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Direito Processual Civil

Prof. Tatiane Kipper


1. Prazo dos Atos Processuais

1.1. Previsão Legal

 “Dos Prazos” estão previstos no CPC a partir do artigo 218 do CPC.

 O artigo 218 do CPC estabelece que os atos processuais serão realizados no prazo previsto em Lei. Porém,
se a lei não estabelecer prazo, o juiz deve determinar os prazos considerando a complexidade do ato.

 E se nem o juiz e nem a Lei fixar prazo para o ato processual? Observam-se os §§2º e 3º do artigo 218 do
CPC:

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato.
§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento
após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a
prática de ato processual a cargo da parte. § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do
termo inicial do prazo.
 Considera-se TEMPESTIVO o ato que foi praticado antes do termo inicial do prazo.

 Prazo processual computado em dias, contam-se somente os dias úteis – art. 219 do CPC:

Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente
os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.

 Suspensão do prazo – previsão do artigo 220 e 221 do CPC – período de recesso:

Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro
e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do
Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça
exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput.
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.
 Além disso, o artigo 221 do CPC refere que suspende o curso do prazo processual no caso de
obstáculo criado para que a parte possa praticar o ato, bem como nas hipóteses do artigo 313 do CPC:

Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detrimento da parte ou ocorrendo
qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava
para sua complementação.
Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução de programa instituído pelo Poder
Judiciário para promover a autocomposição, incumbindo aos tribunais especificar, com
antecedência, a duração dos trabalhos.

 Renúncia ao prazo: a parte pode renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, mas
tem que ser feito de forma expressa.

Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o
faça de maneira expressa.

 Prazos para o juiz proferir os pronunciamentos judiciais: consoante o artigo 227 do CPC o juiz deve
proferir os pronunciamentos judiciais nos seguintes prazos:
1) Sentença: no prazo de 30 dias;
2) Decisão interlocutória: no prazo de 10 dias;
3) Despachos: no prazo de 05 dias.

Art. 226. O juiz proferirá:


I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;
III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.

 O artigo 227 do CPC refere que “Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz
exceder, por igual tempo, os prazos a que está submetido”.

 Prazo em dobro para litisconsortes: os litisconsortes que tiverem diferentes advogados, que pertençam a
escritórios de advocacia diferentes terão prazo em dobro para suas manifestações, desde que não sejam
autos eletrônicos e manifestações, desde que não sejam autos eletrônicos e desde que havendo apenas
02 réus, a contestação for oferecida por apenas 01 deles.
 Previsão do artigo 229 do CPC:
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos,
terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por
apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
2. Tutelas provisórias

Tutela
provisória

Urgência Evidência

Antecipada Cautelar

Incidental Antecedente Incidental Antecedente


Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental.

Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas
pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a
eficácia durante o período de suspensão do processo.
• Da tutela de evidência:

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração


de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida
razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
• Da tutela provisória de urgência

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa
vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
• Do procedimento da tutela provisória de urgência antecipada requerida em caráter antecedente:

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-
se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do
direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos
documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz
fixar;
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334 ;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335 .
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem
resolução do mérito.
§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de
novas custas processuais.
§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve
levar em consideração o pedido de tutela final.
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste
artigo.
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional
determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o
processo ser extinto sem resolução de mérito.
• Estabilização da tutela provisória de urgência antecipada requerida em caráter antecedente:

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da decisão que a
conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput , o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a
tutela antecipada estabilizada nos termos do caput .
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º.
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a
medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela
antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo,
extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos
termos do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos
efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada
por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.
• Da tutela provisória de urgência cautelar requerida em caráter antecedente:

305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a
lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz
observará o disposto no art. 303 .

Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que
pretende produzir.

Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu
como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta)
dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não
dependendo do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de
mediação, na forma do art. 334 , por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do
réu.
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335 .

Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:


I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução
de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o
pedido, salvo sob novo fundamento.

Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no
julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.
3. Petição inicial:

Art. 319. A petição inicial indicará:


I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial,
requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso
II, for possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a
obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará
que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que
deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
4. Contestação:

• Prazo para o réu oferecer contestação  regra: 15 dias a contar da audiência de conciliação ou
mediação, salvo se não houver audiência:

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo
inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer
parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado
pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I ;
III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º , o termo inicial previsto
no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de
cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II , havendo litisconsórcio passivo e o autor
desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação
da decisão que homologar a desistência.
• Princípio da eventualidade:
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e
de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

• Preliminares de contestação:
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o
mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício
das matérias enumeradas neste artigo.
§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste
Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.
5. Recursos pelo Código de Processo Civil

 Os recursos atacam decisão judicial, com o objetivo, em tese de reformar ou invalidar ou suprir um vício.
 O CPC traz o rol dos recursos cabíveis no artigo 994 do CPC;
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:
I - apelação;
II - agravo de instrumento;
III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.

• Prazo dos recursos

 Hoje, pelo Novo CPC, o prazo para recorrer e para responder é de 15 dias, com exceção dos embargos de
declaração que o prazo é de 05 dias.

 Cuidar eventual lei especial (ex: Lei 9099/95) que estabelece que da sentença cabe recurso inominado e o prazo é
10 dias.
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade
de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da
decisão.
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for
proferida a decisão.
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra
decisão proferida anteriormente à citação.
§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as
normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data de
interposição a data de postagem.
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes
é de 15 (quinze) dias. § 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de
interposição do recurso.
• Recurso de Apelação

 Previsão legal Código de Processo Civil:


• Artigos 1.009 a 1.014

• Cabimento
 Recurso cabível contra sentença.

 Sentença, conforme conceito do artigo 203, §1º do CPC é pronunciamento judicial de Primeiro grau, que,
ressalvadas as previsões expressas dos procedimentos especiais, coloca fim à fase cognitiva do
procedimento comum ou extingue a execução, seja sem resolução de mérito (art. 485 do CPC) ou com
resolução de mérito (art. 487 do CPC).

 Atenção: pode haver sentença antes mesmo da citação.


• Preliminar de Apelação
 Na fase de conhecimento, as questões resolvidas em decisões interlocutórias que não admitam agravo
de instrumento não precluem, devendo ser atacadas em preliminar de apelação ou nas contrarrazões,
conforme previsão do art. 1.009, §1º do CPC.

 Cuidado: qualquer matéria prevista no artigo 1.015 do CPC, se decidida na sentença, é atacada por
recurso de apelação, conforme art. 1.009, §3º do CPC.

 Cuidado: o capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na
apelação, conforme art. 1.013, §5º do CPC.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de
apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado
para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art.
1.015 integrarem capítulo da sentença.
• Agravo de Instrumento
 Previsão legal Código de Processo Civil: Artigos 1.015 a 1.020

 Recurso adequado para atacar as decisões interlocutórias proferidas pelo juiz de primeiro grau, conforme
previsão do artigo 1.015 do CPC.

 Conforme o referido artigo, cabe agravo de instrumento das decisões interlocutórias que versarem sobre:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua
revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na
fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no
processo de inventário.

 Cuidado: o STJ em novembro de 2018 manifestou entendimento de que a taxatividade do artigo 1.015 é
mitigada, sendo que quando for urgente ou inútil esperar até a sentença para impugnar em preliminar de
apelação a decisão interlocutória proferida na fase de conhecimento, caberá agravo de instrumento, mesmo
que a decisão proferida na fase de conhecimento não esteja no rol do artigo 1.015 do CPC.
• Embargos de Declaração

Previsão legal Código de Processo Civil:


• Artigos 1.022 a 1.026

Cabimento:
 Atacam qualquer decisão judicial. Recurso adequado para sanar vício de contradição, obscuridade,
omissão ou erro material.
 Interrompem o prazo para interpor qualquer recurso.
 O prazo é de 05 dias.
 Lembrar que os embargos de declaração podem ser opostos para fins de pré-questionamento.

