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UNIDADE II – ATIVIDADE Prof.

Murilo Oliveira Souza

EMPRESARIAL souzamuh@hotmail.com
1 – TÓPICOS DO CONTEÚDO
I – Objeto e fontes do direito empresarial;
II – Teoria da empresa;
III – Conceito de empresário;
IV – Atividades econômicas civis;
V – Empresário individual e empresa individual de responsabilidade limitada.

• Apresentar conceitos introdutórios sobre a disciplina;


OBJETIVO DA • Investigar a perspectiva teórica acerca da teoria da
UNIDADE empresa;
• Compreender a dimensão das atividades econômicas e
a importância da sua compreensão;
2 – OBJETO O DIREITO EMPRESARIAL
PRESSUPOSTO DA A atividade dos empresários pode ser vista como a de articular os
ATIVIDADE EMPRESÁRIA fatores de produção, que no sistema capitalista são quatro:
capital, mão de obra, insumo e tecnologia.

As organizações em que se produzem os bens e serviços necessários ou úteis à vida humana são
resultado da ação dos empresários, ou seja, nascem do aporte de capital – próprio ou alheio –,
compra de insumos, contratação de mão de obra e desenvolvimento ou aquisição de tecnologia
que realizam;

Quando alguém com vocação para essa atividade identifica a chance de lucrar, atendendo à
demanda de quantidade considerável de pessoas – quer dizer, uma necessidade, utilidade ou
simples desejo de vários homens e mulheres –, na tentativa de aproveitar tal oportunidade, ele
deve estruturar uma organização que produza a mercadoria ou serviço correspondente, ou que os
traga aos consumidores;
2 – OBJETO O DIREITO EMPRESARIAL
ATENÇÃO: Estruturar a produção ou circulação de bens ou serviços significa reunir os
recursos financeiros (capital), humanos (mão de obra), materiais (insumo) e
tecnológicos que viabilizem oferecê-los ao mercado consumidor com preços e
qualidade competitivos.

O RISCO DA ATIVIDADE Por mais cautelas que adote o empresário, por mais seguro que esteja
EMPRESARIAL; do potencial do negócio, os consumidores podem simplesmente não se
interessar pelo bem ou serviço oferecido. Diversos outros fatores
inteiramente alheios à sua vontade – crises políticas ou econômicas no
Brasil ou exterior, acidentes ou deslealdade de concorrentes, por
exemplo – podem também obstar o desenvolvimento da atividade;

Nesses casos, todas as expectativas de ganho se frustram e os recursos investidos se perdem. Não
há como evitar o risco de insucesso, inerente a qualquer atividade econômica;
2 – OBJETO O DIREITO EMPRESARIAL
CONCEITO O Direito Comercial cuida do exercício dessa atividade econômica organizada
de fornecimento de bens ou serviços, denominada empresa. Seu objeto é o
estudo dos meios socialmente estruturados de superação dos conflitos de
interesses envolvendo empresários ou relacionados as empresas que eles
exploram.

As leis e a forma pela qual são interpretadas pela jurisprudência e doutrina, os valores
prestigiados pela sociedade, bem assim o funcionamento dos aparatos estatal e paraestatal, na
superação desses conflitos de interesses, formam o objeto da disciplina;

Trata-se do ramo jurídico voltado às questões próprias dos empresários ou das empresas; à
maneira como se estrutura a produção e negociação dos bens e serviços de que todos precisamos
para viver;

OBS: A CF/88 emprega a terminologia direito comercial (Art. 22, I da CF/88);


2 – FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL
Princípios e regras da Constituição Federal aplicáveis;

O Código Comercial, o Código Civil, bem como tratados e


convenções sobre matéria empresarial;

Normas-princípio expressamente enunciadas, como a função social


FONTES DIREITO
do contrato e a preservação da empresa;
EMPRESARIAL

As regras prescritas pelos decretos, instruções e regulamentos


editados pelas autoridades competentes;

As normas provenientes de autorregulação e as consuetudinárias;


3 – COMÉRCIO E EMPRESA
Esta atividade de fins econômicos, o comércio, expandiu-se com extraordinário vigor. Graças a
ela, estabeleceram-se intercâmbios entre culturas distintas, desenvolveram-se tecnologias e meios
de transporte, fortaleceram-se os Estados, povoou-se o planeta de homens e mulheres; mas,
também, em função do comércio, foram travadas guerras, escravizaram-se povos, recursos
naturais se esgotaram.

