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Processo Civil III

Aula 06/09 (não teve de fato matéria foi mais explicação de como seria a organização
das aulas e das provas, etc.; os únicos temas da matéria que ela citou foram os abaixo,
e busquei no google de forma simplificada)

O que é Tutela Provisória

Supondo que você é um renomado advogado de um dos diversos escritórios de


advocacia que temos no nosso vasto território brasileiro e certo dia adentra uma
senhora com seus noventa anos e começa a lhe relatar o seguinte caso a você:

“Doutor, tenho problema de saúde, no qual necessito de uma medicação para


continuar sobrevivendo. Não possuo condições financeiras para adquirir mensalmente
os remédios e o SUS (Sistema Único de Saúde) negou o fornecimento. Por favor, me
ajude, se não começar a tomar o medicamento o quanto antes é certo que falecerei
dentro de alguns dias”

O sistema judiciário brasileiro é falido. O lapso de tramitação de um processo é


enorme. Dessa forma, a tutela provisória busca acima de tudo, no atual cenário
judiciário brasileiro, confrontar o lapso temporal de tramitação de um processo.

Nas lições de Humberto Theodoro Júnior, a tutela provisória é uma "técnica de


sumarização, para que o custo da duração do processo seja melhor distribuído, e não
mais continue a recair sobre quem aparenta, no momento, ser o merecedor da tutela”.
Assim, a tutela provisória nada mais é do que um instituto do direito brasileiro que
busca antecipar um provimento jurisdicional ou assegurar o direito de uma parte.

LIMINAR

A decisão liminar é aquela proferida em caráter de urgência, para garantir ou antecipar


um direito que tem perigo de ser perdido. Pode ser concedida com base na urgência
ou evidência do direito pleiteado. É uma decisão temporária, pois depende de
confirmação por sentença de mérito. Está regulamentada no livro V do Código de
Processo Civil, que trata das “Tutelas Provisórias” e descreve todos os seus tipos e
requisitos. As liminares
podem ser revogadas pelo s próprios magistrados que as proferiram ou por decisão
em recurso para instância superior, seja monocrática ou colegiada.

Aula 08/09

REVISÃO: Tutelas Provisórias

Os artigos do CPC relativos a tutela provisória são: 294 até 311

Unidade I – TUTELAS PROVISÓRIAS


1.1.O que é uma tutela provisória

Tutela = decisão judicial. Ex.: decisão interlocutória

Provisória = algo que será substituído ao final

Tutela Provisória = decisão que será substituída ao final, ela é provisória.

Exemplo prático: Juliana estava em processo de financiar um apartamento na caixa


econômica, e descobriu que seu nome estava indevidamente inscrito no SERASA. Ao
buscar quem havia feito a inscrição descobriu- se que tinha sido inscrito pela empresa
Magazine Luiza. So que essa ação pode demorar de 8 a 10 anos, não se pode aguardar
tanto tempo, então existirá a tutela provisória. Enquanto não se tem a sentença tem
se a tutela provisória.

- Nessa situação deve se pedir a retirada do nome do Serasa (visto que foi inscrito
erroneamente) + danos morais. Contudo, o único que tem a iminência de ser atendido
pelo juiz é o da retirada do nome do Serasa, os danos morais podem aguardar.

obs: Decisão interlocutória não põe fim ao procedimento, quem põe fim é a sentença.
Qualquer decisão entre inicial e sentença, chama-se decisão interlocutória.
Recurso contra decisão interlocutória: agravo de instrumento (hipóteses do artigo
1015).
Recurso contra sentença: apelação.

Em regra, a tutela provisória é


uma decisão interlocutória.
Porém nem toda decisão
interlocutória é uma tutela
provisória. Suponha que na
decisão de saneamento
(decisão de SeO, como mostra
na imagem) o juiz indeferiu o
pedido de prova pericial, essa
decisão é interlocutória,
contudo é definitiva.