Dos embargos de declaração para fins de pré-questionamento


Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins
de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso
o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
• Agravo Interno
 Previsão legal Código de Processo Civil: • Artigo 1.021

Cabimento:
 Recurso adequado para atacar decisão monocrática do relator, nos termos do artigo 1.021 do CPC.

 Observar, ainda, que cabe agravo interno ainda de outras situações expressas no CPC, tais como por
exemplo, art. 1.030, §2º c/c I e III; parágrafo único do artigo 136 do CPC; 1.035, §7º do CPC; 1.036, §3;
1.037, §13º, II do CPC.

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado,
observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão
agravada.
§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo
de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão
colegiado, com inclusão em pauta.
§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar
improcedente o agravo interno.
§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação
unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado
multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa
prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o
pagamento ao final.
Raciocínio Lógico Matemático
Prof. Gustavo Rodrigues
Conjunção
Disjunção Inclusiva
Disjunção Exclusiva
Condicional
Bicondicional
Revisão de Véspera TRF3
01. VUNESP/2023
Um grupo de seis pessoas passou por uma bateria de testes para verificação se eram ou não eram
qualificadas para exercer determinada função em uma empresa. Algumas informações sobre os
resultados dos testes são dadas a seguir e expressas da seguinte forma: ‘é’, que significará ser
qualificada ou qualificado ou na forma ‘não é’ que significará não ser qualificada ou não ser qualificado.
Considere que as seguintes afirmações são verdadeiras:
I. Se André é, então Bruna é.
II. Cleusa é ou Davi é.
III. Ou Elton é ou Fabiana não é.
IV. Bruna não é.
V. Cleusa não é.
VI. Fabiana é.
A partir dessas informações é logicamente verdadeiro afirmar que:
A) Se Elton é, então Cleusa é.
B) Bruna não é e Davi não é.
C) Se Fabiana é, então André é.
D) Davi não é ou André é.
E) André não é ou Elton não é.
Revisão de Véspera TRF3

NEGAÇÃO DO CONDICIONAL
Regra do MANÉ
Revisão de Véspera TRF3

02. VUNESP/2023

Uma afirmação que corresponde a uma negação da lógica da afirmação:


‘Se cada escultura é uma obra de arte, então a chuva é uma grande artista’, é

A) Se a chuva não é uma grande artista, então cada escultura não é uma obra de arte.
B) Cada escultura é uma obra de arte ou a chuva é uma grande artista.
C) Cada escultura não é uma obra de arte ou a chuva não é uma grande artista.
D) Cada escultura é uma obra de arte, e a chuva não é uma grande artista.
E) Se cada escultura não é uma obra de arte, então a chuva não é uma grande artista.
Gabaritos

1- E 2- D
Direito Administrativo
Prof.ª Ma. Franciele L. Kühl
Organização da Administração
• Lembre-se, também, que as autarquias são pessoas jurídicas de direito público, já as
fundações públicas (quando não especificada a natureza na questão), as empresas
públicas e sociedade de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado:

Autarquias
Natureza jurídica
Direito Público Fundação Pública
Consórcio Público
Fundação Pública
Sociedade de Economia Mista
Direito privado
Empresa Pública
Consócio Público

41
Serviço público
• Encampação: trata-se de rescisão unilateral pela Administração Pública, se dá por
autorização legislativa e decreto, cabe indenização prévia à concessionária. A
encampação é a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo de
vigência da concessão (art. 37, da Lei 8.987/99).
Agentes públicos

• Art. 37. II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia


em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Improbidade Administrativa
• Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve
em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de
infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência.
Responsabilidade Civil do Estado

• Art. 37, §6º, CF: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
Controle da Administração

Artigo 54, da Lei nº 9.784/1999

Decadência
o Boa-fé: 5 anos

o Má-fé: não decai


Controle da Administração

Lembre-se da diferença de anulação e revogação!


Bens públicos
Bens públicos não podem ser objeto de usucapião!

