviço policial são utilizados fuzis, sub-metralhadoras e espingardas de


combate, e, dependendo de seu uso tático, podem ser a solução para as situações em que
se deseja precisão e grande poder de parada.

1.2 Sistemas de Operação

As armas longas possuem, à exceção daquelas operadas manualmente pelo


engatilhamento prévio do cão externo ou interno, os seguintes sistemas de operação, em
geral não encontrados nas armas curtas:

a. Armas longas semi-automáticas e automáticas - funcionando com ação


de ferrolho, por recuo simples ou retardado, ou operadas a gás, apresentam-se com três
tipos de carregadores, que também podem ser encontrados nas armas longas de repetição
não automática: o tubular no interior da coronha, o tubular abaixo do cano, e o cofre
vertical, atrás da culatra.
b. Armas longas de repetição - Podem ter os seguintes sistemas de
operação:

1. Ação por ferrolho - O manejo da arma se dá pelo acionamento manual de um ferrolho


móvel. O Fuzil Mosquefal é um exemplo;

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2. Ação por alavanca - O manejo se dá pelo acionamento de uma alavanca,


como na carabina PUMA;

3. Ação de bomba, ou "trombone" - As operações de manejo necessárias ao


funcionamento da arma se dão através do acionamento manual da telha da arma, como
na espingarda CSC 586-P "Pump Action".

2. ARMAS LONGAS NA PMSE

2.1 ESPINGARDA DE COMBATE Cal.12

2.1.1 Generalidades

As espingardas, normalmente armas utilizadas para a caça, ficaram famosas


quando empregadas na primeira grande guerra, onde tornou-se comum o combate no
interior de trincheiras. Naquela época, possuíam um potencial muito maior do que o dos
fuzis de então, projetados para atingir alvos a grandes distâncias, mas inadequados para
o uso em locais fechados. Eram denominadas "trench guns", ou armas de trincheira,
denominação que conservam até hoje, graças a seu desempenho.

O modelo de combate mais utilizado, com certeza, foi a espingarda


Winchester 1897, em calibre 12 e de funcionamento por ação de bomba ("pump action").

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2.1.2 Características

No uso policial destaca-se como arma completa, excelente para o combate


urbano, dado às suas características de alto poder de parada (utilizando-se a munição
correta) e curto raio de ação (alcance).

As espingardas utilizadas no serviço policial denominam-se espingardas de


combate, dada a natureza de seu emprego, e podem ser, para fins didáticos, classificadas
em quatro grandes grupos:

a. Espingardas de combate de 1ª geração: modelos com dois canos,


paralelos ou sobrepostos, encurtados, ou possuindo apenas um cano, funcionando por
percussão externa ou interna;
b. Espingardas de combate de 2ª geração: aquelas que operam no sistema de
bomba;

c.Espingardas de combate de 3ª geração: funcionam de modo semi-


automático;
d. Espingardas de 4ª geração: funcionam em "pump action" e de modo
semi- automático.

As espingardas de combate mais adequadas ao uso policial são as de segunda e


quarta geração, dado seu grande poder de fogo (cinco ou oito disparos) e eficientes
sistemas de segurança.

Geralmente em calibre 12, tem sua capacidade tática ampliada ao fazer-se uso
de munições de chumbo grosso ou balotes. Entretanto, dado a suas características, não são
indicadas para o tiro a distâncias superiores a 50 metros.

As espingardas de combate são armas ideais para o combate a curtas


distâncias, e, sendo dotadas de excelente rusticidade, possuem grande confiabilidade,
suportando o uso diário com um mínimo de manutenção.

As espingardas manuais valem-se da força muscular do atirador para as


operações de engatilhamento, extração e ejeção, enquanto as de repetição podem

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funcionar de maneira a fazerem as operações acima referidas de modo semi- automático,


valendo-se, para tanto, do próprio disparo da arma para funcionar de modo similar ao das
pistolas. Este, entretanto, não é o caso da espingarda de funcionamento de ação por
bomba.

2.1.3 ESTUDO DA ESPINGARDA DE COMBATE CBC M586

Apresentação

Espingarda de combate que funciona no sistema de ação por bomba ou


trombone ("pump action"), fabricada pela Companhia Brasileira de Cartuchos, CBC.

Características

As espingardas de repetição por ação de bomba deslizante, são armas de


consagrado uso policial, tanto em nosso como em outros países. Concebida para
utilização de cartuchos especiais e uso em ações de controle de distúrbios civis, mas que
pode perfeitamente utilizar os demais tipos de cartucho calibre 12.

Características

Quanto ao tipo.......................................................................portátil
Quanto ao emprego...............................................................individual
Quanto ao funcionamento.....................................................de repetição, por ação de
bomba
Quanto ao princípio de funcionamento..................................ação muscular do
atirador
Quanto ao sistema de refrigeração.........................................a ar
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Capacidade de tiro..................................................................8 cartuchos (7 + 1)


Carregador..............................................................................tubular, sob o cano
Raiamento...............................................................................inexistente
Peso........................................................................................2,7 kg Comprimento
total.........................................................................................1m
Comprimento do cano.............................................................47cm
Divisão Básica

a. cano;
b. telha;
c. depósito (carregador tubular);
d. receptáculo; e. coronha;
f. mecanismo.
2.1.3.1 Principais Componentes

Gatilho- A arma irá disparar sempre que o


gatilho for pressionado. O peso que irá acionar a tecla do
gatilho foi ajustado segundo normas internacionais de
segurança;

Acionador da Trava da Corrediça- Esta


peça está localizada no lado esquerdo da arma, na região
do guarda mato e à frente do gatilho. Seu
acionamentopermite a abertura da arma, mesmo
engatilhada, caso esteja com um cartucho na câmara,
este será expelido pela janela de ejeção;

Coronha e Telha- A telha, além de servir de apoio para a mão do policial, é


utilizada para a movimentação do mecanismo do ferrolho; para abrir o mecanismo,
movimente a telha para trás, e o ferrolho irá recuar (lembrando sempre que, para o
primeiro disparo, é necessário o acionamento da trava da corrediça).
Estando a telha no ponto máximo de recuo, ao ser acionada novamente para a

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frente, o primeiro cartucho posicionado para a alimentação no carregador, será levado


pelo transportador à câmara, e nela totalmente alojado quando o ferrolho for
completamente fechado e trancado ao cano;

Cano- O cano da M586 é fabricado em aço cromo molibdênio, sendo


submetido a teste de sobre pressão, conforme atesta a marca "PN" gravada no cano.

Conjunto do Ferrolho- A arma só irá disparar se o ferrolho estiver


perfeitamente trancado ao cano. O policial deverá atentar para quando não acionar
corretamente a telha da arma, ou utilizar munição danificada que impossibilite o correto
fechamento da mesma;

Localizador Esquerdo Longo- Esta peça, localizada no lado esquerdo da


arma, ao ser acionada, permite o descarregamento dos cartuchos alojados no tubo de
depósito (carregador), mediante um único recuo da telha.

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2.1.3.2 Mecanismo de Segurança

Trava de segurança

No modelo M586, a trava de segurança bloqueia o


gatilho e a trava do martelo. Quando acionada, oferece
proteção contra disparo acidental ou não intencional. Para
travar o gatilho, basta mover o botão da trava da esquerda
para a direita, de modo que a indicação em vermelho não
fique visível. Para destravar a arma, o botão deve ser movido da direita para a esquerda;
nesta posição a faixa vermelha estará visível e a arma estará pronta para o disparo. A
trava atua diretamente no gatilho, impedindo a liberação do cão.
O policial nunca deve tocar no gatilho quando for travar ou destravar a arma.
O sistema de segurança das espingardas de repetição por ação de bomba baseia-
se, também, no retém do ferrolho (ou trava da corrediça), que tem por função bloquear
o movimento da bomba e, com o desengatilhamento da arma, libera o mecanismo
independente de movimento da telha.
A trava de segurança deve bloquear a ação do gatilho, impedindo o
acionamento da barra de percussão, o que acionaria o percussor. Na CBC M586, a
trava de segurança localiza-se atrás do guarda mato. Empunhando a arma normalmente o
dedo indicador da mão direita encontra facilmente a trava. Para a esquerda, a arma está
destravada. Estando saliente o botão da trava, a arma está travada. A posição destravada
possui indicativo, no botão, na cor vermelha.

Sistema de Percussão

A CBC M586 funciona por percussão indireta, com cão embutido na caixa
da culatra (receptáculo). O percussor, flutuante, funciona pela inércia do golpe recebido
pelo cão.

