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1- Introdução:

♦Origem e evolução histórica do direito comercial:

O Direito Comercial, portanto, nasceu na Idade Média, criado pelos comerciantes e


para os comerciantes. Aplicava-se somente àqueles que faziam parte (eram inscritos)
da corporação de mercadores, fundado essencialmente nos costumes da corporação.
Ato de comércio é a compra com intenção de revender. Nessa fase, o Direito
Comercial tinha por objeto, principalmente, estabelecer regras sobre os atos daqueles
que compravam para revender, ou seja, a atividade dos comerciantes.

♦Teoria dos atos do comércio (sistema francês):

R= A adoção da Teoria dos Atos de Comércio deu-se expressamente pelo Código de


Napoleão, em 1807. Este é o marco do tratamento jurídico da atividade mercantil por
meio da classificação dos atos praticados. No art. 1, define-se que os comerciantes
são aqueles que exercem os atos de comércio de modo profissional e habitual.

♦Direito comercial no Brasil:

A evolução do direito comercial no Brasil se inicia em 1808, com a chegada da


família real portuguesa e a abertura dos portos às nações amigas, que incrementou
o comércio na colônia, fazendo com que fosse criada a “Real Junta de Comércio,
Agricultura, Fábrica e Navegação, ” que dentre outros objetivos, tinha a possível
ideia de criar um direito comercial brasileiro.

♦Brasil império - lei da boa razão:

R= Em 18 de agosto de 1769, promulgou-se a Lei da Boa Razão, a qual cuidava de


um problema elementar, o das fontes do direito. Apesar de a monarquia nacional
portuguesa já estar consolidada há séculos, a questão das fontes do direito
permanecia problemática, em virtude da força de que dispunha o direito subsidiário,
composto por elementos como o direito canônico e o direito romano. A existência de
uma consolidação de leis, as Ordenações Filipinas (1603), e de uma infinidade de
normas esparsas não era suficiente para sanar todas as divergências e conflitos na
aplicação das leis.

♦Código comercial – 1850:

R= O Código Comercial representava os interesses da classe mercantil e sua


aprovação, em 1850, revela “as articulações entre as instituições estatais e uma
burguesia em formação, que ganhava espaço e possibilidade de participação em
alguns processos decisórios do governo”.
Código de 1850 ainda é
vigente (Código empresarial)
♦Teoria da empresa - sistema italiano:

A Teoria da Empresa é utilizada para identificar o empresário e a atividade


empresarial, baseando a aplicação de normas específicas para estes atores
jurídicos. Surgiu no direito brasileiro com Código Civil de 2002, fruto das contínuas
transformações comerciais. A superação da Teoria dos Atos de Comércio decorre,
majoritariamente, da unificação dos direitos civil e comercial (unificação do
direito privado), na Itália, em 1942. A intenção dos legisladores italianos com a
adoção da Teoria da Empresa era de que o arcabouço jurídico especializado fosse
aplicado a todas as formas de atividade econômica. Assim, a empresa surge como
uma relação entre a atividade econômica, a organização, a alocação de trabalho e
os riscos, merecendo tratamento legislativo e judicial diferenciado. A partir desse
momento histórico, portanto, não mais se observava uma lista de atividades que
caracterizariam ou não a aplicabilidade de normas especiais, mas sim o contexto
econômico da atividade.
2 - Autonomia do direito comercial:
• Didática: Disciplina obrigatória nos cursos de direito (Resolução nº 09 de 2004 do
MEC não é para todos.
• Formal: Possui legislação específica (art. 22, I da Constituição Federal, LSA e
LFRE).

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,


espacial e do trabalho;

• Substancial ou jurídica: Aplica-se a determinados sujeitos (Art. 966 do CC e art. 1º


da LFRE)
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

3- Principais características do direito empresarial:


• cosmopolitismo: O Direito empresarial é cosmopolita. O seu cosmopolitismo
decorre da sua transcendência sobre os limites territoriais dos Estados.

