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APOSTILA
NOVO CPC - ORGANIZAÇÃO
O processo é importante por envolver, em uma relação (jurídica), o juiz e as partes – tem
fins de grande relevância (democracia e justiça) e como objetivo final uma decisão legítima.
Ex.: A Ação de Alimentos assume um procedimento específico (Especial pois tem Lei
Específica) enquanto que a Ação de Indenização adota outro procedimento (Comum).
Este procedimento tem um rito mais abrangente, com uma nítida divisão das fases
processuais, compreendendo-se 2 (duas) grandes fases: CONHECIMENTO e
CUMPRIMENTO.
TUTELAS DE URGÊNCIA
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao
juízo competente para conhecer do pedido principal.
O art. 300, caput, do Novo Código, deixa claro que os requisitos comuns para a concessão
da tutela provisória de urgência (antecipada ou cautelar) são:
Para a concessão da tutela de urgência, o juiz ainda poderá exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la (art. 300, §1º)
Não haverá nomenclatura específica. Todas passam a ser inominadas – Nada impede que o
advogado dê nome a elas.
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela
final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do
risco ao resultado útil do processo.
Art. 303
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação,
a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze)
dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1 o deste artigo, o processo
será extinto sem resolução do mérito.
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1 o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos,
sem incidência de novas custas processuais.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
A tutela estabilizada somente poderá ser revista através de ação própria (§ 2 º ) – Prazo de 2
anos (§ 5º )
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se
objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as
provas que pretende produzir.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido
principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o
reconhecimento de decadência ou de prescrição.
A tutela de evidência será concedida nos casos previstos no Art. 311 – Entre eles:
A petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se
refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste
artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o
acesso à justiça.
Inciso III –Fatos e Fundamentos Jurídicos – Na petição inicial o Autor deve justificar o
pedido que é dirigido ao Juiz. Trata-se da causa de pedir, ou seja, das razões fático-jurídicas
que justificam o seu pedido. O Autor deve narrar o fato jurídico que constitui o seu direito.
(Ex.: A falta de pagamento dos aluguéis pode levar ao despejo).
Inciso IV– O pedido com suas especificações - O centro, o núcleo da petição inicial, que
exprime aquilo que o Autor pretende do Estado (falaremos em tópico a seguir)
Inciso V - Valor da Causa (art. 291) – A toda causa o Autor deverá atribuir um valor certo –
Requisito obrigatório da petição inicial (O Juiz mandará o Autor emendar a inicial no prazo
de 15 dias (art. 321CPC) sob pena de indeferimento - Pode ser fixada por estimativa.
Inciso VI - Provas– Não basta alegar, incumbe-lhe, provar todos os fatos pertinentes à sua
pretensão (arts. 373, I) “O ônus da prova incumbe: Ao autor quanto ao fato constitutivos do
seu direito”.
O Recurso pode ser negado seguimento em razão da falta de assinatura – O Tribunal não
manda intimar o advogado para assinar. GRAVÍSSIMO!
Quando a petição inicial apresentar lacunas, imperfeições ou omissões, como por exemplo,
faltar o valor da causa, o Juiz mandará intimar o Autor para no prazo de 15 (quinze) dias
emendar a inicial, ou seja, sanar a irregularidade, sob pena de indeferimento. (parágrafo
único art. 321).
Se o Juiz verificar que a petição está em ordem, despachará determinando a citação do réu
para responder a ação. Cumprida a diligência de forma positiva, o réu estará integrando a
relação processual, tornando-a completa.
ART. 332: Nas causas em que não for necessária a realização de audiência de instrução
(ouvida de testemunhas) independentemente da ouvida do Réu, o Juiz poderá julgar
LIMINARMENTE IMPROCEDENTE o pedido, nos casos dos incisos I a IV.
PEDIDO
Pedido é a providência que o Autor espera do Estado-Juiz, e deve resultar logicamente dos
fatos informados na petição inicial (pedido concludente).
O pedido pode ser mediato e imediato. O IMEDIATO refere-se à sentença esperada pelo
autor, ou seja, a natureza da providência solicitada (condenatória, mandamental,
declaratória, etc), e o pedido MEDIATO corresponde a pretensão de direito material alegado
pelo autor e negado pelo réu, é o próprio bem da vida. Ex.: Quantia em dinheiro, bem que
se encontra em poder do réu.
O segredo da petição inicial está exatamente no pedido, muitos clientes acabam não
recebendo a prestação jurisdicional adequada porque o Advogado não fez o pedido
adequado.
Ex.: Se não pedir fixação de alimentos provisórios, o Juiz não fixa. Se não pedir a Liminar o
Juiz não defere.
