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PROCESSO CIVIL – DO PROCESSO DE CONHECIMENTO

Prof. Helmo Freitas – 14/02/23 (4º e 5º Semestres)

Procedimento comum

CPC – PARTE GERAL E PARTE ESPECIAL

Assim como no Código Civil e no Código Penal, o CPC possui uma parte geral e uma parte especial.

No CC (Direito Material) é tratado essencialmente Pessoas Usados na Parte Especial


De 3 assuntos: Patrim
Fatos j

PARTE GERAL – CPC. ARTS 1 a 317.


Exemplos do que contêm:

- Sujeitos processuais; São ferramentas aplicáveis à parte especial, ou seja, nos procedi-
- Princípios processuais; mentos da parte especial.
- Litisconsórcio e intervenção de terceiros;
- Regras de competência.

DIFERENÇA ENTRE PROCESSO E PROCEDIMENTO

PROCESSO X PROCEDIMENTO

O Instrumento para se conseguir a prestação Modo pelo qual esses atos serão cumpridos,
jurisdicional com uma sucessão de atos ordenados e qual rito seguirão.
processuais específicos. O conjunto de atos
para solução de uma lide.

DA TUTELA JURISDICIONAL NO CPC

Ajuizar uma ação?

Direito objetivo x D. subjetivo

Capacidade de provocar a máquina estatal para a tutela jurisdicional.


Direito material. Normativo.

TIPOS DE TUTELA
Compõem o sistema da tutela
DE CONHECIMENTO OU COGNITIVA – ART. 318 jurisdicional. É a proteção dada pelo
DE EXECUÇÃO OU SATISFATIVA – ART. 771 Estado àquele que teve o seu direito
DE PROTEÇÃO/PREVENÇÃO OU CAUTELAR – ART. 294 a 310 tolhido.

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Antes de falarmos da Tutela de Conhecimento, vamos diferenciar os procedimentos:

- Procedimento comum: aplicável a todas as causas. É a regra geral.

- Procedimentos especiais: aplicável a determinadas causas. Busca atender as particularidades de cada causa.
Ex. Consignação em pagamento. Art. 539 do CPC. Ações Possessórias. Art. 554 CPC.

Exemplo de procedimentos especiais no fora do CPC:

• Ação Civil Pública


• Ação Popular
• Falência Recurso inominado.
• Juizados Especiais

Pedido contraposto.

O procedimento comum serve de referência para o especial, pois, naquilo que o especial não estabelecer diferente,
será aplicado o comum.

DA TUTELA DE CONHECIMENTO OU COGNITIVA – ART. 318

“Da Mihi Factum Dabo Tibi Jus”.

O juiz vai dizer quem tem razão. NOTA: Ele tem o poder de dizer o direito.

De que maneira o indivíduo vai cumprir a decisão judicial?

PELA FORÇA!!! TUTELA DE EXECUÇÃO OU SATISFATIVA – ART. 771

Para que a determinação judicial seja cumprida. Para satisfazer um direito reconhecido.

ART. 515, inc. I. (Título executivo judicial).

ART. 784. (Título executivo extrajudicial).

ART. 318. (Sistema sincrético. Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença). Ocorre nos mesmos autos.

Cumprimento de sentença – fase executiva. Ao reconhecer o direito já manda cumprir a obrigação, de dar ou fazer ou não
fazer. A própria sentença dirá, por exemplo, “julgo procedente e condeno o réu a entregar a coisa em tantos dias sob pena de
multa diária”. Não cumpriu, o autor pode pedir o mandado de busca e apreensão e a aplicação da multa, astreintes. É uma
simplificação do processo executório.

Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o
cumprimento da obrigação. CONHECIDA TAMBÉM COMO FASE EXECUTIVA LATO SENSU.

Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e
apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA EXECUÇÃO AUTÔNOMA


- É UMA FASE DO PROCESSO (MESMOS AUTOS) - NOVA RELAÇÃO JURÍDICA
- PARA TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS - PARA TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS

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DA TUTELA DE PROTEÇÃO OU CAUTELAR – ART. 294

Tem natureza preventiva e de proteção do objeto em discussão.

Visa proteger o perecimento do direito ou lesão grave de difícil reparação (Tutela Antecipada de Urgência –
303/304).

ANTECIPADA: Pedido feito em caráter CAUTELAR: Para proteção do bem evitando


urgente. Ex. Cirurgia. que ele se perca ou pereça. Ex. Penhora dos
bens para garantir o pagamento. Não se
objetiva os bens em si, mas, o pagamento.

Na cautelar eu posso proteger sem que isso se caracterize uma antecipação. É uma cautela. Desta forma, quando
se protege sem antecipar é uma tutela cautelar. Arts. 305 a 310.

