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EMPRESARIAL souzamuh@hotmail.com
1 – TÓPICOS DO CONTEÚDO
I – Objeto e fontes do direito empresarial;
II – Teoria da empresa;
III – Conceito de empresário;
IV – Atividades econômicas civis;
V – Empresário individual e empresa individual de responsabilidade limitada.
As organizações em que se produzem os bens e serviços necessários ou úteis à vida humana são
resultado da ação dos empresários, ou seja, nascem do aporte de capital – próprio ou alheio –,
compra de insumos, contratação de mão de obra e desenvolvimento ou aquisição de tecnologia
que realizam;
Quando alguém com vocação para essa atividade identifica a chance de lucrar, atendendo à
demanda de quantidade considerável de pessoas – quer dizer, uma necessidade, utilidade ou
simples desejo de vários homens e mulheres –, na tentativa de aproveitar tal oportunidade, ele
deve estruturar uma organização que produza a mercadoria ou serviço correspondente, ou que os
traga aos consumidores;
2 – OBJETO O DIREITO EMPRESARIAL
ATENÇÃO: Estruturar a produção ou circulação de bens ou serviços significa reunir os
recursos financeiros (capital), humanos (mão de obra), materiais (insumo) e
tecnológicos que viabilizem oferecê-los ao mercado consumidor com preços e
qualidade competitivos.
O RISCO DA ATIVIDADE Por mais cautelas que adote o empresário, por mais seguro que esteja
EMPRESARIAL; do potencial do negócio, os consumidores podem simplesmente não se
interessar pelo bem ou serviço oferecido. Diversos outros fatores
inteiramente alheios à sua vontade – crises políticas ou econômicas no
Brasil ou exterior, acidentes ou deslealdade de concorrentes, por
exemplo – podem também obstar o desenvolvimento da atividade;
Nesses casos, todas as expectativas de ganho se frustram e os recursos investidos se perdem. Não
há como evitar o risco de insucesso, inerente a qualquer atividade econômica;
2 – OBJETO O DIREITO EMPRESARIAL
CONCEITO O Direito Comercial cuida do exercício dessa atividade econômica organizada
de fornecimento de bens ou serviços, denominada empresa. Seu objeto é o
estudo dos meios socialmente estruturados de superação dos conflitos de
interesses envolvendo empresários ou relacionados as empresas que eles
exploram.
As leis e a forma pela qual são interpretadas pela jurisprudência e doutrina, os valores
prestigiados pela sociedade, bem assim o funcionamento dos aparatos estatal e paraestatal, na
superação desses conflitos de interesses, formam o objeto da disciplina;
Trata-se do ramo jurídico voltado às questões próprias dos empresários ou das empresas; à
maneira como se estrutura a produção e negociação dos bens e serviços de que todos precisamos
para viver;
Foi a intensificação das trocas pelos comerciantes que despertou em algumas pessoas o interesse
de produzirem bens de que não necessitavam diretamente; bens feitos para serem vendidos e não
para serem usados por quem os fazia. É o início da atividade que, muito tempo depois, será
chamada de fabril ou industrial;
3 – COMÉRCIO E EMPRESA
SURGIMENTO Nas corporações de ofício, como expressão dessa autonomia, foram
HISTÓRICO paulatinamente surgindo normas destinadas a disciplinar as relações entre os
seus filiados. Na Era Moderna, estas normas pseudossistematizadas serão
chamadas de Direito Comercial. Nesta sua primeira fase de evolução, ele é o
direito aplicável aos membros de determinada corporação dos comerciantes. Os
usos e costumes de cada praça ou corporação tinham especial importância na
sua aplicação.