57
Intervenção do Estado na propriedade

Art. 5º, XXIV, CF - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade
ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de


propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Intervenção do Estado na propriedade

Art. 5º, XXV, CF: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Direito Penal
Prof. Arnaldo Quaresma
Crimes contra o patrimônio

1) FURTO (ART. 155 CP)

Art. 155 do Código Penal: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio

1) FURTO (ART. 155 CP)

A) CONDUTA NUCLEAR
.
Ação nuclear é subtrair, que significa tirar, retirar de outrem bem móvel, sem a sua
permissão com o fim de assenhoreamento definitivo.

A subtração implica sempre a retirada doQualquer


bem sem o consentimento do possuidor ou
Sujeito ativo
proprietário. Crime
pessoa

bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
1) FURTO (ART. 155 CP)

B) ELEMENTO SUBJETIVO

É indispensável que o agente tenha a intenção de possuir a coisa alheia móvel, submetendo-a
ao
. seu poder, isto é, de não devolver o bem, de forma alguma. É o chamado animus rem sibii
habendi. Não existe modalidade culposa.

FURTO DE USO??
Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
1) FURTO (ART. 155 CP)

C) CONSUMAÇÃO

Para os nossos Tribunais Superiores (STF/STJ), para o furto atingir a consumação basta a
subtração
. da coisa, ou seja, a inversão da posse, ainda que por curto espaço de tempo e em
seguida a perseguição do agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.

SÚMULA 582 STJ


Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
2) APROPRIAÇÃO INDÉBITA (ART. 168 CP)

Art. 168 do Código Penal: Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a
detenção:
.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
2) APROPRIAÇÃO INDÉBITA (ART. 168 CP)

A) CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES

O pressuposto do crime de apropriação indébita é a anterior posse lícita da coisa alheia, da qual
o. agente se apropria indevidamente.
A posse, que deve preexistir ao crime, deve ser exercida pelo agente em nome alheio, isto é, em
nome de outrem.
O núcleo do tipo é o verbo “apropriar-se”, que significa fazer sua a coisa alheia. Tendo o sujeito
Qualquer
a posse ou a detençãoCrimedo objeto material,
Sujeito ativo
em dado
pessoa momento faz mudar o título da posse ou da

detenção, comportando-se
bicomum como se dono fosse.
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
POSSE
DESVIGIADA
ART. 168
POSSE
APROPRIAÇÃO
INDÉBITA DOLO AMBOS
POSTERIOR INICIALMENTE
LÍCITOS
DETENÇÃO

1) APROPRIAÇÃO INDÉBITA PROPRIAMENTE DITA


Ocorre quando o sujeito realiza ato demonstrativo de que inverteu o título da posse, como a
venda, doação, consumo, penhor, ocultação, etc.
ESPÉCIES

2) NEGATIVA DE RESTITUIÇÃO

Neste caso, o sujeito afirma claramente ao ofendido que não irá devolver o
objeto material.
Crimes contra o patrimônio

3) ROUBO (ART. 157 CP)

Art. 157 do Código Penal: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
.

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.


Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
3) ROUBO (ART. 157 CP)

A) CONDUTA NUCLEAR

A ação nuclear do tipo, identicamente ao furto, consubstancia-se no verbo subtrair, que


significa tirar, retirar, de outrem, no caso bem móvel.
.

Agora, contudo, estamos diante de um crime mais grave que o furto, na medida em que a
subtração é realizada mediante o emprego deQualquer
grave ameaça ou violência contra a pessoa, ou
por qualquer outro meio
Crime
que reduza a capacidade de resistência da vítima.
Sujeito ativo pessoa

bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
3) ROUBO (ART. 157 CP)

B) ESPÉCIES

ROUBO PRÓPRIO (ART. 157 CAPUT)


.

No roubo próprio a violência ou grave ameaça (ou a redução da impossibilidade de defesa)


são praticados contra a pessoa para a subtração da coisa. Os meios violentos são
empregados antes ou durante a execução da subtração.
Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio

3) ROUBO (ART. 157 CP)

B) ESPÉCIES

ROUBO
. IMPRÓPRIO (ART. 157, §1º):

Ocorre quando o sujeito, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa
ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para ele
ou para terceiro (§ 1º). Sujeito ativo
Qualquer
pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
3) ROUBO (ART. 157 CP)

C) CONSUMAÇÃO

Nos
.
termos da Súmula 582 do STJ:

“Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de


violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata
ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo
Sujeito ativo
Qualquer prescindível a posse mansa e pacífica ou
pessoa
desvigiada”. Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio

4) ESTELIONATO (ART. 171 CP)

Art. 171 do Código Penal: Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento:
.