2.1.3.3 Operação de Manejo

a. Municiamento do carregador e alimentação da arma- colocar os


cartuchos de munição no interior do carregador (depósito), pela janela de alimentação

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localizada na parte inferior do receptáculo;

b. Carregamento da arma- Acionar a telha para trás, abrindo a arma, e para


frente, colhendo um cartucho do depósito e introduzindo-o na câmara da arma;
c. Travar/Destravar a arma- Empunhando a arma para o tiro, acionar a
tecla da trava para a esquerda (destravar) ou para a direita (travar). A tecla de segurança
possui a cor vermelha para a posição de fogo (para a esquerda);
d. Atirar- Pressionar a tecla do gatilho;
e. Remuniciar/recarregar a arma- Repetir os passos "a" e "b".
f. Descarregar e desmuniciar a arma- Travar a arma. Com a arma virada
(face inferior do receptáculo para cima), acionar a trava da corrediça, abrindo a arma. O
cartucho que estava na câmara é extraído e ejetado. É apresentado um cartucho pelo
carregador tubular, retire-o. Abaixar a mesa transportadora e acionar o localizador
esquerdo longo, que irá liberar a munição contida no carregador tubular.
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2.1.3.4 Funcionamento

Deve ser observado que, ao pressionar-se o gatilho, este libera o cão, que
golpeia o percussor que, por sua vez, percute a espoleta do cartucho. Após o primeiro
disparo, não é mais necessário o acionamento da trava da corrediça (ou retém do
ferrolho), podendo-se mover a telha para trás, extraindo o estojo vazio da câmara e o
ejetando para fora da arma; em seguida, movendo-a para frente, recoloca-se um cartucho
intacto na câmara, e apronta-se a arma para novo disparo.

Abertura da Arma

Após o disparo, o policial aciona a telhatrazendo o conjunto do ferrolho à


retaguarda, abrindo a arma. Nesse deslocamento o estojo vazio é extraído e ejetado da arma,
sendo apresentado um novo cartucho pelo depósito. O cão é armado e preso pela armadilha.

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Fechamento da Arma

O conjunto do ferrolho é levado à frente através da ação muscular do Policial,


levando o cartucho novo a câmara, fechando e trancando a arma. O Policial aciona a tecla
do gatilho para efetuar um novo disparo.

2.1.3.5 Manutenção
Desmontagem:

1. Abra a arma, trave-a e certifique-se de que não há cartucho na câmara ou no


depósito;

2. Com a arma aberta, desparafuse e remova o bujão do depósito;

3. Retire o cano, puxando-o paralelamente ao tubo do carregador;

4. Vire a arma, colocando a janela de alimentação para cima. Com o dedo


indicador, abaixe ligeiramente o transportador e pressione o localizador direito. Desvire a
arma, colocando a janela de alimentação para baixo; com a outra mão, afaste a telha do
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receptáculo, até que o conjunto do ferrolho seja naturalmente extraído das hastes da
corrediça. Remova a telha e a corrediça.

Montagem:

Observação - Não se deve acionar a corrediça repetidamente enquanto o


cano não estiver montado. Da mesma forma, não acionaremos o gatilho repetidamente
"em seco", pois estes danificam componentes da arma.

1. Antes da montagem, deve-se verificar o cano em busca de possíveis


obstruções;
2. Monta-se o conjunto do ferrolho na corrediça;

3. Empurra-se, então, o acionador da trava da corrediça, recuando a telha a


retaguarda deixando a mesma aberta;

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4. Introduz o cano na arma paralelamente ao carregador encaixando-o na


caixa da culatra;

5. Coloca-se o bujão do depósito, apertando-o sem excesso.

2.2 SUBMETRALHADORAS

2.2.1 Generalidades

As submetralhadoras são armas que se situam num meio termo entre as


armas curtas e longas, que estudaremos na família das armas longas. Criadas para fins
militares durante a 2ª grande guerra, são armas que possuem, ainda hoje, grande utilidade
na atividade policial. Atirando com a mesma munição das pistolas semi-automáticas,
as submetralhadoras cumprem seu papel em abordagens e operações especiais, onde seja
necessário grande volume de fogo.

2.2.2 Características e Funcionamento

As submetralhadoras possuem, independente de seu modelo ou origem,

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algumas características em comum que influenciam diretamente em seu funcionamento.


Estas podem operar nos mesmos sistemas já vistos para as pistolas semi-automáticas: por
recuo direto, por recuo retardado ou por tomada de gases. O mais comum é que operem
com culatra desaferrolhada (recuo direto), sem nenhum tipo de trancamento mecânico.
Isto se dá pelo geralmente grande peso do bloco da culatra, que agindo pela inércia, já
mantém a arma fechada até a saída do projétil, e por seu curso, bem maior do que o do
bloco das pistolas semi-automáticas.

Diversos autores classificam as submetralhadoras de acordo com a época de


sua criação e suas características. Assim, temos:

a. S Mtr de 1ª geração - Armas caras, em cuja fabricação empregava-se


grande dose de trabalho artesanal na confecção e ajuste das peças. Por isso, são
extremamente robustas e confiáveis. Um exemplo é a americana Thompson, calibre .45
ACP, que ficou famosa nos filmes como arma dos "gangsters" dos anos 30;

b. S Mtr de 2ª geração -
Armas de fabricação econômica, feitas
geralmente em aço estampado, como as
antigas INA .45 ACP. Produzidas em
grande número e em série,
principalmente na época da 2ª grande
guerra. A MT12A, objeto de nosso
estudo, pertence à esta geração, embora
de projeto e fabricação mais recente;

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c. S Mtr de 3ª geração - Também


de fabricação barata, utilizam altas doses de
estamparia de aço, possuindo o carregador
encaixado em seu punho ou coronha, o que as
tornam extremamente compactas, como as
UZI e as INGRAM; Até aqui, todas operam
em"blowback" puro, sem aferrolhamento.

d. S Mtr de 4ª geração - Trabalham com sistema de culatra aferrolhada,


fechada, disparando com o bloco da culatra desde a posição à frente, como nas pistolas.
Com isso, não há a necessidade de o percussor chocar-se contra a espoleta do cartucho.
Por esta razão, são armas de tiro automático estável e de grande precisão. Geralmente
possuem dispositivo que permite rajada curta de dois, três ou quatro tiros ("burst"), o que
resulta em uso mais racional da munição disponível. A americana RUGER MP-9 e a
alemão H&K MPS são exemplos desta geração de submetralhadoras.

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Recentemente deixou-se de empregar a S Mtr INA cal .45 ACP na Força,
uma arma de segunda geração. Em virtude disso, nossas Unidades passam a contar
com a TAURUS MTA12 e a FAMAE Cal.40 S&W.

A Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado de


Sergipe utiliza as submetralhadoras da fábrica alemã Heckler & Koch (H&K), da série
MP-S, reconhecidas mundialmente como as melhores armas dentre as da sua classe. De
4ª geração, trabalham com a culatra fechada, com excelentes níveis de precisão,
incorporando vários acessórios, como aparelhos ópticos e supressores de ruído.
Recentemente passou a utilizar também a Mtr FAMAE Cal .40 S&W.
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2.3 SUBMETRALHADORA TAURUS Mtr FAMAE Cal .40

A metralhadora portátil Taurus-


FAMAE Cal.40, é uma arma leve, de fácil
manejo e de cômoda utilização. Com
carregadores para 30 cartuchos, possui uma
cadência perfeitamente controlável, e grande
poder de fogo. Através do seletor de tiro de
quatro estágios: segurança, tiro a tiro, rajada
limitada e rajada total, possibilitando o
controle da utilização da munição.
O ferrolho, com percussor flutuante, trabalha fechado e fica retido atrás pelo
retém no último disparo, alertando o atirador que as munições esgotaram. Um novo
carregador poderá ser utilizado, e de forma imediata com o acionamento do preparador,
a arma estará novamente em condições de prosseguir atirando. O conjunto de miras
facilita o enquadramento do alvo com um tambor de vértice aberto para curtas
distâncias e orifícios para distâncias maiores. O guarda-mato é rebatível oferecendo
opção para uso de luvas, e a empunhadura com o fundo removível, além de
confortável, possui um compartimento interno para alojar material de limpeza.

