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§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a III - o juiz julgar improcedente o pedido principal
tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo, extingue- formulado pelo autor ou extinguir o processo sem
se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão resolução de mérito.
que extinguiu o processo, nos termos do § 1º.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o
julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só pedido, salvo sob novo fundamento.
será afastada por decisão que a revir, reformar ou
invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes,
nos termos do § 2º deste artigo.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não II - As alegações de fato puderem ser
obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi comprovadas apenas documentalmente e houver tese
no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento firmada em julgamento de casos repetitivos ou em
for o reconhecimento de decadência ou de prescrição. súmula vinculante;
A parte que obtiver a tutela de urgência, poderá responder civilmente pelos prejuízos causados à
parte contrária caso a tutela provisória seja revogada ou modificada a qualquer tempo (art. 302, CPC).
Vigora a chamada "teoria do risco-proveito": segundo esta teoria a responsabilidade civil da parte
pelos prejuízos que a revogação ou modificação da tutela de urgência possa causar à parte contrária é
objetiva, ou seja, a parte responde pelos prejuízos independentemente de ter agido com dolo ou culpa.
Havendo a indenização a ser paga pela parte que se beneficiou da tutela de urgência revogada ou
modificada será fixada, sempre que possível, nos autos do mesmo processo em que a medida foi deferida e,
depois, seguirá a sua cobrança as regras do cumprimento de sentença (art. 523, CPC).
Pode o juiz deferir uma tutela antecipada ou uma tutela cautelar de ofício ou dependeria de
requerimento da parte interessada?
Em se tratando de tutela cautelar antecedente, como ainda não há processo em curso, o juiz não
poderá deferi-la de ofício, pois, do contrário, estaria violando o princípio da inércia, segundo o qual o juiz só
age quando provocado.
Porém, em se tratando de tutela cautelar incidental, que é aquela requerida no curso do processo, a
doutrina entende que será possível ao juiz deferi-la de ofício, em virtude do poder geral de cautela, que é o
poder conferido ao juiz de assegurar qualquer situação que coloque em risco o resultado útil do processo.
No caso de tutela antecipada, se for ela antecedente, não poderá obviamente ser deferida de ofício,
porque haveria violação ao princípio da inércia.
Já em relação à tutela antecipada incidental, a doutrina majoritária entende que ela não poderá ser
deferida de ofício pelo juiz, mas apenas a requerimento da parte interessada. Isso porque, do contrário,
haveria violação ao princípio da imparcialidade do julgador, que estaria reconhecendo ainda que
provisoriamente o próprio direito do autor sem que tenha havido requerimento nesse sentido.
Para o prof. Daniel Neves caso o juiz defira uma tutela antecipada incidental de ofício e o réu recorra
dessa decisão alegando que o juiz se equivocou, já que não poderia ter deferido tal medida de ofício, vindo o
Tribunal a reformar essa decisão, por concordar com a impossibilidade do deferimento de ofício, retornando
os autos à 1ª instância bastaria ao autor formular o pedido de tutela antecipada para que o juiz a deferisse
novamente e, desta vez, o réu não poderia se opor, já que há pedido. Logo, não adianta se opor ao
deferimento de ofício, porque se ele ocorrer, ainda que haja reforma da decisão, a tutela antecipada poderá
voltar a ser deferida na sequência, bastando para isso o requerimento da parte.
A tutela de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser requerida por ambas as partes (autor ou réu)?
Em relação à tutela cautelar, poderá ser requerida tanto pelo autor quanto pelo réu, já que qualquer
das partes pode pretender assegurar um bem, uma pessoa ou uma prova a fim de garantir o resultado útil do
processo.
Agora, em relação à tutela antecipada, como o seu objetivo é o de antecipar a satisfação do próprio
direito objeto da demanda, em regra, ela será requerida pelo autor.
Nada impede, porém, que o réu requeira uma tutela antecipada, embora não seja muito comum de
ocorrer, mas a doutrina dá alguns exemplos: na reconvenção e na ação de consignação em pagamento.
