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Tutela provisória

Resumo das tutelas

➢ Tutela definitiva = Provimento jurisdicional de forma definitiva que pode vir por
meio de sentença e decisão interlocutória de mérito

• Tutela provisória = Tem carácter de provisoriedade e dentro dela temos a de


urgência e evidência. Art 294 CPC.

• Tutela de urgência: É preciso a comprovação do direito e do perigo! Art. 300 a 310


CPC.

1. Tutela provisória de urgência antecipada: É adiantado provimento judicial que só


seria dado no final do processo, ou seja, eu adianto para uma das partes o próprio
direito material que está sendo discutido. Ex: Pessoa que entra com um processo e
pede uma cirurgia de emergência ou uma internação. Se a tutela for antecipada ela
recebe logo no início da demanda o provimento que seria dado só ao final do
processo. Obs. Pode ser reversível. Art. 300 a 302 do CPC.

2. Tutela provisória de urgência cautelar: Tem a finalidade instrumental, ou seja,


procura garantir que o processo chegue ao final em condições de entregar o que está
sendo pedido. Art. 300 a 302 do CPC.

Obs. A tutela de urgência segundo o artigo 300 do cpc pode ser concedida quando tiver
elementos que indiquem a probabilidade do direito ou perigo de dano ou risco ao resultado
útil do processo.

• Ambas as tutelas podem ser concedidas tanto em caráter antecedente quanto


incidental.

• Tutela provisória de urgência antecipada antecedente art. 303 e 304 do CPC.

• Tutela provisória de urgência cautelar antecedente art. 305 a 310 do CPC.

Obs. Novidade no artigo 304 do CPC. Que prevê a estabilização dos efeitos da tutela
antecipada caso a parte contrária não recorra. Para rever essa estabilização a parte
abrir uma ação própria no prazo de 2 anos.

• Tutela provisória de evidência: Prevista no artigo 311 do CPC e neste caso não é
preciso demonstrar o perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. É dada
quando a plausibilidade do direito é evidente.

Hipóteses para concessão da tutela de evidência:


1. Ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório
da parte (quando estiver retardando o andamento do processo);
2. As alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
3. Se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;
4. A petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

PROCEDIMENTOS DAS TUTELAS DE URGÊNCIA

• Artigo 294, parágrafo único do CPC, menciona que a tutela provisória cautelar pode
ser concedida em carácter antecedente ou incidental

➢ Tutela antecedente: É antecedente toda medida urgente pleiteada antes da dedução


em juízo do pedido principal, seja cautelar ou antecipada.

➢ Tutela incidental: Tutela provisória pleiteada em qualquer momento do processo, seja


em conjunto com a petição ou durante o transcurso da lide, sendo questão paralela
que caminha ao lado da principal. É feito por petição simples e não gera custas. Art
295 do CPC. Qualquer pedido de tutela de urgência precisa estar de acordo com o art
300 do CPC.

PROCEDIMENTOS DA TUTELA DE URGENCIA ANTECIPADA


ANTECEDENTE

• Presentes nos artigos 304 e 305 do CPC como já dito anteriormente nesta modalidade
de tutela o juiz adianta um provimento judicial que só teria no final do processo.
• Tem como características:

a) em sendo a urgência contemporânea à propositura da ação, o requerimento inicial


conterá o pedido apenas de tutela de urgência satisfativa, limitando-se à simples
indicação do pedido de tutela final apenas para demonstração do fumus boni iuris; da
petição inicial constarão, ainda;
b) a exposição sumária da lide e do direito que se busca realizar; e;
c) a demonstração do perigo da demora da prestação da tutela jurisdicional.

Ex. Paciente precisa fazer uma cirurgia, mas o plano não cobre.

• Se concedida, o autor deverá aditar a inicial com a complementação da argumentação,


juntando novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final no prazo de 15
dias ou prazo maior que o juiz fixar. Art 303, inciso I, sob pena de extinção do processo
e revogação dos efeitos da tutela deferida.
• Se indeferida, o autor deverá emendar a inicial em até 5 dias, sob pena de ser
indeferida e o processo extinto sem a resolução do mérito. Art 303, inciso VI do CPC.

