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1 – Direito, Tutela e Técnica

São três institutos fundamentais para a compreensão da Tutela Provisória e para o processo de
Execução.

- Objetivo = normas

- Subjetivo = pode exercer ou não

1.1 A existência do Direito está vinculada à sua garantia

É aí que entra a ideia de tutela. Então: A tutela do direito = A garantia e a proteção do direito.

1.2 Tutela – garantia e a proteção do Direito

Todo Direito precisa de uma tutela

Todo Direito corresponde a uma tutela

Toda tutela pressupõe uma técnica processual

Ou seja: Todo direito pressupõe uma tutela, pois senão direito não há. Sem essas garantias,
teríamos apenas uma situação de fato. E a técnica? Toda tutela pressupõe a uma técnica
processual.

Exemplo: CF – fala em Direito à Liberdade, todavia o exercício dessa liberdade pressupõe a


uma tutela (HC).

Poderia se buscar outra forma de tutelar? Sim, caso não existisse o HC

PORTANTO, A tutela do direito pode se dar de forma legislativa, administrativa e


jurisdicional

- Legislativamente = lei é criada pensando em se tutelar algum direito. Se dá de forma


abstrata. Ex.: CDC.

- Administrativamente = Estado via administração pública, garante os direitos. Ex.: Órgãos


de defesa do Meio Ambiente.

- Jurisdicional = Estado vai apreciar pedidos de tutela em caso de lide jurídica ou crises
jurídicas. Pauta ao dever do Estado enquanto Estado-Juiz. É essa a que mais nos interessa.
a) Tutela Jurisdicional – Visa garantir (ou buscar garantir) a tutela do direito material.
Vejamos:

Garante a tutela do direito material. Ex.: Ação de Busca e Apreensão, Imissão de Posse

Ela difere do direito material e está atrelada à ideia de dever judicial de apreciação de
demandas, independentemente de haver a tutela do direito.

A tutela jurisdicional sempre vai existir, independentemente se foi procedente ou não.


ATENÇÃO! Não confundir tutela jurisdicional com “tutela jurisdicional do direito”, pois esta
última é quando o Estado-Juiz acolhe a pretensão do autor.

- A tutela já é exercida no momento em que se aprecia a demanda, não importando se julgou


procedente ou improcedente.

Ex.: Acidente – réu foi acusado. Juiz julga improcedente – réu tem seu direito preservado,
bem como o autor teve seu pedido apreciado.

2 – Tutela de direito (tutela jurisdicional de direito)

- Aqui foi reconhecido o direito de quem propôs a demanda e agora esse direito vai ter que ser
assegurado através de uma tutela jurisdicional.

- Identifica-se a tutela aplicada àquele direito

É aqui que entra a técnica processual!

3 – Técnica processual – É o instrumento da tutela.

Instrumentos para a tutela

- Exemplos: Procedimentos, decisões, meios executivos

Na parte declaratória da sentença, já se instrumentaliza o direito

Ex.: Sentença dispõe que a parte deve pagar – já é tutela. Mas, pode ter outras na fase de
cumprimento de sentença (Penhora, alienação).

3.1 Técnicas adequadas às tutelas – Precisam haver, princípio da adequação.

Ideia de obrigar uma pessoa não seria possível. Essa ideia foi superada.

Principio da primazia da tutela específica - (tutelas adequadas a cada tipo de direito)


“Toda sentença jurídica deve ser instrumentalizada em tutelas específicas

Principio da adequação processual – juiz diante do caso concreto deve adequar a técnica.

- Art. 139, IV do CPC - O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:

IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias


necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham
por objeto prestação pecuniária;

TUTELA PROVISÓRIA

1) Cognição – Pode ser classificada tanto do plano vertical como do plano horizontal

Horizontal

- Plena – todas as questões são passíveis de serem analisadas. Réu pode alegar em outro
processo.

- Limitada – nem todas as questões são apreciadas. Só pode alegar aquilo que está previsto
em lei.

Ex.: Na desapropriação, o réu não pode se defender plenamente – só pode apresentar 2


questões: justeza da indenização, e vício formal no procedimento;

Busca e Apreensão – banco alegou que você não pagou – Não pode alegar vício no contrato.
Só pode alegar ou que a obrigação já fora cumprida ou que aquela parcela já teria sido paga.