Tutela antecipada será requerida em caráter antecedente quando a urgência for contemporânea à
propositura da ação. Assim sendo, o autor tem tempo hábil para elaborar uma petição inicial completa, com
todos os requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC. Por isso, o autor irá elaborar uma petição inicial simplificada,
requerendo a tutela antecipada antecedente e, depois, dentro do prazo assinalado pelo juiz, poderá
complementar essa petição inicial de forma a prosseguir com a demanda. O autor elaborará uma petição
inicial simplificada, que deverá conter apenas o pedido de tutela antecipada (demonstrando o "fumus boni
iuris" e o "periculum in mora"), deve expor de forma sucinta qual é a lide e formular o pedido de tutela final.
Além disso, há necessidade de que seja dado valor à causa (art. 303, §4º, CPC). Caso o autor queira se valer do
fenômeno da estabilização de efeitos da tutela antecipada antecedente, deve requerê-la na própria petição
inicial. Uma vez formulado o pedido de tutela antecipada antecedente, o juiz poderá deferi-la ou indeferi-la.
Nos termos do art. 303, §6º, CPC, caso o juiz indefira a tutela antecipada antecedente, concederá ao autor um
prazo de 5 dias para que emende a petição inicial simplificada, a fim de prosseguir com a demanda, sob pena
de extinção do processo sem resolução de mérito. O juiz poderá também deferir a tutela antecipada
antecedente.
Caso haja o deferimento da tutela antecipada antecedente, o juiz intimará o réu para dar cumprimento a
medida deferida. Além disso, intimará o autor e lhe conferirá prazo de 15 dias ou outro prazo que entender
necessário, para que o autor complemente a Inicial com os argumentos e documentos que estiverem
faltando, reforçando, inclusive, o pedido de tutela final. Se o autor em 15 dias ou em outro prazo fixado pelo
juiz complementar a petição inicial, a demanda prosseguirá com a designação de audiência de conciliação ou
mediação. Havendo acordo em audiência, este será homologado por sentença, e o processo será extinto com
resolução de mérito. Não havendo acordo, inicia-se o prazo para contestação por parte do réu e segue-se com
o procedimento comum.
Agora, se o autor no prazo de 15 dias ou em outro prazo fixado pelo juiz, não complementa a Inicial, o
processo será extinto sem resolução de mérito (art. 303, §2º, CPC).
Quando o juiz defere a tutela antecipada antecedente, o réu será intimado para dar cumprimento à medida
deferida.
Caso o réu não queira que se dê a estabilização de efeitos dessa decisão, deverá recorrer da mesma, nos
termos do art. 304, CPC. Uma vez intimado da decisão que deferiu a tutela
Se o réu não recorrer, e desde que o autor tenha requerido na petição inicial, ocorrerá a estabilização
provisória dos efeitos desta decisão e o processo será extinto sem resolução de mérito.
A doutrina vem entendendo que apesar do art. 304 exigir do réu a interposição de recurso contra a decisão
que defere a tutela antecipada antecedente, sob pena de estabilização de seus efeitos, não haveria
necessidade de se interpor um recurso, podendo o réu impugnar a decisão por qualquer outro meio (através
da contestação ou de simples petição nos autos do processo, por exemplo) para impedir a estabilização de
efeitos.
2.3 Procedimento da tutela
A tutela cautelar é sempre acessória, ou seja, só existe cautelar se houver uma ação principal, já que o seu
objetivo é assegurar o resultado útil desse processo, protegendo, para isso, bens, pessoas ou provas.
Além disso, a tutela cautelar é sempre provisória, porque ela só se mantém enquanto for necessária para
assegurar o resultado útil da ação principal.
A tutela cautelar, que tem como requisitos o "fumus boni iuris" e o "periculum in mora", pode ser requerida
tanto em caráter antecedente quanto em caráter incidental. Terá caráter antecedente a tutela cautelar
quando for requerida antes da propositura da ação principal.
O procedimento da tutela cautelar antecedente está previsto nos arts. 305 a 310, CPC Terá caráter
antecedente a
O procedimento da tutela
O autor ingressará com uma petição inicial simplificada na qual apresentará apenas a lide e os seus
fundamentos, bem como o "fumus boni iuris" e o "periculum in mora".