Obs. A emenda do autor serve para apresentar sua lide principal ou aditar novos pedidos,
caso seja negada o autor pode recorrer mediante agravo de instrumento, requerendo a
tutela ao relator do recurso no tribunal.

ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECEDENTE

• O art. 304 dispõe que a tutela antecipada satisfativa “torna-se estável se da decisão
que a conceder não for interposto o respectivo recurso”. E o art. 304, § 1º, completa
que, nesse caso, o processo será extinto e a tutela de urgência continuará a produzir
seus efeitos concretos.
• Logo, importante entender que, apesar de divergente, o entendimento majoritário é
de que uma vez não interposto o recuso de Agravo de instrumento, a tutela se
estabiliza, pouco importando a sequência do procedimento previsto no art. 303 do
CPC. Ou seja, ainda que o autor emende a inicial ou o réu conteste, não havendo
recurso da decisão que concedeu a tutela, a tutela se estabiliza e o juiz deve encerrar
o processo (304, §1º), ficando a decisão com efeitos permanentes, até que uma parte
resolva, em ação autônoma, rediscutir a lide.

PROCEDIMENTOS DA TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR


ANTECEDENTE

• Exige-se, na petição, a designação da lide que será composta no processo a que vai
servir a tutela de urgência;
• Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se
objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
• Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
• Requerida a tutela cautelar o juiz pode determinar a que entender adequada ao caso,
em razão do poder geral de cautela previsto no art. 297.

Obs. A tutela cautelar visa assegurar um direito. No caso do caráter antecedente, assegurar
um futuro direito

➢ Recebida a inicial, o juiz determinará a citação do requerido para contestar os pedidos


e indicar as provas pertinentes no prazo de cinco dias (art. 306 do CPC)
➢ incumbindo ao juiz, no último caso, julgar o processo no prazo de cinco dias. Caso haja
contestação, deverá ser observado o procedimento comum (art. 307, parágrafo único,
do CPC).
➢ Ademais, uma vez cessados os efeitos da tutela, é vedado refazer o pedido, salvo por
novo fundamento, inclusive é o que disciplina o parágrafo único do art. 309 do CPC.

DOS TIPOS DE CAUTELARES

• As cautelares podem ser nominadas ou inominadas


• As nominadas estão previstas no art. 301 do CPC

DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

• São espécies de procedimentos no processo de conhecimento:


a) comum
b) especiais: de jurisdição contenciosa – arts. 567 a 718, NCPC; de jurisdição voluntária –
arts. 719 a 770, NCPC; em legislação especial – mandado de segurança (Lei n.
12.016/09); procedimento sumaríssimo dos Juizados Especiais (Leis n. 9.099/95;
10.259/01; 12.153/09); etc.

• São medidas utilizadas para que os procedimentos especiais alcancem seus objetivos:
• - Alteração de prazos;
• - Alteração da sequência de atos;
• - Eliminação de atos;
• - Fusão de atos cognitivos e executivos;
• - Delimitação do tema a ser deduzido na inicial ou na contestação
• aplica-se, subsidiariamente, aos procedimentos especiais as regras do procedimento
comum (art. 318, parágrafo único, CPC).

➢ Procedimentos especiais previstos no NCPC

Os procedimentos especiais estão previstos tanto no NCPC quanto na legislação especial

(ex.: juizados especiais, mandado de segurança, etc.).