Os artigos 322 e324, dizem que o pedido deve ser CERTO e DETERMINADO de modo que
os demais integrantes da relação processual (Juiz e Réu) possam ter a certeza e clareza
quanto à pretensão do autor.
PEDIDO CERTO: É o bem da vida pretendido (pedido mediato) Ex.: Alimentos, Cobrança,
Divórcio, Partilha/Inventário, etc).
PEDIDO DETERMINADO: No pedido o Autor tem que dimensionar o seu alcance. Além de
ser identificado pelo gênero, o pedido deverá também ser preciso quanto à quantidade.
Exemplo: Pedido de condenação do réu de restituir uma geladeira Brastemp. Nesse caso o
pedido é certo e determinado, pois além de definir o gênero (geladeira Brastemp), definiu
também a quantidade (uma geladeira).
PEDIDO GENÉRICO: Art. 324, § 1º CPC. O CPC admite também que se formule pedido
genérico nas em determinadas ações (Incisos I, II e III).
Nesses casos o Juiz proferirá uma sentença ilíquida (sem valor determinado), remetendo o
Autor ao procedimento de liquidação de sentença, antes da fase de cumprimento da
sentença.
Art. 325 - Pedidos Alternativos: Quando pela natureza da obrigação, o devedor puder
cumprir a prestação de mais de um modo. Não quer dizer que o Autor pode pedir
cumulativamente as diversas prestações, mas sim que, qualquer uma delas, uma vez
realizada pelo réu satisfaz a obrigação.
Art. 326 - Pedidos Sucessivos em Ordem Subsidiária: Significa dizer que o Autor poderá
formular mais de um pedido em ordem sucessiva a fim de que o Juiz conheça do posterior,
em não podendo acolher o pedido principal. Se o Juiz acolher o pedido principal não
analisará o sucessivo.
Ex.: Pedir rescisão de contrato com perdas e danos, ou, se não configurada a razão para
tanto, a condenação do réu a pagar a prestação vencida.
Art. 327 - Pedidos Cumulados: Em outras palavras, permite-se ao autor, via cumulação,
formular dois ou mais pedidos contra o réu que poderiam ser objeto de ações distintas. O
juiz tem o dever de examinar todos os pedidos formulados, sendo por essa razão
hipoteticamente possível a procedência simultânea de todos os pedidos cumulados.
-Deve haver compatibilidade (coerência lógica na cumulação) - Competência absoluta do
juízo para todos os pedidos;
Alguns pedidos TODAVIA, são implícitos - ou seja, quando se ingressa com uma ação para
cobrar o valor da dívida (principal) compreendem-se também os acessórios dela decorrentes
(juros legais).
Prevê o artigo que antes de ocorrer a citação (ciência do réu) poderá o autor ADITAR o
pedido, ou seja, formular um novo pedido, arcando com o ônus das custas acrescidas –
independentemente do consentimento do réu.
Ao analisar a petição inicial, o Juiz poderá verificar que ela não preenche os requisitos
necessários e após ouvida a parte adversa INDEFERIR, com fundamento no artigo 330
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e
modo contratados.
De qualquer forma, o Advogado deve evitar tanto a emenda quanto o indeferimento, pois a
primeira demonstra desatenção e a segunda, desconhecimento da matéria, o que se revela
vergonhoso para um profissional.
Art. 331 - A decisão que indefere a inicial é SENTENÇA – Terminativa – Caberá recurso de
APELAÇÃO. O Juiz poderá no prazo de 5 (cinco) dias RETRATAR-SE e reformar a
decisão, caso contrário os autos serão remetidos ao Tribunal de Justiça competente.
Uma das novidades em termos de procedimento do Novo CPC está na previsão de uma
audiência de conciliação ou mediação antes da apresentação da defesa pelo demandado.
O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu, por
petição, apresentada com dez dias de antecedência, contados da data da audiência.
Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por
todos os litisconsortes.
Note-se que não basta, para obstar à realização da audiência, que apenas
uma das partes não queira a sua realização. O legislador refere
que ambas as partes devem expressamente manifestar o desinteresse na
composição consensual.
Não sendo o caso de designar audiência de conciliação ou de mediação ou não tendo sido
possível obter a autocomposição, tem o juiz de oportunizar que o réu exerça o seu direito de
defesa (art. 335).
A DEFESA DO RÉU – Após a citação, o réu poderá tomar três atitudes diferentes, ou seja:
Quando porém o direito for indisponível, desaparece para o réu a possibilidade de renunciar
a defesa. E o autor, mesmo diante do silêncio do réu, não se desobriga do ônus de provar os
fatos não contestados.