Com o processo econômico de globalização desencadeado após o fim da Segunda Guerra


Mundial (na verdade, o último conflito bélico por mercados coloniais), o comércio procura
derrubar as fronteiras nacionais que atrapalham sua expansão;

Foi a intensificação das trocas pelos comerciantes que despertou em algumas pessoas o interesse
de produzirem bens de que não necessitavam diretamente; bens feitos para serem vendidos e não
para serem usados por quem os fazia. É o início da atividade que, muito tempo depois, será
chamada de fabril ou industrial;
3 – COMÉRCIO E EMPRESA
SURGIMENTO Nas corporações de ofício, como expressão dessa autonomia, foram
HISTÓRICO paulatinamente surgindo normas destinadas a disciplinar as relações entre os
seus filiados. Na Era Moderna, estas normas pseudossistematizadas serão
chamadas de Direito Comercial. Nesta sua primeira fase de evolução, ele é o
direito aplicável aos membros de determinada corporação dos comerciantes. Os
usos e costumes de cada praça ou corporação tinham especial importância na
sua aplicação.

No início do século XIX, na França, Napoleão, com a ambição de regular a totalidade das relações
sociais, patrocina a edição de dois monumentais diplomas jurídicos: o Código Civil (1804) e o
Comercial (1808);

A delimitação do campo de incidência do Código Comercial era feita, no sistema francês, pela
teoria dos atos de comércio. Sempre que alguém explorava atividade econômica que o direito
considera ato de comércio (mercancia), submetia-se às obrigações do Código Comercial;
3 – COMÉRCIO E EMPRESA
Uma vez ultrapassados os condicionantes econômicos, políticos e históricos que ambientaram a
teoria dos atos de comércio, ela acabou revelando suas insuficiências como critério para delimitar
o objeto do Direito Comercial.

Na maioria dos países em que foi adotada, a teoria experimentou ajustes que, em certo sentido,
a desnaturaram.;

A insuficiência da teoria dos atos do comércio forçou o surgimento de outro critério identificador
do âmbito de incidência do Direito Comercial: a teoria da empresa;
4 – TEORIA DA EMPRESA
CONCEITO O Direito Comercial, em sua terceira etapa evolutiva, deixa de cuidar de
determinadas atividades (as de mercancia) e passa a disciplinar uma forma
específica de produzir ou circular bens ou serviços, a empresarial.

Surgiu em 1942, na Itália, e tem como principal característica o fato de alargar o âmbito de
incidência do Direito Comercial, passando as atividades de prestação de serviços e ligadas à terra
a se submeterem às mesmas normas aplicáveis às comerciais, bancárias, securitárias e industriais.
Chamou-se o novo sistema de disciplina das atividades privadas de teoria da empresa;

CONTEXTO HISTÓRICO = surge no âmbito do fascismo italiano; A empresa, no ideário fascista,


representa justamente a organização em que se harmonizam as classes em conflito. Vale notar que
Asquini, um dos expoentes da doutrina comercialista italiana, ao tempo do governo fascista,
costumava apontar como um dos perfis da empresa o corporativo, em que se expressava a
comunhão dos propósitos de empresário e trabalhadores.
4 – TEORIA DA EMPRESA
Como destacado anteriormente, o Código Comercial de 1850 (cuja primeira
NO BRASIL
parte é revogada com a entrada em vigor do Código Civil de 2002 – art.
2.045) sofreu forte influência da teoria dos atos de comércio.
As defasagens entre a teoria dos atos de comércio e a realidade disciplinada pelo Direito
Comercial – sentidas especialmente no tratamento desigual dispensado à prestação de serviços,
negociação de imóveis e atividades rurais – e a atualidade do sistema italiano de bipartir o direito
privado começam a ser apontadas na doutrina brasileira nos anos 1960.;
Em 1975 foi editado um projeto de código civil que adotava a teoria da empresa como pressuposto
teórico, mas só viria a ser aprovado em 2002;
Enquanto o projeto não fora aprovado, a doutrina comercialista já desenvolvia suas reflexões à luz
da teoria da empresa e alguns juízes começaram a decidir processos desconsiderando o conceito de
atos de comércio – embora fosse este ainda o do direito positivo (pois vigorava a parte primeira do
Código Comercial);
4.1 – ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
A teoria da empresa não acarreta a superação da bipartição do direito privado, que o legado
jurídico de Napoleão tornou clássica nos países de tradição romana;

Altera o critério de delimitação do objeto do Direito Comercial – que deixa de ser os atos de
comércio e passa a ser a empresarialidade –, mas não suprime a dicotomia entre o regime jurídico
civil e comercial;

Assim, de acordo com o Código Civil, continuam excluídas da disciplina juscomercialista algumas
atividades econômicas. São atividades civis, cujos exercentes não podem, por exemplo, requerer a
recuperação judicial, nem falir;
a) Aqueles que não se enquadram no conceito legal de empresário;
HIPÓTESES ATIVIDADES
ECONÔMICAS CIVIS b) Profissional intelectual; c) Empresário rural; d) Cooperativas;
A) NÃO SE ENQUADRA NO CONCEITO LEGAL
CONCEITO Trata-se da hipótese em que alguém presta serviços diretamente, mas não
organiza uma empresa (não tem empregados, por exemplo), mesmo que o faça
profissionalmente (com intuito lucrativo e habitualidade); neste caso não é
considerado empresário e o seu regime será o civil.