São espécies de procedimentos especiais no NCPC:

de jurisdição contenciosa:

a) • ação de consignação em pagamento (arts. 539 a 549);


b) • ação de exigir contas (arts. 550 a 553);
c) • ações possessórias (arts. 554 a 568);
d) • ação de divisão e da demarcação de terras particulares (arts. 569 a 598);
e) • ação de dissolução parcial de sociedade (arts. 599 a 609);
f) • inventário e partilha (arts. 610 a 673);
g) • embargos de terceiro (arts. 674 a 681);
h) • oposição (arts. 682 a 686);
i) • habilitação (arts. 687 a 692);
j) • ações de família (arts. 693 a 699);
k) • ação monitória (arts. 700 a 702);
l) • homologação de penhor legal (arts. 703 a 706);
m) • regulação de avaria grossa (arts. 707 a 711);
n) • restauração de autos (arts. 712 a 718);

de jurisdição voluntária:

1. notificação e interpelação (arts. 726 a 729);


2. alienações judiciais (art. 730)
3. divórcio e separação consensuais, extinção consensual de união estável e da alteração
do regime de bens do matrimônio (arts. 731 a 734);
4. testamentos e codicilos (arts. 735 a 737);
5. herança jacente (arts. 738 a 743);
6. bens do ausente (arts. 744 e 745);
7. coisas vagas (art. 746);
8. interdição (arts. 747 a 758);
9. tutela e curatela (arts. 759 a 763);
10. organização e fiscalização das fundações (arts. 764 e 765);
11. ratificação dos protestos marítimos e dos processos testemunháveis formados a bordo
(arts. 766 a 770);
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (arts. 539 a 549 do
NCPC e 334 a 345 do CC)

• introdução

A lei não só obriga o devedor ao pagamento, como também assegura a ele e a


qualquer interessado o direito de pagar, caso o credor se recusar a recebê-lo (mora
accipiendi). Art.304 CC

• Ex. o locador se recusa a receber o aluguel, ao argumento de que o valor devido é


superior ao ofertado ou por qualquer outro motivo. Nesse caso, faculta-se ao devedor
manejar a ação de consignação em pagamento ou de fazer a consignação extrajudicial.

• Cabimento

O art. 539 do NCPC admite a consignação em pagamento “nos casos previstos em lei”, que
são os previstos no art. 335, CC, ou seja, na lei civil estão elencadas as situações que
podem impedir o devedor de solver a obrigação pelos meios normais, quais sejam:

I - o credor se recusa injustamente a receber o pagamento ou dar quitação => mora


accipiendi quando a dívida for portável;

II - o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos =>
mora accipiendi quando a dívida for quesível;

III - o credor for pessoa incapaz (representante desconhecido ou se recusa a receber),


desconhecido (credor antigo, já falecido, e não se conhece os herdeiros), declarado
ausente (se o curador for desconhecido ou se recusar a receber) ou reside em lugar
inacessível (caso de dívidas portáveis);

IV - há dúvida quanto ao credor (legitimado a receber);

V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

• modalidades: extrajudicial ou judicial.

A consignação extrajudicial ocorre quando a prestação for quantia em dinheiro e, no lugar


do pagamento, existir estabelecimento bancário, oficial ou particular.

• Já consignação judicial tem lugar quando a prestação for coisa, ou quando não for
possível a via extrajudicial.
• procedimento: - petição inicial:

• competência (territorial/relativa): segundo o art. 540 do NCPC,

• pedido: de depósito da quantia ou coisa devida e da citação do réu para levantar o


depósito ou oferecer contestação (art. 542, NCPC).

• valor da causa: será o valor da prestação devida, acrescido dos juros e demais
encargos, ou o valor correspondente à coisa

• despacho da inicial: ao analisar a inicial, o juiz defere o depósito, que deve ser
efetuado no prazo de 5 dias (art. 893, I), sob pena de extinção do processo sem
resolução do mérito (art. 542, parágrafo único do NCPC)

• após o depósito: o juiz determina a citação do réu, que pode: levantar o depósito:
acarreta a extinção do processo com resolução do mérito; OU oferecer resposta no
prazo de 15 dias: caso não aceite o depósito. A resposta poderá ser nas modalidades
da contestação, reconvenção ou exceção. Se for contestação, nos termos do art. 544
do NCPC

AÇÃO DE EXIGIR CONTAS NO NCPC (ARTS. 550 A 553, NCPC)

• Refere-se ao dever contratual de prestar contas por aquele que administra bens ou
direitos alheios. Ex: síndico de condomínio.
• Importante observar que o NCPC, no art. 550, reduziu a legitimidade ativa desta ação
para apenas aquele que afirma ser titular do direito de exigir contas;
• 1ª Fase:
• Nos termos do caput e §1º do art. 550, na petição inicial, o autor especificará,
detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos
comprobatórios dessa necessidade, se existirem, requerendo a citação do réu para
que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 dias.

