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Armas

Antigamente, as armas tinham cano liso (é o que se chama de


alma lisa), ou seja, não tinham "sulcos helicoidais", que são
essas fissuras que parecem, em termos mais leigos, marcas de
parafuso, as quais servem para fazer o projétil girar ao sair do
cano, dando maior alcance e precisão.

Pela definição do Decreto 9.493/2018, Anexo II:

Arma de fogo de alma lisa: é aquela isenta de raiamentos,


com superfície absolutamente polida, como, por exemplo, nas
espingardas. As armas de alma lisa têm um sistema redutor,
acoplado ao extremo do cano, que tem como finalidade
controlar a dispersão dos bagos de chumbo.
Arma de fogo de alma raiada: quando o interior do cano
tem sulcos helicoidais dispostos no eixo longitudinal,
destinados a forçar o projétil a um movimento de rotação.

 A "alma raiada", vem do processo de raiamento, que se perfaz


da introdução de raias na parte interna do cano. Por surpresa,
o Decreto 3.665/2000 define o que são raias:
Art. 3º.
LXXI - raias: sulcos feitos na parte interna (alma) dos canos
ou tubos das armas de fogo, geralmente de forma helicoidal,
que têm a finalidade de propiciar o movimento de rotação dos
projéteis, ou granadas, que lhes garante estabilidade na
trajetória;
 As armas com cano de alma lisa hoje não necessariamente
caíram em completo desuso, embora em muito casos tenham
sido ultrapassadas pela necessidade das modernas guerras. As
espingadas (famosas pelo espalhamento do tiro), ainda
utilizam cano liso, acompanhado de um estrangulador na sua
ponta, para diminuir a dispersão exagerada das balas.

I.B) Armas automáticas, semi-automáticas e de


repetição
 Acima observamos um soldado americano atirando com uma
arma automática, denominada M249, que, por sua natureza,
automaticamente dispara vários projéteis quando o agente
segura o gatilho. As semi-automáticas, de forma diversa,
dependem que, a cada tiro, o atirador puxe o gatilho uma vez.
Por fim, as armas de repetição, que antigamente eram as
portáteis mais comuns, dependem da operação de um
mecanismo, além do gatilho, para dar o tiro subsequente,
consoante a conceituação do Decreto 3.665/2000.
Art. 3º 
X - arma automática: arma em que o carregamento, o
disparo e todas as operações de funcionamento ocorrem
continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado (é
aquela que dá rajadas);
XVI - arma de repetição: arma em que o atirador, após a
realização de cada disparo, decorrente da sua ação sobre o
gatilho, necessita empregar sua força física sobre um
componente do mecanismo desta para concretizar as
operações prévias e necessárias ao disparo seguinte,
tornando-a pronta para realizá-lo;
XXIII - arma semi-automática: arma que realiza,
automaticamente, todas as operações de funcionamento com
exceção do disparo, o qual, para ocorrer, requer, a cada
disparo, um novo acionamento do gatilho;

I.C) Tipos de arma de fogo


 No caso, não serão abordados todos os tipos de arma de fogo,
mas aqueles constantes nas leis em estudo, que podem ser
guiados pela imagem abaixo. Pugna-se para que o leitor não se
atenha à especificidade das armas, mas aos seus aspectos
gerais. O guia abaixo, neste momento do texto, é bem mais
ilustrativo do que técnico, apenas para que o leitor leigo no
assunto consiga entender as diferenciações.
 Na ordem da imagem, de cima para baixo, para que fique o
mais didático possível:

a) Um fuzil (primeira arma da foto) é uma "arma de fogo


portátil, de cano longo e cuja alma do cano é raiada" (Art. 3º,
LII, do Decreto 3665/2003), e, no caso, a arma também é uma
metralhadora, que é uma "arma de fogo portátil, que realiza
tiro automático" (Art. 3º, LXI, do Decreto 3665/2003);
b) Uma espingarga (segunda arma da foto) é uma "arma de
fogo portátil, de cano longo com alma lisa, isto é, não-raiada",
mas pode ter o cano cortado também (Art. 3º, XLIX, do
Decreto 3665/2003);
c) Uma carabina (representada pela terceira arma da foto) é
uma "arma de fogo portátil semelhante a um fuzil, de
dimensões reduzidas, de cano longo - embora relativamente
menor que o do fuzil - com alma raiada" (Art. 3º, XXXVII, do
Decreto 3665/2003) ou, dependendo, pode ser um mosquetão,
que é um "fuzil pequeno, de emprego militar, maior que uma
carabina, de repetição por ação de ferrolho montado no
mecanismo da culatra, acionado pelo atirador por meio da sua
alavanca de manejo" (Art. 3º, LXIII, do Decreto 3665/2003).
Para quem gosta de filmes, basta se lembrar das clássicas M1
Garand, da Segunda Guerra Mundial;
d) Um revólver (baixo-esquerda) é uma "arma de fogo de porte,
de repetição, dotada de um cilindro giratório posicionado atrás
do cano, que serve de carregador, o qual contém perfurações
paralelas e eqüidistantes do seu eixo e que recebem a munição,
servindo de câmara" (Art. 3º, LXXIV, do Decreto 3665/2003);
e) Uma pistola (baixo-direita) é uma "arma de fogo de porte,
geralmente semi-automática, cuja única câmara faz parte do
corpo do cano e cujo carregador, quando em posição fixa,
mantém os cartuchos em fila e os apresenta seqüencialmente
para o carregamento inicial e após cada disparo; há pistolas de
repetição que não dispõem de carregador e cujo carregamento
é feito manualmente, tiroatiro, pelo atirador" , podendo
também ser uma pistola-metralhadora (que é um pouco
diferente da imagem acima), que é "metralhadora de mão, de
dimensões reduzidas, que pode ser utilizada com apenas uma
das mãos, tal como uma pistola" (Art. 3º, LXVII e LXVIII, do
Decreto 3665/2003);
 Por fim, não com intuito de levar o assunto à exaustão, pois
isso também não seria possível, cabe a diferenciação de uma
arma portátil e uma arma não-portátil. Das armas trazidas
acima, todas são portáteis, já na imagem abaixo vemos uma
arma não-portátil e também classificada como arma pesada,
que é "uma arma empregada em operações militares em
proveito da ação de um grupo de homens, devido ao seu
poderoso efeito destrutivo sobre o alvo e geralmente ao uso de
poderosos meios de lançamento ou de cargas de projeção"
(Art. 3º, XIX, do Decreto 3665/2003), mas cuidado: nem toda
arma não-portátil se encaixa no conceito de arma pesada.
Art. 3º.
XX - arma não-portátil: arma que, devido às suas dimensões
ou ao seu peso, não pode ser transportada por um único
homem;
XXII - arma portátil: arma cujo peso e cujas dimensões
permitem que seja transportada por um único homem, mas
não conduzida em um coldre, exigindo, em situações normais,
ambas as mãos para a realização eficiente do disparo;

II) O que é munição?

 Munição, ou ammunition (em inglês), é, ao contrário do que


se pode imaginar, mais que somente o projétil da arma de fogo.
O projétil é somente a parte que é arremessada no tiro,
enquanto a munição abarca o cartucho inteiro, que inclui o
projétil, o estojo (que é a cápsula que envolve tudo), o
propelente (que é a fonte de energia química capaz de
impulsionar o projétil para frente, com velocidade) e a espoleta
(que é um recipiente que contém a mistura detonante e uma
bigorna). Talvez fique mais claro pela imagem acima.
 A definição legal de munição encontra-se no Art. 3º, LXIV, do
Decreto 3.665/2000.
Art. 3º.
LXIV - munição: artefato completo, pronto para
carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito desejado
pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do alvo;
efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos
especiais;

 Como se pode observar, o dispositivo faz questão de indicar


que trata-se do artefato completo, não somente do projétil,
bem como que a finalidade da munição pode ser diversa. Existe
munição incendiária (como podemos ver na imagem abaixo),
só de barulho, de sal, explosiva, dentre outras, portanto a
teleologia da palavra não é critério para sua definição, já que
nem sempre um projétil irá se prestar a pre

III) O que é um calibre?


  


 O Calibre de uma munição é a medida do seu diâmetro, o que
corresponde também ao diâmetro interno do cano da arma.
Normalmente ele é medido em milímetros, mas pode ser em
polegadas ou até em centímetros. As espingardas, de maneira
diversa, tem seu calibre associado à massa, por isso calibre 12,
para espingardas, tem maior diâmetro que o calibre .22, de um
revólver.
 Interessante lembrar que o calibre de uma arma pode indicar
seu poder de fogo, mas essas medidas não são necessariamente
proporcionais. Um revólver calibre .22 e uma carabina que
possui o mesmo calibre, embora tenham o canos com o mesmo
diâmetro, têm uma diferença significativa em termos de
velocidade, por exemplo, o que aumenta sua expectativa de
dano. 

