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DIREITO EMPRESARIAL

Profa. Dra. Luma Cavaleiro de Macêdo Scaff


Professora Universidade Federal do Pará
Doutora em Direito Financeiro e Mestre em Direitos
Humanos pela Universidade de São Paulo
Advogada
Direito Comercial

ou

Direito Empresarial?
ASPECTOS HISTÓRICOS

 Primeira Fase – Fase Subjetiva

 Idade Média – Feudos – Cidades (Burgos) – Comércio –


“direitos locais” – descentralização do poder político
 Burguesia - figura do mercador
 Corporações de Ofício - Comerciantes e Artesãos – aplicação do Direito
por meio dos cônsules
 Regras apenas para Comerciantes e Artesãos
 Extremo Subjetivismo – Direito Classista ou Corporativo
 Direito a “a serviço dos comerciantes”
 Surge o Direito Comercial – usos e costumes e informalismo
 Grandes Expedições Marítimas – Cruzadas
ASPECTOS HISTÓRICOS
 Segunda Fase – Fase Objetiva – Teoria dos Atos de Comércio

 Revoluções:
 Inglesa (1688)
 Norte Americana (1776)
 Francesa 1789
 Pregavam a igualdade política, social e jurídica
 (1808) Code de Commerce – Napoleão Bonaparte
 Estados Nacionais – imposição do poder – centralização do poder

 Abandono do subjetivismo e do corporativismo. Substituição pela


objetividade dos atos legais de comércio.
 Alargamento do Campo de Incidência
 Novas atividades Mercantis e agentes econômicos

SEGUNDA FASE – FASE OBJETIVA – TEORIA DOS ATOS DE
COMÉRCIO
(1850) Código Comercial no Brasil

 Brasil – 1800 – colônia de Portugal – relações comerciais entre a


colônia e a metrópole - Aplicavam-se aqui as leis de Portugal, as
chamadas Ordenações do Reino (Ordenações Filipinas, Ordenações
Manuelinas, Ordenações Afonsinas).
 Mudança da D. João VI ao Brasil - Abertura dos portos às nações
amigas – fortalecimento do comércio – “Real Junta de Comércio,
Agricultura, Fábrica e Navegação”.
 Teoria dos Atos do Comércio (origem: sistema Francês).
Adotada no Brasil.
 Complexidade Capitalista
 Não conseguiu acompanhar a dinâmica econômica
 Prestação de serviços em massa e a Atividade Agrícola
 Objetivação do direito comercial

 Código Comercial – descrevia o comerciante como aquele que
praticava mercancia (art. 4)

 Regulamento 737 /1850 – definiu os atos de comércio ou atos de


mercancia – é a compra e venda ou troca de bens móveis ou
semoventes no atacado ou no varejo para revenda ou aluguel,
operações de banco, câmbio ou corretagem, expedição,
consignação e transporte de mercadorias , espetáculos públicos,
indústria, seguros, fretamento e quaisquer contratos relacionados
a comércio marítimo, além de armação e expedição de navios.

 Crítica: não englobava todas as situações porque incapaz


de acompanhar a dinâmica da atividade mercantil como
por exemplo: serviços em massa e atividades agrícolas.
(Atos Mistos)
SEGUNDA FASE – FASE OBJETIVA – TEORIA
DOS ATOS DE COMÉRCIO

 E assim ....

Assim é que, em 1804 e 1808, respectivamente, são


editados, na França, o Código Civil e o Código
Comercial. O direito comercial inaugura, então, sua
segunda fase, podendo-se falar agora em um sistema
jurídico estatal destinado a disciplinar as relações
jurídico-comerciais. Desaparece o direito comercial
como direito profissional e corporativista, surgindo em seu
lugar um direito comercial posto e aplicado
pelo Estado.
ASPECTOS HISTÓRICOS

SEGUNDA FASE – FASE OBJETIVA – TEORIA DOS ATOS DE


COMÉRCIO

Leis:
 Lei de Sociedades Anônimas (Lei n. 6.404/76)
 Toda Sociedade Anônima é Mercantil
 Leis relacionadas aos Títulos de Crédito
 Lei n. 5.474/68, Lei 7.357/85, e Outras
 Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90)
ASPECTOS HISTÓRICOS
 Terceira Fase – Teoria da Empresa

 Codice Civile Italiano – 1942 – Teoria da Empresa


 Atividade Empresarial – critério da empresarialidade
 Aquela desenvolvida profissionalmente e com habitualidade, seja por um empresário
individual, ou seja por uma sociedade empresária, de forma economicamente
organizada, voltada à produção ou circulação de mercadorias ou serviços.