➢ Citado, o réu poderá adotar 3 comportamentos distintos:


➢ prestar as contas (§2º) => tendo o autor, então, o prazo de 15 dias para se manifestar,
prosseguindo-se o processo para as demais fases do rito comum (saneamento,
instrução e decisão)
➢ contestá-las (§3º) => de modo fundamentado e específico, com referência expressa ao
lançamento questionado. O código não diz, mas naturalmente, neste caso, o processo
também prosseguirá para as próximas fases
➢ não contestá-las (§4º) => o juiz decreta a revelia e julga antecipadamente o mérito
reconhecendo a existência das contas
• No caso de improcedência, não há que se falar numa 2ª fase
• Mas, havendo a condenação do réu a prestar as contas, este deverá
apresentá-las em 15 dias, o que marca o início da 2ª fase

• 2ª Fase:

• 2ª fase será para analisar as contas, determinar a existência de saldo e apurá-


lo, condenando o réu ao pagamento da referida quantia

• Caso o réu não apresente as contas em 15 dias após a decisão que as


reconheceu na 1ª fase, perderá o direito a impugnar aquelas que ainda serão,
em seguida, apresentadas pelo autor num prazo de 15 dias, podendo o juiz
determinar realização de exame pericial, se necessário (§§5º e 6º, in fine).

• Mas, do contrário, se o réu apresentá-las dentro do referido prazo (o qual


deverá ser na forma adequada, especificando-se as receitas, a aplicação das
despesas e os investimentos, se houver), o juiz abrirá prazo para o autor
impugná-las (art. 551).

AÇÕES POSSESSÓRIAS (ARTS. 554 A 568, NCPC)

• a) Juízo petitório x juízo possessório

• possessório (ius possessionis): a pretensão diz respeito à posse em si mesma, sem


cogitar qualquer outra relação jurídica.

• petitório (ius possidendi): a pretensão diz respeito ao direito de propriedade. O


fundamento é a posse decorrente da propriedade, e o pedido é o domínio.

➢ Espécies de Possessórias (art. 1210 CC):

• ação de reintegração de posse


• ação de manutenção de posse
• interdito proibitório

• Fungibilidade das ações possessórias (art. 554, CPC/15): pela dificuldade em distinguir
uma situação de esbulho e turbação
• O princípio restringe-se às possessórias (independente do rito), não se aplicando,
portanto, entre ação petitória e ação possessória, posto que tem pedidos e
fundamentos completamente diversos, o que poderia implicar num julgamento extra
petita.

• Ações de força nova e de força velha – definição do rito (art. 558, NCPC)
• ação de força nova: a ação é proposta dentro de 1 ano e 1 dia da ofensa da posse; o
rito será especial do Capítulo. A concessão liminar será com base nos arts. 561 e 562,
NCPC, ou seja, basta que o autor comprove a posse, o esbulho ou a turbação, a perda
ou continuação na posse, principalmente a data do ato espoliativo,
independentemente de demonstração de periculum in mora, que, nas possessórias, é
presumido – in re ipsa.
• ação de forca velha3: a ação é proposta após esse prazo; o rito a ser observado será o
comum (o pedido liminar submeterá aos requisitos previstos no art. 300, NCPC, ou
seja, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo), sem retirar o caráter possessório
• O interdito proibitório é sempre ação de força nova, porque a ameaça é constante e
deve ser sempre atual.

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