Vertical

- Exauriente – que exaure (profundidade do conhecimento dos quesitos – Até onde pode
conhecer as questões?). Aqui pode conhecer plenamente as questões. O juiz vai conhecer de
forma exaustiva aquela matéria para pôr fim à lide.

A partir da cognição exauriente que vamos chegar na tutela definitiva – Juiz vai conhecer a
fundo as questões e conseguir produzir uma sentença capaz de gerar a coisa julgada.

- Sumária – declarar a probabilidade do direito

Com a cognição exauriente o juiz vai conhecer a fundo as questões. Na Sumária, o juiz
conhece superficialmente. Nela, o juiz visa apenas declarar a probabilidade do direito, a partir
de um exame superficial.
Tutela = cognição sumária /superficial

Baseado em juízo de probabilidade

A tutela provisória vai trabalhar com esse tipo de cognição sumária/superficial

- Tutela e ônus do tempo do processo (que em regra é suportado pela parte autora) = É por
conta desse ônus que se passou a ser pensado em como reverter essa situação, como uma
redistribuição do ônus. Por isso, surgiu, à época, a Medida cautelar. Veremos:

Obs.: Ovídio Baptista e Marinoni = processos costumam ser longos. A parte ré pode estar
numa situação de vantagem, pois só ao final da sentença é que poderia ter um benefício para a
parte autora, com o julgamento procedente – situação de vantagem indevida do réu.

Ex.: B processa A por não ter cumprido o contrato de uma festa de aniversário. Daqui que o
processo chegue ao final, o contrato poderia não fazer mais sentido, por exemplo, se passasse
a festa de aniversário.

O exemplo mostra que ônus do tempo do processo é arcado pela parte autora.

Por conta disso é que se começou a pensar: como se reverter essa situação? Redistribuir o
ônus do tempo do processo.

--- Ideia de como fazer a parte autora usufruir do direito desde o início.

1.1) Medida Cautelar = Parte autora poderia requerer para que ao final, aquela tutela
não restasse prejudicada. Acautelar alguém.

Juiz poderia adotar uma medida que impedisse o réu de ferir a autoridade da jurisdição.
Isto é, o juiz concedia para impedir essa ameaça à jurisdição e ao direito de alguém.
Observando aos pressupostos de urgência e ameaça ao direito existente (Fumus boni iuris
e periculum in mora)

Ex.: A processar alguém por uma dívida, e essa pessoa começa a se desfazer de seus bens.

- Demonstração do Direito; ou de uma situação de urgência.

Após, chegamos na Tutela satisfativa:

2) Tutela satisfativa

É uma tutela que satisfaz a pretensão da parte autora.


Tutela do direito – satisfaz a pretensão da parte autora

Trata-se da tutela que tem como objetivo o reconhecimento do direito material ou não
reconhecimento do seu direito. Quem visa reconhecer esse direito, vai ser uma tutela
satisfativa.

Anotação: Trata-se da tutela que tem como objetivo o reconhecimento do direito material ou
sua efetivação.

3) Tutela assecuratória – É aquela que visa resguardar uma possível tutela de direito.

Obs: A assecuratória e a tutela de direito são distintas! Não compartilham do mesmo objetivo.

Assegurar que caso haja essa tutela em favor da parte que essa tutela seja assegurada.

Ex.: Credor cobra o devedor para pagar a dívida. E o devedor se desfaz dos bens. – Credor
pode tentar uma tutela assecuratória. Ex.: Sequestro.

- Aqui é que vão se enquadrar as cautelares. Trata-se de evolução histórica e expansão do


conceito de Medida Cautelar.

4) Tutela provisória

 Tutela definitiva = aquela que visa ser definitiva, encerrar a questão de uma vez por
todas. É a tutela que vai se consolidar e satisfazer o direito da parte de forma
definitiva. Em regra, as decisões que a trazem são aptas a formar a coisa julgada.

 Tutela provisória = Não tem o condão de se consolidar, está aqui para ser substituída;
está provisoriamente. É a tutela concedida em vista de urgência e/ou evidência e que
tem o caráter precário.
- Urgência = quando houver um risco/perigo. Evidência: quando houver direito
evidente, a probabilidade do direito
- Precário = pode ser substituída a qualquer momento (ou para confirmar ou para
revogar). Têm caráter precário porque não é definitiva.