 Empresário – desempenha a atividade empresarial

 Empresa – atividade profissional econômica e organizada voltada à obrigação de lucros.


Art. 2037 CC

 Código Civil 2002 (Lei n.10.406/2002)
 Teoria da Empresa
 Art. 2045 CC - Revoga a Primeira Parte do Cód. Com. 1850.
 Livro II CC – Arts. 966 a 1.195 – “direito de empresa”
 Cód. Com. 1850 – Ref. Comércio Marítimo (art. 457 a 796)
ASPECTOS HISTÓRICOS

 Segundo Período
 (1850) Código Comercial no Brasil
 Lei de Falências (Dec. Lei n. 7661/45)
 Art. 1º - Definia Falido o comerciante.

 Terceiro Período
 (1942) Itália – Codice Civil
 Teoria da Empresa
 O amparo do direito comercial recai sobre a atividade
empresarial.
ASSIM ...

 Período subjetivo – antigo – a “empresa” seria uma pessoa


 Idade média – comerciante é aquele inscrito em uma
corporação
 Período objetivo (ou patrimonial) – Teoria dos Atos de
Comércio
 Código Comercial: comerciante é definido por lei (França –
1808, Brasil – 1850)
 Período subjetivo – moderno – Teoria de Empresa
 Empresário é quem exerce atividade empresarial (Itália –
1942; Brasil – 2002)
FONTES
 Fontes do Direito Comercial:
 “[...] são as formas pelas quais surgem as normas jurídicas de natureza
comercial.” (Rubens Requião)

 Fontes Diretas ou Primárias


 Código Civil 2002 - Parte Especial
 Livro I – Contratos Mercantis e Títulos de Crédito
 Livro II – Direito de Empresa
 Leis Autônomas
 Lei n. 6.404/76 – Lei de Sociedades Anônimas
 Lei n. 8.934/94 – Lei de do Registro de Empresas
 Lei n. 9.279/96 – Lei da Propriedade Industrial
 Lei n. 4.595/64 – Lei sobre o Sistema Financeiro Nacional
 Lei n. 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor
FONTES

 Fontes Indiretas ou Secundárias


 Analogia
 Costumes
 Princípios Gerais do Direito

 Artigo 4º - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro


 “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia,
os costumes, e os princípios gerais do direito.”
 Autonomia
 É ramo do direito privado
 É disciplina autônoma

 Unificação do direito privado – unificação do direito


comercial e do direito civil – CC/02.

Art. 22. Compete privativamente à União


legislar sobre:

I - direito civil, COMERCIAL, penal,


processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
A EMPRESA – ALBERTO ASQUINI
 Código Civil italiano promoveu a unificação formal
do direito privado, disciplinando as relações civis e
comerciais num único diploma legislativo.

 Critério da empresarialidade – delimitação do


âmbito de incidência da legislação comercial.

 Empresa – fenômeno poliédrico


EMPRESA - FENÔMENO ECONÔMICO POLIÉDRICO
 04 perfis distintos:

a) o perfil subjetivo, pelo qual a empresa seria uma pessoa


(física ou jurídica), ou seja, o empresário;
b) o perfil funcional, pelo qual a empresa seria uma “particular
força em movimento que é a atividade empresarial dirigida a
um determinado escopo produtivo”, ou seja, uma atividade
econômica organizada;
c) o perfil objetivo (ou patrimonial), pelo qual a empresa seria
um conjunto de bens afetados ao exercício da atividade
econômica desempenhada, ou seja, o estabelecimento
empresarial;
d) o perfil corporativo, pelo qual a empresa seria uma
comunidade laboral, uma instituição que reúne o empresário
e seus auxiliares ou colaboradores, ou seja, “um núcleo
social organizado em função de um fim econômico comum”.
ESQUEMA DA EVOLUÇÃO MUNDIAL
ESQUEMA DA EVOLUÇÃO MUNDIAL
ESQUEMA DA EVOLUÇÃO MUNDIAL
EVOLUÇÃO NO BRASIL
DIREITO EMPRESARIAL

OBRIGADA !!!
Até a próxima aula.

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