 A seguir, a definição legal para calibre, contida no


Decreto 3.665/2000.
Art. 3º.
XXXV - calibre: medida do diâmetro interno do cano de uma
arma, medido entre os fundos do raiamento; medida do
diâmetro externo de um projétil sem cinta; dimensão usada
para definir ou caracterizar um tipo de munição ou de arma;

IV) O que é um acessório de arma de fogo?


 Infelizmente, o Decreto 3.665/2000, que está em vigor hoje,
não esclarece o que é um acessório de arma de fogo, mas
esclarece o que é um acessório e o que é um acessório de arma,
resta a dúvida se podemos aplicar o conceito mais amplo a uma
situação mais específica, muitas vezes para prejudicar o
réu (fica a dica). Como o objeto do presente artigo não é a
sustentação de teses defensivas, mas a simples colocação dos
conceitos apreendidos do estudo do Decreto 3.665/2000, do
Decreto 5.123/2004, do Decreto 9.493/2018 e do Estatuto do
Desarmamento, passa-se à buscar do que trata a expressão
"acessório", contida em várias partes da Lei 10.826/2003,
como nos Arts. 12, 14, 16 e seguintes.
 Sendo assim, pelo Art. 3º, I e II, do Decreto 3.665/2000,
considera-se acessório, de modo geral, o "engenho primário ou
secundário que suplementa um artigo principal para
possibilitar ou melhorar o seu emprego". Já o acessório de
arma é aquele "artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a
melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um
efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da
arma".
 Saindo o Decreto 3.665/2000, pode-se utilizar o glossário do
recente Decreto 9.493/2018, que ainda não entrou em vigor
(só entra 300 dias depois de 5 de setembro de 2018), mas que
dispõe, em seu Anexo II, um rol de conceitos no qual o
acessório de arma de fogo é definido como "artefato que,
acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho
do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a
modificação do aspecto visual da arma". Depreende-se que o
texto trazido é idêntico à ampla definição de "acessório de
arma", contida na lei mais antiga.
V) Uso permitido, uso proibido e uso restrito

 Assim como as definições de arma de fogo, munições ou
calibre, o conceito de uso restrito e uso permitido não sofreu
grandes alterações no andar das leis. Em que pese não haver
mudança nas concepções, os delimitadores fáticos para essas
se alteram muito, a todo tempo, por isso, nesta publicação, se
procurará trazer o mais recente possível.

 Conforme o Decreto 3.665/2000, o uso permitido, proibido e


restrito se definem como:
Art. 3º.
LXXIX - uso permitido: a designação "de uso permitido" é
dada aos produtos controlados pelo Exército, cuja utilização é
permitida a pessoas físicas em geral, bem como a pessoas
jurídicas, de acordo com a legislação normativa do Exército;
LXXX - uso proibido: a antiga designação "de uso proibido" é
dada aos produtos controlados pelo Exército designados
como "de uso restrito";
LXXXI - uso restrito: a designação "de uso restrito" é dada
aos produtos controlados pelo Exército que só podem ser
utilizados pelas Forças Armadas ou, autorizadas pelo
Exército, algumas Instituições de Segurança, pessoas
jurídicas habilitadas e pessoas físicas habilitadas;

 Também com força no Decreto 5.123/2004, que surgiu entre o


mais antigo e o mais recente:
Art. 10. Arma de fogo de uso permitido é aquela cuja
utilização é autorizada a pessoas físicas, bem como a pessoas
jurídicas, de acordo com as normas do Comando do Exército
e nas condições previstas na Lei no 10.826, de 2003.
Art. 11. Arma de fogo de uso restrito é aquela de uso exclusivo
das Forças Armadas, de instituições de segurança pública e
de pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente
autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo com
legislação específica.

 De pronto se observa que o termo "uso proibido" é


ultrapassado, hoje se adotando a nomenclatura "uso restrito",
tanto é que a lei nova sequer menciona essa modalidade em
seu glossário.

 No Decreto 9.493/2018, se fala muito em PCE, que é o


Produto Controlado pelo Comando do Exército, que se
subdivide, conforme o Anexo II da lei, em:
PCE de uso permitido: é o produto controlado cujo acesso
e utilização podem ser autorizados para as pessoas em geral,
na forma estabelecida pelo Comando do Exército.
PCE de uso restrito: é o produto controlado que devido as
suas particularidades técnicas e/ou táticas deve ter seu
acesso e utilização restringidos na forma estabelecida pelo
Comando do Exército.