DIREITOS INDISPONÍVEIS pode-se entender tudo o que é tutelado pelo Estado e que a
pessoa, mesmo sendo titular do direito não poderá declinar deste. Ex.: Direito de
personalidade, interesses de menores e/ou incapazes, direito à vida, etc.
A reconvenção, que antes tinha de ser formulada em peça apartada, hoje tem de ser
exercida na contestação (art. 343). A provocação da intervenção forçada de terceiros
continua sendo matéria de contestação (arts. 126 e 131).
III – em que se considera realizada a citação, na forma do art. 231 (art. 335).
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do
começo e incluindo o dia do vencimento.
§ 1o Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia
útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes
ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação
eletrônica.
§ 3o A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.
Pode uma defesa meramente dilatória adquirir a força de peremptória, nos casos em que a
parte não cumprir a diligência saneadora que lhe for determinada. Ex.: O juiz determina ao
autor que regularize sua representação nos autos em 10 dias e este deixa escoar o prazo
sem diligenciar o saneamento de falta - levará a extinção do processo).
b) DEFESA DE MÉRITO
Quando o réu ataca o fato jurídico que constitui o mérito da causa (a sua causa pretendida)
tem-se a defesa chamada de MÉRITO.
No conteúdo, o réu tem que alegar toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e
de direito, com que impugna o pedido do autor, e especificando as provas que pretende
produzir.
PRECLUSÃO: É ônus do réu, arguir toda a matéria de defesa na contestação, sob pena de
preclusão da matéria.
O réu não poderá invocar em fases posteriores do processo matéria que não foi manifestada
na contestação.
Além do ônus de defender-se, o réu tem, no sistema no nosso Código, o ônus de impugnar
especificadamente todos os fatos arrolados pelo autor, sob pena de se presumirem
verdadeiros os fatos não impugnados. (art. 341, CPC).
Fatos não impugnados são tidos como verídicos, dispensando a prova a seu respeito,
podendo inclusive o Juiz julgar antecipadamente o mérito, se estes fatos forem decisivos
para a solução do litígio.
Não ocorre, no entanto a presunção legal de veracidade dos fatos não impugnados, quando:
III – Os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu
conjunto: Isto acontece quando o autor arrola uma sequência de fatos e o réu impugna
diretamente apenas alguns, mas da contestação decorre implicitamente a rejeição dos
demais. (ex.: quando o réu baseia sua defesa no álibi de não ter se quer estado presente no
local em que ocorreu o ato ilícito que lhe é imputado, implicitamente estarão impugnados
todos os demais fatos alegados pelo autor.
PRELIMINARES DA CONTESTAÇÃO
Antes de discutir o mérito, o réu poderá portanto alegar em preliminar: (art. 337)
ILEGITIMIDADE DE PARTE
Segundo o Art. 339 § 1º quando o réu tiver conhecimento da parte legítima deve indicar na
contestação, sob pena de arcar com as despesas processuais e indenizar o autor pelos
prejuízos da falta de indicação.
Em sentindo amplo, exceção abrange toda e qualquer defesa que tenda a excluir da
apreciação judicial o pedido do autor, seja no aspecto formal, seja no material. Podem ser
exceções de mérito e processuais.
A incompetência relativa jamais poderá ser decretada por iniciativa do próprio juiz, porque a
lei reconhece às partes a faculdade de prorrogar, ou modificar a competência em alguns
casos. Ex.: Foro privilegiado do guardião do filho na Ação de Divórcio - Art. 53, I "a".
O direito de arguir o impedimento ou suspeição pode ser exercido a qualquer tempo, ou grau
de jurisdição, cabendo a parte peticionar ao juiz do processo, no prazo de 15 (quinze) dias,
contado do conhecimento do fato que ocasionou o impedimento ou a suspeição.
EFEITO
Conceito: Reconvenção é a ação do réu contra o autor, proposta no mesmo feito em que
está sendo demandado. AÇÃO INVERSA.
A reconvenção é mera faculdade do réu, não um ônus como a contestação e pode ser
promovida na Contestação.
É importante que a RECONVENÇÃO esteja bem identificada na Contestação, com a
finalidade de facilitar o debate e a identificação das questões que dela surgem.
É óbvio que se o Réu optar por apenas Reconvir e não Contestar, a Reconvenção será
proposta em peça autônoma (Art. 343, §6º)
PRESSUPOSTOS DA RECONVENÇÃO
Há identidade de pedidos quando as duas partes visam o mesmo fim. Ex.: O marido propõe
ação de divórcio judicial pedindo a partilha de bens e elapropõe a Reconvenção pedindo
também o divórcio com condenação do marido em Danos Morais pela infidelidade.