Classificação

Quanto ao tipo.........................................................................portátil
Quanto ao emprego.................................................................individual

Quanto ao funcionamento.......................................................automático
Quanto ao princípio de funcionamento................................ação dos gases sobre
o ferrolho
Quanto ao sistema de refrigeração..........................................a ar
Carregamento..........................................................................retrocarga
Capacidade do carregador.......................................................30 cartuchos
Tipo de carregador...................................................................cofre metálico
Sentido da alimentação............................................................de baixo para cima
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Raias........................................................................................seis (06)
Sentido da rotação...................................................................dextrógiras

Alça de mira..............................................................................tambor regulável


Massa de mira..........................................................................ajustável em altura
Graduação................................................................................para 50m e 100m

Calibre.......................................................................................40 S&W
Cadência de tiro aproximada....................................................1200 tiros por
minuto

2.3.1 Principais Componentes

a. Cano;

b. Caixa da Culatra;

c. Caixa do Mecanismo;

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d. Conjunto do Ferrolho (interno);

e. Mola Recuperadora e Haste (interno);

f. Coronha;

g. Carregador.

2.3.2 Mecanismo de Segurança

O registro de segurança apresentado pela


arma compreende uma tecla seletora de tiro com as
indicações: S (Segurança), 1 (Tiro a tiro), L (Rajada
limitada) e F (Rajada total).

O seletor com a opção de rajada limitada caracteriza-se por possibilitar ao


policial o controle do tiro, sem desperdício de munição. A Taurus apresenta a opção de
rajada limitada (burst) de 2 (dois) tiros. A rajada de 2 tiros caracteriza-se por possibilitar
excelente controle, com os impactos dos projéteis muito próximos, quando o tiro é
realizado à curta distância.
A arma funciona através do sistema Blowback, com ferrolho fechado,
possibilitando a introdução de um cartucho na câmara, da mesma maneira que as
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pistolas semi-automáticas. No caso de transporte da arma, o seletor de tiro deve estar na


posição S (segurança).

2.3.3 Operação de Manejo

1. Coronha

a. Para estender: segurar a arma com a mão esquerda e com a mão


direita puxar a coronha até ocorrer o trancamento final;
b. Para rebater: segurar a arma com a mão esquerda e com a mão
direita pressionar fortemente o tubo superior da coronha contra o tubo inferior e
rebater. A pressão no tubo deve ser exercida próxima a caixa do mecanismo.

Obs: por medida de segurança, antes de estender ou rebater a coronha, colocar o


seletor na posição "S" (segurança).

2. Disparo

a. Municiar o Carregador:

Ɣ Posicionar o seletor em segurança "S";


Ɣ Colocar os cartuchos no carregador, segurando-o com uma mão e com
a outra introduzir os cartuchos pressionando-os para baixo e para a retaguarda, até o
máximo de trinta cartuchos;

b. Alimentar a Arma:

Ɣ Colocar o carregador no alojamento na caixa do mecanismo,


assegurando-se que fique preso pelo retém. Carregadores mal colocados podem não
alimentar a arma ou cair no momento de atirar;

c. Carregar a Arma:

Ɣ Apontar o cano para uma direção segura, puxar o ferrolho fortemente


para trás até o final do curso e soltá-Io bruscamente. Com isso o ferrolho posicionará
um cartucho na câmara e a arma estará pronta para atirar, bastando apenas
posicionar o seletor na modalidade de tiro desejada (1, L ou F).
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d. Trocar o carregador:

Ɣ Retirar o carregador pressionando o retém e introduzir o outro carregador.

e. Recarregar a Arma:

Ɣ Apontar o cano para uma direção segura, alimentar acionando o retém do


ferrolho ou puxando o preparador para trás e soltando bruscamente. O ferrolho
posicionará novamente um cartucho na câmara deixando a arma em condições de
prosseguir atirando.

f. Descarregar a Arma:

Ɣ Posicionar o seletor em segurança "S";


Ɣ Retirar o carregador;
Ɣ Efetuar dois golpes de segurança retirando o cartucho da câmara (se
houver), certificando-se através de inspeção visual que realmente a câmara está vazia, e
fechar o ferrolho.

2.3.4 Funcionamento

A TAURUS MT40 é denominada pelo fabricante como metralhadora portátil,


e pertence à categoria de armas de 4ª geração. Funciona pelo consagrado sistema
blowback, com recuo simples, sem utilizar o travamento do ferrolho durante o disparo.
O percussor flutuante assegura a possibilidade de trabalhar com uma munição
na câmara, pois o ferrolho fica fechado (culatra aferrolhada), como nas pistolas semi-
automáticas.
a. Recuo do Ferrolho:

Após a pressão do gatilho, o percussor é lançado contra o cartucho,


ocasionando o disparo. Com a pressão dos gases, o ferrolho recua e o extrator retira o
cartucho vazio da câmara, até que o ejetor o projete para fora da caixa da culatra.
Continuando o seu recuo, o ferrolho ultrapassa o carregador que apresenta um novo
cartucho.

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b. Avanço do Ferrolho

Por ação da mola recuperadora, o ferrolho retoma à frente levando


novo cartucho para a câmara. O cão fica armado preso na armadilha, a um toque do
gatilho pelo Policial para que ocorra um novo disparo se o registro de segurança
estiver em 1, ou o disparo sairá automaticamente caso o registro esteja na posição F.
2.3.5 Manutenção
Desmontagem da Arma:

Medidas Preliminares
a. Retirar a bandoleira;
b. Retirar o carregador;
c. Posicionar o seletor em segurança "s", recuar o ferrolho através da alavanca
de manejo e verificar visualmente a existência de cartuchos na câmara (procedimento
de segurança);

Desmontagem Propriamente Dita:

a. Pinos de união- Os pinos de


união para serem removidos é necessário
pressioná-los, retirando primeiro o pino
posterior e depois o anterior. Uma vez
retirados, a caixa do mecanismo se
desconectará da caixa da culatra, separando a
arma em duas partes;

b. Guarda-mão- Após separar


a caixa da culatra, retira-se as placas do
guarda-mão, retirando primeiramente a
placa inferior, movimentando-a para trás
e para baixo, e posteriormente a placa
superior;

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c. Guia e mola
recuperadora - Pressionar a guia
pela abertura traseira da caixa da
culatra, retirar o pino de retenção na
extremidade anterior e descomprimir
a mola. A guia sairá livremente,
juntamente com a mola recuperadora;

d. Culatra- O ferrolho sairá


pela parte posterior da caixa da culatra,
sendo necessário somente desconectar a
alavanca de manejo do retentor. A
caixa da culatra deverá ser inclinada
levemente para que o ferrolho deslize e
possibilite a sua retirada.

Montagem
A montagem é feita na ordem inversa da desmontagem conforme a seguir:
a) Introduzir o ferrolho na caixa da culatra;
b) Introduzir a guia com a mola recuperadora no ferrolho e pressionar até
que o orifício da extremidade oposta ultrapasse o limite da caixa da culatra
suficientemente para colocação do pino de retenção. Certificar-se que esteja
perfeitamente encaixado no seu alojamento na caixa da culatra. (A não observância desse
detalhe poderá vir a causar danos na arma);
c) Colocar o guarda-mão superior e inferior, verificando se não interferiu no
orifício de passagem do pino de união;
d) Unir as caixas do mecanismo e culatra, posicionando primeiro o pino de
união anterior e depois o pino de união posterior;
e) Pressionar o retentor da alavanca de manejo e conectá-Ia ao ferrolho.

Teste de Funcionamento

Logo após a montagem é aconselhável que seja verificado o funcionamento


da arma. O manuseio deve ser efetuado sem munição e sem carregador, certificando- se
que nas quatro posições do registro de tiro o mecanismo não apresenta irregularidades.
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Limpeza e Manutenção

A limpeza faz parte da manutenção, necessária para garantir o perfeito


funcionamento da arma e prevenir desgastes prematuros no tratamento superficial por
agentes corrosivos e mecânicos, elevando sua vida útil.
São duas as classes de limpeza após o tiro.
1. Limpeza ordinária, após o serviço:
- Desmuniciar a arma;
- Limpar todas as superfícies externas da arma e do carregador, mantendo- as
lubrificadas com uma fina camada de óleo.

2.- Limpeza após o tiro:


- Descarregar a arma;
- Desmontar a arma no 1º escalão, conforme seqüência acima descrita,
limpando o cano e a câmara, primeiramente;
- Limpar e lubrificar as caixas do mecanismo e culatra internamente e
externamente.
- Limpar e lubrificar o ferrolho e guia e mola recuperadora.
- Desmontar, limpar e lubrificar o carregador;
- Montar os conjuntos e verificar o funcionamento da arma.

2.4 SUBMETRALHADORA TAURUS Mt 12A Cal.9mm

A submetralhadora
nacional TAURUS modelo MT
12A, é uma arma cujo desenho foi
projetado pela empresa italiana
Beretta, nos anos 50, sendo fruto de
fusão de vários outros projetos da
empresa.

