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TUTELAS PROVISÓRIAS

TUTELA DE EVIDÊNCIA E DE URGÊNCIA

Conforme o novo CPC/2015, compreendemos duas espécies de tutela: provisória e definitiva. A tutela
definitiva pode ser concedida através de sentença ou de decisão interlocutória de mérito. A tutela provisória
trata-se de tutelas jurisdicionais não definitivas, atribuída pelo Poder Judiciário em juízo de cognição sumária.,
que dependem de confirmação posterior, através da sentença ou decisão interlocutória de mérito, proferida
mediante cognição exauriente. Importante destacar que o sistema de tutela provisória é compreendido pelos
artigos 294 ao 311 do CPC/2015 e serão trabalhados a seguir.

A tutela provisória pode ser classificada em tutela de urgência e tutela de evidência, no qual a
primeira, exige urgência na concessão do Direito, e a segunda, evidência desse Direito. A tutela de urgência é
dividida em duas subespécies: tutela antecipada e tutela cautelar.

 TUTELA DE URGÊNCIA → exige demonstração de probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao


resultado útil do processo, portanto, é usada em situações de risco e emergência, e pode ser feita na
inicial ou em qualquer outro momento do processo, desde que, não tenha trânsito em julgado. A tutela
de urgência, pode ser concedida quando o que se pede corre risco de ser prejudicado
permanentemente, se não for entregue em tempo hábil. Como exemplo, podemos apontar uma
situação de saúde, no qual o paciente corre risco de morte se não realizar a cirurgia de angioplastia
imediatamente, desse modo, o juiz concede a tutela de urgência para que o autor possa preservar sua
vida e saúde, até que o processo finalize.
 TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA → A tutela antecipada possui caráter de satisfatividade, pois o
pedido inicial é concedido antes da sentença, onde o autor consegue tudo o que desejava no
processo, portanto, teve o seu direito material garantido e, é necessário, apenas aguardar a
confirmação da sentença. Nesse sistema, o risco era de ter o motivo e objeto do pedido prejudicado
por ocasião da morosidade processual, desse modo, é dada a tutela antecipada de urgência. Mesmo
com a tutela cedida, é necessário sua confirmação ao final do processo – diferentemente da tutela
cautelar, pois a parte terá o direito apenas conservado para ser pleiteado posteriormente, mas não
terá sua vontade satisfeita.

→ Por exemplo, uma criança necessita, com urgência, de internação em UTI. Seus pais procuraram a DP
e informaram que não havia leitos disponíveis nos hospitais da rede pública. Além disso, relataram que
haviam perdido todos os laudos de exames da criança e que não poderiam aguardar a segunda via
deles, tampouco submetê-la a novos exames, em razão do risco iminente de morte dela. Nessa
situação, a fim de garantir a pronta internação da criança, a DP deverá ajuizar ação ordinária,
formulando pedido de tutela de urgência de caráter antecedente.

 TUTELA CAUTELAR DE URGÊNCIA: são utilizadas para assegurar o resultado útil do processo, seria uma
cautela para que o pedido inicial tenha preeminência de acontecer. O risco está na efetividade do
processo futuro.

“exemplo: sou credora de uma dívida e pretendo ajuizar ação de cobrança contra o devedor. Antes
de procurar o advogado que cuidará da ação de cobrança, verifico que o devedor, inadimplente,
está vendendo os únicos bens que possui e que garantiriam o pagamento da dívida que pretendo
cobrar. Ora, antes mesmo de um juiz vir a reconhecer o meu direito de crédito, preciso tomar alguma
medida que garanta a efetividade da sentença que será prolatada na ação de cobrança, porque de
nada adiantará vencer a ação de cobrança e não receber nada, por ausência de bens que
garantam o pagamento. Proponho, então, uma tutela provisória de urgência cautelar, a fim de tornar
indisponível o patrimônio do devedor e, com isso, garantir o futuro pagamento da ação de cobrança
que ainda será proposta. Neste caso, a indisponibilidade do patrimônio visa a garantir o processo
judicial de cobrança que ainda será ajuizado. Como se vê, as tutelas cautelares não garantem a si
mesmas, estando sempre condicionadas a assegurar o resultado útil de outro processo.” (LUPETTI,
Bárbara. Como diferenciar as tutelas de urgência e da evidência no novo CPC. CONJUR. 3 de fev. 2016)

 TUTELA DE EVIDÊNCIA: Está interligada à prova contundente do direito pleiteado (fumus boni iuris). É
necessário que só direito informado, seja evidente. Não há risco decorrido da demora no provimento
tutelar. Desde que aquele direito pleiteado esteja razoavelmente demonstrado, o juiz poderá conceder
tal tutela. Os elementos a serem considerados para a tutela ser concedida é a ausência de perigo e
probabilidade de direito. Estão prescritas no artigo 311, do CPC/2015. A tutela pode ser aplicada em
diversas situações, como: na constatação de abuso de direito. Portanto, se a parte abusa de seu direito
ou do devido processo legal, o juiz poderá conceder a tutela de evidência a parte contrária, desde
que tal direito seja evidente. Outra hipótese é quando as alegações de fato puderem ser comprovadas
apenas por documento e se houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante. A tutela de evidência também poderá ser concedida quando a petição inicial for instruída
com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor e o réu não oponha, em
contestação, prova capaz de gerar dúvida razoável.

 Como a tutela pode ser efetivada? → O Poder Judiciário pode impôr medidas coercitivas com o
objetivo de obrigar o requerido a cumprir sua obrigação em tempo hábil, ou seja, dentro do prazo, sob
pena de multa, ou mandado de busca e apreensão ou congelamento dos cofres públicos, por
exemplo. É o que dispõe o art. 297, caput, do CPC:"O juiz poderá determinar as medidas que
considerar adequadas para efetivação da tutela provisória"

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“A consequência de se pleitear a tutela de evidência e de o juiz concedê-la será obter o direito ou interesse protegido de forma
provisória. Um dos principais pontos a se lembrar sobre a tutela de evidência é que, se o juiz conceder uma tutela e confirmá-la na
sentença, a apelação não terá duplo efeito, tendo apenas o efeito devolutivo, sendo possível cumprir provisoriamente a decisão do
juiz sem que haja efeito suspensivo que impeça essa fruição (art. 1012, §1º, V, CPC/2015).”

“Pois bem. Nas tutelas da evidência, eu preciso demonstrar para o juiz que, independentemente da urgência, o meu direito é tão
evidente, que o caminho do processo pode ser encurtado. Ou então preciso demonstrar que o meu ex adverso está protelando tanto o
processo, que a sua maior punição será adiantá-lo, apressando os atos processuais que ele está tentando retardar. Afinal, a maior sanção
para quem obstaculiza o caminho do processo é justamente pegar atalhos que levem mais rápido ao fim da estrada — isto é, à
sentença.”

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