PROCEDIMENTO DA RECONVENÇÃO:
Ocorre a revelia quando, regularmente citado, o réu deixa de oferecer resposta à ação, no
prazo legal.
A partir desta atitude, todos os atos do processo são praticados sem intimação ou ciência do
réu, ou seja, o processo passa a correr à revelia do demandado, abolindo o princípio do
contraditório (art. 344, CPC).
Há revelia também tanto quando o réu não comparece ao processo no prazo da citação,
como quando, comparecendo, deixa de oferecer contestação.
EFEITOS DA REVELIA
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
Este efeito esta diretamente ligado à ausência da contestação, fazendo com que os fatos
constitutivos do direito do autor não se tornem controversos.
Para alertar o réu a respeito da relevância da revelia, o mandado de citação deve conter tal
advertência. (Art. 250,II)
Diante da revelia (falta de contestação) torna-se desnecessária, portanto, a prova dos fatos
em que se baseou o pedido do autor, de modo a permitir o julgamento antecipado da lide,
dispensando-se, inclusive a audiência de instrução e julgamento.
Isto porém, não quer dizer que a revelia importe automático julgamento de procedência do
pedido.
Há contudo, situações em que o Código (art. 345, CPC) afastou os efeitos da revelia, não
induzindo a presunção de veracidade quando:
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
CITAÇÃO POR EDITAL ou POR HORA CERTA: Discute-se a eficácia da revelia nos casos
de citação por edital ou com hora certa, em que a ciência do réu é apenas presumida. (Art.
253)
CURADOR: Ao réu revel, representado por curador (art. 72, II CPC) a lei faculta a
contestação sem necessidade de impugnação específica, ou seja, pode-se responder a
ação por meio de “negação geral”. Com isso, afastam-se os efeitos da revelia, não se
podendo presumir verdadeiros os fatos afirmados na inicial, continuando ao autor a
incumbência de provar os fatos constitutivos do seu direito.
2. REVELIA - DESNECESSIDADE DE INTIMAÇÃO DOS ATOS DO PROCESSO - ART.
346
Além da resposta e da revelia, existe uma terceira atitude que o réu pode tomar frente à
ação ajuizada: RECONHECER A PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DO AUTOR, fato que leva
ao julgamento antecipado do processo, com solução do mérito (art. 487, III "a", CPC).
O reconhecimento do pedido não se confunde com confissão, que é apenas meio de prova e
se refere a um ou alguns fatos arrolados pela parte contrária. O reconhecimento tem por
objeto o próprio pedido do autor, como um todo.
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados
ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação
líquida ou ilíquida.
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão
que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso
contra essa interposto.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de
instrumento. (DECISÃO INTERLOCUTÓRIA)
DA ORGANIZAÇÃO DO PROCESO
Número de Testemunhas: Não superior a 10 (dez), sendo 3, no máximo para cada fato .
(Art. 357 §6º).
§2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e,
quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários
de advogado.
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer
tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o
juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
Em todos esses casos a sentença do juiz será TERMINATIVA (sem julgamento de mérito)
pois os aspectos analisados são apenas FORMAIS, isto é são ligados ao exame de
admissibilidade do processo tão-somente, sem ferir o mérito da causa.
Não há portanto uma resposta direta ao pedido do autor e a coisa julgada é por isso, apenas
formal.
Poderá também o Juiz, segundo o art. 354, proferir julgamento conforme o estado do
processo, para extingui-lo antecipadamente, com solução de mérito nos casos do art. 487, II
e III, ou seja:
Em todos esses casos do art. 487 II e III, o Juiz embora nem sempre dê a solução própria a
lide, profere sentença DEFINITIVA, com composição do mérito da causa, não obstante
limitar-se às vezes a apenas homologar o acordo das partes.
Aberta a audiência, o juiz será o presidente e condutor dos atos, exercendo inclusive o poder
de polícia (art. 360). O juiz tentará inicialmente CONCILIAR as partes.
Designada audiência, os advogados das partes serão intimados. No ato, as provas serão
produzidas preferencialmente na seguinte ordem:
Encerrada a coleta da prova oral, o Juiz dará a palavra para o advogado do autor e ao réu,
bem como ao MP, se for o caso de sua intervenção, pelo prazo de 20 (vinte) minutos,
prorrogável por mais 10 min, para as chamadas ALEGAÇÕES FINAIS. (Art. 364)
Encerrado o debate e oferecidas as alegações finais, diz o CPC o Juiz proferirá sentença em
audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias - Art. 366.