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A adoção de um ferrolho telescópico, cuja parte dianteira é vazada, permite


maior estabilidade, pois a arma não sobe muito no recuo. Além disso, e a despeito de sua
baixa cadência de tiro (550 tpm), é uma arma muito precisa. Possui coronha rebatível, e um
sistema de trava de punho muito avançado.
É uma arma automática, que funciona pela ação dos gases diretamente sobre o
ferrolho (blowback), sem nenhum sistema de trancamento mecânico. Pode efetuar duas
classes de tiro: o semi-automático (intermitente) e o automático (rajada). É alimentada
por carregadores metálicos tipo cofre, com capacidade de 30 ou 40 cartuchos.

Classificação

Quanto ao tipo................................................................................portátil
Quanto ao emprego........................................................................individuai
Quanto ao funcionamento...............................................................automático
Quanto ao princípio de funcionamento.........................................ação dos
gases sobre o
ferrolho
Quanto ao sistema de refrigeração.................................................a ar
Carregamento.................................................................................retrocarga
Capacidade do carregador.............................................................30 ou 40
cartuchos
Tipo de carregador.........................................................................cofre metálico
Sentido de alimentação...................................................................de baixo para
cima
Raias..............................................................................................seis (6)
Sentido de rotação........................................................................dextrógiras
Alça de mira.................................................................................tipo visor, com
diópter, basculante
Graduação...................................................................................para 100m e
200m, regulável
em direção
Massa de mira..............................................................................tipo poste, regulável
em altura
Calibre..........................................................................................9mm Luger
("Parabellum")
Cadência de tiro automático...........................................................500 a 550 tpm

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2.4.1 Principais Componentes

a.cano;

b. caixa da culatra;

c. ferrolho;

d. luva de fixação do cano;

e. tampa da caixa da culatra;

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f. mola recuperadora;

g. mecanismo de segurança

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h. punho posterior;

i. retém da tampa da caixa da culatra;

j. retém da luva de fixação do cano.

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2.4.2 Mecanismo de Segurança

O registro de segurança compreende uma


tecla seletora de tiro intermitente (I), rajada (R), e
segurança (S), localizada na face esquerda do
punho posterior. Nesta última posição, o registro
bloqueia a ação do gatilho, impedindo que o
ferrolho seja liberado, bem como a tecla de
segurança.
A trava de segurança do punho localizada no punho posterior, tem por
função bloquear os movimentos do ferrolho. Para engatilhar a arma, ou desengatilhá-
Ia, deve-se pressionar a trava do punho.
Vê-se, portanto, que a arma possui duplo sistema de segurança.
A arma deve ser travada com o ferrolho à frente, quando não deverá existir
munição na câmara, ou engatilhada. Não se deve fechar a arma, estando esta com o
carregador, sob pena de provocar disparo acidental.

2.4.3 Operação de Manejo

Por manejo compreende-se o conjunto de operações necessárias ao


funcionamento da arma. Na MT 12, estas operações são as seguintes:

a. Municiar o carregador- Segurar o carregador com uma mão e colocar os


cartuchos um a um, por cima da boca do carregador, o culote dirigido para a parte
posterior do corpo do carregador. Empurrar o cartucho para baixo das abas exercendo
pressão;

b. Alimentar- inclinando a arma para a direita, introduzir o carregador


municiado no fundo do alojamento, até que o retém do carregador o prenda, produzindo
estalo característico;
c. Travar- girar o registro de tiro e segurança na posição "S";

d. Carregar- Segurar a arma com a mão forte, pelo punho posterior,


exercendo pressão na tecla de segurança. Com a outra mão, acionar a alavanca de
manejo para trás, até o final. Essa arma difere da FAMAE quanto o carregamento pois,

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aquela leva uma munição à câmara enquanto essa leva a munição à câmara no
mesmo instante que dispara;

e. Selecionar o regime de tiro- através do registro de tiro e segurança


escolhe-se I (intermitente ou R (rajada), automaticamente o policial destrava a arma;

f. Disparar- pressionar a tecla do gatilho, pressionando com firmeza, também,


a trava do punho;

g. Retirar o carregador- Inclinar a arma para a direita, e com o polegar da


mão esquerda, pressionar o retém do carregador. Tirar o carregador de seu alojamento e
Inspecionar a câmara da arma.

2.4.4 Funcionamento

A MT 12A é uma submetralhadora automática, que funciona pelo conhecido


sistema "Blowback" de recuo simples. Não utiliza nenhum travamento do ferrolho
durante o disparo, tendo em vista a própria massa do bloco da culatra, quando esta vem
à frente no tiro. Uma vez engatilhada, o ferrolho fica aberto, sendo que o percussor é
usinado no próprio bloco do ferrolho. Com a pressão da tecla do gatilho, o ferrolho
avança, colhe um cartucho e o insere na câmara, percutindo-o. A seguir, a pressão dos
gases força o ferrolho a recuar; devido à sua massa, este recuo só se dá após a saída do
projétil do cano. A pressão que empurra o estojo contra o ferrolho, o faz recuar. A
função do extrator consiste em manter o estojo em seu alojamento no ferrolho, evitando
que tombe antes da ejeção. Em seguida à extração, uma saliência metálica, o ejetor,
sobressai-se e projeta o estojo vazio para fora da arma.
Continuando seu recuo, o ferrolho ultrapassa o carregador, sofrendo a ação da
mola recuperadora, vindo novamente à frente. Neste ponto, se a tecla seletora estiver na
posição "I" ( intermitente), a armadilha irá deter o ferrolho. Se, contudo, o seletor estiver
na posição "R" ( rajada), o ferrolho desengatilhará pela ação da mola recuperadora,
vindo à frente, captando novo cartucho e repetindo o ciclo até que se esgote a munição
no carregador.

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2.4.5 Manutenção

Desmontagem

1. medidas preliminares:
a. retirar a bandoleira;
b. retirar o carregador;
c. recuar o ferrolho e examinar a câmara;
d. fechar a arma, levando o ferrolho à frente.

2. Desmontagem em 1º escalão:

a. Liberar a tampa da caixa da culatra, comprimindo seu retém e


desatarraxando-a, retirando juntamente a mola recuperadora;

b. Liberar a luva de fixação do cano, o cano e o ferrolho, através do


acionamento do retém da luva;

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c. Desatarraxar a luva, retirar o ferrolho do cano. Separar a luva de


fixação do cano, girando-a 1/4 de volta para qualquer dos lados, e separar o ferrolho
do cano;

d. Retirar o pino de fixação do punho posterior, retirando-o em seguida.

Montagem
Proceder a montagem da arma na seguinte ordem:
a. punho posterior;34

b. luva de fixação do cano, com cano e ferrolho;


c. tampa da caixa da culatra e mola recuperadora;
d. bandoleira.

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2.5 FUZIL E FUZIL DE ASSALTO

2.5.1 Generalidades

O termo fuzil designa um tipo de arma longa portátil, de uso militar ou


desportivo, de repetição, semi-automática ou automática. Também é equivalente ao termo
rifle, de origem inglesa.

Este tipo de arma tornou-se a base do armamento individual do soldado de


infantaria, desde seu surgimento. Assim, os fuzis se fizeram presentes em diversos
conflitos, onde sempre se destacaram por sua potência, precisão e alcance útil. Os fuzis
raiados fizeram sua estréia na guerra para a libertação dos EUA (1776 - 1786), onde
demonstraram sua maior precisão e eficiência, ao derrotarem os mosquetes de cano liso
do exército inglês.
Na guerra da secessão americana (1861 - 1865), passaram a ser utilizados
fuzis de retrocarga e de cartucho metálico. Graças à sua eficiência, inspiraram a criação
dos fuzis Lee-Enfield Mark 111 e IV, ingleses, e do Mauser 1898, alemão, este último
tão bem construído que seu mecanismo serviu de modelo para armas até hoje
fabricadas.

Durante a primeira guerra mundial, quando a batalha campal foi abolida, os


combates passaram para o interior das trincheiras, marcando o declínio deste tipo de
arma para emprego militar.
Na atividade policial, os fuzis cumprem o papel de arma de choque nas
operações de defesa interna e territorial, e em situações em que seja necessário seu alto
poder de fogo.

Na segunda guerra mundial, os alemães, buscando unir as vantagens dos


fuzis às das recentes criadas submetralhadoras, criaram o conceito do Sturm-gewehr, ou
fuzil de assalto, fuzis menores e calçando munição menos potente, o que culminou em
armas como o FAL (Bélgica), o M-16 (EUA) e o AK-47 (Rússia).
Podem funcionar por repetição (ação de ferrolho, alavanca ou outra), de
modo semi-automático ou automático, como visto no início do estudo das armas
longas.