Código civil, Art. 966. Considera-se empresário quem exerce


profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.;

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce


profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de empresa.
B) PROFISSIONAL INTELECTUAL
CONCEITO São os profissionais que exploram, portanto, atividades econômicas civis, não
sujeitas ao Direito Comercial. Entre eles se encontram os profissionais liberais
(advogado, médico, dentista, arquiteto etc.), os escritores e artistas de qualquer
expressão (plásticos, músicos, atores etc.).

Fundamento legal = Não se considera empresário o exercente de profissão intelectual, de


Parágrafo único do natureza científica, literária ou artística, mesmo que contrate
art. 966 do CC; empregados para auxiliá-lo em seu trabalho;

ATENÇÃO: EXCEÇÃO = Há uma exceção, prevista no mesmo dispositivo legal, em que o profissional
intelectual se enquadra no conceito de empresário. Trata-se da hipótese em que o exercício da
profissão constitui elemento de empresa;

Ex: Consultório X Clínica X Hospital; [ELEMENTO CENTRAL = INDIVIDUALIDADE DO PROFISSIONAL]


C) EMPRESÁRIO RURAL
CONCEITO Atividade econômica rural é a explorada normalmente fora da cidade. São
rurais, por exemplo, as atividades econômicas de plantação de vegetais
destinadas a alimentos, fonte energética ou matéria-prima (agricultura,
reflorestamento), a criação de animais para abate, reprodução, competição ou
lazer (pecuária, suinocultura, granja, equinocultura) e o extrativismo vegetal
(corte de árvores), animal (caça e pesca) e mineral (mineradoras, garimpo).

As atividades rurais, no Brasil, são exploradas em dois tipos radicalmente diferentes de


organizações econômicas. Tomando-se a produção de alimentos, por exemplo, encontra-se na
economia brasileira, de um lado, a agroindústria (ou agronegócio) e, de outro, a agricultura
familiar;

Há, portanto, duas naturezas distintas de exploração da atividade, uma mais profissional e outra
diretamente relacionada ao vínculo com a terra, mas também com fins lucrativos;
C) EMPRESÁRIO RURAL
Se ele requerer sua inscrição no registro das empresas (Junta
Comercial), será considerado empresário e submeter-se-á às
Atento a esta realidade normas de Direito Comercial. Esta deve ser a opção do
(dois grandes modelos de agronegócio;
exploração de certa
atividade econômica), o
Código Civil reservou para
o exercente de atividade Caso, porém, não requeira a inscrição neste registro, não se
rural um tratamento considera empresário e seu regime será o do Direito Civil. Esta
específico (art. 971): última deverá ser a opção predominante entre os titulares de
negócios rurais familiares;
D) COOPERATIVAS
CONCEITO = As cooperativas são sociedades de pessoas,
Fundamento Legal: Lei 5.764/71 com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não
e nos arts. 1.093 a 1.096 do CC; sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos
associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas
características de funcionamento e fim para o qual são
criadas;

As cooperativas, normalmente, dedicam-se às mesmas atividades dos empresários e costumam


atender aos requisitos legais de caracterização destes (profissionalismo, atividade econômica
organizada e produção ou circulação de bens ou serviços), mas, por expressa disposição do
legislador, que data de 1971, não se submetem ao regime jurídico-empresarial, e seu estudo cabe
ao Direito Civil; As cooperativas são sempre sociedades simples, independentemente da atividade
que exploram (art. 982).
Ex: Cooperativas de crédito; Cooperativas de trabalhadores; Cooperativas de prestação do
serviço; Cooperativas de catadores; entre outras;
5 – CONCEITO DE EMPRESÁRIO
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente
Fundamento Legal: atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens
ou de serviços.
Destacam-se da definição as noções:
- de profissionalismo = associada à habitualidade, pessoalidade e o monopólio das informações
que o empresário detém sobre o produto ou serviço objeto de sua empresa;
- atividade econômica organizada = Atividade no sentido de sinônimo de empreendimento; e
atividade empresarial é econômica no sentido de que busca gerar lucro para quem a explora;
OBS: empresa é a atividade, e não a pessoa que a explora; empresário não é sócio, mas a própria
sociedade;
- produção ou circulação de bens ou serviços = fabricação de produtos ou mercadorias e a sua
comercialização;
5 – CONCEITO DE EMPRESÁRIO
ATENÇÃO: É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede, antes do início de sua atividade.