Obs.: ANTES do CPC de 2015, em 94: Tutelas provisórias foram sistematizadas de melhor
modo pelo código anterior.
Antecipação de tutela – Eu vou antecipar uma tutela satisfativa, a tutela do direito. Tem
caráter satisfativo. Traz, desde já, a tutela que estou buscando, obtendo o que eu quero.

- Tutela cautelar – Visa resguardar direitos, ou melhor, a tutela de direitos. Para que não reste
prejudicada/não seja ineficaz. Garantir a eficiência deste direito, quando ocorrer, ao final.

Obs: Direito geral de cautela.

- Visa resguardar uma outra tutela – “tutela da tutela” – não visa resguardar a jurisdição, mas
o direito.

Ovídio – todos tem direito a uma tutela idônea. Assegurar que a futura tutela não seja
ineficiente.

- Antecipativa – que adiantava a própria tutela

Antecipar uma tutela satisfativa – Ex.: Se quer assegurar que o carro não sofra com a ação de
reintegração de posse – separa o carro para o poder judiciário.

Ex.: Suspensão de concurso – por haver uma nulidade. Mera suspensão não me satisfaz (tutela
cautelar)

Afastar a banca – antecipação de tutela

Tutela antecipada = Quando você adianta a tutela definitiva antes da decisão transitar em
julgado. Ela se funda em urgência e evidência.

- Evidência – É aquela que vai se lastrear não no perigo, mas somente na evidência. Não se
analisa o perigo. Ex.: Abuso de direito de defesa do réu.

CARATERÍSTICAS DA TUTELA PROVISÓRIA

2.1 – Sumariedade – Na Tutela Provisória, a cognição se dá de forma sumária, com uma


análise superficial. A análise aqui é probabilística, apenas.

Conhecimento superficial – verificar se ele é possível

Ver se tem probabilidade de ter razão

Na tutela provisória, não se objetiva reconhecer o direito, mas sim verificar se ele é palpável.
Ex.: Peço para que o Estado custeie um tratamento que não tenho condições de pagar.
Ex.: Edital – ver se aquela informação procede

2.2 – Precariedade – Não é definitiva, pode ser revogada, modificada. Isso não significa que
pode cair a qualquer tempo/a bel prazer do Juiz!!

QUESTÃO DE PROVA: Por quê? Porque precariedade não é sinônimo de mudança


injustificada. A precariedade não diz respeito a isso, ela não autoriza o juiz a revogar
imotivadamente uma TP. O que diz respeito à precariedade é caso haja uma mudança
na situação fática que possa motivar o juiz a revogar essa TP.

Ex.: Posso pedir uma tutela porque fui excluído do processo de licitação (- não fiz prova da
capacidade técnico-financeira). Mas, aí o autor mostra que eu junte documento falso.

PRECARIEDADE NÃO SIGNICA QUE PODE CAIR A QUALQUER MOMENTO –


uma vez concedida a tutela provisória, ela se mantém.

Havendo uma mudança na situação fática, jurídica, probatória – pode ser revista.

Ex.: A alega que não recebia adicional noturno

Contestação – parte ré alega que não trabalha todos os dias

2.3 – Inaptidão para gerar a coisa julgada – Aquele direito cuja probabilidade foi analisada
não significa que o autor vai usufruir (ou não) definitivamente.

Basicamente, eu não resolvo em definitivo aquela questão atinente ao direito do autor.

- Porque não tem aptidão para gerar coisa julgada

Obs: Tutela cautelar:

Ovídio – A tutela cautelar tutela um direito específico – que é o direito à cautela. A


rediscussão em relação a essa questão de direito à cautela – pode fazer coisa julgada. Faz
coisa julgada, mas não em vista do direito que se visa acautelar.

3 – Tipos de tutela provisória

a) Satisfativa – entrega o direito. Satisfaz o direito de logo. Pode ser de urgência e de


evidência.

Adiantamento da tutela definitiva. Obs: Tutela antecipada.


b) Cautelar – Ela não entrega, de logo, o direito, ela assegura (por isso é também
chamada de assecuratória). Pode ser de urgência.
a. Satisfativa de urgência e evidência

Já garante o usufruto do direito – Ex.: tutela antecipada (Concede a tutela antes do trânsito em
julgado).

Urgência – situação de risco

Evidência – não precisa de urgência

b. Cautelar

Assegura a tutela.

Ex.: Pedro constitui patrimônio oculto e Maria pede o arrolamento.

