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Regime Jurídico Privado: As empresas, em regra, regem-se pelo regime jurídico de direito
privado. De forma geral, mesmo uma empresa criada pelo poder público, será regida pelas regras
e normas de direito privado (CC, art. 41, § ú - Salvo disposição em contrário, as pessoas
jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que
couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código).
Livre Iniciativa: Uma vez que a atividade empresarial visa o “lucro”, a liberdade de iniciativa
privada, desde que lícita, é primordial para esse intuito ( art. 1º, IV CF/88 - A República Federativa do
Brasil... tem como fundamentos: IV - ... livre iniciativa). Esse princípio permite ao cidadão o direito de
acesso à produção de bens e serviços, do que ele empreende por conta própria, em qualquer
atividade econômica (art, 170 CF). A participação do Estado, como agente econômico, é
excepcional (art. 173, §2° CF) - Autonomia Privada: faculdade de auto regulamentar seus
interesses (liberdade contratual, força obrigatória dos contratos, liberdade de associação etc).
Liberdade de Concorrência: permite que uma empresa concorra livremente com as outras (o
Estado pode interferir, mediante provas do uso de má-fé ou outras ações que firam o ordenamento
jurídico). O exercício de monopólio é exclusivo da União (art. 177 CF): os privados são proibidos
(art. 173, § 4° CF), exceto os vinculados à exploração de inventos industriais e sinais distintivos
(art. 5º, XXIX CF).
Favorecimento às “pequenas empresas”: visa garantir proteção às Micro e Empresas de Pequeno
Porte, contra as dificuldades de competição com “empresas maiores”, decorrentes da globalização
(modernização e “desburocratização” – art. 179 CF) - reconhecimento da importância das
“pequenas empresas” como fatores de geração de renda e empregos (art. 170, IX CF - tratamento
favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País). Exemplos: Estatuto da ME e EPP (LC 123/2006); (ii) regime jurídico
favorecido (LRF 11.101/2005, arts. 70 a 72); e desburocratização (CC, arts. 970 e 1.179, §2°).
Defesa do Consumidor: visa atender à relação dos empreendimentos com seus consumidores
(clientes). Uma vez que o consumidor é a parte mais “frágil” na relação, é dever do Estado dar-
lhe atenção especial, proteção e criar órgãos específicos para fazer valer seus direitos.
Defesa do Meio Ambiente: Todo empreendimento tem o dever de proteger o meio ambiente,
recebendo incentivos Estatais ao cumprir com excelência essa missão, e sendo penalizada quando
descumprir esse princípio.
Função Social: todo empreendimento tem obrigação (dever) de cumprir uma função social.
Embora tenha a aparente finalidade imediata de remunerar o capital nela investido (interesse
particular do titular ou sócios), a atividade negocial deve atender, igualmente, ao restante da
sociedade (o intuito de lucro não pode ter o potencial de ferir os valores sociais, do trabalho e
da dignidade da pessoa humana – art. 3º CF).
Empresa
A dificuldade da teoria da empresa é, justamente, estabelecer o conceito jurídico de "empresa", já
que alguns autores a definem pela sua atividade, outros pelo empresário, seu estabelecimento ou
como uma instituição.
Assim, apenas para fins didáticos, podemos definir empresa como uma unidade de produção
capitalista, ou seja, organização que reúne, sob um mesmo patrimônio, os diversos fatores de
produção (natureza, capital e trabalho) para colocar no mercado um bem ou serviço e, assim,
proporcionar ao seu proprietário (ou empresário) uma renda monetária (lucro), resultante da
diferença de valores entre os fatores de produção e a mercadoria (ou serviço), a seu próprio risco.
Reconhecendo a dificuldade de formular tal definição, o legislador brasileiro, no Código Civil,
conceituou apenas o empresário (art. 966) e o estabelecimento empresarial (art. 1.142), regulando
a empresa através destes.
Art. 966 - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único - Não se considera empresário
quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
artigo 1.142 – Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Empresa e Empresário
Empresário (passageiro, mutável) ≠ Empresa (permanente, estável, duradoura)
Parágrafo único - Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na
falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença
do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício
de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento
civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria.
Superveniência de incapacidade - Empresário que se torna incapaz, ou falece e deixa dependente
incapaz: possibilidade da atividade empresarial por autorização judicial (representação), para
preservar a atividade empresarial (em prol de seus empregados e da sociedade). Importante: o
sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado.
Empresário
O exercício da atividade empresarial é feito por pessoa física (empresário individual) ou por
pessoa jurídica (sociedade). Nota: Sócio de uma sociedade empresária não é, necessariamente, um
empresário. Dois tipos: Empreendedor (além de participar com capital, gerencia e administra a
sociedade ou tem seu controle) e Investidor (apenas aplica o capital para obter dividendos).
Definição: Empresário é o agente capaz, que exerce profissionalmente uma atividade econômica
organizada, para a produção e/ou circulação de bens e de serviços a outrem e com lucro. Pontos
chaves:
- Atividade Econômica: Empresa É, antes de tudo, uma atividade econômica. O exercício de uma
atividade não econômica, mesmo através de uma organização (profissional ou não), não constitui
empresa, nem quem a exerce é empresário (ex. médico, advogado, profissional liberal em geral – atividade
econômica civil), mesmo que o exercício implique uma organização estável. O objetivo de uma
organização empresarial é produzir riquezas e gerar lucro;
- Organizada: Atividade com a colaboração integrada de uma equipe de pessoas e coisas (capital,
trabalho, tecnologia, matéria prima etc), de maneira ordenada.
- Profissional: Por profissão, entende-se um constante e normal exercício da atividade, de forma
sistemática e continuada (pressuposto essencial - habitualidade e onerosidade com intuito lucrativo);
- Produção e/ou Circulação: transformação de matéria prima em produto acabado, sua tradição, técnicas
ou processos de gestão;
- Bens e/ou Serviços: bens móveis, imóveis, materiais, imateriais e prestação de serviços;
- A Outrem: Quem produz, profissionalmente, o faz para fornecer a outrem: quem produz para si
não é empresário.
O art. 966 CC NÃO considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de empresa. Em outras palavras, cientistas, literatos e
artistas só serão considerados empresários se produzirem bens e/ou prestarem serviços, de maneira
empresarialmente organizada, para a obtenção de lucro (art. 967 CC: obrigatória a inscrição do
empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da sede, antes do início de sua atividade).
Nota: * É facultado aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, apenas se casados
no regime da comunhão parcial de bens. * empresário(a) casado(a) pode, sem necessidade de
autorização conjugal, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa.
OBS: Também o Estado vem se tornando empresário para atender às finalidades que, por seus
aspectos econômicos, não se enquadram nas formas consagradas à atividade estatal clássica.
Mesmo assim, é importante lembrar que o DIREITO EMPRESARIAL é um ramo do direito privado,
regido pelas normas e princípios fundamentais deste (autonomia da vontade e igualdade).
Objetivos da Empresa
O primeiro objetivo da empresa é servir ao seu proprietário ou titular como fonte de lucro e, ao
mesmo tempo, de produção mas não é o único: esta também deve ter um objetivo Social,
independente do arbítrio de seu titular (proteção da “sociedade”).
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