A inscrição do empresário - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se


far-se-á mediante casado, o regime de bens;
requerimento que contenha:
- a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que
poderá ser substituída pela assinatura autenticada com
certificação digital ou meio equivalente que comprove a
LEMBRE-SE do tratamento sua autenticidade;
diferenciado destinado as
ME, EPP e MEI; - o capital;

- o objeto e a sede da empresa;


5 – CONCEITO DE EMPRESÁRIO
O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro
Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição
originária.

A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao


pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.

O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, PODE requerer inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará
equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.

OBS: Aplica-se o mesmo benefício à associação que desenvolva atividade futebolística em caráter
habitual e profissional, caso em que, com a inscrição, será considerada empresária, para todos os
efeitos.
6 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
CONCEITO Trata-se da pessoa física que explora a atividade empresarial; Os empresários
individuais exploram os negócios rudimentares e marginais, muitas vezes de
ambulantes. Dedicam-se a atividades como varejo de produtos estrangeiros
adquiridos em zonas francas (sacoleiros), confecção de bijuterias, de doces para
restaurantes ou bufês, quiosques de miudezas em locais públicos, bancas de
frutas ou pastelarias em feiras semanais etc.

ATENÇÃO: Os sócios da sociedade empresária não são empresários. Quando pessoas (naturais)
unem seus esforços para, em sociedade, ganharem dinheiro com a exploração empresarial de uma
atividade econômica, elas não se tornam empresárias. A sociedade por elas constituída (uma pessoa
jurídica com personalidade autônoma, sujeito de direito independente) é que será empresária, para
todos os efeitos legais. Os sócios da sociedade empresária são empreendedores ou investidores;

OBS: As regras que são aplicáveis ao empresário individual não se aplicam aos sócios da sociedade
empresária;
6 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
OBS: O empresário individual tem CNPJ por uma única finalidade: para que ele tenha o mesmo
tratamento tributário que a pessoa jurídica;

Capacidade para exercício da atividade = Art. 972 a 980 do Código Civil;

REQUISITOS: Para ser empresário - encontrar-se em pleno gozo de sua


individual, a pessoa deve: capacidade civil;

- não pode ter impedimento legal;

OBS: Não têm capacidade para exercer empresa, portanto, os menores de 18 anos não
emancipados, ébrios habituais, viciados em tóxicos, os que não puderem exprimir a vontade, os
pródigos, e, nos termos da legislação própria, os indígenas;
6 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
LEMBRE-SE: Menor emancipado pode exercer a atividade como o maior;

ATENÇÃO: Menor não emancipado pode continuar uma atividade empresarial antes exercida pelos
seus pais; Trata-se de regra de preservação da empresa, na qual já estava em atividade e será
mantida pelo menor (art. 974 do Código Civil);

INCAPACIDADE SUPERVENIENTE: excepcionalmente a legislação permite o exercício da empresa


pelo empresário individual incapaz, desde que autorizado pelo juiz (art. 974 do Código Civil);

PRINCÍPIO DA UNIDADE PATRIMONIAL = Ao empresário individual aplica-se este princípio, o qual


estabelece que que tanto a pessoa física, quanto a pessoa jurídica só possuem um único patrimônio;
Assim, em se tratando de empresário individual o seu patrimônio pessoal e o patrimônio empresarial
compõem um mesmo patrimônio, que não pode ser desmembrado;

Exceção ao princípio da unidade patrimonial = art. 974, §2° CC - o menor que possuir bens antes;
6 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
É possível realizar a desconsideração da personalidade jurídica em se tratando de empresa
individual? R= Se o empresário individual não é pessoa jurídica não há que se falar em
desconsideração da personalidade jurídica. Não existe personalidade jurídica. Não dá para
desconsiderar aquilo que não existe. Só há desconsideração para a sociedade empresária, ela sim,
pessoa jurídica;

