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Aula 23/09/2021
Aula 28/09/2021
Evolução Histórica do Direito Comercial – tese que funda o direito
comercial na baixa idade média (tese maioritária) e tese que diz o direito
comercial vem da antiguidade clássica (minoritária). Não se entendem sobre
o que é o direito comercial.
Tese minoritária – Regras aplicáveis ao comércio (definição de DC). EX:
regula compra e venda, independente de ser com comerciantes ou não
Tese maioritária – Só se pode falar em DC a partir do momento em que
surge um corpo de regras específico aplicável a uma determinada categoria
de pessoas e que regula as relações comerciais. EX: regula a compra para
revenda, protege o ciclo comercial (os comerciantes). Situa o DC na baixa
idade média, séculos XI e XII.
Ponto de vista da Cronologia – tempo em que depois da queda
do Império Romano (afetou toda a zona norte do império – invasões
bárbaras; causou uma enorme insegurança na circulação, o comércio)
as cidades começam a se proteger ao mesmo tempo que começa a
produção Árabe para oeste. OS povos germanos e árabes começam a
se estabelecer no norte e surge uma calma no plano político,
permitindo assim o reestabelecimentos das rotas comerciais.
Ponto de vista da Geografia – cidades italianas, cidades
costeiras. No território italiano existiam uma dança de unidades
políticas até o século XIX. Um território cujos poderes centralizados
nunca tiveram um exercício direto de poder sobre esses territórios,
permitindo o surgimento de unidades políticas autónomas; quem
exercia o poder dentro das cidades eram as classes dominantes das
mesmas (os comerciantes). Os comerciantes passam a ter acesso direto
ao poder político e consequentemente passam a criar suas próprias
regras que convém para a atividade comercia, que fortalecem o credor
(isto nunca antes na história havia se verificado, esse grupo social
nunca havia exercido o poder político). Tudo que não representava um
desfavor para a atividade comercial foi mantido, o desvio que o DC
representa para o direito civil é um sistema fragmentado.
Delimitação original – Direito de matriz subjetiva, seu âmbito de
demarcação se faz através de um critério subjetivo. Na fronteira do DC
encontramos relações mistas. Direito estatutário e consular. A sociedade
era essencialmente agregaria, as pessoas organizavam-se através de
corporações profissionais, que disciplinavam a concorrência entre seus
membros e regulavam a profissão (hierarquizada, juízes próprios – consuls,
grande parte do direito resulta das decisões dos consuls cujos estatutos da
profissão estavam agregados). Direito de caráter internacional. Na época
existiam os mercados de produção e distribuição (que eram internacionais,
conflitos resolvidos por decisões das feiras de troca, que mais tarde se tornam
costumeiras – conflitos privados internacionais).
Era moderna – o caráter internacional transmuta-se em caráter nacional
(nacionalização do direito comercial). Época em que há uma grande
afirmação das monarquias europeias (absolutismo), começam a ser os
próprios monarcas a criarem as suas próprias normas que serão aplicadas ao
seu território, numa tentativa de controlo político e económico.
Época contemporânea – com a revolução francesa surgem alguns vetores
que afetam o direito comercial (liberdade, igualdade e fraternidade). Ocorreu
a objetivação ao direito comercial, pois as regras comerciais pareciam não
respeitar a bandeira da revolução. A transição do núcleo subjetivo para um
núcleo objetivo, o objeto passa a ser não o comerciante, mas sim o ato de
comércio (introdução dessa expressão).
Aula 01/10/2021
Aula 07/10/2021
Aula 12/10/2021
Gerentes, Auxiliares e Caixeiros. Esta trilogia surge-nos no CComercial
no enquadramento do mandato. Em 1888, a forma de articular o CC e o
CComercial (em Portugal, na Alemanha e Espanha a codificação comercial
surgiu antes da codificação civil > quando existe esta precedência a técnica
de construção dos tipos de contratos comerciais esta na dependência do
direito civil)
Na generalidade dos casos, a lei comercial não nos dá tipo, mas sim o
desvio em relação ao tipo civil (ex.: mandato transformado em mandato
comercial; art. 463.º diz nos as circunstância em que a compra e venda é
comercial).
Os gerentes, auxiliares e caixeiros têm um enquadramento no nosso
código, pese embora não ser original, a integração sistemática que o
CComercial português lhe dá é original, mas trazendo isso uma
problemática.