Quando o art. 305 do CPC determina que o autor indique na Inicial da tutela cautelar antecedente "a lide e os
seus fundamentos", o CPC está se referindo à lide e aos fundamentos da ação principal a ser proposta.
É fundamental que o juiz tenha conhecimento da lide e dos fundamentos da ação principal a ser proposta
para que ele possa verificar a real necessidade de deferir a tutela cautelar antecedente requerida, bem como
se a cautelar requerida é a melhor forma de assegurar o resultado útil do processo.
Tendo o autor ingressado com o procedimento da tutela cautelar antecedente, o réu será citado para
contestar o pedido de deferimento desta cautelar no prazo de 5 dias.
Além disso, na contestação, o réu deverá indicar as provas que pretende produzir. Se o réu não contestar o
pedido de tutela cautelar antecedente, será considerado revel, aplicando-se no caso o efeito da material da
revelia (serão considerados verdadeiros os fatos alegados pelo autor na Inicial). Nesse caso, o juiz decidirá
sobre o deferimento ou não da cautelar no prazo de 5 dias. Do contrário, se o réu contestar o pedido de tutela
cautelar antecedente, o feito seguirá o procedimento comum. A decisão que analisa o pedido de tutela
cautelar antecedente é uma sentença sujeita a recurso de apelação. A ação principal terá que ser proposta no
prazo de 30 dias a contar da efetivação da tutela cautelar.
A ação principal será proposta nos mesmos autos em que foi requerida a tutela cautelar, não dependendo do
pagamento de novas custas processuais,
O prazo de 30 dias para a propositura da ação principal não começa a correr do deferimento da cautelar, mas
sim de sua efetivação, ou seja, a partir do momento em que ela foi executada/realizada. Nos termos do art.
309, I, CPC, a tutela cautelar antecedente perderá a sua eficácia se a ação principal não for proposta no prazo
de até 30 dias a contar da efetivação da cautelar.
Se a propositura da ação principal estiver sujeita a uma condição resolutiva, o prazo de 30 dias para a
propositura da ação principal não começa a correr da efetivação da cautelar, mas sim do implemento da
condição.
Exemplo: se o juiz defere e o oficial de justiça dá cumprimento a uma cautelar antecedente determinando o
arresto de um bem do devedor capaz de assegurar o débito na data de hoje, mas a execução só poderá ser
promovida daqui a 8 meses quando a nota promissória se vencer, o prazo de 30 dias para ingressar com essa
execução (que é a ação principal) só começará a correr a partir da data do vencimento da nota promissória,
que é quando a condição se implementou, tornando a execução possível.
Nos termos do art. 309, II, CPC, também cessará a eficácia da cautelar se ela não for efetivada no prazo de 30
dias.
Ou seja, a parte tem 30 dias para efetivar a cautelar e de sua efetivação mais 30 dias para propor a ação
principal.
E quando a efetivação da cautelar não depender de ato a ser praticado pela parte, mas sim pelo juiz ou pelo
oficial de justiça, por exemplo? A doutrina vem entendendo que a cautelar só perderá a sua eficácia se não
for efetivada em 30 dias, caso esta efetivação dependa de ato a ser praticado pela parte. Se o cumprimento
da cautelar depender de ato a ser praticado pelo juiz ou pelo oficial de justiça, por exemplo, o atraso de mais
de 30 dias na sua efetivação, não pode levar a perda da eficácia da cautelar, já que não se imputar a parte
referido atraso, que ela não deu causa.
Ainda nos termos do art. 309, o inciso III prevê que cessará a eficácia da cautelar se a ação principal for
julgada improcedente ou extinta sem resolução de mérito. Isso porque a cautelar é sempre acessória. Assim,
se não existe a ação principal, não haverá razão para se manter a eficácia da cautelar.
São 4 as hipóteses de
1ª) Ocorre quando o réu está abusando do seu direito de defesa, praticando atos meramente protelatórios.
Nessa hipótese, se parecer ao juiz que o direito do autor é evidente, pode deferir a tutela da evidência e
permitir que o autor passe a satisfazer o seu direito antes mesmo da prolação da sentença.
Essa hipótese tem a clara finalidade de punir o réu que abusa do seu direito de defesa, dividindo com o autor
o ônus do tempo, ou seja, passa a ser do réu o ônus de "correr atrás" a fim de provar que o autor não tem o
direito alegado, do qual já está usufruindo em virtude do deferimento da tutela da evidência.
A tutela da evidência só pode ser deferida a requerimento da parte. Não pode ser concedida de ofício pelo
juiz, já que tem caráter satisfativo, o que poderia burlar o princípio da imparcialidade.
Essa tutela da evidência prevista no art. 311, I, CPC não pode ser deferida em caráter liminar, porque depende
do réu já ter sido citado e estar praticando atos meramente protelatórios para que essa tutela da evidência
seja apreciada e, se for o caso, deferida.
Então, liminar é momento processual. Significa que a medida foi deferida ou indeferida pelo juiz no início do
processo, antes mesmo da citação do réu ("inaudita altera parte").
2ª) Há necessidade de que os fatos sejam provados apenas documentalmente (pode ser prova documental ou
prova documentada).
Além disso, há necessidade de que haja uma tese já firmada em julgamento de casos repetitivos ou súmula
vinculante.
O julgamento de casos repetitivos é gênero, dos quais são espécies o IRDR (incidente de resolução de
demandas repetitivas) e o julgamento de recurso especial e recurso extraordinário repetitivos. Também pode
ser decisão proferida em súmula vinculante.
Imagine que o autor tenha demonstrado os fatos narrados na petição inicial por meio de prova documental
ou documentada, e que o seu pedido esteja em conformidade com um precedente obrigatório (ou decisão
proferida em IRDR ou julgamento de RE e REsp repetitivos ou em súmula vinculante). Nesse caso, o juiz
poderá deferir, a requerimento do autor, uma tutela da evidência, já que se os fatos estão demonstrados e o
pedido está de acordo com um precedente obrigatório, o direito do autor é mais do que evidente. Nesse caso
do art. 311, II, CPC a tutela da evidência pode ser, inclusive, deferida em caráter liminar, ou seja, antes mesmo
da citação do réu (no início do processo).
O "distinguishing" é a
Nesse caso, o precedente continua válido, só não se aplicará ao caso dos autos, por ser distinto daquele que
deu origem ao precedente.
Para saber se um precedente obrigatório se amolda ou não ao caso dos autos, o juiz deverá observar a
chamada "ratio decidendi" (razão de decidir, ou seja, os fundamentos determinantes que deram origem ao
precedente).
Não haverá necessidade de analisar a chamada "obter dicta", que são fundamentos trazidos pelo julgador
apenas de passagem e que não alteram, se forem retirados, o entendimento que deu origem ao precedente.
O "overruling" do precedente significa a superação do precedente. Nesse caso, o precedente deixa de existir
no ordenamento jurídico.
O art. 489, §1º, VI, CPC menciona a superação do precedente e a necessidade de que ela seja justificada pelo
juiz em sua decisão, mas
Existem dois enunciados do FPPC que trabalham essas hipóteses: são os enunciados 322 e 324.
Basicamente, haverá a superação do precedente se vier a ser editada lei pelo Congresso Nacional em sentido
contrário ao precedente obrigatório, assim como se for revogada a lei na qual o precedente se baseou.
Além disso, haverá superação do precedente se houver alteração social, política, econômica ou cultural que
autorizam a modificação do precedente anterior.
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS:
a) Noções gerais:
O objetivo da ação de exigir contas é o de pedir a prestação de contas nas hipóteses em que o autor da ação
tenha esse direito, que lhe foi conferido por lei, contrato ou acordo firmado entre as partes.
A legitimidade ativa para a propositura dessa ação pertence apenas aquele que tem o direito de exigir que as
contas sejam prestadas.
Não possui legitimidade ativa aquele que tem o dever de prestar as contas (art. 550, CPC).
Quem tem o dever de prestar as contas deve estar no polo passivo desta demanda.
A depender do caso concreto, a ação de exigir contas pode ser proposta autonomamente, ou em apenso aos
autos do processo em que o direito de exigir contas se originou.
Essa segunda hipótese está prevista no art. 553 do CPC e se aplica ao inventariante, ao tutor, ao curador, ao
depositário ou ao administrador.
Nesse caso, se estas pessoas não prestar as contas conforme exigido em juízo, poderão ser destituídas do
cargo, perder a remuneração porventura fixada, deixar de glosar o prêmio ou receber gratificação a que
tivesse direito, A petição inicial da ação de exigir contas deve preencher todos os requisitos dos art. 319 320
do CPC, que são os requisitos da petição inicial em geral. Além disso, nos termos do art. 550, §1º, CPC, exige-
se que o autor, na Inicial, especifique, de forma detalhado, o motivo pelo qual ela está requerendo a
prestação de contas, juntando à Inicial os documentos que comprovem esta necessidade.
O réu será citado para, no prazo de 15 dias, prestar contas ou oferecer contestação (art. 550, caput, CPC).
A primeira opção que o réu tem será a de prestar as contas no prazo de 15 dias.
Prestadas as contas, nos termos do art. 550, §2º, CPC, o autor poderá impugna-las no prazo de 15 dias.
As contas devem ser prestadas pelo réu de forma contábil (especificando despesas, receitas e lançamentos
realizados). De igual modo, o autor, ao impugnar as contas prestadas pelo réu, deverá fazê-lo de forma
especificada, inclusive em relação ao lançamento questionado na petição inicial.
Impugnadas as contas pelo autor, seguirá, no mais, o procedimento comum. Ao final, o juiz proferirá sentença
decidindo em favor do autor ou do réu. Nos termos do art. 552 do CPC, a sentença deverá apurar o saldo (em
favor do autor ou do réu) e valerá como título executivo judicial. Por ser sentença estará sujeita ao recurso de
apelação (art. 1009, CPC).
Se o réu, uma vez citado, permanecer inerte (nem contestar e nem prestar contas), segue-se o art. 355 do CPC
(art. 550, §4º), ou seja, será hipótese de julgamento antecipado do mérito. Nesse caso, como o réu
permaneceu revel e será aplicado o efeito material da revelia, o juiz, ao julgar procedente o pedido,
condenará o réu a prestar contas (art. 550, §5º, CPC). O réu pode, uma vez citado, contestar o pedido, ao
invés de prestar contas.
O réu pode, uma vez citado, contestar o pedido, ao invés de prestar contas.
Caso o juiz julgue improcedente o pedido, ele estará entendendo que o réu não tem o dever de prestar
contas. Nesse caso, qual seria a natureza jurídica da decisão proferida pelo juiz?
Esta decisão que julga improcedente o pedido do autor, por entender que o réu não possui o dever de prestar
contas é uma sentença e, como tal, estará sujeita ao recurso de apelação (art. 1009, CPC).
Em contrapartida, se o juiz julgar procedente o pedido do autor, deverá condenar o réu a prestar contas no
prazo de 15 dias. Aqui, haverá um procedimento bifásico. Ou seja, na primeira fase do procedimento o juiz
decidiu sobre o dever ou não do réu prestar contas. Já na segunda fase do procedimento, o juiz determinará
que as contas sejam efetivamente prestadas.
Se o juiz julga procedente o pedido do autor e reconhece o dever do réu prestar contas, qual será a natureza
jurídica dessa decisão? Será uma sentença ou uma decisão interlocutória?
De acordo com entendimento do STJ, trata-se de decisão interlocutória de mérito, sujeita a recurso de agravo
de instrumento, nos termos do art. 1015, II, CPC.
A partir do CPC/15, decisão interlocutória e sentença passam a ser diferenciadas pelo procedimento, e não
pelo conteúdo da decisão.
Então, decisão interlocutória é o pronunciamento judicial, com conteúdo decisório, que NÃO PÕE FIM ao
procedimento em 1ª instância.
Sentença, por sua vez, é o pronunciamento judicial, com conteúdo decisório, que PÕE FIM ao procedimento
em 1ª instância (art. 203, §1º, CPC).