Quem são os impedidos - Membros do Ministério Público; - Médicos para exercício


legalmente de exercer a - Magistrados; simultâneo de farmácias;
atividade empresária? - Empresários falidos e não - Servidores públicos da
reabilitados; ativa;
- Leiloeiros; - Deputados e senadores;
- Corretores; - Estrangeiros sem visto
- Despachantes aduaneiros; permanente;
- Cônsules; - Entre outras;
6 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Empresário ou empresária casado(a) precisam de outorga conjugal para a venda ou aquisição de
determinada propriedade? Há restrição quanto ao regime de casamento adotado? R= não precisa
de autorização do cônjuge, independentemente do regime de bens. O empresário casado pode,
não precisa de autorização do cônjuge pode alienar os imóveis que integrem o patrimônio da
empresa ou gravá-los de ônus real (art. 978 do Código Civil);

Empresário ou empresária casado(a) que exercem a atividade empresarial no mesmo imóvel no


qual residem, o imóvel pode ser utilizado como garantia para o pagamento de dívidas (penhora em
processo judicial)?
ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL (STJ) = Se esse imóvel está registrado em nome do empresário
individual (não tem como separar patrimônio do empresário individual), significa que esse imóvel é
impenhorável e sobre ele recai a lei 8009/90; Mas se o imóvel está registrado em nome da pessoa
jurídica, o imóvel é penhorável;
7 – SOCIEDADE EMPRESÁRIA
CONCEITO Trata-se da pessoa jurídica que explora a atividade empresarial; Como é a
própria pessoa jurídica a empresária — e não os seus sócios —, o correto é
falar-se “sociedade empresária”, e não “sociedade empresarial” (isto é, “de
empresários”).

As pessoas jurídicas empresárias adotam a forma de sociedade limitada (Ltda.) ou de sociedade


anônima (S/A);

O capital social representa, grosso modo, o montante de recursos que os sócios disponibilizam para
a constituição da sociedade. De fato, para existir e dar início às suas atividades, a pessoa jurídica
necessita de dinheiro ou bens, que são providenciados pelos que a constituem;

A sociedade limitada tem como representante legal o administrador, que é escolhido e substituído
pela maioria societária qualificada (unanimidade, três quartos, dois terços ou mais da metade do
capital social);
8 – EIRELI OU UNIPESSOAL?
CONCEITO A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada é uma modalidade de
EIRELI empresa que é formada por um único sócio, ou seja, pelo próprio empresário
que deseja abrir um negócio e ser o único dono.

ATENÇÃO: Em 2021, a Lei n. 14.195 transformou todas as Eirelis em sociedades limitadas


(unipessoais), independentemente de qualquer alteração contratual;

Parte da doutrina criticava a designação empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli),


já que empresa é, tecnicamente, uma atividade, e não um sujeito de direito. Apesar disso, foi muito
importante a introdução do instituto no nosso direito, em 2012, porque representou um significativo
avanço, com a superação de atrasados preconceitos e temores em relação à sociedade contratual
unipessoal;

Atualmente, quem deseja instituir uma pessoa jurídica empresária sem admitir outras pessoas como
sócias deve se valer da sociedade limitada unipessoal;
9 – PREPOSTOS DO EMPRESÁRIO
Fundamento Legal Art. 1.169 a 1.178 do Código Civil;

Como organizador de atividade empresarial, o empresário (pessoa física ou jurídica)


necessariamente deve contratar mão de obra, que é um dos fatores de produção;

Seja como empregado pelo regime do Direito do Trabalho (CLT) ou como representante, autônomo
ou pessoal terceirizado vinculados por contrato de prestação de serviços, vários trabalhadores
desempenham tarefas sob a coordenação do empresário. Para efeitos do direito das obrigações,
esses trabalhadores, independentemente da natureza do vínculo contratual mantido com o
empresário, são chamados prepostos;

ATENÇÃO: os atos dos prepostos praticados no estabelecimento empresarial e relativos à atividade


econômica ali desenvolvida obrigam o empresário preponente;
9 – PREPOSTOS DO EMPRESÁRIO
Os prepostos, por evidente, respondem pelos seus atos de que derivam obrigações do empresário
com terceiros. Se agiram com culpa, devem indenizar em regresso o preponente titular da empresa;
se com dolo, respondem eles também perante o terceiro, em solidariedade com o empresário.

OBS: Está o preposto proibido de concorrer com o seu preponente; Quando o faz, sem autorização
expressa, responde por perdas e danos.

Dois prepostos têm sua atuação referida especificamente no Código Civil: o gerente e o contabilista:

O gerente é o funcionário com o contabilista é o responsável pela escrituração


funções de chefia, encarregado dos livros do empresário. Em grandes empresas
da organização do trabalho num costuma ser empregado; nas pequenas e médias,
certo estabelecimento (art. 1.172 normalmente, é profissional que presta serviços;
e seguintes); Sua função e obrigatória (art. 1.177 e seguintes);

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