A Polícia Militar de Sergipe utiliza o Mosquefal M968, o Fuzil de Assalto

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SAR 48 e o fuzil "Sníper" H&K PSG-1, este último um fuzil de última geração destinado
a atiradores de elite do COE. Uma arma dotada de aparelho óptico (luneta) e um bipé,
tudo isso para facilitar o trabalho dos atiradores de elite.

Uma arma (sempre um fuzil) para a atividade de Sniper deve ter as seguintes
características:

a. utilizar munição de alta velocidade, no mínimo 600 m/s, para


assegurar uma deformação e transmissão de, no mínimo, 50 % da energia ao alvo;
b. possibilitar o tiro com trajetória tensa do projétil, com variação de, no
máximo, 1 polegada a 100 jardas (padrão norte-americano);

c. calçar munição de alto índice de incapacitação, para transmitir grande


energia ao alvo;
d. possuir cano pesado e flutuante (não toca na coronha), para minimizar
as vibrações desnecessárias e diminuir o efeito de refração, pela absorção do calor pelo
cano da arma;
e. possuir gatilho e coronha reguláveis, ou "custom".

Felizmente a Polícia Militar de Sergipe possui para a atividade de Sniper


policial o excelente H&K PSG-1, um dos melhores fuzis de precisão do mundo. Na
Corporação, somente esta arma tem condições de ser utilizada no tiro de elite em
situações de alto risco, pois reúne todas as características mencionadas acima.
Isto posto, passemos ao estudo dos dois representantes básicos dos fuzis, que
são utilizados pela Corporação.

2.6 Mosquefal M954 Cal.7,62mm

Generalidades

O Mosquefal M968 Cal.7,62mm é uma arma originada do Fuzil Mauser M908


(Mosquetão Cal.7mm), alemão, diferenciando-se deste pelo menor peso, cano mais curto,
alavanca de manejo recurvada e pelo calibre, além de outras pequenas diferenças.

É uma arma de grande precisão, e excelente rusticidade. Pode ser utilizada


com uma grande variedade de tipos de cartuchos de munição, inclusive empregando
lançador de granada, podendo também ser utilizado como arma de choque, armando- se
sua baioneta.
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Apresentação

O Mosquefal é arma de dotação regulamentar da Polícia Militar de Sergipe, e


teve origem no Mosquetão .30(equivale-se a 7mm) M908, do qual foram substituídas
algumas peças que alteraram seu aspecto externo sem, entretanto, influenciar seu
funcionamento. As modificações introduzidas foram consequentes da necessidade de
padronizar-se a munição e o tiro dos fuzis utilizados pelo Exército Brasileiro.
Possui características semelhantes às do Fuzi 7,62 M964 (FAL), possibilitando
o emprego da mesma munição e da mesma instrução preparatória e dos fundamentos do
tiro para os combatentes.
Algumas partes da arma são iguais às do FAL, o que permitiu a
padronização também da fabricação, pela IMBEL, responsável por estas adaptações,
feitas na fábrica de Itajubá. O Aparelho de Pontaria assemelha-se ao do FAL, com visor
tipo "peep sight" (visor) e massa de mira tipo pínula (poste), com protetor.
Sua nomenclatura é "Mosquefal 7,62 M954".
A arma não é mais utilizada pelo Exército, mas foi passada à PMSE (e outras
Polícias Militares ), em substituição aos Mosquetões M908, em calibre 7 mm ou .30 de
polegadas.
É uma arma muito robusta, de grande precisão no tiro, e constitui a arma de
defesa pessoal do policial nas ações de Defesa Interna. Contudo, devido a seu sistema de
repetição por ferrolho manual, esta arma vem sendo substituída pelo fuzil de assalto semi-
automático, arma mais moderna e eficiente.

Classificação
Quanto ao tipo..........................................................................Portátil
Quanto ao emprego..................................................................Individual
Quanto ao funcionamento........................................................De repetição
Quanto ao princípio de funcionamento...................................Ação muscular
do atirador
Quanto à refrigeração...............................................................A ar
Carregador..............................................................................Tipo lâmina, metálico
Capacidade..............................................................................5 cartuchos

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Sentido......................................................................................De cima para baixo


Número de Raias.......................................................................Quatro
Sentido......................................................................................Dextrógiro
Calibre......................................................................................7,62 mm(.308 WCF)
Velocidade teórica de tiro........................................................15 tpm Velocidade
prática de tiro.............................................................................5 tpm Alcance
máximo.....................................................................................3900 m
Alcance útil...............................................................................600 m

2.6.1 Principais Componentes

O Mq 7,62 M954 compreende seis partes principais, a saber:


- Cano;
- Aparelho de pontaria;
- Caixa da culatra;
- Mecanismo da culatra;
- Mecanismo de repetição;
- Coronha e telha;
- Guarnições.

a. Cano- É um tubo inteiriço de aço, destinado a receber o cartucho, resistir às


pressões desenvolvidas pela deflagração do cartucho e guiar o projétil, conferindo- lhe os
movimentos necessários à sua precisão;

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b. Aparelho de Pontaria- destinado ao correto acertamento da arma, é


composto pela alça de mira e massa de mira, esta última presa à porção inicial do
cano, próximo à coroa (boca);

c. Caixa da Culatra- Assim se denomina o "cofre" de aço que, disposto na


parte média da arma, recebe seu mecanismo, ligando, ao mesmo tempo, o cano e a
coronha;

d. Mecanismo da Culatra- Abrange o conjunto de órgãos destinados a


trancar, disparar, travar, armar e extrair o estojo utilizado. Basicamente, compreende o
Ferrolho completo (corpo, extrator, percussor e mola, cão, receptor guia do cão e registro
de segurança) e seu retém, e o conjunto do gatilho;

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e. Mecanismo de Repetição- Conjunto de peças que, por sua disposição na


culatra da arma e pela combinação de seus movimentos, permite o carregamento dos
cartuchos de munição;

f. Coronha e Telha- Partes de madeira, que permitem o manejo da arma;

g. Guarnições- Peças de metal, que destinam-se a reunir, reforçar e preservar


as diversas partes da arma de quaisquer acidentes, além de outras funções secundárias.
Além destas partes, o Mosquefal possui acessórios, como a bandoleira, que
destina-se a facilitar o transporte da arma, e a baioneta, com sua bainha, que permitem o
uso do Mq 7,62 M954 como arma de choque.

2.6.2 Mecanismo de Segurança

O Mq 7,62 M954 possui um registro de segurança, que poderá atuar em três


posições distintas:
a. Registro de segurança voltado para a direita-
(arma travada)
Para que o registro de segurança seja
colocado na posição à direita, há necessidade de que a
arma esteja engatilhada. Nesta posição, o registro de
segurança atua sobre dois pontos: sobre o cão e sobre
o cilindro do ferrolho (no entalhe de segurança).
Nesta situação, o disco do registro de segurança
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antepõe-se ao cão, forçando-o um pouco para a retaguarda, de modo que afasta o ressalto
da noz do dente do gatilho intermediário.
A tecla do gatilho poderá ser manejada livremente, ao mesmo tempo o
dente da haste do registro de segurança penetra no entalhe de segurança, existente no
reforço do cilindro do ferrolho, não permitindo que ele se desparafuse do receptor guia
do cão, ficando a alavanca de manejo imobilizada. Nesta situação a arma estará travada,
não podendo ser disparada nem aberta.

b. Registro de segurança voltado para a esquerda (arma destravada)-


Nesta posição o registro de segurança não tem nenhuma ação. O dente da haste do
registro de segurança deixa de agir sobre o entalhe de segurança, permitindo então que o
cilindro do ferrolho se desparafuse do receptor guia do cão, ao rebater-se a alavanca de
manejo, e ao mesmo tempo o disco sai da frente do cão, ficando a parte chanfrada
superposta ao cão dando-lhe livre passagem. Nesta posição a arma estará destravada
podendo ser movimentados o gatilho e a alavanca de manejo.

c. Registro de segurança voltado para cima (1/2 trava)- Esta é a chamada


posição de desmontagem. Nesta posição, um dos entalhes do disco antepõe-se ao cão, e
pode-se manejar livremente a alavanca de manejo e abrir a arma, contudo, não permitirá
o disparo.

Sistema de Percussão

O Mosquefal opera por percussão direta. O movimento de engatilhar a arma


faz com que o percussor fique armado, seguro apenas pelo cão. Com o acionamento
da tecla do gatilho, o percussor é liberado e, por ação de sua mola, avança e fere a
espoleta do cartucho.