O STJ, por decisão proferida pela 3ª Turma, fixou entendimento no sentido de que a decisão que põe fim à
primeira fase do procedimento na ação de exigir contas, se for julgado procedente o pedido, será uma decisão
interlocutória de mérito, sujeita a agravo de instrumento (art. 1015, II, CPC).
Sendo julgado procedente o pedido, o réu será condenado a prestar contas, o que deverá ser feito, de forma
contábil, no prazo de 15 dias.
Prestadas as contas pelo réu, o autor poderá impugna-las, também de forma contábil, em 15 dias e, depois, o
juiz sentenciará, podendo reconhecer saldo em favor do autor ou do réu e valerá como título judicial.
Se o réu, no prazo de 15 dias, não prestar contas, o autor será intimado para prestar as contas que entender
devidas, não cabendo ao réu o direito de impugna-las.
Na sequência, o juiz decidirá por sentença, que poderá reconhecer saldo em favor de qualquer das partes, O
art. 565 do CPC trata dos litígios coletivos sobre a posse de um imóvel.valendo como título judicial (art. 552,
CPC).
Em se tratando de litígio coletivo sobre a posse de um imóvel, se referida posse for de mais de ano e um dia,
antes do juiz apreciar o pedido de liminar, terá que designar audiência de mediação, a se realizar em até 30
dias.
Em se tratando de turbação ou esbulho ocorridos a menos de ano e um dia, o juiz poderá conceder a liminar,
independentemente de designação de audiência de mediação. Porém, essa liminar deve ser executada em até
1 ano a contar da distribuição da Inicial. Se a liminar não for executada nesse período de 1 ano, deverá ser
designada audiência para tentativa de mediação.
Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, do Estado, do Distrito Federal ou
do Município poderão ser intimados para comparecer à audiência de mediação, não só para demonstrar o seu
interesse no litígio, mas para tentar trazer alguma solução para o problema.
O Interdito Proibitório é uma espécie de ação possessória típica que será proposta quando o autor estiver na
iminência de sofrer turbação ou esbulho, ou seja, ele ainda não foi turbado ou esbulhado, mas está sendo
ameaçado.
Nesse caso, o que o autor pode fazer é requerer a expedição de um mandado proibitório, no qual o juiz
determine o cumprimento de uma obrigação de não fazer, consistente no fato de o réu não vir a turbar ou
esbulhar a posse do autor da ação.
No mandado proibitório o juiz deve fixar uma multa, de preferência em valor elevado, a fim de coibir o réu de
fazer aquilo que ele está obrigado a não fazer.
a) Noções gerais:
É possível ao autor propor apenas a ação de divisão de terras ou a ação de demarcação de terras, bem como
pode propor uma única ação buscando tanto a demarcação quanto a divisão de terras.
Nos termos do art. 570 do CPC, é plenamente possível cumular numa única ação o pedido de demarcação e
divisão de terras. Nesse caso, primeiramente se dará a demarcação total ou parcial da terra para, só depois, a
mesma divida entre os condôminos.
- Finalidade: determinar os limites de uma propriedade ou aviventar os limites que se encontram apagados.
- Finalidade: dividir a propriedade entre os diversos condôminos, estabelecendo o quinhão de cada um.
- Legitimidade passiva: pertence aos demais consortes (ou seja, aos outros condôminos).
Nos termos do art. 571 do CPC, a demarcação e a divisão de terras poderá ser feita em Cartório de Notas, por
escritura pública, caso todos os envolvidos sejam maiores, capazes e estejam de acordo sobre como se dará a
demarcação ou a divisão de terras.
Os confinantes serão considerados terceiros em relação à ação de divisão de terras. Porém, caso na ação de
divisão de terras, haja invasão das linhas limítrofes, o confinante que se sentir despojado, terá direito a
vindicar o terreno que entende ter sido invadido ou uma indenização correspondente.
Nessa ação proposta pelo confinante, se ainda não houver sentença dividindo a terra entre os diversos
condôminos, a ação será proposta contra todos eles.
Agora, mesmo que já tenha havido sentença dividindo a terra entre os diversos condôminos, que após a
divisão são chamados de quinhoeiros, todos deverão participar da ação, já que a possível indenização ou
perda de parte da terra deverá ser dividida entre todos.