PROVA
Às partes não basta simplesmente alegar os fatos, para que a sentença declare o direito, é
preciso antes de tudo, que o juiz se certifique da verdade dos fatos alegados, o que se dá
através das provas.
Conceito: Provas são os elementos de convicção do julgador, produzidos nos autos para
tentar demonstrar a veracidade de fatos alegados pelas partes (art. 369,CPC).
Toda prova há de ter um objeto, uma finalidade, um destinatário, e deverá ser obtida
mediante meios e métodos determinados.
A prova judiciária tem como objeto os fatos deduzidos pelas partes em Juízo.
O destinatário é o juiz, pois é ele que deverá se convencer da verdade dos fatos para dar
solução jurídica ao litígio.
Os meios legaisde prova são os previstos no art. 369 a 484 do CPC, mas além destes o
Código permite outros não especificados, desde que “moralmente legítimos” (art. 369).
OBJETO DA PROVA
Com relação aos fatos, a prova pode ser direta ou indireta. Direta é a que demonstra a
existência do próprio fato narrado nos autos. Indireta, a que evidencia um outro fato, do
qual, por raciocínio lógico se chega a uma conclusão a respeito dos fatos dos autos. É o que
se denomina também de prova por presunção.
Só os fatos relevantes para a solução da lide devem ser provados, não os impertinentes e
inconsequentes. Assim, compete ao juiz fixar, em audiência, os fatos a serem provados.
(arts. 357, II). Ex.: Quando as partes pretendem a produção de provas que não dizem
respeito aos autos.
Há certos fatos que, embora arrolados pelas partes e relevantes para o processo, não
reclamam prova para serem tidos como demonstrados (Art. 374 CPC). Assim, não
dependem de prova os fatos:
ONUS DA PROVA
O art. 373 do Código de Processo Civil estabelece as regras gerais relativas à distribuição
do ônus da prova, partindo da premissa básica de que quem alega deve provar a veracidade
do fato.
Dessa forma, impõe-se ao AUTOR a comprovação dos fatos constitutivos do seu direito,
enquanto do RÉU exige-se a prova dos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito do
autor.
O ônus da prova vem ser portanto, a necessidade de provar para vencer a causa, de modo
que o litigante assume o risco de perder a causa se não provar os fatos alegados.
Há no entanto situações em que ocorre a inversão das regras do ônus da prova, cujo
objetivo é facilitar a defesa do direito de uma das partes em litígio, conforme preceitua o
artigo 373 §1º e tais como no Código de Defesa do Consumidor.
O CDC exige em seu art. 6º dois requisitos para a inversão do ônus da prova:
Isto, porém, só será admissível quando a cláusula referir-se a direitos disponíveis ou,
quando não tornar impraticável o próprio direito da parte.
Assim, o artigo 373 §3º declara não haver possibilidade de convenção acerca do ônus da
prova, quando:
De acordo com o artigo 370 do CPC., cabe ao Juiz determinar, de ofício ou a requerimento
das partes ou MP, a produção das provas necessárias à apreciação do mérito, impedindo a
realização de diligências inúteis ou protelatórias.
O Juiz tem o poder-dever, de acordo com o CPC, quando os fatos ainda não lhe parecerem
esclarecidos, de determinar prova de ofício, independentemente do requerimento da parte.
A prova ilícita pode ser toma como aquela contrária a norma constitucional e toda ordem
jurídica infraconstitucional ou ainda, aquela que confronta com os princípios fundamentais da
Constituição.
A Constituição Federal, em seu art. 5º, LVI, determina de modo expresso que não poderão
ser admitidas as provas obtidas por meio ilícito.
O Código de Processo Civil, art. 369, diz que a parte poderá provar seu direito por quaisquer
meios LEGAIS e os moralmente legítimos.
I – Proposição ou requerimento da prova: Como regra, para o autor a prova deve ser
requerida na inicial e para o réu, na contestação. Exceções ocorrem quando é trazido ao
processo fato novo.
PROVA EMPRESTADA
Denomina-se prova emprestada aquela que foi colhida em outro processo, seja entre as
mesmas partes ou não.
Normalmente, a prova deve ser produzida dentro do próprio processo, sob o crivo do
contraditório; contudo, não há impedimento legal para que a parte interessada faça a
juntada, ou requeira que o juízo oficie, solicitando o traslado de, por exemplo, depoimentos
ou perícias colhidas em outro processo.
Neste caso, caberá ao Juiz valorar a prova segundo as circunstâncias e o tempo em que foi
obtida.