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
(Vide Lei nº 7.209, de 1984)
Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
4) ESTELIONATO (ART. 171 CP)

A) AÇÃO NUCLEAR

Consiste
. em induzir ou manter alguém em erro, mediante o emprego de artifício, ardil, ou
qualquer meio fraudulento, a fim de obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita em prejuízo
alheio.

A característica primordial do estelionato


Sujeito ativo
é a fraude:
Qualquer engodo empregado pelo sujeito para induzir
pessoa
ou manter a vítima emCrime
erro, com o fim de obter um indevido proveito patrimonial.
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
O meio de execução deve ser apto a enganar a vítima. Tratando-se de meio grotesco, que
facilmente demonstra a intenção fraudulenta, não há nem tentativa, por atipicidade do fato.
Crimes contra o patrimônio

4) ESTELIONATO (ART. 171 CP)

B) OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

Segundo
.
a doutrina no estelionato há a necessidade do binômio: vantagem ilícita + prejuízo
alheio.

Desta feita, não haverá estelionato se o agente não obtém uma vantagem ilícita ou se obtém
Qualquer
uma vantagem ilícita, mas não háSujeito
o prejuízo
ativo
alheio.
pessoa Se a vantagem for lícita haverá o delito do
Crime
artigo 345 do CP. bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
4) ESTELIONATO (ART. 171 CP)

C) CONSUMAÇÃO/TENTATIVA

Trata-se
. de crime material. Consuma-se com a obtenção da vantagem ilícita indevida, em
prejuízo alheio, ou seja, quando o agente aufere o proveito econômico, causando dano à
vítima.

Via de regra, esses resultados Sujeito


ocorrem
ativo simultaneamente.
Qualquer
pessoa
Há, assim, ao mesmo tempo, a
obtenção de proveito pelo
Crime estelionatário e o prejuízo da vítima.
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
A tentativa é perfeitamente possível, por exemplo, no caso em que o agente por circunstâncias
alheias à sua vontade não consiga obter o prejuízo em detrimento da vítima.
Crimes contra o patrimônio

4) ESTELIONATO (ART. 171 CP)

D) SÚMULA 17 STJ
.

O STJ, na Súmula 17, entende pela absorção do delito de falso pelo estelionato, desde que não
haja mais potencialidade lesiva.

Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio

4) ESTELIONATO (ART. 171 CP)

E) FRAUDE NO PAGAMENTO DE CHEQUE (ART. 171, §2º, VI)

Se o indivíduo emite um cheque na certeza de que tem fundos disponíveis para o devido
.

pagamento pelo banco, quando na realidade não há qualquer numerário depositado na agência
bancária, não se pode falar em ilícito criminal, ante a ausência de má-fé.

O que a lei penal pune é o pagamento


Sujeito ativo fraudulento.
Qualquer
pessoa Nesse sentido é o teor da Súmula 246 do
Crime
STF: “comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem
bicomum
Qualquer
fundos”. Sujeito passivo pessoa

Alteração Importante promovida pela lei 14155 de 2021.


Crimes contra o patrimônio

4) ESTELIONATO (ART. 171 CP)

F) ESTELIONATO ELETRÔNICO (ART. 171, §2º-A)

§
.
2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com
a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de
redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer
outro meio fraudulento análogo.
Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso,
bicomum
Qualquer
aumenta-se de 1/3 (um terço) a Sujeito
2/3 passivo
(dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização de
pessoa

servidor mantido fora do território nacional


Crimes contra o patrimônio
4) ESTELIONATO (ART. 171 CP)

G) AÇÃO PENAL (ART. 171, §5º)

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei nº
.
13.964, de 2019)

I - a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)


II - criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Qualquer
Sujeito ativo
III - pessoa com deficiência
Crime mental; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
pessoa

IV - maior de 70 (setenta) anosSujeito


bicomum
depassivo
idade ou Qualquer
incapaz. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
pessoa
Crimes contra o patrimônio
1) CARACTERÍSTICAS

Fé Pública nada mais é do que a presunção de legitimidade e veracidade que determinados


objetos, como moeda, papéis públicos, documentos e procedimentos públicos possuem.