• Informalismo: A atividade empresarial é essencialmente informal. A informalidade


é uma necessidade para a dinâmica das relações empresariais. Os entraves
burocráticos, sobretudo pelo excesso de regulamentação normativa representam
fatores impeditivos ao desenvolvimento célere das atividades econômicas. Assim,
embora seja indispensável a existência de normas que orientem o exercício da
empresa é preciso que o Direito Empresarial reconheça a necessidade da
intervenção mínima do Estado nas atividades empresariais.

• Fragmentarismo: O Direito Empresarial é fragmentado. A fragmentaridade é uma


característica das disciplinas que são subdivididas em ramos. São ramos distintos do

PJ →empresários


Direito Empresarial, o Direito Societário, o Direito Falimentar, o Direito Cambial, entre
outros.

4- Relações do direito empresarial com demais Ramos do direito:


R= Civil, penal, ambiental, administrativo, trabalhista, tributário

5- Fontes do direito empresarial


•Formais primárias: Código comercial e Leis, tratados e regulamentos
• Formais secundárias: lei civil, usos e costumes, jurisprudência, analogia e
princípios gerais do direito

6- Conceito de empresa
• Objetivo do direito (sinônimo de autoridade)

1- Conceito de empresário – art 966, cc


Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

a) Profissionalismo:
• Habitualidade: dia-dia
• Pessoalidade: algo pessoal
• Monopólio das informações: detém informações, fala com propriedade com seus
consumidores
b) Atividade  sinônimo de empresa (empreendimento). Quem exerce essa atividade
de forma profissional exerce empresa porque sua finalidade é o lucro.
c) Econômica: finalidade de lucro
d) Organizada:
• Fatores de produção:  capital  tecnologia  mão de obra
e) Produção de bens ou serviços: as atividades são realizadas para produzir bens
ou serviços
f) Circulação de bens ou serviço: apenas para circulação ex: loja de roupas ex:
provedor de internet.
2- Atividade econômica civil
a) Os que não se enquadram no conceito legal de empresário.

b) Profissionais intelectuais parágrafo único, art. 966 *quando o critério


personalista some, torna-se empresa.
• Elemento de empresa
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de empresa.

c) Cooperativas – art. 982, parágrafo único * as atividades cooperativas sempre


serão civis, por não obter lucro. \
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto
o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as
demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por
ações; e, simples, a cooperativa.

3- Empresário rural- Ele possui uma escolha entre ser empresário ou exercer
atividade civil.
 Art. 971. cc O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão,
pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos,
requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede,
caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao
empresário sujeito a registro.

4- Requisitos para o exercício da empresa


a) Capacidade – art.4cc e 972. cc
* menor empresário: o menor não pode iniciar uma empresa, apenas dar
continuidade por sucessão. Ele pode ser sócio de uma sociedade, precisa
ser sócios com responsabilidade limitada.

Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;

IV - os pródigos.

Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade
civil e não forem legalmente impedidos.

*O relativamente capaz é assistido e o absolutamente capaz representado


b) Proibidos de exercer (ser empresário, mas podem ser sócios que não
administre, ter ações)
• Funcionários públicos
• Militares
• Auxiliares do empresário (leiloeiro, representantes comerciais,
contadores)
• Falido
• Estrangeiro: quando depende de atividade de autorização. Extração,
comunicação
*Existe diferença entre as atividades economias empresariais e civis.

♦ 1.Registro publico do empresário:

 Obrigação – art 967, cc


*para ser empresário não precisa ter registro, tem no caso um empresário irregular
 Juntas comerciais: organiza e armazena os registros das empresas, e
como citamos acima, ela também é responsável pela abertura de
empresas. É um órgão do estado.
* o registro é obrigatório para a regularidade da empresa.