OBS1: Existe um direito à tutela, que pode ser ou não adiantado. Ex: Arrolamento, é uma
cautelar que visa arrolar todos os bens do casal. Aqui, não há satisfatividade, há um
acautelamento.

OBS.: O código traz a tutela antecipada como sendo uma tutela satisfativa. Isto é, o código
diz que é uma “espécie” de TP.

- Mas na verdade NÃO é uma TP, na verdade ela seria o instrumento para uma tutela
provisória. Então o código deveria ter dito: Tutela provisória satisfativa fundada em urgência
e evidência.

Deveria, portanto, ser vista como um instrumento. PALAVRAS DO PROFESSOR.

(RESUMO DE RENATA, NÃO ENTENDI: Problema: Antecipação de tutela – adianta uma


tutela, mas nem sempre adianta uma tutela satisfativa de urgência. – Aqui só cabe até a
evidência.

- Uma tutela definitiva antes de ser definitiva

- O usufruto do direito, a uma tutela que não é definitiva)

A antecipação de tutela é técnica – não é tutela provisória. É instrumento para a tutela.

Toda tutela provisória é um adiantamento de tutela? Sim e não


Satisfativa (urgência e evidência) – toda tutela vai ser um adiantamento da tutela definitiva

Cautelar – também é cabível

Direito à cautela pode ser adiantado ou não (Ex.: ter que ouvir o réu – não é
antecipação).

Como posso dizer que a antecipação de tutela é um terceiro tipo, se ela está presente nos
outros.

== “Tutela provisória satisfativa de urgência e evidência”

4 – QUEM TEM LEGITIMIDADE PARA REQUERER A TP?

Em regra, quem pede é o autor

E o Réu, pode? Não é comum, mas ele pode pedir.

Então pode pedir tutela de um bem – 1. Nas ações dúplices: Ex: divórcio; ação revisional de
aluguel. Ele pode pedir pois nestas ele poderia figurar como autor (Os polos são meio que
indefinidos).

2. Na reconvenção;

3. Em qualquer incidente no qual o réu pleiteia tutela (Ex.: Parte autora litigou de má-fé)

RESUMO GERAL: Sempre que houver a possibilidade de se pedir uma tutela, pode-se
requerer a TP.

5 – QUAL O MOMENTO PARA PEDIR A TUTELA PROVISÓRIA?

Pode ser pedida em QUALQUER fase do processo, antes do trânsito em julgado. Não há
preclusão para isso.

Obs: Ela pode ser concedida até a Sentença, inclusive. O Professor disse que até em sede
recursal ela também pode.
Poderá ser solicitada, antes do trânsito em julgado (Inicial, Instrução, Sentença...). Só não
pode ser concedida após o trânsito em julgado.

Não há preclusão. Se o juiz coloca que houve preclusão, por que a parte não requereu –
errado.

QUESTÃO DE PROVA: O mero decurso do prazo temporal em abstrato não retira a urgência.

6 – Liminar – Você não obteve uma liminar, mas sim: Foi prolatada uma decisão liminar.

É a decisão que concede a tutela provisória antes da sentença/decisão que conhece


exaustivamente a causa.

Sentença pode ser impugnada com recurso com efeito suspensivo – vou ter a impossibilidade
de usufruir do direito que foi concedido. Aqui pode ser concedida uma tutela. Pode ser dada
até em grau recursal.

Obs.: Pode ser concedida mesmo antes de ouvida a outra parte. É o Contraditório postergado.

TUTELA PROVISÓRIA

Tutelas antecipáveis: São antecipáveis as tutelas condenatórias, executivas e mandamentais


(nestas, há uma utilidade prática).

- As tutelas declaratórias ou constitutivas NÃO são antecipáveis, mas os efeitos práticos


(sociais) delas os são. Isto é, não teria utilidade na esfera jurídica. Por si só, não muda nada no
plano fático. Elas só terão utilidade quando definitivas.

Elas se satisfazem por si só, não operam no plano fático. Como dito, o que você pode
antecipar delas são os efeitos práticos.

Ex: retorno do status quo na desconstituição de contrato.

- Nesse sentido, desses efeitos práticos decorreriam outras tutelas. Ex: Ação de paternidade,
pedido de pensão alimentícia -> Decorreriam as tutelas declaratória (ação de paternidade),
Constitutiva (obrigação de fazer) e, por fim, a Condenatória.