O art. 231.º dá-nos a noção de mandato social. À luz daquilo que é o CC
de 1966 a doutrina tende a estabilizar que este tipo comercial é a espécie
comercial daquilo que no direito civil se designa por mandato de
representação.
No art. 266-º esta regulado um contrato de comissão > mandato civil sem
representação
O Gerente de comércio é apresentado como uma figura de mandatário –
art. 249º do CCom.
Art. 259º do CCom. – Caixeiros
Gerentes, auxiliares e caixeiros – são mandatários particulares/diferentes.
Nenhum deles atua por conta ou em nome de outrem. Não está identificado
o requisito do art. 13º. São funcionários do comerciante. Art. 158º do CC e
11º do Código do Trabalho – essas pessoas são tidas como trabalhadores por
conta de outrem – o mandado pode ou não ser representativo, pode haver
representação sem que exista contrato; clara separação entre mandato e
representação.
Hoje estamos a falar de um contexto muito modificado, em termos
normativos, em relação a 1888. Hoje, se olharmos para o Código do
Trabalho, temos regulação destas figuras como autênticos funcionários.
O sistema jurídico evolui para uma caracterização em que estas pessoas
devem qualificar-se, na realidade, como trabalhadores por conta de outrem.
Basta esta consideração evolutiva do sistema para concluir que estas pessoas
não são comerciantes à luz do art. 13 do CComerical.
O mandato pode ou não ser representativo, da mesma maneira que se
assume também na sequencia daquilo que é a teorização alemã, que pode
haver representação sem que exista mandato, podendo esta agregar-se a
contratos que não são de mandato, como por exemplo, contratos de trabalho.
(ex.: quando passamos um artigo na caixa do supermercado não perguntamos
à pessoa que lá está a trabalhar se nos quer vender aqueles produtos)
Art. 266 e 268º - comissário – versão comercial do mandato sem
representação. Atua em nome próprio, mas por conta de outrem, existindo
um contrato de comissão. É comerciante, faz disso profissão.
A comissão, nesta conjugação que a doutrina hoje considera unanimemente
como sendo a versão comercial do mandato sem representação, durante
algum tempo a questão colocou-se nestes termos: é verdade que à luz do ar.t
268.º quando o comissário realiza atos de comercio fá-lo em nome próprio,
mas no interesse do seu comitente. Isto levou alguma doutrina, muito
minoritária, anegar ao comissário a qualidade de comerciante. Hoje em dia
a doutrina entende que a comissão é em si mesmo um negócio comercial.
Assim, o comissário considera-se comerciante na medida em que pratique
profissionalmente a atividade de comissão
A lei comercial não trata do contrato de mediação. Agenciar – mediar
(figura do Mediador). Promover celebração de negócios para outras pessoas
mediante outras partes. Profissionalmente promove negócios para outrem,
procura uma contraparte para o negócio que o ordenante pretende negociar.
O mediador em si mesmo não celebra negócios, limita-se a juntar as partes.
Em geral, a doutrina situa-se: se o mediador exercer sua atividade, que é mais
intermediadora, será comerciante na medida em que sejam respeitados os
requisitos do art. 230º parágrafo 3º.
Em 1888, ainda não tinha sido identificado como um tipo comercial e,
muito menos, como um tipo jurídico. Ainda assim, podemos observar uma
subtil referência no art. 230.º, parágrafo primeiro.
O mediador, em sentido amplo, é alguém que profissionalmente promove
negócios para alguém que lhe pede isso – o “ordenante” -, isto, é se dedica p
por solicitação de outrem a procurar uma contraparte para o negócio que o
ordenante pretende realizar, sendo que esta relação não é um contrato que
implique subordinação do mediador ao ordenante.
Na ordem jurídica portuguesa, não temos uma figura de mediação geral.
Temos sim este espon-talho porque este agenciar pode interpretar-se como
mediar. Ex.: legislação específica mediação de seguros, mediação
relativamente à compra e venda de títulos, mediação imobiliária.
O mediador em si mesmo não celebra negócios, limita-se a juntar as partes.
Relativamente ao mediador, a doutrina, em geral, situa-se nestes termos:
se o mediador exercer a sua atividade, que é uma atividade mais
intermediadora (consiste na junção de partes), será co-merciante na medida
em que seja titular de uma empresa. Coutinho de Abreu diz que desde que
existe profissionalidade, mesmo que não exista empresa. – esta questão lev
anatava alguns pontos de interrogação, mas com a digitalização da economia
esta questão já não é estranha.