No início do século XIX, na França, Napoleão, com a ambição de regular a totalidade das relações
sociais, patrocina a edição de dois monumentais diplomas jurídicos: o Código Civil (1804) e o
Comercial (1808);
A delimitação do campo de incidência do Código Comercial era feita, no sistema francês, pela
teoria dos atos de comércio. Sempre que alguém explorava atividade econômica que o direito
considera ato de comércio (mercancia), submetia-se às obrigações do Código Comercial;
3 – COMÉRCIO E EMPRESA
Uma vez ultrapassados os condicionantes econômicos, políticos e históricos que ambientaram a
teoria dos atos de comércio, ela acabou revelando suas insuficiências como critério para delimitar
o objeto do Direito Comercial.
Na maioria dos países em que foi adotada, a teoria experimentou ajustes que, em certo sentido,
a desnaturaram.;
A insuficiência da teoria dos atos do comércio forçou o surgimento de outro critério identificador
do âmbito de incidência do Direito Comercial: a teoria da empresa;
4 – TEORIA DA EMPRESA
CONCEITO O Direito Comercial, em sua terceira etapa evolutiva, deixa de cuidar de
determinadas atividades (as de mercancia) e passa a disciplinar uma forma
específica de produzir ou circular bens ou serviços, a empresarial.
Surgiu em 1942, na Itália, e tem como principal característica o fato de alargar o âmbito de
incidência do Direito Comercial, passando as atividades de prestação de serviços e ligadas à terra
a se submeterem às mesmas normas aplicáveis às comerciais, bancárias, securitárias e industriais.
Chamou-se o novo sistema de disciplina das atividades privadas de teoria da empresa;
Altera o critério de delimitação do objeto do Direito Comercial – que deixa de ser os atos de
comércio e passa a ser a empresarialidade –, mas não suprime a dicotomia entre o regime jurídico
civil e comercial;
Assim, de acordo com o Código Civil, continuam excluídas da disciplina juscomercialista algumas
atividades econômicas. São atividades civis, cujos exercentes não podem, por exemplo, requerer a
recuperação judicial, nem falir;
a) Aqueles que não se enquadram no conceito legal de empresário;
HIPÓTESES ATIVIDADES
ECONÔMICAS CIVIS b) Profissional intelectual; c) Empresário rural; d) Cooperativas;
A) NÃO SE ENQUADRA NO CONCEITO LEGAL
CONCEITO Trata-se da hipótese em que alguém presta serviços diretamente, mas não
organiza uma empresa (não tem empregados, por exemplo), mesmo que o faça
profissionalmente (com intuito lucrativo e habitualidade); neste caso não é
considerado empresário e o seu regime será o civil.
ATENÇÃO: EXCEÇÃO = Há uma exceção, prevista no mesmo dispositivo legal, em que o profissional
intelectual se enquadra no conceito de empresário. Trata-se da hipótese em que o exercício da
profissão constitui elemento de empresa;
Há, portanto, duas naturezas distintas de exploração da atividade, uma mais profissional e outra
diretamente relacionada ao vínculo com a terra, mas também com fins lucrativos;
C) EMPRESÁRIO RURAL
Se ele requerer sua inscrição no registro das empresas (Junta
Comercial), será considerado empresário e submeter-se-á às
Atento a esta realidade normas de Direito Comercial. Esta deve ser a opção do
(dois grandes modelos de agronegócio;
exploração de certa
atividade econômica), o
Código Civil reservou para
o exercente de atividade Caso, porém, não requeira a inscrição neste registro, não se
rural um tratamento considera empresário e seu regime será o do Direito Civil. Esta
específico (art. 971): última deverá ser a opção predominante entre os titulares de
negócios rurais familiares;
D) COOPERATIVAS
CONCEITO = As cooperativas são sociedades de pessoas,
Fundamento Legal: Lei 5.764/71 com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não
e nos arts. 1.093 a 1.096 do CC; sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos
associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas
características de funcionamento e fim para o qual são
criadas;
O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, PODE requerer inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará
equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
OBS: Aplica-se o mesmo benefício à associação que desenvolva atividade futebolística em caráter
habitual e profissional, caso em que, com a inscrição, será considerada empresária, para todos os
efeitos.
