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Caríssimos alunos, neste material vocês estudarão essas disciplinas e seus principais
aspectos legais e doutrinários.
Aproveitem a leitura e contem comigo para qualquer esclarecimento.
Aguardo vocês!
Professora Luane Nascimento
Durante a Idade Média (colocar ano) o poder político central não era tão forte, pois
era descentralizado nas mãos da nobreza fundiária e por essa razão a imposição de
normas era dificultada. Ao mesmo tempo, o ressurgimento dos burgos e o crescimento da
classe burguesa se atentava para a obtenção do lucro, em contraposição ao Direito
Canônico, que repudiava os interesses dos burgueses, também chamados de
comerciantes ou mercadores.
Com a edição dos Códigos Civil e Comercial a doutrina francesa criou a teoria dos
atos de comércio que considerava comerciante aquele que desenvolvia a mercantilidade
pela qualidade do seu objeto e não pela característica pessoal do seu titular e, com isso,
se submetiam às normas do Código Comercial. Caso a relação entre os particulares não
se enquadrasse na descrição dos atos de comércio então ela seria regida pelo Código
Civil.
Com a expansão da teoria dos atos de comércio ao redor do Globo, ela também foi
adotada pelo Brasil com a promulgação do Código Comercial, em 1850. Neste Código o
comerciante foi definido como aquele fazia da mercancia sua profissão habitual (art. 4º,
última parte, do Código Comercial, revogado).
1
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Pág. 33-34
2
Art. 19. Considera-se mercancia: § 1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis, ou semoventes para os vender
por grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso; § 2º As operações de cambio,
banco, e corretagem; § 3º As emprezas de fabricas; de commissões; de depositos; de expedição, consignação, e
transporte de mercadorias; de espectaculos publicos; § 4º Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contractos
relativos ao commercio maritimo; § 5º A armação e expedição de navios. Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-737-25-novembro-1850-560162-publicacaooriginal-
82786-pe.html.
82786-pe.html. Acesso em 04 de fevereiro de 2019.
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o infrator às penalidades da Lei 9.610/1998 – Lei da Propriedade Intelectual.
Prof.ª Me. Luane Silva Nascimento
Em 1942 o ordenamento jurídico italiano publicou o Código Civil unificando as
relações particulares do direito privado, além disso, criou a chamada teoria da empresa,
muito embora não tenha a conceituado.
Ora, os bens e serviços de que todos precisam para viver e que atendem às
nossas necessidades são produzidos em organizações econômicas. Quem estrutura
essas organizações são os “fatores de produção”, estimulados pela possibilidade de
ganhar dinheiro (fim lucrativo).
Para Fábio Ulhôa Coelho3 a atividade dos empresários pode ser vista como a
capacidade de articular esses fatores de produção. Assim, as organizações em que se
produzem os bens e serviços necessários à vida humana são resultados da ação dos
empresários.
A doutrina não é unânime sobre o marco inicial do direito comercial, muito embora
concordem que o Direito Comercial desenvolveu-se à margem do Direito Civil ao longo
dos séculos.
Segundo o professor Ricardo Negrão 4 há os que preferem inserir seu estudo nas divisões
clássicas da humanidade (Antiguidade Clássica, Idade Média, Idade Moderna e
Contemporânea). Outros vislumbram a sistematização doutrinária da ciência jurídica
somente após a idade média e contam as eras evolutivas a partir das idéias econômicas e
seus resultados no mundo ocidental.
Esta fase é caracterizada pelo fato de ser um direito de classe, um direito profissional,
ligado aos comerciantes, a eles dirigido e por eles mesmos aplicados, por meio da figura
do cônsul nas corporações de ofício.
3
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial.
comercial. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. pág. 03.
4
NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa.
empresa. 1. v. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. pág. 01.
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Prof.ª Me. Luane Silva Nascimento
O segundo período coincide com o mercantilismo, caracteriza-se pela expansão colonial e
é a época áurea da evolução das grandes sociedades, sempre sob a autorização do
Estado.
Esta fase é marcada pelo advento do Código Comercial Francês (1807), conhecido como
Código Napoleônico, influenciado pela legislação de Savary e, por sua vez, influenciando
toda a legislação comercial da época, inclusive a brasileira, com o surgimento do Código
Comercial Brasileiro, parcialmente em vigor, Lei 556/1850.
Afasta-se nesse período o ponto central do conceito de direito dos comerciantes para se
estabelecer então o Direito dos Atos do Comércio.
Conforme dito acima, esta fase foi inaugurada com o advento do Código Civil Italiano de
1942, que adotou a terminologia Direito de Empresa. O nosso Código Civil de 2002
adotou a expressão Direito de Empresa, Livro II da parte especial, muito embora o
referido código não esgote toda a matéria comercial.
Fabio Ulhôa Coelho5 entende que a denominação de direito comercial explica-se por
razões históricas, examinadas na sequência; por tradição, pode-se dizer. Outras
designações têm sido empregadas na identificação desta área do saber jurídico (por
exemplo: direito empresarial, mercantil, dos negócios etc.), mas nenhuma substituiu por
completo a tradicional. Assim embora seu objeto não se limite a disciplina jurídica do
comércio, direito comercial tem sido o nome que identifica – nos currículos de graduação
e pós-graduação em Direito, nos livros e cursos, no Brasil e em muitos países.
Por outro lado Ricardo Negrão 6 entende que é preferível a utilização da expressão direito
empresarial, que engloba os aspectos históricos e doutrinários do direito comercial e nos
novos institutos do empresário, da sociedade empresaria, do estabelecimento etc.
5
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial.
comercial. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. pág. 04/05.
6
NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa. 1. v. 3. ed. São Paulo: Saraiva,
2003. pág. 09/10.
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conceito fechado sobre empresa, uma vez que ela se caracteriza pela exploração de uma
atividade organizada por alguém capaz de fazê-lo, por meio da utilização de um conjunto
de bens.
Nesta esteira, em conformidade com a interpretação de André Luiz Santa Cruz Ramos 7:
A partir de então, se mostra conveniente o estudo das fontes do Direito Empresarial, das
quais podemos destacar as seguintes:
Fontes primárias:
Código Civil;
Código Comercial.
Fontes secundárias:
Analogia;
Usos e Costumes;
Jurisprudência;
7
André ----- p. 57
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A profa. Maria Cristina Zucchi8 sintetiza e diferencia as teorias, assim dizendo:
O Código Civil de 2002, seguindo a linha italiana, não traz conceitos objetivos de
empresa, nem de empresário. Neste sentido, nos leciona a profa. Maria Cristina Zucchi 9,
expondo sobre a existência de uma concepção triangular de empresa. Vejamos:
ESTABELECIMENTO EMPRESÁRIO
(art. 1142) (art. 966)
ATIVIDADE
(art. 966)
8
ZUCCHI, Maria Cristina. Direito de empresa. São Paulo: Harbra, 2006. pág. 21
9
ZUCCHI, Maria Cristina. Direito de empresa. São Paulo: Harbra, 2006. pág. 25/38
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EMPRESÁRIO (ângulo subjetivo art. 966 CC/02) – considera-se empresário quem
exerce atividade profissional, econômica e organizadamente, visando a produção ou
circulação de bens ou serviços.
Para Alberto Asquini nas citações de Ricardo Negrão 10 ainda há um quarto elemento que
seria o chamado PERFIL CORPORATIVO, com o qual a maioria da doutrina brasileira
não se filia.
Ainda é importante observar a conceituação dada por Fábio Ulhôa Coelho11, no conceito
legal de empresário (Art. 966 CC), da qual se depreende os seguintes elementos:
10
NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa.
empresa. 1. v. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. pág. 44.
11
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. pág. 11/15.
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