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Preservação e Valorização

da Prova

Aula 05 – Exame do Local de Crime

Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública


Exame do Local de Crime
✔É importante no local do crime identificar os objetos que foram
deixados para a investigação. Eles apontarão para os vestígios e indícios
do crime.
✔Existe porém a possibilidade de algum vestígio ser plantado no local
para confundir o perito e o investigador, mudando o rumo da
investigação.
✔Desta forma precisamos entender sobre o que são vestígios legítimos,
forjado e ilusório.
✔A isso damos os nome do Princípio da Transferência , de Locard
(1932)
Idoneidade do Vestígio
✔É sem dúvida algo muito importante para a correta persecução penal.
✔ Sem ele a prova perde o valor, ou deixa de ser robusta, pode ser
questionada e pode chegar ao ponto de invalidar todo o processo
criminal.
✔ Os autores Velho, Costa e Damasceno (2013) e Silva Netto e
Espindula (2016) reforçam a importância da idoneidade do vestígio,
subdividindo-os em verdadeiro, forjado e ilusório:
Vestígio verdadeiro
É definido como a depuração total dos elementos
encontrados no local de crime, pois somente são
verdadeiros aqueles produzidos diretamente pelos atores
da infração e, ainda, que sejam produto direto das ações do
cometimento do delito em si.
Vestígio Forjado
✔Entendemos que todo elemento encontrado no local de
crime, cujo autor teve a intenção de produzi-lo com
objetivo de modificar o conjunto dos elementos
originais gerados pelos atores da infração.
✔Um vestígio forjado poderá ser produzido por qualquer
pessoa que tenha interesse em modificar a cena de
crime, por razões diversas.
✔Um dos grandes produtores desse tipo de vestígio são os próprios
autores do delito, que o fazem na intenção de dificultar as
investigações que as levem até eles.
Vestígio Ilusório
✔Vestígio ilusório é todo elemento encontrado no local de crime
que não esteja relacionado às ações dos atores da infração
e cuja produção não tenha ocorrido de maneira intencional.

✔É bastante comum a ocorrência de locais de crime em


ambientes abertos, nos quais há um trânsito permanente de
pessoas, bem como aglomeração pessoas curiosas antes da
chegada de agentes de segurança pública, sendo possível que
ocorram alterações, supressões e desaparecimento dos vestígios,
bem como a inserção de outros elementos que criem dúvida ou
norteiem investigação para caminhos difusos.
Fraude Processual
✔Vestígios forjado e ilusório desperdiçam dinheiro
público, dificultando o trabalho investigativo e criando
caminhos que não convergem. Ambos são considerados
fraude processual, com previsão legal no Código Penal.
Fraude Processual
✔Segundo o Código Penal, fraude processual é “Inovar
artificiosamente, na pendência de processo civil ou
administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito” (BRASIL,
1940).
✔A pena para este crime é detenção, de três meses a dois
anos, e multa, e sua previsão legal pode ser encontrada no
Art. 347 do CP.
✔O parágrafo único reitera: “Se a inovação se destina a
produzir efeito em processo penal, ainda que não
iniciado, as penas aplicam-se em dobro”.
Estelionato Processual
✔Esse delito é conhecido como estelionato processual e
pode ser entendido da seguinte forma:

Inovar, que significa mudar, substituir, alterar


artificiosamente, ou seja, alterar de forma fraudulenta no
decorrer do processo ou, no caso criminal, ainda que ele não
tenha se iniciado, com o intuito de induzir a erro o juiz ou o
perito. É necessário que o processo judicial – civil ou
administrativo – já tenha sido instaurado e não tenha sido
encerrado ainda.
✔Edmond Locard (Saint-Chamond, 13 de
dezembro de 1877 — Lyon, 4 de maio de 1966) foi um
pioneiro da Ciência Forense, conhecido também
como o Sherlock Holmes da França.
✔Formulou o princípio básico de ciência forense:
"Todo contato deixa uma marca", que ficou
conhecido como o princípio de Troca de Locard.
Como todo princípio, baseia-se em uma ideia
simples, mas de grande profundidade.
✔Locard estudou Medicina e Direito em Lyon,
tornando-se o assistente de Alexandre
Lacassagne, criminologista e professor. Em 1910 ele
começou fundar seu próprio laboratório criminal.

✔Ele produziu um monumental trabalho de sete volumes, chamado Traité de


Criminalistique e, em 1918, descreveu doze pontos característicos para a
identificação de impressões digitais. Edmond Locard continuou com a sua pesquisa
até a sua morte, em 1966.
Princípio da Transferência de Locard
✔O princípio da transferência foi amplamente debatido
por Edmond Locard, em 1932, que discorreu sobre os
“princípios das trocas”, afirmando que o autor do crime
leva com ele algo da vítima e/ou do local onde
aconteceu o fato, podendo também levar instrumentos
ou até mesmo objetos que foram utilizados, bem como
deixa algo dele no local do crime.
Princípio da Transferência de Locard
✔A teoria de Locard embasou inúmeros estudos e
fomentou a ampliação dos conhecimentos aplicados a
ciências forenses.
✔Esses estudos, inicialmente, tratavam da busca por
vestígios latentes de impressões digitais – método ainda
bastante utilizado – e hoje permitem até a pesquisa de
DNA no suor de uma luva de látex.
Segundo Paul Kirk (1953), quaisquer
que sejam os passos, quaisquer objetos
tocados pelo autor do crime, o que
quer ele deixe, mesmo que
inconscientemente, servirá como uma
testemunha silenciosa contra ele.
✔Segundo esta teoria, a importância dos
vestígios encontrados no local do crime
irá apontar para quem estava no local,
como ocorreu e claro, chegar a verdade.

✔Vários são os vestígios que podem ter sido deixados no


local do crime, como digitais, cabelos, pegadas, fibras de
sua calça, vidros quebrados, sangue, sêmen, objetos
utilizados como ferramentas.
✔ Portanto, no local do crime acaba ocorrendo uma troca,
onde o autor carrega consigo algo do local e deixa suas
marcas.
Preservação do Vestígio
✔Esse princípio nos mostra como é importante a
preservação e cuidado com o vestígio.
✔Essa importância é para todos, desde o primeiro a
chegar no local de crime até o perito que irá coletar e
processar as provas e vestígios do local.
✔ Sendo assim, é importante que o cidadão seja
informado da importância de preservar e isolar o local de
crime.
Até a Próxima Aula

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