 Esclarecidas as diferenças, é necessário entender o que é, de


fato, permitido e o que não é, ainda que, em qualquer caso, o
produto será controlado pelo Comando do Exército.

 Em um primeiro momento, depreende-se que a delimitação


não especifica quais armas são de uso permitido, sendo esse
critério feito por exclusão. Com teor crítico, cumpre
ressaltar que a lei mais recente, inexplicavelmente, faz
diferenciação de uso proibido e restrito, incluindo armas de
fogo, ainda que seja dito pela mais antigo que essa diferença, a
rigor, não existe. Assim sendo, abaixo está o mais recente
critério para classificação de "Produto Controlado pelo
Comando do Exército" de uso restrito e proibido, em negrito
os critérios atinentes a armas, acessórios e munição,
que são objetos do nosso estudo.
Art. 16. Os PCE são classificados, quanto ao grau de restrição,
da seguinte forma:
I - de uso proibido;
II - de uso restrito; ou
III - de uso permitido.
§ 1º São considerados produtos de uso proibido:
I - os produtos químicos listados na Convenção Internacional
sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Estocagem
e Uso de Armas Químicas e sobre a Destruição das Armas
Químicas Existentes no Mundo, promulgada pelo Decreto
nº 2.977, de 1º de março de 1999, e na legislação correlata,
quando utilizados para fins de desenvolvimento, de produção,
estocagem e uso em armas químicas;
II - as réplicas e os simulacros de armas de fogo que possam
ser confundidos com armas de fogo, na forma estabelecida
na Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, e que não
sejam classificados como armas de pressão; e
III - as armas de fogo dissimuladas, com aparência de
objetos inofensivos.
§ 2º São considerados produtos de uso restrito:
I - as armas de fogo:
a) de dotação das Forças Armadas de emprego
finalístico, exceto aquelas de alma lisa de porte ou
portáteis;
b) que não sejam iguais ou similares ao material
bélico usado pelas Forças Armadas e que possuam
características particulares direcionadas ao
emprego militar ou policial;
c) de alma raiada que, com a utilização de munição
comum, atinjam, na saída do cano, energia cinética
superior a:
1. mil líbras-pé ou mil trezentos e cinquenta e cinco
joules para armas portáteis; ou
2. trezentas líbras-pé ou quatrocentos e sete joules
para armas de porte;
d) que sejam dos seguintes calibres:
1. .357 Magnum;
2. .40 Smith e Wesson;
3. .44 Magnum;
4. .45 Automatic Colt Pistol;
5. .243 Winchester;
6. .270 Winchester;
7. 7 mm Mauser;
8. .375 Winchester;
9. .30-06 e .30 Carbine (7,62 mm x 33 mm);
10. 5,7 mm x 28 mm e 7,62 mm x 39 mm;
11. 9 mm x 19 mm (9 mm Luger, Parabellum ou
OTAN);
12. .308 Winchester (7,62 mm x 51 mm ou OTAN);
13 .223 Remington (5,56 mm x 45 mm ou OTAN); e
14. .50 BMG (12,7 mm x 99 mm ou OTAN);
e) que têm funcionamento automático, de qualquer
calibre; ou
f) obuseiros, canhões e morteiros;
II - os lançadores de rojões, foguetes, mísseis e
bombas de qualquer natureza;
III - os acessórios de arma de fogo que tenham por
objetivo:
a) dificultar a localização da arma, como
silenciadores de tiro, quebra-chamas e outros;
b) amortecer o estampido ou a chama do tiro; ou
c) modificar as condições de emprego, tais como
bocais lança-granadas, conversores de arma de
porte em arma portátil e outros;
IV - as munições:
a) que sejam dos seguintes calibres:
1. 9 mm x 19 mm (9 mm Luger, Parabellum ou OTAN);
2. .308 Winchester (7,62 mm x 51 mm ou OTAN);
3. .223 Remington (5,56 mm x 45 mm ou OTAN);
4. .50 BMG (12,7 mm x 99 mm ou OTAN);
5. .357 Magnum;
6. .40 Smith & Wesson;
7. .44 Magnum;
8. .45 Automatic Colt Pistol;
9. .243 Winchester;
10. .270 Winchester;
11. 7 mm Mauser;
12. .375 Winchester;
13. .30-06 e .30 Carbine;
14. 7,62x39mm; e
15. 5,7 mm x 28 mm;
b) para  arma de alma raiada que, depois de
disparadas, atinjam, na saída do cano, energia
cinética superior a:
1. mil líbras-pé ou mil trezentos e cinquenta e cinco
joules para armas portáteis; ou
2. trezentas líbras-pé ou quatrocentos e sete joules
para armas de porte;
c) que sejam traçantes, perfurantes, incendiárias,
fumígenas ou de uso especial;
d) que sejam granadas de obuseiro, canhão, morteiro,
mão ou bocal; ou
e) que sejam rojões, foguetes, mísseis e bombas de
qualquer natureza;
V - os explosivos, os iniciadores e os acessórios;
VI - os veículos blindados de emprego militar ou policial e de
transporte de valores;
VII - as proteções balísticas e os veículos automotores
blindados, conforme estabelecido em norma editada pelo
Comando do Exército;
VIII - os agentes lacrimogêneos e os seus dispositivos de
lançamento;
IX - os produtos menos-letais;
X - os fogos de artifício de uso profissional, conforme
estabelecido em norma editada pelo Comando do Exército;
XI - os equipamentos de visão noturna que apresentem
particularidades técnicas e táticas direcionadas ao emprego
militar ou policial;
XII - os PCE que apresentem particularidades técnicas ou
táticas direcionadas exclusivamente ao emprego militar ou
policial; e
XIII - os redutores de calibre de armas de fogo de emprego
finalístico militar ou policial.
§ 3º Os PCE não relacionados nos § 1º e § 2º são
considerados produtos de uso permitido.