♦ 1.1. Atos do registro da empresa

a) matrícula: refere-se apenas a funcionários de atividades que deverão estar


cadastrados na junta comercial. São o caso de leiloeiros, administradores de
armazéns, interpretes e algumas outras atividades específicas.
b) arquivamento: relacionado a vida comercial, todas as informações da empresa
estão nos arquivamentos
c) autenticação: documentação original
* Se em 10 anos o empresário não realizar nenhum desses registros, a junta
comercial envia uma notificação para averiguar o motivo da não manifestação.
Respondendo que não está mais ativo ou não responder, ocorre o cancelamento
do registro e a perda da proteção do nome empresarial. Se ele não se manifesta e
continua ativo, ele continua sendo um empresário, porém irregular pela falta de
registro.

♦ 2. Obrigações comuns dos empresários (durante a atividade comercial)

a) seguir sistema de contabilidade (responsável técnico que assina e responde


pelo sistema, um contador)
b) levantar anualmente o balaço patrimonial e os resultados econômicos (contador
precisa fazer esse levantamento)
c) fazer registrar todos os documentos
* Para que o livro diário tenha valor de prova, precisa ser autenticado pela junta
comercial
* O contador é indispensável para que o funcionário cumpra com suas devidas
obrigações
d) conservar em boa guarda a escrituração

♦ 2.1. Função

a) probatória (ser usado para provar algo)


b) organizacional (publicidade)
* Todos esses documentos da junta comercial são públicos.

♦ 3. Nome empresarial

a) conceito: usado para a identificação do empresário


b) diferença= marca: identifica o produto ou serviços / título do estabelecimento:
identifica o todo.

♦ 3.1. Espécies de nome empresarial

a) firma ou razão: formado pelo nome pessoal do empresário ou dos sócios


* quem possui responsabilidade ilimitada, só podem usar firma para registro. A
dívida pode ser paga por coisas pessoais.
* como formar nome firma – pesquisar
*nome empresarial relata a realidade.
b) denominação só se usa as sociedades com responsabilidade limitada
* não se usa nome, usa-se elemento fantasia, ou indica a atividade desenvolvida
*pode-se mudar o nome empresarial

♦ 3.2. Proteção de nível estadual

♦ 4. Estabelecimento empresarial

a) conceito art 1142, cc


b) locação empresarial (lei 8245/91) –
 empresário regular
 Contrato escrito c prazo mínimo de 5 anos sendo 3 mesmo ramo
 Pedido 6 meses antes do vencimento
1- Renovação compulsória
2- Exceção:
 Uso próprio
 Proposta melhor de terceiro
 Reforma substancial
 P ascendente e descendente – 1 ano

Alienaçào do estabelecimento empresarial


- Trepasse  transferência da universalidade de bens (materiais/imateriais) venda do
estabelecimento empresarial
1. Responsabilidades: art 1145 e 1146
a) Adquirente assume os débitos existentes a época do negócio (esses débitos tem
que estar contabilizado para que ele tenha ciência do debito)
b) Solidariedade pelo pagamento: o alienante fica responsável mas pode ser cobrado
tanto pelo alienante quanto pelo adquirente. O adquirente pode pagar mas ele tem
direito ao regresso (cobrar posteriormente a parte do outro).
01 ano  divida civil
02 anos  débitos trabalhistas
03 anos  débitos tributários
2. Denuncia do contrato – art 1148
- 90 dias da publicação
*qualquer pessoa pode descordar da venda, por esse prazo
3. Requisitos para a validade
A) publicação da venda B) averbação na junta comercial
*se não for publicado, continua no nome do adquirente e do alienador

PROPRIEDADE INDUSTRIAL
1) Lei 9279/96  Protege a propriedade industrial imaterial
2) Instituto nacional da propriedade industrial  inpi
*confere titularidade ao que é usado exclusividade