Via de regra não se admite o Princípio da Insignificância.


.

Não há crimes culposos contra a fé pública.


Qualquer
Sujeito ativo
Maioria de crimes comuns,
Crime
mas há crimes próprios como os crimes previstos nos artigos 289,
pessoa

§3º, 300, 301, §1º e 302 do CP.


bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
2) CONDUTA NUCLEAR

Em diversos tipos penais o legislador pune a conduta do agente que falsifica (confere aparência
enganadora) fabricando ou alterando determinando objeto:

art.
.
289 (moeda falsa);
art. 293 (papéis públicos);
art. 296 (selo ou sinal público);
art. 297 (documento público);
Qualquer
art. 298 (documento particular);
Crime
Sujeito ativo pessoa

art. 301, parágrafo 1°bicomum


(atestado ou certidão); Qualquer
art. 306 (marca ou sinal empregado pelo poder
Sujeito passivo
público no contraste de metal precioso ou
pessoa

na fiscalização alfandegária).
Crimes contra o patrimônio
3) IMITATIO VERI

É a aptidão do objeto falsificado para enganar, ou seja, é a semelhança com o produto


original. Assim sendo se a falsificação for grosseira não haverá lesão à fé pública, podendo
subsistir outros crimes como o estelionato por exemplo.
.

Súmula nº 73 do STJ: a utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado


configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da justiça estadual
Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra o patrimônio
4) PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento


público verdadeiro:
Pena
.
- reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do


cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
Qualquer
Sujeito ativo
§ 2º - Para os efeitosCrime
penais, equiparam-se a documento público o emanado de
pessoa

entidade paraestatal, o título ao Sujeito


bicomum
portadorpassivo
ou transmissível
Qualquer por endosso, as ações
pessoa
de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
Crimes contra o patrimônio
4) PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Falsificação de Documento Público

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
.
verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-


Qualquer
Sujeito ativo
se a pena de sexta parte.Crime
pessoa

§ 2º - Para os efeitos penais, Sujeito


bicomum
equiparam-se
passivo
a documento público o emanado de entidade
Qualquer
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial,
pessoa

os livros mercantis e o testamento particular.


Crimes contra o patrimônio
4) PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Falsificação de Documento Particular

Art.
.
298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular
verdadeiro:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.


Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Parágrafo único. Para Crime
fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de
bicomum
crédito ou débito. Sujeito passivo
Qualquer
pessoa
Crimes contra o patrimônio

4) PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Falsidade Ideológica
.
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Qualquer
Sujeito ativo
Pena - reclusão, de umCrimea cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a
pessoa

bicomum
três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco
Sujeito passivo
Qualquercontos de réis, se o documento é particular.
pessoa
Crimes contra a fé pública

4) PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Uso de documento falso


.
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts.
297 a 302:

Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.


Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra a Administração Pública

1) CARACTERÍSTICAS

Via de regra não se admite o Princípio da Insignificância (súmula 599 STJ)


.
Conceito de Funcionário Público.

Possibilidade de extensão ao particular


Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra a ordem tributária

1) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

Tanto STJ quanto o STF aplicam o princípio da insignificância nos crimes contra a ordem
tributária para valores até 20 mil reais. Devemos lembrar que esse entendimento se aplica aos
tributos de natureza federal.
.

Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra a ordem tributária

2) CRIMES MATERIAIS CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

Súmula Vinculante 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º,
.
incisos I a IV, da Lei 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra a ordem tributária

3) PAGAMENTO

O pagamento do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o advento do trânsito em
julgado
. da sentença penal condenatória, é causa de extinção da punibilidade do acusado. STJ.
5ª Turma. HC 362.478SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/9/2017 (Info 611).

Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
bicomum
Qualquer
Sujeito passivo pessoa
Crimes contra a ordem tributária

4) APROPRIAÇÃO INDÉBITA TRIBUTÁRIA (ART. 2º, II)

CONDUTA: deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social,


descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher
aos
.
cofres públicos).

APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA (168-A CP): possui como objeto as contribuições


sociais destinadas à previdência social. Trata-se de crime especial.
Qualquer
Sujeito ativo pessoa
Crime
Crime material contrabicomum
a ordem tributária (SÚMULA VINCULANTE 24 STF)
Qualquer
Sujeito passivo pessoa

SÚMULA 658 STJ: O crime de apropriação indébita tributária pode ocorrer tanto em operações
próprias, como em razão de substituição tributária.
Direito Tributário
Prof. Guilherme Pedrozo
Legalidade
Anterioridade
Suspensão da exigibilidade
Prescrição
Privilégios do crédito
Garantias do crédito
Imposto de renda
Direito Processual Penal
Prof. Mauro Stürmer
Inquérito Policial
Conceito de Inquérito Policial:
Procedimento administrativo, preparatório e inquisitivo, presidido pela autoridade policial, que tem por
finalidade reunir elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e sua autoria, a fim de
propiciar a propositura da denuncia ou queixa.

Investigação pelo Ministério Público


O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações de
natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob
investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e,
também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os Advogados (Lei 8.906/94, artigo 7º,
notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático
de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Súmula Vinculante 14), praticados
pelos membros dessa instituição”.
ANPP
REQUISITOS
a) não seja caso de arquivamento da investigação;

b) o agente confesse formal e circunstanciamete o crime

c) a pena em abstrato seja inferior a 4 anos;

Aqui considera-se as causas de aumento e diminuição da pena (§1º)

Na causa de aumento, a fração que menos aumentar a pena mínima e na causa de diminuição, a fração que mais diminuir.

d) não seja crime praticado com violência ou grave ameaça contra pessoa;

e) não seja crime de violência doméstica

f) não seja o agente reincidente;

g) não seja cabível a transação;

h) o agente não possua antecedentes que denotem conduta criminosa habitual

l) não ter sido beneficiado nos últimos 5 anos com ANPP, transação ou sursis processual.
ANPP
Recurso cabível para a não homologação

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal,
previsto no art. 28-A desta Lei.

Formalização do ANPP
a) Por escrito
b) Firmado entre o MP, investigado e seu defensor
c) Após será realizada uma AUDIÊNCIA obrigatória. Nela o Juiz irá verificar:
C1) Legalidade do acordo
C2) Voluntariedade do investigado (ele será necessáriamente ouvido)
Prisão Temporária (STF)
1) for imprescindível para as investigações do inquérito policial, constatada a partir de elementos concretos, e não meras
conjecturas, vedada a sua utilização como prisão para averiguações, em violação ao direito à não autoincriminação, ou
quando fundada no mero fato de o representado não ter residência fixa;
2) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado nos crimes descritos no artigo 1°, inciso III, da Lei
7.960/1989, vedada a analogia ou a interpretação extensiva do rol previsto;
3) for justificada em fatos novos ou contemporâneos;
4) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às condições pessoais do indiciado;
5) não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas, previstas nos artigos 319 e 320 do Código de Processo
Penal (CPP).
Observações:
1- Só cabe no IP
2 – Não cabe de Ofício
3 – Possui prazo certo
Ação Penal
Instituto da Renúncia
Art. 49 do CPP. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos
autores do crime, a todos se estenderá

Instituto do Perdão do Ofendido


Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza,
todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será
intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser
cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
Citações
Réu Militar: não é citado por mandado, mas sim por intermédio de seu Comandante.
(art. 358 do CPP)

Funcionário Público: deve-se, além de citar o funcionário público, oficiar a sua chefia
para que não seja interrompido a prestação do serviço (continuidade do serviço
público). (art. 359 do CPP)

Réu preso: será citado pessoalmente. (art. 360 do CPP)


Assunto da Aula, tamanho 24

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