7. Responsabilidade.

- Como parte da análise probabilística, o direito pode não se confirmar. Daí surge a questão da
responsabilidade.
- Caso a tutela provisória não se confirme, seja cassada, a parte autora não promova a citação
do réu ou a tutela venha a perder seus efeitos, responde o autor OBJETIVAMENTE pelos
prejuízos.

Obs: Isso inclui tudo, ex: Lucro cessante, dano emergente...

8. Pode a concessão de ofício da tutela provisória? No código anterior havia a possibilidade


da concessão de ofício da TP. HOJE, NÃO EXISTE MAIS ESSA POSSIBILIDADE.

- Porém, caso haja lei específica que a preveja, ela poderá ser concedida de ofício. Ex:
Lei de alimentos.

9. Poder Geral de Cautela: É inerente à jurisdição.

- Hoje em dia as cautelares são trazidas de forma exemplificativa.

- A jurisdição, melhor dizendo, os juízes, tem que ter o poder necessário para garantir a
eficiência das cautelares.

1) Ao considerarmos que uma das características da Tutela provisória é a precariedade, não


sendo definitiva, esta poderá ser substituída por outra tutela, quando a situação fática motivar
o juiz para tal, por exemplo. A mera nomeação não impede sua conversão em outra forma de
tutela.

2) Ao se configurar a hipótese da tutela de urgência extremada pura, sendo situação atípica


aos tipos configurados no CPC/2015, como a urgência se mostra em grau bastante exagerado,
é dispensável ao juiz a análise do outro pressuposto (de evidência), sendo permitida a
existência desse tipo de tutela.

3) Muito embora os artigos supracitados do CPC/2015 acompanhem tal entendimento, os arts.


303 e 435, caput e Parágrafo único, do Código possibilitam a parte, de realizar a juntada
posterior de novos documentos após a petição inicial (neste caso) para comprovar fatos
supervenientes ou contrapor aqueles produzidos nos autos, realizar a juntada de um
documento com a comprovação de um motivo que a tenha impedido de tê-lo juntado
anteriormente, incumbindo ao juiz fazer tal análise da conduta da parte, e, ainda, como me
parece ser o caso, poderá juntar novos documentos na forma do art. 303, Parágrafo primeiro,
I, ao aditar sua petição inicial.

4) O argumento jurídico em questão esbarra no próprio CPC atual, visto que, este, em seu art.
304, bem observa a possibilidade de se estabilizar a decisão que concedeu a tutela
antecedente, desde que não haja recurso. Nota-se, ainda, que a decisão que concede a tutela
não fará coisa julgada, pois qualquer uma das partes pode demandar a outra com o intuito de
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada, no prazo de 2 anos, que é quando
se extingue esse direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada,
contado da ciência da decisão que extinguiu o feito.

5) Tal entendimento tem fundamento próspero, visto que os meios de impugnação, vide a
contestação, podem sim ser utilizados para impedir a estabilidade da decisão que concedeu a
tutela antecipada, conferindo ao art. 304 do CPC/2015 uma interpretação extensiva, já que o
juiz poderia reconsiderar o deferimento daquela tutela concedida ao analisar a matéria de
defesa. Isto conforme a jurisprudência em sede do REsp 1760966, STJ.

2. A tutela cautelar, por tutelar um direito específico (o direito à cautela) pode fazer coisa
julgada em relação a essa questão de direito à cautela pleiteado pela parte autora. O que
ocorre, portanto, é a coisa julgada nesse direito à cautela, ao passo que não ocorrerá a coisa
julgada em vista do direito que ali se pretende acautelar, não atingindo, então, o pedido de
tutela final. Assim, o objeto da tutela cautelar não tutela ao próprio direito material, mas
apenas se relaciona com ele visando assegurá-lo.

3. O ônus do tempo do processo trata-se de uma situação, em que via de regra é suportado
pela parte autora e que se refere a como os processos costumam ser longos e, por isso, há
doutrinadores, como Ovídio Batista e Luiz Guilherme Marinoni, que observam uma possível
situação de vantagem indevida do réu, já que somente ao final do processo, se procedente, é
que haveria um benefício à parte autora. Sua relação com a tutela provisória está no momento
em que se começou a se pensar em como reverter essa situação que recai sobre aquela parte,
ao tentar redistribuir o ônus e, por isso, surgiu, à época, a medida cautelar. E esta medida
cautelar, portanto, evoluiu historicamente e expandiu-se para o que hoje conhecemos como
Tutela cautelar ou assecuratória.

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