PETIÇÃO INICIAL – Art. 319

Princípio da Demanda, do Direito de Ação, Da Inafastabilidade de Jurisdição, Da Inafastabilidade do Controle


Jurisdicional. Tanto em caso de ameaça com de afronta ao Direito, o indivíduo tem direito de recorrer ao judiciário
para solicitar a tutela jurisdicional e o processo judicial começa com a Petição Inicial.

REQUISITOS DA PI.:

➢ Endereçamento (Autoridade judicial para qual será dirigida a PI). Tem que saber regras de competência.
➢ Qualificação das partes: - Dados do autor
- Nome da Ação*
- Dados do réu

* Por costume se coloca, mas não é requisito legal. Ex. Ação de Despejo.

OBSERVAÇÃO: Parágrafos do artigo 319. O magistrado pode receber a PI mesmo sem os dados completos do réu,
desde que seja possível a sua citação.
Fatos que dão o Direito.
➢ Causa de pedir FATOS
A conduta que feriu o Direito.

Vincula o juiz para decidir se aconteceram ou não.

FUNDAMENTOS. Art. 319, III. Não vincula o juiz. Pode decidir com base em
JURÍDICOS* outros fundamentos.

Causa de Pedir Próxima ou imediata

Causa de Pedir Remota ou mediata

Ex. Causa de Pedir Remota é o que dá origem ao Direito, por exemplo, um contrato. A causa de pedir próxima no
mesmo exemplo é o descumprimento das cláusulas do contrato.
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NOTA.: Os fatos e a conduta precisam ser provados pelo autor. Art. 373, I.
* Não é o fundamento legal e sim o problema vivenciado pelo autor que o levou a buscar a tutela jurisdicional.

Fundamento jurídico é a construção da argumentação unindo o fato ao direito. É a norma que embasa uma
determinada pretensão. Fundamento legal é tão somente a indicação dos dispositivos legais.

➢ Pedido
➢ Valor da Causa que é diferente do pedido
➢ Provas (pedido genérico por provas) – Ex. Requer provar o alegado por todos os meios lícitos admitidos”.

PROVAS

Não precisa necessariamente trazer junto com a petição inicial todas as provas. Até mesmo porque, ao peticionar,
o autor não sabe quais fatos serão controvertidos pelo réu.

Art. 344. Se o réu não contestar todos os fatos trazidos na inicial eles serão presumidos como verdadeiros e neste
caso não será necessário a produção de provas.

Obviamente, ao protocolar a petição inicial, deve-se provar minimamente o alegado. Ex. Juntar certidão de
casamento numa ação de divórcio.

NOTA.: Audiência do 334. O Autor deverá manifestar se concorda ou não com a audiência de conciliação
e mediação.

SITUAÇÕES:

- Se o autor manifestar desinteresse e o réu concordar, NÃO haverá audiência. Art. 334, § 4º, Inc. I.

- Se o autor manifestar interesse e o réu concordar, haverá audiência.

- Se o autor não colocar na PI o seu desinteresse na audiência, presumir-se-á que ele tem interesse e a
audiência será marcada.

Isso significa que se esse requisito NÃO FOR CUMPRIDO, NÃO IMPORTA EM NULIDADE DA PI.

>>> Endereço do advogado. Art. 106.

Causa Própria Não tem procuração, portanto, o endereço do advogado precisa


constar da inicial.

Como patrono da parte, tem procuração, onde o seu endereço constará deste instrumento, portanto, não
precisa colocar na PI.

NOTA.: Não aparece nos requisitos da PI a citação do réu, como aparecia no código anterior, mas, é bom
colocar ainda que não seja necessário.

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VALOR DA CAUSA Se tem valor monetário, é o mesmo valor.

O pedido é a pretensão, aquilo que se deseja.


O valor da causa é o valor que se atribui Se não tem, precisa fixar um valor de acordo
ao processo. com o 292.

FIXAÇÃO

• Cobrança de dívida: será o valor total atualizado.


• Negócio jurídico (p. ex. contrato): o valor do negócio ou da parte controvertida.
• Alimentos: 12 parcelas. Ex. Pedido de R$ 1.000,00 por mês, logo o valor da causa será de 12k.
• Divisão/Demarcação de terras: o valor do bem.
• Indenização: o valor do pedido. Se for uma ação só de dano moral, não se pode mais fazer pedido genérico,
precisa estimar um valor.
• Se houver cumulação simples de pedido (327): a soma dos pedidos. Ex. Dano Material + Moral.
• Cumulação alternativa de pedidos (326, § Ún.): o de maior valor. Ex. Obrigação de fazer ou perdas e danos.
• Cumulação Subsidiária: o Principal.

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