 Como já foi dito, a lista acima ainda não está em vigor, razão
pela qual, por enquanto, aplicamos a que está elencada abaixo
(do Decreto 3.665/2000), também com as partes mais
importantes à publicação em negrito:
Art. 15. As armas, munições, acessórios e equipamentos
são classificados, quanto ao uso, em:
I - de uso restrito; e
II - de uso permitido.
Art. 16. São de uso restrito:
I - armas, munições, acessórios e equipamentos
iguais ou que possuam alguma característica no que
diz respeito aos empregos tático, estratégico e
técnico do material bélico usado pelas Forças
Armadas nacionais;
II - armas, munições, acessórios  e equipamentos que,
não sendo iguais ou similares ao material bélico
usado pelas Forças Armadas nacionais, possuam
características que só as tornem aptas para emprego
militar ou policial;
III - armas de fogo curtas, cuja munição comum
tenha, na saída do cano, energia superior a
(trezentas líbras-pé ou quatrocentos e sete Joules e
suas munições, como por exemplo, os calibres .357
Magnum, 9 Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, .44
SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto;
IV - armas de fogo longas raiadas, cuja munição
comum tenha, na saída do cano, energia superior a
mil líbras-pé ou mil trezentos e cinqüenta e cinco
Joules e suas munições, como por exemplo, .22-250, .
223 Remington, .243 Winchester, .270 Winchester, 7
Mauser, .30-06, .308 Winchester, 7,62 x 39, .357
Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum;
V - armas de fogo automáticas de qualquer calibre;
VI - armas de fogo de alma lisa de calibre doze ou
maior com comprimento de cano menor que vinte e
quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros;
VII - armas de fogo de alma lisa de calibre superior
ao doze e suas munições;
VIII - armas de pressão por ação de gás comprimido
ou por ação de mola, com calibre superior a seis
milímetros, que disparem projéteis de qualquer
natureza;
IX - armas de fogo dissimuladas, conceituadas como
tais os dispositivos com aparência de objetos
inofensivos, mas que escondem uma arma, tais como
bengalas-pistola, canetas-revólver e semelhantes;
X - arma a ar comprimido, simulacro do Fz 7,62mm, M964,
FAL;
XI - armas e dispositivos que lancem agentes de guerra
química ou gás agressivo e suas munições;
XII - dispositivos que constituam acessórios de armas
e que tenham por objetivo dificultar a localização da
arma, como os silenciadores de tiro, os quebra-
chamas e outros, que servem para amortecer o
estampido ou a chama do tiro e também os que
modificam as condições de emprego, tais como os
bocais lança-granadas e outros;
XIII - munições ou dispositivos com efeitos
pirotécnicos, ou dispositivos similares capazes de
provocar incêndios ou explosões;
XIV - munições com projéteis que contenham
elementos químicos agressivos, cujos efeitos sobre a
pessoa atingida sejam de aumentar
consideravelmente os danos, tais como projéteis
explosivos ou venenosos;
XV – espadas e espadins utilizados pelas Forças Armadas e
Forças Auxiliares;
XVI - equipamentos para visão noturna, tais como
óculos, periscópios, lunetas, etc;
XVII - dispositivos ópticos de pontaria com aumento
igual ou maior que seis vezes ou diâmetro da objetiva
igual ou maior que trinta e seis milímetros;
XVIII - dispositivos de pontaria que empregam luz ou
outro meio de marcar o alvo;
XIX - blindagens balísticas para munições de uso restrito;
XX - equipamentos de proteção balística contra armas de
fogo portáteis de uso restrito, tais como coletes, escudos,
capacetes, etc; e
XXI - veículos blindados de emprego civil ou militar.
Art. 17. São de uso permitido:
I - armas de fogo curtas, de repetição ou semi-
automáticas, cuja munição comum tenha, na saída
do cano, energia de até trezentas líbras-pé ou
quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por
exemplo, os calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32
S&W, .38 SPL e .380 Auto;
II - armas de fogo longas raiadas, de repetição ou
semi-automáticas, cuja munição comum tenha, na
saída do cano, energia de até mil líbras-pé ou mil
trezentos e cinqüenta e cinco Joules e suas munições,
como por exemplo, os calibres .22 LR, .32-20, .38-40 e
.44-40;
III - armas de fogo de alma lisa, de repetição ou semi-
automáticas, calibre doze ou inferior, com
comprimento de cano igual ou maior do que vinte e
quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros; as
de menor calibre, com qualquer comprimento de
cano, e suas munições de uso permitido;
IV - armas de pressão por ação de gás comprimido ou por
ação de mola, com calibre igual ou inferior a seis milímetros e
suas munições de uso permitido;
V - armas que tenham por finalidade dar partida em
competições desportivas, que utilizem cartuchos
contendo exclusivamente pólvora;
VI - armas para uso industrial ou que utilizem projéteis
anestésicos para uso veterinário;
VII - dispositivos óticos de pontaria com aumento menor que
seis vezes e diâmetro da objetiva menor que trinta e seis
milímetros;
VIII - cartuchos vazios, semi-carregados ou
carregados a chumbo granulado, conhecidos como
"cartuchos de caça", destinados a armas de fogo de
alma lisa de calibre permitido;
IX - blindagens balísticas para munições de uso permitido;
X - equipamentos de proteção balística contra armas de fogo
de porte de uso permitido, tais como coletes, escudos,
capacetes, etc; e
XI - veículo de passeio blindado.

