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Direito Processual Civil IV Profa.

Évelyn Cintra Araújo

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO (2ª N-1)

01. Quais são os pressupostos para a concessão das tutelas de urgência?


RESPOSTA: As tutelas provisórias podem fundamentar-se em urgência ou evidência. As tutelas
de urgência, seja de natureza cautelar, seja de natureza antecipada, pressupõem a demonstração do
perigo de dano ou o risco do resultado útil do processo (periculum in mora) e a probabilidade do
direito que se objetiva assegurar ou realizar (fumus boni iuris), além inexistência de perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300, §3º) no caso da tutela antecipada. Já a tutela de
evidência é um tipo de tutela antecipada que, para ser concedida, independe de periculum in mora,
bastando a demonstração de que as afirmações de fato estejam comprovadas, tornando o direito
evidente (fumus boni iuris).

02. Quanto ao procedimento da tutela de urgência de natureza antecipada, em caráter antecedente, é


incorreto afirmar que:
a) o autor deverá, na petição inicial, requerer a tutela antecipada, fundamentar detalhadamente e
formular o pedido de tutela definitiva.
b) além de indicar o valor da causa, considerando o pedido de tutela definitiva, o autor indicará na
petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício da formulação em caráter antecedente.
c) concedida a liminar, o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação da causa de
pedir, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido da tutela definitiva final, em 15
dias ou em outro prazo que o juiz fixar, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito
d) não concedida a liminar, o autor deverá emendar a petição inicial, adotando as mesmas
providências descritas no item anterior, sob pena também de extinção do processo sem resolução do
mérito.

03. Concedida a tutela antecipada antecedente, o juiz intimará o autor para aditar a petição inicial,
bem como intimará e citará o réu para cumprir a decisão e comparecer à audiência de conciliação
ou mediação. Nesse sentido, marque a alternativa correta:
a) não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado da audiência, ou do
protocolo do pedido de seu cancelamento, desde que também o réu já tenha ciência inequívoca do
aditamento da petição inicial do autor.
b) caso o réu responda à demanda do autor e/ou recorra da decisão concessiva, a conseqüência é a
estabilização da decisão de tutela antecipada antecedente e extinção do feito.
c) caso o réu permaneça inerte, a conseqüência é o prosseguimento do procedimento comum, rumo
às fases de saneamento, instrução e decisão.
d) a postura do réu na defesa não interfere no procedimento da tutela antecipada antecedente.
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04. Quando ocorre (pressupostos) e quais as conseqüências da estabilização da decisão concessiva


da tutela provisória de natureza antecipada?
RESPOSTA: Para ocorrer a estabilização da decisão concessiva da tutela provisória de natureza
antecipada em caráter antecedente é necessária a conjugação dos seguintes pressupostos:
- requerimento do autor dos benefícios do art. 303 (estabilização da medida);
- ausência de requerimento do prosseguimento do feito após a concessão da medida;
- a prolação de decisão concessiva da tutela antecipada antecedente;
- a ausência de impugnação do réu, litisconsorte passivo ou assistente simples.
A conseqüência da estabilização é que, além do processo ser extinto sem resolução do
mérito (art. 304, §1º), a medida continuará surtindo efeitos enquanto não for ajuizada e julgada ação
autônoma para revisá-la, reformá-la ou invalidá-la.

05. A respeito da estabilização da tutela antecipada antecedente pode-se afirmar que:


a) não é cabível, em nenhuma hipótese, contra a Fazenda Pública quando esta é inerte.
b) se a inércia do réu for parcial, quanto a um dos capítulos da decisão concessiva, a estabilização
alcançará apenas os capítulos não impugnados.
c) se o autor não aditar a petição inicial, nem o réu impugnar a medida concedida, o processo será
extinto sem resolução do mérito sem a estabilização.
d) a estabilização será possível mesmo se ao réu for nomeado curador especial, por ter sido citado
fictamente, ser preso ou incapaz sem representante.

06. Ainda quanto à estabilização da tutela antecipada antecedente, marque a alternativa correta:
a) como a estabilização equipara-se à coisa julgada, não poderão as partes rediscutir a decisão
concessiva, salvo por ação rescisória.
b) após 2 anos da estabilização da decisão concessiva, apenas o réu poderá propor ação autônoma
para rever, reformar ou invalidá-la.
c) a parte autora ou ré deverá promover a ação autônoma de confirmação ou modificação da tutela
estabilizada no juízo do processo originário.
d) depois de proposta a ação autônoma, a tutela antecipada antecedente deixará automaticamente de
produzir seus efeitos.

