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Robertha Nascimento Gondim
Robertha Nascimento Gondim
11/09/2010 às 09:31
O problema da identificação do autor do tiro incriminado é sempre da máxima
importância, quer para o investigador, quer para o juiz.
Tais exames servirão, na maioria dos casos, como prova suficiente para contribuir
para a convicção do juiz e dos jurados na decisão sobre um determinado caso,
sendo por isso que a sua importância será a seguir analisada e demonstrada.
Ao ser produzido um tiro, os resíduos projetados para fora da arma saem pela
boca do cano, juntamente com o projétil, pela parte anterior das câmaras, entre o
tambor e o cano, e pela parte posterior das câmeras, entre a região posterior do
tambor e a culatra, nos revólveres.
O calibre da arma serve para demonstrar a medida do cano, a raiação indica o tipo
de arma e a estriação lateral fina individualiza a arma.
Estas estriações têm grande importância para a identificação, pois até agora não
se provou que duas armas diversas tenham impressões iguais, sendo assim, o
valor positivo da igualdade das estrias entre duas balas para a identificação da
arma, é grande.
Entretanto, o resultado negativo não tem valor, posto que a mesma arma possa
produzir, em balas diversas, estriações inidentificáveis.
Com relação ao estudo das estrias o elemento mais decisivo do exame para a
identificação da arma é a situação das mesmas, uma vez que a igualdade de
situação de um conjunto numeroso de estrias semelhantes é sinal certo de
identidade da arma de que proveio o projétil.
O perito balístico, ao receber o estojo, determina o seu material, sua marca, seu
calibre e suas deformações, para assim determinar que tipo de arma fora usada
no crime.
Tais marcas, que variam de arma para arma, conforme o gênero desta e suas
particularidades individuais serão confrontados com as que se produzam
mediante tiros de prova, dados com a mesma arma suspeita.
O seu exame se faz através do exame de sarro, que permite verificar se o disparo
foi feito com pólvora negra ou com pólvora piroxilada.
Tais exames atingem um tempo máximo de oito dias, devendo, então, ser
realizados dentro desse prazo, todavia, o referido exame não constitui meio de
certeza, ficando restrito ao campo da probabilidade.
A distância do tiro
As características das lesões produzidas por armas de fogo dependem sempre de
dois fatores: a arma e a munição (cartucho).
Dentro da Balística dos Efeitos, o estudo da distância do tiro e dos seus efeitos
tem um destaque especial, pois através do estudo dos efeitos do tiro,
pesquisáveis juntos às lesões, pode-se estabelecer, em muitos casos, a que
distância foi disparado um determinado tiro. (TOCCHETTO, 2009)
A direção do tiro
A direção do tiro em relação ao corpo da vítima será indicada por duas ordens de
elementos; as características do orifício de entrada e a direção do trajeto da
lesão.
O acidente de tiro ocorre quando se produz uma interrupção dos tiros com danos
de qualquer natureza, materiais e/ou pessoais. As causas do acidente de tiro são
muito variadas e dependem de fatores como a origem da arma, a munição etc.
Daí o tiro acidental ser todo tiro que se produz em circunstâncias anormais, sem o
acionamento regular do mecanismo de disparo, devido a defeitos ou falta do
mecanismo de segurança da arma.
Esta diferenciação é de extrema importância uma vez que se a morte for natural
não haverá responsabilidades criminais ou civis a apurar, mas acaso a morte seja
violenta, incluindo-se até os óbitos decorrentes de eventos infortunísticos, tais
como, por exemplo, os acidentes do trabalho, resulta clara a necessidade de
esclarecer as circunstâncias em que a mesma aconteceu, principalmente, pelas
implicações jurídicas, tanto no campo cível, quanto no âmbito da legislação
acidentária própria.
Contudo, os casos que mais conclamam a atenção do médico legista são aqueles
em que a morte pode ter sido ocasionada pela própria vítima, em função de
suicídio, suicídios a dois e homicídios-suicídios, ou aqueles outros em que a morte
é o resultado da ação de outra pessoa sobre a vítima, ou seja, os homicídios, nas
suas diversas modalidades.
É óbvio que nem todos os casos exigem a presença do legista na cena do evento.
Todavia, há situações em que o seu chamado poderá ser de utilidade para que, no
local, possa avaliar o modo provável do óbito (homicídio, suicídio ou acidente)
com base em indícios peculiares.
Outras condições do local como, por exemplo, fechamento das portas por
dentro, calafetamento de portas e janelas, achado de cartas ou bilhetes, encontro
de embalagens de medicamentos, copos com restos de bebidas, podem ser
extremamente úteis para direcionar a pesquisa no sentido de determinada forma
de violência.