Agente comercial – modernização do contrato de comissão. A estrutura do
grande comércio internacional é em rede. Contrato de agência – Umas das
partes se obriga a promover por contra da outra a celebração de contratos de
modo autônomo, estável e oneroso; deve exercer sua atividade de modo
organizado e profissional. Não envolve necessariamente representação. Não
é celebração de negócios em nome do principal.
O agente comercial é uma das partes no contrato de agencia, o qual consiste
numa modernização do contrato de comissão.
Obriga-se a promover, por sua conta, contratos para outrem > contrato
organizado e oneroso (é remunerada pelo principal). Conjunto de operações
materiais que passa pela publicitação da existência do produto, que
reproduzem a ideia de promover negócios para o principal.
A generalidade da doutrina tende a considerar o agente como comerciante
na medida em que exista organização, ou seja, tal como sucede com o
comissário e o mediador. Algo que é uma nublosa doutrinaria é a situação
dos profissionais liberais, tais como os advogados.
Embora em Portugal, existe uma corrente doutrinaria fortíssima que nega
a inserção destes profissionais na categoria dos comerciantes, o Prof JES tem
uma ideia jus comercial dos profissionais liberais como empresas, não
encontrando no direito português um conjunto de normas concreto que
bloqueie essa situação (o que existe são meras considerações da doutrina).
Este assunto está envolto numa nébula de preconceito que tem que ver com
a velha nobreza de certas profissões, de que nobres e comerciantes não se
misturam. Padece deste preconceito, porque do ponto de vista legal não há
uma norma/conjunto de normas que bloqueie esta qualificação. Este é um
resultado interpretativo mais do que duvidosos e assente num preconceito
A questão contra aos corretores surgiu de uma regulação ordinária que hoje
já não existe, nos arts. 64.º a 81.º, tendo estes intervenção nas bolsas. O
código regulava em paralelo as bolsas e os mercados, nos arts. 82.º a 92.º A
atividade de corretagem de títulos atualmente só pode ser exercida em
estrutura societária, sendo estas estruturas sociedades comerciais > estrutura
irreconhecível face ao que se passava em 1888
A qualificação de comerciante não é em direito uma mera definição. A
principal consequência é o fato de isto ser a chave de entrada para qualificar
um ato jurídico como ato de comércio via art. 2º/2ª parte. Estão sujeitos a um
conjunto específico de obrigações.
Firma – é o nome do comerciante enquanto comerciante, sinal distintivo
civil enquanto tal. Sua identificação. Instituição medieval.
Aula 14/10/2021
Aula 19/10/2021
Empresa – conceito polissêmico.
Art. 316º, 317º e 445º do CC – estabelecimento como sujeito comercial
A qualificação do estabelecimento como objeto comercial – art. 1559º e
1560º, 1109º, 1112º do CC
Estabelecimento como tal – 263º do CCom.
Estabelecimento como instituição – art. 1669º
Estabelecimento – Conjunto de coisas corpóreas e incorpóreas que está
devidamente organizado para a prática do comércio. Neste sentido se
identifica como empresa. Esse entendimento varia consoante os diversos
ordenamentos.
Art. 281º do Código da Propriedade Industrial – sinal distintivo do
estabelecimento. Logótipo. “O logótipo pode ser constituído por um sinal
ou conjunto de sinais suscetíveis de representação gráfica, nomeadamente
por elementos nominativos, figurativos ou por uma combinação de ambos,
ou por um sinal ou conjunto de sinais que possam ser representados de
forma que permita determinar, de modo claro e preciso, o objeto da proteção
conferida ao seu titular.”. Não há nome nem insígnias. É o logótipo que nos
permite identificar e distinguir uma entidade que preste serviços ou que
comercialize os produtos, como, por exemplo, um estabelecimento.
Aviamento – representa o acréscimo de valor que o estabelecimento
oferece para seus outros elementos. Clientela – conjunto real ou potencial de
pessoas postas para contratar a prestação de serviços; está sempre em
disputa, concorrência leal. Estas figuras não são direitos subjetivos, mas são
objeto de tutela jurídica. Estas figuras também podem influenciar o valor do
estabelecimento.
Quando que surge este valor do estabelecimento? Surge no arrendamento
comercial. Nas situações de contrato de trabalho. Nos casos de expropriação.
O estabelecimento contém elementos corpóreos e incorpóreos. Ele é objeto
de posse? Divergência doutrinária.
Estabelecimento individual de responsabilidade limitada – é um formato
jurídico que corresponde a uma empresa titulada por um só indivíduo, onde
há a separação entre os bens próprios do titular (património pessoal) e os
bens afetos à exploração da atividade económica. Uma das principais
responsabilidades do empresário do referido estabelecimento, criado com a
finalidade de exercer uma atividade comercial, consiste no próprio responder
de forma limitada pelas dívidas contraídas no exercício da sua atividade
perante os seus credores. Esta figura não vingou. Tem pouca aplicação
prática.
Caso Prático 2:
Antónia desde criança que sempre gostou de pintar. Com o avançar dos
tempos foi fazendo vários cursos e foi aperfeiçoando as diversas técnicas
de pintura, passando as suas obras a ser um imenso sucesso a nível
nacional e internacional.
Atualmente, tem o seu atelier localizado em Belém mesmo ao lado da
galeria onde expõe os seus quadros, tendo mais de 20 funcionários
especificamente adstritos à exposição e à negociação dos seus quadros e
à organização das exposições que Antónia vai realizando pelo mundo
fora, já para não falar da invejável frota de veículos de transporte das
suas preciosas obras de arte.
1. Antónia é comerciante?
O art. 13º exige a prática de atos de comércio. Remete para o art. 230º.
Não é comerciante, pois não pratica atos de comércio. Não respeita o
primeiro requisito. A prática da arte não é considerada como um acto de
comércio. Pessoa semelhante a comerciante – prática autônoma,
pratiquem em serie atos jurídicos com fins lucrativos, dispor uma
organização mínima figurativa de emprego (Menezes Cordeiro);
ponderar aplicar certas regras de direito comercial a esta pessoa.
Aula 21/10/2021
Insolvência – processo de execução coletiva. É no âmbito das cidades
italianas que surgiu o conceito de “falência” e representava a fuga dos
comerciantes e era considerada um crime, pois era considerado uma situação
de fraude aos credores. O processo de falência tinha como consequência a
retirada de todo o património do falido ou a concordata. Era uma medida de
proteção aos credores.
A partir do século XIX e XX surge a ideia de permitir a cooperação em vez
de a falência representar apenas uma punição. A partir dos anos 80 ocorreu
um acordo entre os EUA e a Arábia Saudita para abaixar o preço do petróleo,
fazendo com que muitas economias crescessem.
O entendimento de falência na Europa e nos EUA é diferente. A falência
no EUA é vista como uma espécie de proteção contra credores. Na Europa,
a partir do momento que há falência os poderes públicos começam a intervir.
Surgem a nível europeu várias leis para tentar estabilizar os mercados e
regular a falência.
Falência liquidação (quebra da empresa e sanções) e falência saneamento.
Quando a falência surge ela era entendida como o instituto privativo dos
comerciantes. A insolvência surge depois e passa a abranger também os não
comerciantes – comerciantes eram sujeitos a falência e os não comerciantes
eram sujeitos a insolvência.
Decreto Lei 177/86 de 2 de Julho – permitiu o processo de recuperação de
empresas no sistema de falência saneamento.
A lei 16/2012 – criou o processo especial de revitalização de empresas.
Programa Capitalizar – destinado a reduzir o passivo das empresas.
Processo Especial para Curto Pagamento – a ideia era de evitar a Insolvência.
Caso Prático 2
2.Tintas do Sucesso, S.A. é a atual fornecedora de tintas de Antónia. O
último fornecimento realizado em 15 de julho, no valor de EUR
150.000,00 não foi ainda pago. A Tintas do Sucesso, S.A. pretende saber
se a dívida do fornecimento se encontra vencida (ou ainda terá de
interpelar Antónia para o efeito…) e que outros direitos poderá exercer
contra Antónia em caso de mora ou incumprimento da obrigação de
pagamento?
Consoante o art. 1º/2 do Código das Sociedades Comerciais as Tintas do
Sucesso, S.A. é uma sociedade comercial. Assim, de acordo com o art. 13º/2
do CCom., é comerciante. Sociedade anónima. Antónia não é comerciante.
Estamos perante um ato de comércio em sentido subjetivo? Se sim, é um ato
de comércio unilateral (art. 99º). Art. 102º do CCom. (fazer remissão para o
DL). Ler preambulo do DL.