07. A petição inicial cautelar deverá observar os requisitos previstos no art. 305, combinado com os
arts. 319 e 320, todos do Novo Código de Processo Civil. Nesse sentido, é correto afirmar que:
a) por se tratar de tutela conservativa de direitos, o autor deverá fazer uma exposição sumária do
direito que se objetiva realizar.
b) o pedido cautelar poderá ser cumulado com o pedido principal, independentemente se tratar de
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tutela cautelar em caráter antecedente ou incidental.


c) dentre outros requisitos, o autor deverá expor a lide e o seu fundamento, ou seja, a causa de pedir
remota e próxima relativa ao pedido principal, que será futuramente formulado no caso de tutela
cautelar de caráter antecedente.
d) por se possível o pedido liminar, não há necessidade de requerimento de provas, o qual só se faz
necessário caso haja designação de audiência de justificação prévia.

08. Despachada a inicial, caberá ao juiz analisar o pedido liminar, ocasião em que:
a) se não convencido dos requisitos para a sua concessão, determinará a audiência de justificação
prévia.
b) mesmo sendo demonstrada a urgência do autor em razão da demora natural do processo ou do
comportamento da outra parte, o juiz terá discricionariedade para deferi-lo ou não.
c) se indeferi-lo, determinará a intimação do autor para aditar a petição inicial em 15 dias, sob pena
de perda da eficácia.
d) se indeferi-lo, determinará a citação do réu para que, 15 dias, ofereça contestação, sem a qual o
juiz prosseguirá com o processo pelo rito comum.

09. Sobre o procedimento da tutela cautelar de caráter antecedente, marque a alternativa incorreta:
a) ao despachar a inicial, caso o juiz entenda que o pedido tem natureza antecipada, poderá aplicar a
fungibilidade progressiva, observando o procedimento previsto nos arts. 303 e 304 do NCPC.
b) caso o réu não ofereça contestação, no prazo legal, após ter sido citado, quando do indeferimento
da medida, o juiz decretar-lhe-á a revelia e presumirá verdadeiros os fatos afirmados pelo autor,
proferindo decisão em 5 dias.
c) deferida a medida, o juiz citará e intimará o réu da decisão, bem como intimará o autor para que,
em 30 dias, promova a sua efetivação, sob pena de cessação de sua eficácia.
d) efetivada a medida pelos meios taxativamente previstos na lei, o juiz intimará o autor para aditar
a petição inicial no prazo de 30 dias, com incidência de novas custas.

10. Ainda sobre o procedimento da tutela cautelar antecedente, marque (V) para a assertiva
verdadeira e (F) para a falsa:
a. (F) aditada a petição inicial, o juiz intimará as partes para comparecerem à audiência de
conciliação ou mediação, cujo prazo de resposta do réu contará sempre a partir da sua
citação/intimação para cumprir com a medida.
b. (V) se por qualquer motivo cessar a eficácia da medida cautelar, é defeso à parte repetir o pedido,
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salvo por novo fundamento.


c. (V) cessa a eficácia da medida cautelar não efetivada no prazo de 30 dias, contados da publicação
da decisão que a conceder.
d. (V) o indeferimento de medida cautelar não impede que o autor formule o pedido principal, salvo
tenha sido acolhida naquela a alegação de prescrição ou decadência, nem influi em seu julgamento,
pois, conquanto dependentes no plano da existência, guardam autonomia no que vier a ser decidido
acerca do mérito de ambas as demandas. 

11. Quanto à tutela provisória de natureza cautelar, é correto afirmar que:


a) o indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi
no julgamento desse, em qualquer hipótese.
b) se o juiz indeferir a tutela cautelar por reconhecer a decadência ou a prescrição, não poderá o
autor formular o pedido principal, operando coisa julgada material.
c) a tutela cautelar em caráter antecedente perderá a sua eficácia caso o autor não adite a petição
inicial no prazo de 30 dias contados da sua concessão.
d) cessada da eficácia da tutela cautela, poderá o autor renovar o pedido pelo mesmo fundamento.