2.6.3 Operação de Manejo

A operação de manejo é necessária ao funcionamento da arma. São os


seguintes procedimentos:

a. Municiar o carregador- consiste em se colocar os 5 cartuchos no


carregador tipo lâmina;

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b. Alimentar a arma- abrir o depósito. Introduzir um carregador municiado


no receptor e com o polegar da mão direita, comprimir o cartucho superior, exercendo
uma pressão no sentido oblíquo, próximo ao culote, até que o cartucho que estiver na
posição mais elevada atinja a borda direita do depósito, em seguida, retirar o carregador
do receptor;
c. Carregar e engatilhar- devemos observar dois aspectos, primeiro a arma
acabou de ser municiada, o carregamento se dá pelo simples fato de se fechar a
mesma colocando para frente o conjunto do ferrolho. Segundo, a arma estar alimentada
e nesse aspecto, levanta-se a alavanca de manejo levando completamente para a
retaguarda o conjunto do ferrolho e em seguida, desloca-se o mesmo a frente
trancando e carregando a arma.

NOTA: - em caso de nega, basta trazer a alavanca de manejo à posição


vertical e rebatê-Ia novamente.

d. Travar- girar a asa do registro de segurança completamente para a


direita;
e. Destravar- girar a asa do registro de segurança completamente para a
esquerda;
f. Disparar- acionar a tecla do gatilho.

2.6.4 Funcionamento

a. No recuo do ferrolho (acionamento manual)

1 - Destrancamento: (a alavanca de manejo acha-se rebatida para a direita e os


ressaltos de trancamento alojados nos seus respectivos alojamentos). Imprimindo-se à
alavanca de manejo uma rotação de 90 graus para a esquerda, gira-se também o cilindro
do ferrolho e consequentemente os ressaltos de trancamento são retirados dos seus
alojamentos na caixa da culatra. Neste momento ocorre o destrancamento podendo-se
abrir a arma;
2 - Retração do percussor: ao mesmo tempo que a alavanca de manejo está
sendo levantada, o cilindro do ferrolho está sofrendo uma rotação, o talão da noz do
cão desliza na rampa do entalhe de disparo, vindo apoiar-se ao reforço do cilindro. O
extrator e o receptor guia do cão não acompanham o cilindro neste giro, o primeiro é

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tolhido pela sua própria corrediça e o segundo, o cilindro gira sobre ele, graças à sua
rosca interna. Quando a alavanca chega à posição vertical, o retém do receptor se
encaixa no entalhe de segurança e as duas peças - cilindro do ferrolho e receptor guia do
cão - tornadas solidárias, recuam. Durante o deslizamento do talão na rampa, o cão
também recua arrastando, por conseguinte, o percussor nele está engrazado e que
comprime sua própria mola, dando-se desta maneira a retração do percussor;

3 - Abertura: com a alavanca de manejo na vertical, tornam-se solidários o


cilindro do ferrolho e o receptor guia do cão, o ferrolho recua ligeiramente. A parte
anterior do ferrolho deixa de ter contato com a parte posterior do cano, caracterizando a
abertura. Agindo-se na alavanca de manejo para a retaguarda, o ferrolho recua até
chocar no seu retém, neste ponto estará aberto o depósito de cartuchos;
4 - Extração: quando o ferrolho recua, o extrator arrasta o estojo que abandona
a câmara, empolgado ainda pela garra na gola;
5 - Apresentação do cartucho: aberto o depósito de cartuchos completamente, a
mola do transportador eleva um novo cartucho, dispondo-o pelo culote em
correspondência com o ferrolho;
6 - Ejeção: um pouco antes do final do recuo do ferrolho, o ejetor se introduz
em sua fenda existente no ressalto de trancamento, de sorte que quando o ressalto de
trancamento bate no dente do retém do ferrolho, o estojo recebe, da esquerda para a
direita e pela base do culote, um choque do ejetor que o projeta para fora.

b. No avanço do ferrolho

1 - Carregamento: levando-se à frente a alavanca de manejo, o ferrolho no


seu movimento empurra o cartucho apresentado à sua frente, e quando a munição galga a
rampa de acesso, a garra do extrator empolga a gola do cartucho, o qual é encaminhado
para a câmara;

2- Fechamento: ocorre o fechamento no momento em que a parte anterior


do ferrolho entra em contato com a parte posterior do cano;
3 - Trancamento: após o fechamento, ao ser rebatida para baixo a alavanca de
manejo, o ressalto de trancamento é alojado no seu respectivo alojamento, na caixa da
culatra;

4 - Engatilhamento: rebatendo a alavanca de manejo para a direita, o ferrolho


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é forçado ligeiramente para à frente, ficando o cão e o percussor presos, então, pelo
dente do gatilho intermediário, que se coloca à frente do ressalto da noz. Neste
momento o talão da noz do cão está no alinhamento do entalhe de disparo, e a arma
estará engatilhada;
5 - Desengatilhamento e percussão: quando a tecla do gatilho é acionada, a
resistência da mola do gatilho é vencida e a tecla oscila em torno do seu eixo. O
primeiro ressalto de pressão deixa o contato com a parte ínfero-posterior da cauda da
caixa da culatra e o segundo ressalto (posterior) desliza no fundo da parte ínfero-
posterior da cauda da caixa da culatra e provoca o abaixamento do gatilho intermediário
e ao mesmo tempo o dente do gatilho intermediário. O ressalto da noz não
encontrando mais adiante de si nenhum obstáculo, precipita-se para frente juntamente
com o cão e o percussor, por distensão da mola do percussor, indo a ponta desteferir a
cápsula, ocorrendo então, quase que simultaneamente, o desengatilhamento e a
percussão.

2.6.5 Manutenção

1. Desmontagem
Antes da desmontagem, verificar se a arma está descarregada e se a câmara
da mesma está vazia.

a. Retirar a bandoleira
- desprende-se o grampo da bandoleira do guarda-mato, agindo
sobre o botão da bandoleira;
- retira-se o zarelho móvel da braçadeira superior;
- retira-se o botão duplo da bandoleira, desabotoando-o das casas;
- retira-se a correia da bandoleira, do zarelho móvel da braçadeira
superior e da fivela da bandoleira.

b. Retirar a vareta de limpeza


- desatarraxá-Ia do seu batente e retirá-Ia do seu alojamento.
c. Retirar a coifa do cano
- deslocá-Ia no sentido longitudinal do cano.

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d. Retirar o ferrolho
- levantar e rebater a alavanca de manejo para a direita;
- colocar na vertical a asa do registro de segurança;
- rebater a alavanca de manejo para a esquerda;
- afastar lateralmente o retém do ferrolho e retirar o ferrolho da
arma.

e. Desmontagem do ferrolho
- desatarraxar o receptor guia do cão, para isto segura-se o
cilindro do ferrolho com a mão esquerda e com a direita, polegar disposto sobre a
cabeça do retém, comprimi-lo no início do movimento e obrigá-lo a deixar o entalhe de
segurança;
- girar o receptor guia do cão à esquerda;
- retirar o dispositivo de percussão que se desprende do cilindro.
NOTA: é necessário cuidado para não alterar a posição do registro de segurança, a fim de
manter comprimida a mola do percussor, sem o que não seria possível montar ou
desmontar o ferrolho.

f. Desmontagem do dispositivo de percussão

- apoia-se a ponta do percussor sobre uma superfície de madeira;


- com a mão esquerda sobre o receptor guia do cão envolvendo- o,
dispor o polegar sobre a asa do registro de segurança e calçar o conjunto para baixo,
até que o talão da noz do cão deixe a sua corrediça, existente no receptor. Ao mesmo
tempo, com a mão direita, imprimir ao cão um giro de 1/4 de círculo para qualquer
dos lados e retirar o cão;
- amparar o receptor que sobe pela ação da distensão da mola.
- cuidado a fim de evitar que o receptor seja lançado à distância.
- separar o percussor de sua mola.
g. Retirar o registro de segurança

- gira-se a asa do registro de segurança à direita, puxá-lo para a


retaguarda e ele sairá facilmente do seu alojamento.
h. Retirar o retém do receptor guia do cão
- comprimir o retém do receptor, dando-lhe, simultaneamente,
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uma pequena rotação à direita, de modo a por o braço do retém fora da abertura que lhe
dá passagem. A mola do retém impulsiona esta peça para cima.
i. Retirar o fundo do depósito

- com auxílio de ferramenta ou vareta de limpeza, comprimir o


retém do fundo do depósito através do orifício, imprimindo simultaneamente um
movimento da frente para trás ao fundo de depósito;
- retira-se o fundo do depósito com a mão esquerda. A peça se
destaca sob pressão da mola do transportador, arrastando consigo o transportador e
mola;
- separar o fundo do depósito, o transportador e a mola do
transportador, retirando de suas ranhuras os ramos extremos da mola. A montagem do
mosquefal é feita na ordem inversa da desmontagem.