Pode ocorrer que uma prova, que é relevante para o processo corra risco de desaparecer
antes que a audiência seja designada, ou então, pode ser que a prova seja necessária para
se analisar a necessidade de propositura de ação ou não.
Por isso o CPC possibilita, que mesmo antes que se proponha a ação, seja possível a
obtenção da prova.
Assim o interessado na obtenção da prova, deve pleitear ao Juiz, através de petição inicial
fundamentada com um dos requisitos do artigo 381.
"Ata notarial é a descrição, por tabelião, de fato por ele verificado, que passa a ter a
presunção de verdadeiro para todos os efeitos, em juízo ou fora dele." (POISL, Carlos
Luiz. Idealizador da ata notarial na Lei 8.935/94).
MEIOS DE PROVA
Aplica-se tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao ônus de comparecer em
juízo e responder ao que lhe for interrogado pelo juiz (art. 379, I)
A iniciativa da diligência processual pode ser da parte adversa (art. 385) ou do próprio juiz.
Autor pede o depoimento do réu, e vice-versa.
Art. 385, §1º e 2º: A parte será intimada pessoalmente, através de mandado, cujo
documento constará o alerta de que “se presumirão confessados os fatos contra ela
alegados, caso não compareça, ou, comparecendo, se recuse a depor”, neste caso, o juiz
lhe aplicará a pena de confissão.
Será tomado o depoimento pessoal na seguinte ordem: primeiro o AUTOR, depois o RÉU.
(art. 361, II).
A parte que ainda não prestou depoimento deverá retirar-se da sala de audiências, pois não
poderá assistir o interrogatório da outra parte. (art. 385, §2º)
O depoimento pessoal deve limitar-se aos fatos controvertidos no processo. Seu objeto
específico são os fatos alegados pela parte contrária, como fundamento de seu direito.
As respostas ao interrogatório devem ser orais, não podendo a parte utilizar de escritos ou
documentos preparados para o ato, autorizadas apenas anotações breves. (Art. 387)
O depoimento pessoal será reduzido a termo, assinado pelo juiz, pelo interrogado e pelos
advogados presentes ao ato.
O depoimento pessoal da pare que residir em comarca diversa daquela que tramita o
processo, poderá ser colhido por videoconferência ou outro recurso tecnológico equivalente
(Art. 385 §3º)
Exceções previstas no artigo 388, que dispõe não estar a parte obrigada a depor sobre:
Ambas têm a mesma validade e eficácia probatória. Todavia, quando feita oralmente, só
terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal (Art. 394)
Efeitos da Confissão:
A confissão costuma ser chamada de “rainha das provas”, pela maior força de convicção
que gera no espírito do juiz.
A eficácia da confissão é plena e irretratável. Uma vez proferida a confissão não mais se
retrata.
Somente quando restar provado vício de consentimento (erro ou coação) poderá a parte
pleitear revogação de confissão (art. 394) por meio de Ação Anulatória (quando o processo
ainda estiver pendente) ou Ação Rescisória (se já houve sentença transitada em julgado).
A legitimidade para propor essas ações é exclusiva do próprio confitente. Mas se, depois de
iniciada a causa, vier a falecer, seus herdeiros poderão dar-lhe prosseguimento.
Indivisibilidade da Confissão:
Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser
invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for
desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes
de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
Esta regra, contudo, não é absoluta, pois a segunda parte o referido artigo (395) prevê a
possibilidade da confissão ser cindida quando o confitente lhe aduzir fatos novos, possíveis
de constituir defesa de direito material ou reconvenção.
Assim, se o réu quando confessar alegar fatos novos, tem ele o ônus de provar estes fatos
impeditivos, extintivos ou modificativos, o que tornaria cindida a confissão, pois esta servirá
apenas em relação aos fatos alegados pelo autor.
O legitimado passivo pode ser uma das partes envolvidas no processo ou o terceiro detentor
da coisa ou documento.
Prevê o art. 399, os casos em que o juiz, obrigatoriamente, não deverá admitir a recusa do
promovido, e que são:
III – quando o documento, por seu conteúdo, for comum às partes. Quando a declaração
contida no documento relaciona-se as duas partes.
Segundo o art. 404, a parte e o terceiro poderão deixar de exibir os documentos quando:
Com relação ao sigilo profissional, convém ressaltar que essa escusação não pode ser vista
como obstáculo absoluto à investigação judicial, pois, em razão do interesse público, poderá
o juiz ordenar a quebra do sigilo profissional.
O pedido de exibição quando formulado contra quem não é parte no processo principal,
provoca a instauração de um novo processo, em que são partes o pretendente à exibição e
o possuidor do documento ou coisa.