Normalmente, a tutela provisória que vem como uma decisão interlocutória se dá mais
no inicio do procedimento comum, visto a urgência que ela implica em ser atendida.
1.2. Espécies de Tutela Provisória

No artigo 294 do CPC/2015, a tutela provisória encontra-se prevista como gênero que
contempla as seguintes espécies: (i) tutelas de urgência; (ii) tutelas de evidência.

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.

Tutela de urgência: nome autoexplicativo, deve-se comprovar a urgência. Não basta


alegar que o nome foi inscrito erroneamente no Serasa, deve-se comprovar que estou
tentando um financiamento de um imóvel na caixa. A tutela provisória de urgência
pauta-se na necessidade da prestação da tutela jurisdicional evitar um prejuízo à parte.
Essa espécie de tutela provisória se subdivide em duas subespécies: (i.1) tutela
provisória de urgência antecipada; (i.2) tutela provisória de urgência cautelar, sendo
que ambas podem ser requeridas de forma antecedente ou incidente.

Tutela de evidencia (principal art. 311 CPC): pode ser requerida independentemente
da comprovação do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, não se
tem que comprovar urgência, e sim a evidência do direito. Assim o juiz dá essa decisão
não com a certeza, mas sim com a evidencia do direito.
A evidencia é taxativa. O legislador que escolhe as hipóteses de evidencia do direito, a
evidencia o legislador que escolhe as hipóteses, não é o advogado.
Obs: A evidencia do direito é quase uma certeza jurídica. Essa certeza vem, em regra,
com a sentença, quando o juiz profere a sentença um dos requisitos é a certeza. E
existe essa certeza jurídica porque durante todo o procedimento existe o contraditório
e a ampla defesa. Ou seja, a certeza vem com a sentença após o contraditório e a
ampla defesa.

A tutela de evidência está prevista no artigo 311 do CPC/2015:

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração


de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito


protelatório da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver


tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
Obs: ex.: vamos ajuizar uma ação para um cliente do ASAJ, ele chegou com um
documento falando que o município de BH está cobrando um imposto dele, contudo, o
supremo tem um precedente vinculante falando que o município não pode cobrar esse
imposto. Se ele ajuizar a ação e esperar a sentença para declarar esse direito, ele vai
ter que continuar recolhendo esse imposto. Então como esse direito é evidente, visto
que existe precedente vinculante e há a prova documental você pode pedir a tutela de
evidência. Então no final da PI deve se pedir a tutela de evidência, com base no
documento anexado na inicial que vai falar que o municio está cobrando esse atributo
dele e ele vai alegar o precedente vinculante do STF. (documento + onde está
amparado no precedente vinculante --- juiz da tutela de evidencia ---- pessoa para de
pagar tributo já no inicio da ação).

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do


contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida
razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

Ex.: Alimentos provisórios é uma tutela de evidencia. Porque não é necessário


comprovar a urgência para o juiz (na tutela de urgência deve-se comprovar a
urgência). Basta juntar a certidão de nascimento que comprove a paternidade. A partir
disso, o juiz, segundo a lei, já tem a evidencia.
- Os alimentos provisórios são tutela de evidência, não porque a situação é ou não
urgente, mas sim porque o legislador o taxou como sendo um direito evidente.
- Não está no artigo 311 (principal artigo de tutela de evidencia), está no Artigo 4º da
lei 5478/68 (lei dos alimentos provisórios).
-Há outros casos que não se encontram no artigo 311.

Duas hipóteses do que é quase certo, de tutela de evidência (não importa se é urgente
ou não):
- Documento com precedente vinculante (exemplo escrito embaixo do inciso II do
artigo 311)
- Alimentos provisórios (Artigo 4º da lei 5478/68) nesse caso há urgência, mas ela não
importa, ela é presumida, não é necessário comprova-la.