2.7 FUZIL DE ASSALTO IMBEL MODELO PARASAR E SAR 48 Cal. 7,62 mm

2.7.1 Generalidades
O Fuzil semi-automático SAR-48, de
fabricação nacional, produzido pela
Indústria de Material Bélico Ltda.
(IMBEL), é uma arma
internacionalmente aceita por suas
excepcionais características, provadas
sob as mais severas condições, em
diferentes teatros de operações em todo
o mundo.
É um Fuzil de Assalto desenvolvido para prover o usuário de características
como o fácil manejo, fácil desmontagem e manutenção e perfeito funcionamento,
aliado à segurança.

Breve histórico

A 2ª Grande Guerra foi palco para diversos testes, e o local de surgimento


de incontáveis tipos de armas e munições. Um destes nascimentos foi o do conceito

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do Fuzil de Assalto.
Durante o confronto, em 1944, os alemães sentiram a necessidade de um
conjunto arma-munição que fosse mais potente que o das submetralhadoras (9mm
Luger) e mais versátil que os Fuzis Mauser de ação de ferrolho. Após rápidas pesquisas,
surgiu uma arma longa, com grande capacidade de tiro e calçando munição de excelente
performance, nem tão baixa quanto as metralhadoras de mão, nem tão dispendiosas e
pesadas como a dos Mauser modo 98. Assim, surgiu o STG-44 (Sturm Gewehr), que
utilizava munição denominada 7,92 x 57mm Kurz (curto).
O STG-44 foi uma arma inovadora, pois operava a gás, pelo recuo de um
êmbolo, possuindo fogo seletivo entre semi-automático e automático. Esta arma
impressionou fabricantes de todo o mundo, gerando a criação de outras armas baseadas
no mesmo conceito, como o soviético AK-47 e o norte americano M-16.
A "Fabrique Nationale d'armes de Guerre", a famosa FN, da Bélgica, criou
um Fuzil de Assalto denominado FN FAL ("Fusil Automàtique Leger") em sua fábrica
em Herstal, dimensionado para a então nova munição T-65, ou 7,62 x 51mm, calibre
posteriormente adotado pela OTAN.
Nos EUA, tal arma ganhou o nome de SAR-48 (Semi-Automatic Rifle)
herança de seu teste militar ocorrido no início dos anos 50. Mesmo não sendo aceito
como arma regulamentar do exército americano, o FAL foi adotado por forças armadas
de vários países.
O Brasil adotou o FAL como arma do exército, inicialmente comprando lotes
de armas prontas totalmente fabricados pela FN. Posteriormente, graças a transferência
de tecnologia prevista no contrato de compra da arma, passou a fabricá-lo no território
nacional. Hoje, a IMBEL é a única a fabricar a arma em sua totalidade, absorvendo toda
a técnica de sua fabricação.

O SAR-48 é, atualmente, a denominação do FAL que opera em regime de


tiro semi-automático.

Classificação
1) Quanto à mobilidade/uso............................................................portátil, longa
2) Quanto ao emprego....................................................................individual
3) Quanto ao funcionamento..........................................................repetição semi-
automática

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4) Quanto ao sistema de carregamento..........................................de retrocarga


5) Quanto à alma do cano..............................................................raiada, nº par de
raias à direita
6) Quanto à refrigeração..................................................................................a ar
7) Quanto ao princípio de funcionamento....................................................ação dos gases
sobre o êmbolo

8) Carregador...................................................................................................Metálico, tipo
cofre
9) Capacidade.................................................................................................20 Cartuchos
10) Sentido de Alimentação.........................................................................de baixo para cima
11) Número de raias.....................................................................................04 (quatro)
12) Sentido....................................................................................................à direita (dextrógira)
13) Massa de Mira..............................................................Tipo poste (pínula),
com regulagem
em altura
14) Alça de MiraTipo diópter....................................................graduado, de 200m
a 600m
15) Calibre...................................................................................................7,62mm
16) Peso da arma........................................................................................4,740Kg
17) Velocidade inicial padrão da munição.............................................840 m/s
18) Velocidade teórica de tiro..................................................................650/700 tpm
19) Velocidade prática de tiro..................................................................600 tpm
20) Alcance máximo.................................................................................4.300m
21) Alcance útil.........................................................................................600m
22) Alcance com precisão.......................................................................400m
23) Vida útil da arma...............................................................................superior a 16.000 tiros

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2.7.2 Principais Componentes

- Cano;

- Guarda-Mão;

- Coronha;

- Punho-Pistola;

- Impulsor do ferrolho com haste;

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- Ferrolho;

- Carregador;

- Alavanca de Desmontagem;

- Guarnições e Acessórios.

2.7.3 Mecanismo de Segurança consiste em uma tecla


seletora onde apresenta a letra S segurança e F disparo
tiro a tiro. No FAL apresenta um regime de tiro a mais
que é o R rajada.

2.7.4 Operação de Manejo e Funcionamento

O Fuzil SAR-48 funciona pela ação dos gases oriundos da queima do


propelente do cartucho que, penetrando por um orifício existente no cano, vai agir
diretamente sobre o êmbolo, que, por sua vez, age sobre o ferrolho. A arma opera no
sistema de ferrolho operado a gás, ou Gas Operated Bolt. Possui regulagem para a
quantidade de gases que serão utilizadas na ciclagem do mecanismo e, devido ao seu
desenho, o deslocamento das partes móveis do mecanismo se dá de maneira suave,
possibilitando grande estabilidade e precisão de tiro.
A arma pode ser disparada de duas maneiras: semi-automática (um tiro a cada
acionamento do gatilho) ou tiro-a-tiro ("single shot"), apenas pelo acionamento do
"obturador do cilindro dos gases".

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Operações de Manejo

1) Municiar o carregador - colocar os cartuchos no "carregador";


2) Alimentação da arma - empunhando-se a arma pelo punho-pistola, com a
mão direita, dedo fora do gatilho, arma travada, coloca-se o carregador na arma, até
ouvir o "click" característico do seu travamento. Não bater na parte inferior do
carregador ao colocá-lo na arma, pois isto danifica as abas do carregador, podendo
ocasionar problemas de alimentação;
A parte dianteira do carregador deve ser introduzida primeiramente no
receptáculo. A parte frontal do carregador é facilmente identificada, pois é arredondada,
para facilitar o reconhecimento em condições de pouca luminosidade;
3) Carregar a Arma - Empunhar a arma pelo punho-pistola com a mão
direita, introduzindo um carregador municiado, trazer a alavanca de manejo à retaguarda,
soltando-a. A arma está carregada. Após o primeiro disparo, os cartuchos subsequentes
serão introduzidos automaticamente na câmara da arma, a cada disparo efetuado;
4) Travar - colocar o "registro de tiro e segurança" na posição "S";
5) Destravar - colocar o "registro de tiro e segurança" na posição "F";
6) Disparar - Acionar a "tecla do gatilho";
7) Troca do carregador - após o último disparo, o ferrolho é mantido
aberto, à retaguarda, pelo retém do ferrolho. O atirador aciona o retém do carregador,
liberando o carregador vazio;
Após a introdução de novo carregador municiado, o Atirador aciona o dedal
do retém do ferrolho, que libera o mecanismo à frente, colocando a arma em posição de
disparo e pronta ação.

8) Descarregando a arma;
a. Colocar a arma em "S"(Travar);
b. Retirar o carregador;
c. Acionar a alavanca de manejo à retaguarda. fazendo com que o
cartucho que está na câmara seja extraído.

Regulagem do Aparelho de Pontaria

O SAR-48 possui aparelho de pontaria regulável em elevação e deriva.


Entretanto, o aparelho somente será regulado nos seguintes casos:
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a. Quando a regulagem tiver sido alterada por um reparo na arma;


b. Quando a exatidão da arma tiver de ser ajustada ou regulada para um
atirador, ou um uso específico.
As correções em altura (elevação) se efetuarão pelo deslocamento ou
substituição da massa de mira.
As correções em direção (deriva) se efetuam pelo deslocamento da alça de
mira.
A alça de mira tem regulagem para distâncias de 200m a 600m. Esta
regulagem no curso da alça será feita sempre que variar a distância entre o atirador e o
alvo.