Este incidente deverá ser processado em autos próprios, em apenso ao processo principal,
e será julgado por sentença. O recurso cabível é o de APELAÇÃO.
A petição inicial conterá também os requisitos do art. 397. Se deferida, o juiz mandará que o
terceiro seja citado para responder em 15 (quinze) dias, podendo, tal como a parte, exibir,
silenciar ou contestar o pedido. (Art. 401)
A sentença que acolher o pedido, será condenatória, ordenando o juiz que o terceiro que
deposite o documento ou a coisa em cartório ou noutro lugar, no prazo de 05 (cinco) dias,
atribuindo-lhe ainda o ônus das despesas do depósito. (Art. 403)
Essa presunção de veracidade dos documentos públicos é relativa, visto que pode ser
afastada por prova contrária. Ex.: Quando emitidos com fraude.
Para que a presunção de veracidade dos documentos públicos alcance o fato em si, é
necessário que tenha ocorrido na presença do funcionário público.
Os documentos públicos contém afirmações que se referem: a) às circunstâncias de
formação do ato, como data, local, nome e qualificação das partes, etc., e b) às declarações
de vontade, que o oficial ouvir das partes;
Os documentos públicos, segundo as fontes enunciadas pelo art. 405, podem ser:
a) JUDICIAIS: quando elaborados por escrivão relativos a atos processuais ou peças dos
autos. Ex.: certidões de intimação.
b) NOTARIAIS: quando provenientes de tabeliães ou oficiais de Registros Públicos e
extraídos de seus livros e assentamentos. Ex.: Matrícula ou Escritura Pública de Imóveis.
c) ADMINISTRATIVOS: Quando oriundos de outras repartições públicas. Ex.: Certidão
negativa de débito da Prefeitura Municipal.
2) Documento Particular: é aquele para cuja formação não contribuiu qualquer agente
público exercendo função pública.
A declaração contida em documento particular, desde que assinado pelo declarante,
dispensa qualquer outro meio probatório, a fim de provar a sua existência, pois milita a
presunção de veracidade em favor do autor do documento.
O magistrado possui liberdade de conceder o valor que entender pertinente a cada uma das
provas, e mesmo sem existir qualquer espécie de hierarquia entre elas, sem dúvida alguma,
a prova documental, quando autêntica e validamente constituída, em muito socorre o
julgador a se aproximar da realidade fática.
Art. 409. A data do documento particular, quando a seu respeito surgir dúvida ou
impugnação entre os litigantes, provar-se-á por todos os meios de direito.
Parágrafo único. Em relação a terceiros, considerar-se-á datado o documento
particular:
I - no dia em que foi registrado;
II - desde a morte de algum dos signatários;
III - a partir da impossibilidade física que sobreveio a qualquer dos signatários;
IV - da sua apresentação em repartição pública ou em juízo;
V - do ato ou do fato que estabeleça, de modo certo, a anterioridade da formação do
documento.
Esses fatos tornam inequívoco que a partir dos eventos citados não poderia o documento
mais ser assinado, de modo que pode ser considerado formado pelo menos nesses
momentos.
É comum providenciar o reconhecimento de firmas, ainda que por semelhança, apenas para
tornar certa a data da assinatura e, por via de consequência, a data da formação do
documento.
Com relação aos documentos particulares assinados, considera-se o autor quem os firmou,
mesmo que redigidos por terceiros e também aqueles escritos, que não se costumam
assinar.
Registros domésticos entende-se os apontamentos escritos pela parte, mas não assinados.
Referem-se a anotações, memórias, diários, relacionados com a vida profissional ou privada
do autor.
Embora não assinados estes documentos devem ter sido escritos pela própria pessoa contra
que se pretende opô-los.
Art. 412. O documento particular de cuja autenticidade não se duvida prova que o seu
autor fez a declaração que lhe é atribuída.
Portanto documento não impugnado, tem reconhecida sua autenticidade não havendo
dúvidas quanto a sua autoria.
O documento particular admitido é indivisível, ou seja, não há como admiti-lo em parte,
poderá a parte no entanto, aceitar os fatos nele contidos que lhe são favoráveis e recusar os
contrários ao seu interesse.
Art. 415. As cartas e os registros domésticos provam contra quem os escreveu
quando:
I - enunciam o recebimento de um crédito;
II - contêm anotação que visa a suprir a falta de título em favor de quem é apontado
como credor;
III - expressam conhecimento de fatos para os quais não se exija determinada prova.
Art. 416. A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo
de obrigação, ainda que não assinada, faz prova em benefício do devedor.