A presença de manchas de sangue e outros líquidos orgânicos são de grande
interesse porquanto dados referentes à sua localização, distância em relação ao
cadáver, afora sinais de arrasto, que obrigam a pensar na posterior mobilização
da vítima, podem trazer subsídios inestimáveis à investigação. De mais a mais, o
estudo do grupo sanguíneo das manchas, comparando-o ao da vítima, poderá
esclarecer, ainda, se esse sangue lhe pertence ou é oriundo do homicida que,
porventura, pode ter sido ferido durante o cometimento do seu ato.
Todavia, além dos dados criminalísticos de índole geral acima mencionado, para o
médico legista poderão aparecer logo numa observação detida do cadáver,
elementos mais específicos que, muito embora não tenham um valor definitivo,
orientarão sobre a diagnose jurídica da "causa mortis" que com maior
probabilidade poderia ter ocorrido.
No que tange à identificação das armas de fogo, esta pode ser direta ou indireta.
É direta quando a identificação é feita na própria arma. E indireta quando feita
através de estudo comparativo de características deixadas pela arma nos
elementos de sua munição.
A perícia deve ser realizada com urgência, com base no princípio da imediatidade,
sob pena de desaparecerem os vestígios e ser prejudicada a apuração dos fatos,
mas podem ocorrer casos de sua realização no decorrer do processo.
A perícia é feita por peritos oficiais, onde houver, ou por pessoas capacitadas
(peritos particulares) nomeados pelo juiz, onde não houver os peritos oficiais, de
acordo com o artigo 159, § 1º do CPP. A perícia é retratada através do laudo
pericial que é a exposição minuciosa do observado pelos peritos e de suas
conclusões.
Ressalte-se que o laudo pericial tem valor inegável, visto que, trata-se de peça
técnica, indispensável à livre convicção do juiz, já que lhe fornece elementos
preciosos. De posse do laudo o juiz tem inteira liberdade de apreciação em aceitá-
lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Tal exame pode ser direto ou indireto, sendo direto se depender de inspeção
ocular sobre elementos sensíveis que permaneceram atestando a prática
delituosa, ou indireto, quando se forma por depoimentos testemunhais acerca da
materialidade do fato e de suas circunstâncias.
A perícia como meio de prova tem valor relativo, já que no processo penal todas
as provas têm esse valor, devendo ser examinada pelo juiz em conjunto com
outras provas e não separadamente de acordo com o artigo 155 do CPP.
Logo, com base no trabalho pericial é que se demonstrará que a Balística Forense
é um dos instrumentos legais mais adequados à ciência criminal na elucidação da
autoria de crimes em que tenha havido o disparo de armas de fogo.
A Balística Forense, por meio dos exames, das perícias, objetiva provar a
ocorrência de infrações penal, mas, também e, principalmente, esclarecer o
modo, a maneira como ocorreram tais infrações. Seu conteúdo é, por natureza,
eminentemente técnico, mas sua finalidade específica é jurídica e penal, motivo
pelo qual recebe a denominação de Balística Forense.
A perícia de Balística Forense, além de servir como meio de prova, tem um valor
todo especial, pois dela depende, em muitos casos, a condenação ou absolvição
de um acusado que cometeu uma infração penal com arma de fogo.
Nota-se, assim, que a Justiça marcha lado a lado com a Balística, na dissolução
dos delitos em que o emprego da arma de fogo foi usado, pois a Balística com
suas técnicas dão assistência à Justiça para atribuir a prática das violações das leis
aos seus verdadeiros autores.
Ademais, tem-se como certo que sem a apreensão e perícia de uma arma, não há
como se apurar a sua lesividade e, portanto, o grau de risco para o bem jurídico
que envolva a integridade física alheia.
Desse modo, tem-se como evidente que o exame pericial da arma de fogo seja
indispensável, em algumas situações, uma vez que compete à autoridade policial
informar acerca das características da arma, sua potencialidade lesiva e
recenticidade de disparos.
Junte-se a isso que é pelas características da arma que se sabe se ela é de uso
proibido ou permitido e é por sua potencialidade lesiva que se saberá também se
ela está em funcionamento ou se é obsoleta.
1.
Trajeto
2.
Lesões por projéteis
3.
Ferimentos de saída nas lesões por projéteis
4.
Sugestão de leitura complementar
Índice
Lesões por projéteis
O tiro à queima-roupa é uma forma de tiro à curta distância que além das
zonas de tatuagem e de esfumaçamento, há a queimadura superficial dos
pelos, cabelos, pele e zona de compressão de gases.
Instagram: @laml.sc