12. João, caindo em insolvência, tenta alienar bens que possui. Pedro, no curso de ação de anulação
de casamento, está dilapidando os bens do casal. Paulo, devedor, que possui bens de raiz, intenta
hipotecá-los, sem ficar com algum livre e desembaraçado equivalente a dívida. Nesses casos, caso o
juiz conceda a tutela provisória cautelar, em caráter antecedente ou incidental, esta será efetivada,
respectivamente, por:
a) arresto, sequestro e arresto dos bens
b) sequestro, arresto e sequestro dos bens
c) arresto, arresto e sequestro dos bens
d) sequestro, sequestro e arresto dos bens.

13. Mário é pecuarista e disputa com Cláudio a posse de bois que estariam prestes a serem
abatidos por ele. De acordo com o Novo Código de Processo Civil, caso seja concedida tutela
provisória de natureza cautelar a favor de Mário, o juiz a efetivaria mediante:
a) arresto. 
b) seqüestro.
c) arrolamento de bens.
d) busca e apreensão.
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14. Assinale a alternativa em que a busca e apreensão assume natureza cautelar:


a) busca e apreensão de bem alienado fiduciariamente em garantia, conforme a disciplina do
Decreto-lei nº 911/69.
b) busca e apreensão de bem não entregue ou depositado, nos autos de execução para a entrega de
coisa certa móvel.
c) busca e apreensão de menor cuja guarda caiba aos respectivos genitores, mas que se encontre
ilegalmente com terceiro.
d) busca e apreensão de menor sobre cuja guarda definitiva se controverte.
15. Marque (V) para a assertiva verdadeira ou (F) para a falsa:
a. (V) o arrolamento de bens é medida cautelar destinada a resguardar universalidades de bens,
sendo autorizado nos casos em que tenha lugar a arrecadação de herança.
b. (F) a medida cautelar de arresto é cabível a um cônjuge, para preservar os bens a serem
partilhados em ação de divórcio, quando o outro os estiver dilapidando, podendo recair sobre bens
móveis, imóveis ou semoventes.
c. (F ) a medida cautelar de sequestro assegura futura execução de quantia certa, de forma que, uma
vez efetivada, acabará sendo convertida em penhora no momento oportuno
d. (V) a produção antecipada de provas poderá ser requerida pela parte interessada quando houver
risco de extravio ou perecimento de prova documental.
e. (F) a iliquidez da dívida configura causa impeditiva do arresto.
f. (F) o arresto é medida cautelar que assegura a eficácia de futura execução para a entrega de coisa.
g. (F) a concessão de busca e apreensão executiva está condicionada ao fumus boni iuris e
ao periculum in mora.
h. (V) enquanto o arresto pode recair sobre qualquer bem do demandado passível de penhora, o
sequestro tem por objeto o próprio bem sobre o qual se alega a existência do direito acautelado.
i. (V) o arrolamento de bens destina-se a documentar a existência e o estado de bens sempre que
houver fundado receio de extravio ou de dissipação, com o objetivo de conservá-los, até a
partilha ou a resolução da demanda. 
j. (V) o atentado é medida que se destina a evitar que a parte possa inovar no estado da causa, a
fim de prejudicar a perfeita análise dos fatos envolvidos ou para frustrar a efetividade de
decisões judiciais.
 
16. Com relação à ação de consignação em pagamento, é correto afirmar que:
a) quando a consignação em pagamento se fundar em dúvida sobre quem deva legitimamente
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receber, não comparecendo nenhum pretendente, o juiz autorizará que o autor levante a quantia
depositada em seu favor.
b) requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, da situação da coisa ou no foro eleito.
c) não oferecida a contestação, com a ocorrência da revelia, o juiz deverá julgar improcedente o
pedido, sem condenação nas verbas sucumbenciais, por ausência de resistência ao pedido.
d) é admitida apenas para a consignação de quantia certa em dinheiro.

17. Sobre a ação de consignação em pagamento, é incorreto afirmar que:


a) o réu não poderá alegar, em sua contestação, justa causa na recusa do pagamento.
b) para alegar, em sua defesa, que o depósito pelo autor não é integral, necessita o réu indicar o
montante que entende devido, sob pena de inadmissão de sua alegação.
c) quando a ação for fundamentada, pelo autor, em dúvida sobre quem seja o legítimo credor, e
comparecendo mais de um credor, o juiz deverá declarar efetuado o depósito e extinta a obrigação,
passando a correr o processo, sob o procedimento comum, unicamente entre os credores.
d) a sentença que concluir pela insuficiência do depósito imputará ao autor os ônus sucumbenciais e
autorizará o réu a cumpri-la nos mesmos autos para a cobrança da diferença devida, uma vez que
valerá como título executivo judicial.

18. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a
consignação da quantia ou da coisa devida. Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o devedor
ou terceiro optar pelo depósito da quantia devida, em estabelecimento bancário oficial, onde houver,
situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária, cientificando-se o credor por
carta com aviso de recepção, assinado o prazo de:
a) cinco dias para a manifestação de recusa.
b) dez dias para a manifestação de recusa.
c) quinze dias para a manifestação de recusa.
d) trinta dias para a manifestação de recusa.

19. Na ação de consignação em pagamento, decorrido o prazo sem a manifestação da recusa,


reputar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
De acordo com o Novo Código de Processo Civil, ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao
estabelecimento bancário, o devedor ou terceiro poderá propor a ação de consignação, instruindo a
inicial com a prova do depósito e da recusa no prazo de:
a) dez dias.
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b) quinze dias.
c) trinta dias.
d) um mês.

20. Na ação de consignação em pagamento, o depósito da quantia ou da coisa devida, deve ser
efetivado no prazo de 5 dias, sob pena de:
a) extinção da obrigação.
b) extinção do processo sem resolução do mérito.
c) extinção do processo com resolução do mérito.
d) conversão do rito especial em rito comum, para a devida dilação probatória.

21. Na ação de consignação em pagamento, se o objeto for coisa indeterminada e a escolha couber
ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de:
a) cinco dias.
b) dez dias.
c) vinte dias.
d) trinta dias.

22. Na ação de exigir de contas, conforme a disposição do NCPC, se o réu não negar a obrigação de
prestar as contas, ou seja, não contestar, é incorreto afirmar que, em conseqüência:
a) o juiz conhecerá diretamente do pedido, decretando a revelia e proferindo decisão interlocutória
de mérito, dando início à 2ª fase do procedimento.
b) a decisão que julgar antecipadamente o mérito condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15
dias.
c) as contas serão, desde logo, apresentadas pelo autor, em 15 dias, seguindo o processo para as
próximas fases.
d) a decisão que julgar procedente o pedido, condenando o réu a prestar as contas, também, imporá
a este a pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar, caso não cumpra a
condenação no prazo fixado.

23. No tocante à prestação de contas, considere:

I. Aquele que pretender exigir a prestação de contas requererá a citação do réu para, no prazo de 15
dias, as prestar ou contestar a ação.
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II. Prestadas as contas, terá o autor 5 dias para dizer sobre elas; havendo necessidade de produzir
provas, o Juiz designará audiência de instrução e julgamento; em caso contrário, proferirá desde
logo a sentença.
III. Se o réu não contestar a ação ou não negar a obrigação de prestar contas, observar-se-á o
disposto no art. 335 do NCPC; a decisão, que julgar procedente o pedido, condenará o réu a prestar
as contas no prazo de 15 dias, sob pena de não Ihe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.
IV. Se o réu apresentar as contas a que foi condenado na primeira fase do processo dentro do prazo
legal, o autor deverá sobre elas manifestar-se em 15 dias, mas se o réu não as apresentar, o autor em
15 dias as apresentará, sendo as contas julgadas segundo o prudente arbítrio do Juiz, que poderá
determinar, se necessário, a realização do exame pericial contábil.

Está correto o que consta em:


a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I e III, apenas.
d) todas estão corretas.

24. A respeito da ação de exigir contas no NCPC, marque a alternativa correta:


a) aquele que pretender exigir a prestação de contas deve requerer a citação do réu para, no prazo de
5 (cinco) dias, apresentar as contas ou contestar a ação.
b) a segunda fase da ação de prestação de contas tem início após o trânsito em julgado da sentença
que decide pela obrigação de apresentar contas.
c) a decisão que finda a segunda fase do procedimento é uma sentença, contra a qual cabe o recurso
de apelação, podendo ser cumprida nos mesmos autos, caso se apure existência de saldo devedor,
uma vez que se constituirá em título executivo judicial.
d) tanto a primeira quanto a segunda fase do procedimento encerram-se por sentenças, condenando
o réu à obrigação de prestar contas e apurando o valor devido, respectivamente.

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