Parágrafo único. Aplica-se essa regra tanto para o documento que o credor conservar
em seu poder quanto para aquele que se achar em poder do devedor ou de terceiro.
Apenas as anotações favoráveis ao devedor é que têm esse efeito, como as quitações
parciais, prorrogações de vencimentos, etc.
Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário,
todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos
não correspondem à verdade dos fatos.
Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam
a favor de seu autor no litígio entre empresários.
Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resultam dos
lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são
contrários, ambos serão considerados em conjunto, como unidade.
Art. 420. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros
empresariais e dos documentos do arquivo:
I - na liquidação de sociedade;
II - na sucessão por morte de sócio;
III - quando e como determinar a lei.
Art. 421. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e dos
documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como
reproduções autenticadas.
Art. 423. As reproduções dos documentos particulares, fotográficas ou obtidas por
outros processos de repetição, valem como certidões sempre que o escrivão ou o
chefe de secretaria certificar sua conformidade com o original.
Art. 424. A cópia de documento particular tem o mesmo valor probante que o original,
cabendo ao escrivão, intimadas as partes, proceder à conferência e certificar a
conformidade entre a cópia e o original.
É o que na vida forense recebe o nome de autenticação da fotocópia, ato que pode ser
praticado pelo escrivão do feito ou por qualquer tabelião ou oficial público.
As outras cópias, aquelas que não são reprodução mecânica do documento, mas simples
traslados feitos sem intervenção de oficial público, para produzir o mesmo efeito probante do
original, deverão ser submetidas à conferência pelo escrivão do processo.
Caso exista ressalva das partes ou testemunhas acerca de entrelinhas, emenda, borrões ou
cancelamento, caberá ao juiz analisar a fé que o documento mereça.
Por entrelinhas se entendem os escritos existentes entre as linhas normais do documento;
emendas são as alterações ou complementações de escritos constantes do documento;
borrões são manchas de qualquer espécie que prejudicam a visualização de parte
substancial do documento e cancelamento é a retirada de parte da substância do documento
por meio de rasura ou retirada.
O documento passa a condição de prova comum que o juiz examinará livremente e na
análise com os demais elementos de convicção dar-lhe-á a fé que seu merecimento
justificar.
Apenas o defeito em “ponto substancial”é que vicia o documento, não aquele que apenas
atinge cláusula ou palavra de significado secundário e não relevante para a solução do
litígio.
Da Arguição de Falsidade
Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15
(quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos.
Arguição: A arguição portanto é admissível em qualquer tempo e grau de jurisdição e pode
referir-se tanto aos documentos públicos como aos particulares.
Prazo: Se foi produzido o documento com a inicial, o réu deverá suscitar o incidente na
contestação. Se em qualquer outro momento processual, a parte interessada terá 15 dias, a
contar da intimação da juntada do documento no processo, para propor o incidente.
Preclusão: O prazo é preclusivo, de maneira que, não interposta a arguição de falsidade em
tempo útil, nem impugnada de qualquer forma a autenticidade, presume-se que a parte
aceitou o documento como verdadeiro. Salvo, casos de documentos obtidos por erro, dolo
ou coação.
Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua
pretensão e os meios com que provará o alegado.
Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o
exame pericial.
Produzir prova documental é fazer com que o documento integre aos autos do processo e
passe a fazer parte como peça de instrução.
O momento adequado é com a petição inicial ou contestação, pois segundo o CPC a inicial
deve ser instruída com os documentos indispensáveis a propositura da ação.
Assim, boa parte da doutrina tem entendido que, quando aos documentos
INDISPENSÁVEIS, não estariam as partes impedidas de produzi-los em outras fases
posteriores.
Reproduções em vídeo poderão ser realizadas em audiência ou por meio de mídia digital
nos autos.
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos,
quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para
contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados
após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos,
acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir
comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz,
em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5 o.
Não é raro que, no decorrer do processo, apareçam fatos novos que tenham pertinência,
para que haja a resolução da lide.
Tendo ocorrido o mencionado, é possível sua comprovação, em qualquer que seja o estado
do processo ou o grau de jurisdição, por meio de documentos.
Contudo, deve ser verificado se não constitui uma artimanha da parte a juntada posterior da
prova, de tal modo deve estar presente na avaliação do magistrado, constantemente, o
princípio da lealdade processual, para, avaliando o caso concreto, não permitir
favorecimento a alguma das partes.
Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, poderá:
I - impugnar a admissibilidade da prova documental;
II - impugnar sua autenticidade;
III - suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de arguição de
falsidade;
IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, a impugnação deverá basear-se em
argumentação específica, não se admitindo alegação genérica de falsidade.