 Observa-se que essa última norma trazida, embora mais


antiga, trata com regularidade a terminologia "uso restrito" e
"uso permitido", não gerindo grandes confusões acerca das
denominações, com a inclusão do "uso proibido". Analisa-se
também que, em momento algum ambas as leis definiram o
que é um "equipamento", tornando lacunar essa acepção, já
que acessório é algo tratado de forma distinta.

 Colocadas as listas e expostos os conceitos em momento


anterior, é possível ter uma noção do que trata o Estatuto do
Desarmamento. Espero ter contribuído à comunidade.

REFERÊNCIAS
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Flórida: Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Arma_autom
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ARMA DE FOGO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre.
Flórida: Wikimedia Foundation, 2018. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Arma_de_fogo&oldid=53806971>. Acesso em: 12 dez.
2018.
CALIBRES. In: Aventura Blog - Esportes Em Ação. Disponível
em:
<http://blog.aventurashop.com.br/2015/06/23/calibres/#.XK
Dipkd7k-U>. Acesso em: 31 mar. 2019.
Canos raiados e canos de alma lisa. In: Instituto Defesa, 2013.
Disponível em: <https://www.defesa.org/canos-
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GEORG, Natacha Juli; KELNER, Lenice; SILVINO JUNIOR,
João Bosco. ARMAS DE FOGO: ASPECTOS TÉCNICOS
PERICIAIS. Revista Jurídica – CCJ ISSN 1982-4858 v. 15, nº.
30, p. 137 - 156, ago./dez. 2011.
GIRÃO, Marcos. Estatuto do Desarmamento Esquematizado.
Estratégia Concursos. Disponível em:
<https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2018/10/22172330/X.
-Estatuto-Desarmamento-Esquematizado.pdf>. Acesso em: 31
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MUNIÇÃO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida:
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