Aula 13/09

Tutela provisória na 1ª instancia geralmente vem como decisão interlocutória (na 1ª


instancia só duas possibilidades de decisão: decisão interlocutória ou sentença).
Tutela de Urgência Antecipada Tutela de Urgência Cautelar

 Satisfativa, ou seja, satisfazer o direito  Assecuratória, ou seja, assegurar o direito


pleiteado pleiteado

 Pedido será sempre independente. Ou seja,  O pedido serve para assegurar o outro pedido
não serve para garantir o outro pedido da ação. (por isso, inclusive ele é acessório)

EX.1: Imagina-se que ajuízo uma ação e tenha dois pedidos.1º pedido: retirar nome do
Serasa. 2º pedido danos morais. O 1º pedido é urgente. Devo pedir então uma tutela
cautelar ou antecipada para o juiz?
No inicio da ação vou para o juiz retirar o nome do Serasa e danos morais no final.
Deve-se pensar: ao pedir para retirar o nome é para assegurar meu direito ou
satisfazer meu direito. A resposta é satisfazer!!! Ou seja, a tutela será antecipada
porque busca satisfazer o direito da parte de não ver o nome negativado.
EX. 2: Tenho um pedido de cobrança de uma dívida. Leticia me deve 100.000. Vou
ajuizar uma ação cobrando esse dinheiro. Contudo, ao saber que você ia entrar contra
ela na justiça, Leticia pegou o seu sitio e transferiu para uma amiga. E então quando o
juiz for penhorar não irá ter mais bens em seu nome.
Ao saber disso, eu vou pedir a apreensão do bem (arresto).
Dois pedidos (cobrança de divida + apreensão do bem). O arresto é urgente.
Quando apreendo um bem é para satisfazer ou para assegurar um direito que está
sendo discutido? A resposta é assegurar um direito!!! No caso assegurar o direito do
pagamento da divida, assegurar meu direito de crédito, assegurar o primeiro pedido.

OBS.: A TUTELA DE EVIDENCIA ASSIM COMO A TUTELA DE URGENCIA ANTECIPADA É


SATISFATIVA.
Como distinguir a tutela antecipada de tutela de evidencia, visto que ambas são
satisfativas? R: A tutela de evidência tem as hipóteses previstas em lei, verificar o
artigo 311.

ARRESTO DE BEM ≠ SEQUESTRO DE BEM

Qualquer bem(s) Bem(s) especifico

 São espécies de cautelares


 Artigo 301 CPC (cautelar pode ser tanto de arresto como de sequestro)
 Apreensão de bem no divórcio é SEMPRE SEQUESTRO.

Aula 15/09

Obs: Para saber qual tipo de tutela é (tutela antecipada, tutela cautelar ou tutela de
evidencia), seguir os passos:
1º - verificar se e tutela de evidencia (art. 311 + lei de alimentos)
2º - Se não for evidencia, será urgência
3º - Urgência pode ser: antecipada (satisfativa) ou cautelar (assecuratória)
4º - Antecipada: quando tenho que antecipar um dos pedidos de forma autônoma.
Cautelar: quando um direito tem que ser deferido para garantir o outro da ação.

Caso 1: Tutela de Urgência Antecipada Caso 2: Tutela de Urgência Cautelar

Caso 3: Tutela de
Urgência Antecipada.
Caso 4:Tutela de Evidência.
Caso 5: Tutela de
Evidência
- Lei extravagante: Art.
4º da Lei 5478/68.
Sempre que envolver
alimentos que decorrem
de ação de família, que é
essa lei extravagante, é
evidência.

- Basta juntar
documentos que
comprovem grau de
parentesco.

Aula 20/09

1.3. Requisitos de Tutela Provisória

1.3.1. Tutelas de Urgência

São os dois requisitos para que o juiz defira a tutela de urgência antecipada ou
cautelar:

Fumus Boni iuris: “fumaça” do bom direito/probabilidade do direito (art.300)

Periculum in mora: perigo da demora/perigo de dano ou risco ao resultado útil


do processo (art. 300)

- Esses termos em latim, são utilizados na prática e não pelo legislador.


- Legislador utiliza como está no Art. 300.

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