3) Bens integrantes da propriedade industrial

A) Invenção: a pessoa que inventou trabalha com exclusividade em cima


daquilo inventado
B) Modelo de utilidade: melhoramento daquilo que existe ou uma pequena
invenção
C) Marca
D) Desenho industrial (designer)
4. Distinção entre: Direito industrial e direito autoral esta relacionado a questões literais
e artísticas, esta protegido no direito civil, registra-se em cartório
5. Patenteabilidade (titulo que é dado pelo inpi como exclusividade)
a) Invenção
b) Modelo de utilidade
5.1 – Requisitos
 novidade (mesmo que não tenha patente, não pode ser um melhoramento, tem
que ser algo novo)
 Atividade inventiva (original): os tecnicos do inpi vão verificar mundialmente se
isso existe ou não
 Aplicação industrial é quando o bem é passível de industrialização
5.2 Não são panteáveis – art 18, LPI
5.3 prazo: o prazo da patente é improrrogável
a) invenção: trabalha–se com exclusividade 20 anos a contar do deposito não
podendo ser superior a 10 anos ( se a inpi demorou 11 anos para analisar, 10 anos no
mínimo trabalha-se com exclusividade).
b) modo de utilidade: 15 anos – não podendo ser superior a 7 anos
*quebra de patente, coquetel da AIDS senador jose serra, quando há beneficio para a
coletetividade
6. Registro industrial

6.1 Desenho industrial (design): é uma forma plastica ornamental, é a prática


profissional de desenvolvimento de produtos, dispositivos e serviços
manufaturados com atenção especial ao formato e à função.
a) Requisitos
 Novidade – art 96 – precisa ser algo novo
 Originalidade – art 97 – original
 Desimpedimento – art 100 – um formato que não pode agredir ao ético, que
não denigre imagens
b) Prazo do registro
* 10 anos – prorrogáveis por + 3 periodos de 5 anos – pode-se usar com exclusividade
por um período de 10 anos, antes de atingir os 10 anos, faz um requerimento de 5
anos e assim por diante.
6.2 Marca (tudo aquilo de identifica produto ou serviço)
a) Requisitos:
 Novidade relativa (a palavra ou o desenho já existe gol carro e gol serviços aereos)
 Não colidência com a marca notória (art 124) – marca conhecida por mais que
não tenha registro, não há como registrar para ganhar em cima
 Não impedimento (não pode ir contra a moral, bons costumes)
b) Efeitos da exclusividade: para cada seguimento, há uma exclusividade, pode existir
uma marca gol para veículos e a gol para serviçoes aéreos
 regra geral
 Marca de alta renome (art 125) (é necessário solicitar a exclusividade INPI) –
nem o poder judiciário modifica uma decisão do INPI
c) Especies de marca
 marca de certificação (selo de qualidade)
 Marca coletiva (art 123 ll e lll) – pertence a entidade ou é filiado/associado –
nestle
d) Prazo de registro da marca – 10 anos (prorrogáveis infinitamente) – coca cola

7. Convenção de Paris – A Convenção da União de Paris para proteção da propriedade


industrial teve seu início sob a forma de ante-projeto, redigido em uma Conferência
Diplomática realizada em Paris no ano de 1880. Nova conferência foi convocada em 6 de
março de 1883, para aprovação definitiva do texto, que entrou em vigor um mês depois do
depósito de instrumentos de ratificação, em 7 de julho de 1883. O presidente da conferência
de 1880 pronunciou frase histórica: "Nós escrevemos o prefácio de um livro que vai se abrir e
que não será fechado se não após longos anos". Desde o começo, a Convenção previa em seu
art. 14, a celebração de conferências periódicas de revisão a fim de introduzir no texto original,
instrumentos destinados a aperfeiçoar o sistema da união à luz da experiência obtida em sua
aplicação prática. Várias foram as modificações introduzidas no texto de 1883 através de 7
revisões. Na primeira, em Roma, os atos assinados não foram ratificados por nenhum país.
Seguiram-se as Revisões de Bruxelas (1900), Washington (1911), Haia (1925), Londres (1934),
Lisboa (1958) e Estocolmo (1967). O Brasil, país signatário original, aderiu à Revisão de
Estocolmo em 1992.

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