O Decreto Lei 62/2013, de 10 de maio, regula a matéria de atrasos no
pagamento de transações comerciais. De acordo com o art. 2º/1, este diploma
aplica-se a todos os pagamentos efetuados como remuneração de transações
comerciais. Art. 4º/1 e 2. Tinha prazo estabelecido. Aplica-se o número 2 do
art.4
Consoante o art. 4º/3 al. B, quando não resulta do contrato um prazo de
vencimento, a obrigação vence 30 dias a contar da data de recepção
efectiva dos bens, sendo, portanto, devido juros de mora sem necessidade
de interpelação. Assim, a obrigação de pagamento vencerá em 15 de agosto.
Se até este prazo Antónia não cumprir com a obrigação, de acordo com o art.
4º/2 do diploma, o credor terá direito a juros de mora (pagar uma taxa por
cada dia de atraso), sem necessidade de interpelação, a contar do dia
subsequente à data do vencimento.
Art. 102º parágrafo 5 – Aviso 13486/2021 – taxa de jurus supletivamente
aplicável – 8%
O art. 7º do mesmo diploma diz que, uma vez vencido o pagamento, os custos
suportados com a cobrança da dívida deverão ser indemnizados, sendo que
o credor terá direito a um montante mínimo de 40 euros, podendo provar que
teve custo superior a este.
Por fim, o art. 10º/1 garante ao credor o direito a recorrer à injunção, não
sendo relevante aqui o valor da dívida.
Aula 26/10/2021
Caso Prático 3:
Rui efetuou um contrato de arrendamento com Beatriz e Carlos de um
espaço no qual instalou um restaurante, denominado “Sabor Apetitoso”
em 1996.
O espaço nunca tinha antes sido usado, pelo que Rui teve de comprar e
pagar todos os móveis e equipamentos necessários ao funcionamento do
seu restaurante, ou pelo menos Rui assim conta.
Em 2004, Rui, decidiu passar o negócio ao seu irmão, Diogo. Para o
efeito, contactou Beatriz e Carlos para saber se nada tinham a opor e
estes comunicaram-lhe que se opunham perentoriamente, por terem
ouvido em praça pública que o seu irmão era “um vigarista do pior!”.
Perante esta recusa, Rui continuou a servir refeições, tendo acabado por
melhorar o seu serviço ao nível de anunciar o seu estabelecimento como
“o melhor restaurante do universo!”.
Dois anos mais tarde (2006), porém, um seu cliente de longa data,
Emílio, disse-lhe “a Beatriz e o Carlos adoram-me! Se quiseres, eu
assumo o negócio!”. Dito isto, logo ali chegaram a um acordo quanto ao
preço, momento de transmissão, entre outros aspetos do acordo,
apertaram as mãos e concluíram o negócio.
Filipa, filha de Rui, zangou-se com o pai, visto que queria ficar com o
restaurante, porque tinha planos para expandir o negócio. Rui, não
querendo desiludir a filha, disse-lhe: «Abriremos um novo restaurante,
melhor, e em tudo semelhante a dois “passos” daquele: vamos chamar-
lhe Novo Sabor Apetitoso e diremos, que sim esse, é “o melhor
restaurante do universo”!».
1.Perante o primeiro acordo de Rui com o seu irmão, Beatriz e Carlos
pretendiam reagir. Segundo estas, o contrato celebrado não era de
arrendamento, mas de “cessão de exploração”. Para tanto estas
argumentaram que foram estes que adquiriram o mobiliário e
equipamento, não tendo Rui comprado estes produtos para o
restaurante. Não existiam, porém, empregados e clientela. Quid iuris?
A cessão de estabelecimento seria a transferência temporária do
estabelecimento, efetuada a qualquer título. Para que o contrato seja
qualificado como de cessão de exploração, é essencial que se pretenda a
manutenção pelo cessionário da exploração do estabelecimento no
respectivo ramo de actividade e que a transmissão seja acompanhada de
elementos que integram o estabelecimento, mas não é necessário que o
estabelecimento já tenha funcionado antes ou já esteja completo.
2.Desconsidere a pergunta anterior: seria necessário Rui obter o
consentimento dos senhorios para transmitir a sua posição a Diogo? E
como é que os senhorios se poderiam proteger face à perspectiva de ter
um “vigarista” como arrendatário?