6 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
CONCEITO Trata-se da pessoa física que explora a atividade empresarial; Os empresários
individuais exploram os negócios rudimentares e marginais, muitas vezes de
ambulantes. Dedicam-se a atividades como varejo de produtos estrangeiros
adquiridos em zonas francas (sacoleiros), confecção de bijuterias, de doces para
restaurantes ou bufês, quiosques de miudezas em locais públicos, bancas de
frutas ou pastelarias em feiras semanais etc.
ATENÇÃO: Os sócios da sociedade empresária não são empresários. Quando pessoas (naturais)
unem seus esforços para, em sociedade, ganharem dinheiro com a exploração empresarial de uma
atividade econômica, elas não se tornam empresárias. A sociedade por elas constituída (uma pessoa
jurídica com personalidade autônoma, sujeito de direito independente) é que será empresária, para
todos os efeitos legais. Os sócios da sociedade empresária são empreendedores ou investidores;
OBS: As regras que são aplicáveis ao empresário individual não se aplicam aos sócios da sociedade
empresária;
6 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
OBS: O empresário individual tem CNPJ por uma única finalidade: para que ele tenha o mesmo
tratamento tributário que a pessoa jurídica;
OBS: Não têm capacidade para exercer empresa, portanto, os menores de 18 anos não
emancipados, ébrios habituais, viciados em tóxicos, os que não puderem exprimir a vontade, os
pródigos, e, nos termos da legislação própria, os indígenas;
6 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
LEMBRE-SE: Menor emancipado pode exercer a atividade como o maior;
ATENÇÃO: Menor não emancipado pode continuar uma atividade empresarial antes exercida pelos
seus pais; Trata-se de regra de preservação da empresa, na qual já estava em atividade e será
mantida pelo menor (art. 974 do Código Civil);
Exceção ao princípio da unidade patrimonial = art. 974, §2° CC - o menor que possuir bens antes;
6 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
É possível realizar a desconsideração da personalidade jurídica em se tratando de empresa
individual? R= Se o empresário individual não é pessoa jurídica não há que se falar em
desconsideração da personalidade jurídica. Não existe personalidade jurídica. Não dá para
desconsiderar aquilo que não existe. Só há desconsideração para a sociedade empresária, ela sim,
pessoa jurídica;
O capital social representa, grosso modo, o montante de recursos que os sócios disponibilizam para
a constituição da sociedade. De fato, para existir e dar início às suas atividades, a pessoa jurídica
necessita de dinheiro ou bens, que são providenciados pelos que a constituem;
A sociedade limitada tem como representante legal o administrador, que é escolhido e substituído
pela maioria societária qualificada (unanimidade, três quartos, dois terços ou mais da metade do
capital social);
8 – EIRELI OU UNIPESSOAL?
CONCEITO A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada é uma modalidade de
EIRELI empresa que é formada por um único sócio, ou seja, pelo próprio empresário
que deseja abrir um negócio e ser o único dono.
Atualmente, quem deseja instituir uma pessoa jurídica empresária sem admitir outras pessoas como
sócias deve se valer da sociedade limitada unipessoal;
9 – PREPOSTOS DO EMPRESÁRIO
Fundamento Legal Art. 1.169 a 1.178 do Código Civil;
Seja como empregado pelo regime do Direito do Trabalho (CLT) ou como representante, autônomo
ou pessoal terceirizado vinculados por contrato de prestação de serviços, vários trabalhadores
desempenham tarefas sob a coordenação do empresário. Para efeitos do direito das obrigações,
esses trabalhadores, independentemente da natureza do vínculo contratual mantido com o
empresário, são chamados prepostos;
OBS: Está o preposto proibido de concorrer com o seu preponente; Quando o faz, sem autorização
expressa, responde por perdas e danos.
Dois prepostos têm sua atuação referida especificamente no Código Civil: o gerente e o contabilista: