Processo Penal I
- O Processo Penal tem como base o Direito Penal
(Conduta e Sanção), restando afastado a Política
Criminal e a Criminologia
O Processo Penal é mais cuidadoso, pois estamos
falando da restrição do Direito à liberdade.
→ Direito à liberdade, é considerado o segundo
bem jurídico mais importante tutelado pelo
Sistemas
- Quando falamos deles, estamos falando de algo
pré-definido. Não haverá uma modificação
conforme o caso, a pessoa, o tipo ou a forma.
Exceção: foro por prerrogativa de funções
Foro privilegiado = expressão comumente utilizada
por jornalistas quando falado em programas
televisivos. Entretanto, não existe dentro do direito
penal brasileiro.
- No Brasil, falamos “Foro por prerrogativa de
funções”
Isso porquê, quando falamos de privilegiado,
estamos querendo dizer que a pessoa terá a chance
de escolher quem irá lhe julgar.
No Brasil, independentemente de qual cargo ou
função se exerce, você não tem a oportunidade de
decidir quem fará seu julgamento. Tudo já está
devidamente pré-definido.
Sistema Inquisitorial
- Vinculado ao Direito Canônico (Inquisição).
Ele não possibilita o contraditório ou a ampla defesa.
→ É possível diferenciar o sistema inquisitivo do
sistema acusatório, em algumas características:
• é necessário apenas um órgão para julgar,
defender e acusar. (Inquisitório);
constituinte, perdendo somente para o Direito à
vida.
Objetivo
O processo penal tem como principal objetivo,
exercer a ampla defesa e o contraditório.
Verificando ao final, se haverá a reclusão.
Ela não se utiliza da criminologia mas do Direito
Penal!
• processo penal ex officio – o processo é
iniciado pelo órgão julgador (processo
judicial informe) – art. 26 do CPP;
• reunião das funções em um único órgão.
Características da inquisição:
• Apontar o dedo sem dar oportunidade de
defesa;
Nesse caso, temos como exemplo, o caso da juíza
que condenou uma pessoa pelo tom de pele.
• Três poderes por uma única pessoa (acusar,
defender e julgar);
• Processo “Ex officio”, que é quando o
processo se inicia pelo próprio julgador;
Art. 26 do CPP – revogado de forma tácita, por
conta do art. 129 ou 121.
• Réu tratado como objeto, e não como um
sujeito de direito;
• Falta de garantia de direitos fundamentais e
Separação de Poderes.
→ Não existe a possibilidade do sistema inquisitivo
em um Estado Democrático de Direito.
Estado Democrático de Direito:
E – território, povo, governo.
D – dentro desse território, a escolha de governo é
pelo povo (direta ou indiretamente).
D – regras pré estabelecidas.
Sendo nosso estado, um “Estado Democrático de
Direito”, que tem como uma das principais
características a defesa dos Direitos Fundamentais,
não poderíamos entender que no Brasil o sistema
penal poderia ser inquisitivo, pois esse viola direitos
fundamentais como a ampla defesa e o
contraditório.
Sistema Acusatório
- neste tipo de sistema não se visa apenas a
condenação do réu.
- é um processo formal – documentado.
Haverá uma pessoa para acusar e outra para julgar.
→ divisões das funções:
• acusar – MP, 129, I, CF
• defender - ampla defesa e contraditório
• julgar – 251, CPP
Aqui, temos a divisão dos três poderes:
- Uma pessoa responsável por acusar, outra por
defender e uma última que julgará.
• Sujeito de direitos: a pessoa estará
exercendo todos os seus direitos
plenamente. Tudo deve ser documentado.
• Atuação do juiz: imparcialidade no
julgamento, buscando por meio de provas,
oitivas e todos os meios que se puder, fazer
um julgamento justo.
Acusar
- art. 129, I, CF (funções institucionais do MP).
Defender
- Ampla defesa e contraditório (possibilidade da
Plena Defesa)
Diferença:
Ampla defesa: aqui, estamos falando do que
acontece normalmente em um julgamento.
Diferentemente da plena defesa, aqui não pode-se
usar a clemência, ou o perdão. Nesse caso, no caso
de um recebimento da denúncia, deverá haver a
procedência ou improcedência da ação.
Plena defesa: geralmente utilizado no tribunal do
júri. É quando o advogado se usa do argumento da
clemencia.
Julgar
- art. 251, CPP.
→ Gestão de provas: o sistema acusatório é
quando a gestão de provas, juiz é totalmente
imparcial.
• O juiz não pode ter iniciativa probatória;
• A partir do momento em que ele tenta
produzir, prejudica o andamento do
processo e estaria ferindo o sistema
acusatório.
Para essa doutrina, quando o juiz tem iniciativa
probatória a favor do réu, é permitido.
- os artigos 155 e 156 do CPP autorizam ao juiz a
iniciativa probatória, nas exceções expressas.
• ele pede para dirimir as dúvidas dele (juiz) –
e pode julgar.
Fase inquisitorial X Fase judicial
1º - informativo: aqui, é onde se colhe as
informações.
2º - ampla defesa e contraditório: aqui, é onde
ocorrem as defesas, produções de prova.
- o juiz não pode determinar a prisão de ofício – art.
311 do CPP.
• caberá nos requisitos expressos no artigo.
Sistema Misto
(Híbrido)
Em determinado momento, ele vai ser inquisitivo ou
acusatório.
- o Sistema inquisitivo é no momento da investigação.
Processo sigiloso, sem oitiva de sujeito e sem ampla
defesa.
- e o Acusatório será na Ação Penal.
→ Não é adotado no Brasil, pois no Inquérito
policial realmente não há ampla defesa, entretanto,
o órgão dessa fase não vai ser o mesmo que vai
julgar.