Funcionamento

O funcionamento do Fuzil SAR-48 pode ser dividido em:

a. Tomada de gases e início do acionamento das partes móveis

Posição inicial:

- Um cartucho está na câmara;


- O ferrolho está fechado;
- A arma está destravada;
- Um cartucho foi deflagrado;

- O projétil encontra-se no interior do cano, em seu trajeto, e está logo


após o orifício de tomada de gases no interior do cano. Os gases atravessam o
evento de admissão (orifício de tomada dos gases), e chegam ao obturador do cilindro
dos gases o qual encontra-se na parte frontal do bloco do cilindro dos gases. Se o
obturador esta fechado (letra G visível), não permitirá o acesso dos gases no cilindro de
gases e a arma funciona apenas por repetição, pela introdução manual de um cartucho
intacto na câmara. Com o obturador aberto (letra A visível), os gases têm livre acesso
ao êmbolo. Sob a pressão dos gases, o êmbolo retrocede e deixa livre o evento de
escape dos gases. Este evento tem uma abertura variável, segundo a graduação em que se
encontra o anel regulador do escape dos gases. O anel regulador destina-se a fazer
aumentar ou diminuir a saída dos gases, possibilitando aumentar ou diminuir a

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quantidade de gases utilizados no funcionamento da arma.


O êmbolo, em seu recuo, obriga o impulsor do ferrolho a retroceder. A mola
do êmbolo, que foi comprimida, distende-se e torna a leva-o para sua posição avançada.

b. Recuo das partes móveis

1) Destrancamento e abertura- o impulsor do ferrolho acionado pelo


êmbolo, inicia seu recuo. Suas rampas de destrancamento entram em contato com os
ressaltos de destrancamento do ferrolho, fazendo com que a parte posterior do ferrolho
erga-se e abandone seu apoio na caixa da culatra. A arma está destrancada.
2) Extração - O êmbolo ao ir a retaguarda empurra o conjunto do ferrolho.
O extrator que está engrazado no estojo, o retira da câmara mantendo o mesmo seguro.
3) Ejeção - quando a face anterior do ferrolho se acha na janela de ejeção, o
fundo do estojo vazio choca-se com o ejetor, o qual fica saliente, havendo a rotação do
estojo para cima e para a direita, e para fora da janela de ejeção. Após a ejeção, o
ferrolho e o impulsor do ferrolho continuam a recuar até seu limite máximo,
comprimindo as molas recuperadoras.
4) Engatilhamento- O conjunto impulsor do ferrolho/ferrolho, em seu
movimento à retaguarda durante o disparo, coloca o martelo em sua posição mais
recuada. O martelo gira à retaguarda e é preso pelo ressalto de engatilhamento, que
prende-se na armadilha.

c. Avanço das partes móveis

1) As molas recuperadoras estendem-se - leva o impulsor do ferrolho e o


ferrolho à frente.

2) Apresentação- durante o estágio final do movimento à retaguarda das


partes móveis, os cartuchos existentes no carregador, sob impulso da mola
transportadora, sobem, e o cartucho mais de cima apresenta seu culote de maneira a ser
empurrado pelo ferrolho quando este avançar. Em seu avanço, o ferrolho colhe um
cartucho, que sai do carregador sendo conduzido pelo ferrolho em direção à câmara da
arma. A ponta do projétil avança e encontra a rampa de acesso, que eleva e orienta o
cartucho para que haja a introdução na câmara.
Neste momento, o cartucho está liberado, parcialmente, das abas do
carregador.

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3) Carregamento e Fechamento - O ferrolho, agora já contendo o cartucho


preso ao extrator, avança, liberando o cartucho das abas do carregador e introduzindo- o
completamente na câmara. A arma está carregada e fechada, mas ainda não está
trancada.
4) Trancamento - O ferrolho não pode mais avançar, no entanto o impulsor
continua avançando, até forçar a base do ferrolho a abaixar-se engrazando-o em seu
alojamento na armação. Neste momento o ferrolho não pode mais recuar. A arma está
trancada.
5) Retenção do ferrolho à retaguarda- Após o último tiro, estando o
carregador vazio, o retém do ferrolho mantém a arma aberta. O atirador pode, então,
trocar o carregador e fechar a arma, mediante o acionamento manual do retém do
ferrolho.

2.7.5 Manutenção e Limpeza

a. Generalidades

SAR-48 foi desenhado para possibilitar uma manutenção de campo


extremamente simples e rápida, sem necessidade de ferramentas especiais. Para
facilitar e tornar a desmontagem/montagem mais acessível, deve-se escolher uma
superfície limpa, nivelada, para colocar as peças em ordem de desmontagem. Esta
medida prevenirá a perda de peças pequenas e tornará a mais fácil, seguindo-se a ordem
inversa da desmontagem.

É necessário enfatizar que armas semi-automáticas e automáticas devem ser


sempre mantidas limpas. Muitos incidentes de tiro resultam não de defeitos, mas de uma
manutenção precária ou inexistente. Isto é válido, também, para o SAR-48. Atenção
especial deve ser dispensada à sua manutenção, para que a arma esteja sempre em
condições de pronto uso.
A limpeza da arma deve ocorrer em períodos regulares de tempo,
especialmente após o tiro real ou de festim.

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b. Manutenção de 1º escalão

O policial deve estar familiarizado com a desmontagem e a manutenção de


primeiro escalão, para poder estar apto a solucionar incidentes de tiro e prolongar a
vida útil da arma. A manutenção de primeiro escalão consiste:

1) Desmontagem de 1º escalão
a) Medidas preliminares:
(1) Retirar o carregador;
(2) Engatilhar o mecanismo, pelo acionamento da alavanca de manejo;
(3) Inspecionar a câmara da arma, retirando o cartucho que tiver
permanecido;
(4) Soltar o ferrolho à frente;
(5) Travar a arma;

b) Desmontagem da arma

(1) Retirar o conjunto


ferrolho-impulsor do ferrolho. Para isto,
puxar para trás a haste do impulsor, após
abrir a arma, acionando a alavanca de
desmontagem.
Vale salientar que o
conjunto do ferrolho somente sairá com
o cão engatilhado, caso contrário, o
mesmo ficará na saliência do conjunto
do ferrolho impedindo sua passagem;

(2) Retirar a tampa da caixa da culatra, fazendo-a deslizar para trás, em


suas corrediças;

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(3) Desmontar, separando o ferrolho do impulsor do ferrolho. Retirar o


ferrolho, deixando-o sair normalmente e, ao mesmo tempo, exercendo pressão na
cauda do percussor;

(4) Desmontar o percussor, fazendo pressão sob sua cauda e, por meio
de um toca-pinos, retirar o pino do percussor. Este, então, sairá de seu alojamento, por
força da ação de sua mola;

(5) Desmontar o obturador do cilindro de gases, fazendo pressão sobre


seu retém, girando ¼ de volta no sentido horário, retirando-o;

(6) Retirar o êmbolo do cilindro de gases e separá-Io de sua mola. A


última espira da mola é mais apertada para mantê-Ia junto ao êmbolo;

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(7) Desmontar o guarda-mão, retirando-o em seguida.

c. Montagem da Arma
Proceder na ordem inversa à desmontagem.

2) Limpeza de 1º escalão realizada pelo usuário


a) Limpar o interior do cano, com 2 ou 3 passadas de pano seco em
sua alma;
b) Limpar o interior da câmara, com escova de pêlos;
c) Limpar o impulsor do ferrolho e o receptáculo da arma;
d) Limpar o ferrolho, o percutor e sua mola;
e) Limpar o extrator, sem desmontá-lo;
f) Remover e limpar o obturador do cilindro de gases, o êmbolo e sua
mola;
g) Lubrificar o interior do cilindro de gases, o cano e as partes móveis
com óleo de boa qualidade;
h) Limpeza do cano.

A limpeza do cano é necessária para retirar os resíduos oxidantes e/ou


abrasivos, resultantes da queima do propelente no tiro.

a) Passar escova de pêlos;


b) Passar panos secos, até saírem limpos;
c) Lubrificar as partes da arma deixando uma fina camada de óleo;
d) Lubrificar levemente com óleo fino;
e) Se for armazenar a arma, passar graxa no interior do cano;
f) Limpar e secar o cano antes do uso.

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Referências Bibliográficas

Ŷ Oliveira-Gomes-Flores. Tiro de Combate Policial. Uma Abordagem Técnica. 4ª


edição. Ed. São Cristóvão.2001.

ŷ Revista Magnum, (Periódicos). Ed. Magnum. São Paulo. 1986 à 1995.

Ŷ Revista Hunter. (Periódicos). Ed. Fittipaldi. São Paulo. 1992 à 1996.

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