De acordo com o art. 1112º/1 al. A, em caso de trespasse de estabelecimento
comercial ou industrial instalado em prédio arrendado, o trespassante-
arrendatário pode ceder a sua posição de arrendatário ao trespassário sem
necessidade de autorização do senhorio.
Todavia, consoante o nº 2 do mesmo artigo, não há trespasse quando o
estabelecimento não seja acompanhado de todos os elementos essenciais do
âmbito da entrega ou quando exista a intensão de dar outro destino ao prédio.
Assim, caso os senhorios provem que não ocorreu trespasse, a cessão da
posição de arrendatário será inválida e poderá ser fundamento de resolução
do contrato de arrendamento, de acordo com o art. 1083º/2 al. E. Além disso,
se for dado outro destino ao prédio após o trespasse, podem os senhorios
resolver o contrato consoante o art. 1112º/5.
Ademais, o número 3 do mesmo artigo estipula que apesar de não ser
necessária a autorização do senhorio, este precisa ser comunicado sobre a
cessão da posição de arrendatário. De acordo com o art. 1038º/al. G, a
comunicação deve ocorrer dentro de 15 dias. Não sendo feita a comunicação,
a cessão da posição de locatário é ineficaz, consoante os art. 1059º/2 e 424º/2.
E o art. 1049º diz ainda que o locador pode resolver o contrato com base na
violação da alínea G do art. 1038º salvo se tiver reconhecido o beneficiário
da cedência como tal ou se a comunicação lhe tiver sido feita por este.
Rui e Diogo parece ser celebrado um contrato de doação, parece ter uma
prestação onerosa. O art. 1112º/4 – não existe direito de preferência.
Remissão para o 1410º.
Aula 28/110/2021
Aula 02/11/2021
Caso Prático 4:
1. Imagine que Adalberto pretende transmitir a Pedro um sushi no
Chiado, “Verde e Amarelo”.
Abaixo analise os termos do presente contrato:
«1. Nos termos do presente contrato, Adalberto transmite a Pedro o
restaurante de sushi incluindo a sua posição contratual em todos os
contratos, por 100.000 euros, inclusive os de fornecimento.
2. Vencem-se, automaticamente, todas dívidas já vencidas a todos os
fornecedores, ficando Adalberto exonerado do seu pagamento.
3. Encontra-se especificamente excluído:
a) O direito a usar o nome “Verde e Amarelo” para identificar o
estabelecimento;
b) A tábua que permite fazer “o melhor sashimi do mundo”;
c) A trabalhadora Gertrudes.
4. Não negligenciando o disposto na alínea a) Pedro poderá usar a
referência à “Verde e Amarelo” na sua firma pessoal.»
Estamos perante um caso de trespasse. O trespasse está referido no art. 1112º
do CC e traduz-se em uma transferência definitiva da propriedade de um
estabelecimento. É um negócio que não está regulado. Juridicamente, essa
transmissão faz-se pelas vias normais.
Quando há um trespasse, as partes podem excluir da transmissão alguns dos
elementos do estabelecimento, desde que nestes não se incluam os bens
essenciais ou necessários para identificar o estabelecimento. Caso não seja
respeitado o âmbito mínimo da entrega o trespasse não poderá ocorrer.
Art. 405º. Posição do professor Coutinho e MC. Corrente doutrinária que não
aplica o art. 424º.
Quanto ao primeiro ponto do contrato, cabe mencionar que os créditos do
trespassante ligados à exploração da empresa que não tenham por objeto os
meios do estabelecimento são parte do âmbito convencional da entrega do
estabelecimento. De acordo com o art. 577º/1 do CC, o trespassante credor
pode transmitir seu crédito sem o consentimento do devedor se a cessão não
for impedida por lei ou por convenção das partes e se a prestação não estiver
ligada a pessoa do credor.
Já os contratos ligados à exploração da empresa, cujos objetos não sejam
elementos do estabelecimento, podem ser transmitidos juntamente com o
estabelecimento trespassado. Porém, tal transmissão fica sujeita as regras dos
artigos 424º e seguintes do CC. Consoante o nº1 do art. 424º é necessário
para além do acordo entre o trespassante e o trespassário também o
consentimento do outro contraente para que a posição contratual seja
transmitida.
Referente ao segundo ponto do contrato, quanto a transmissão singular de
dívidas, ou seja, a responsabilização do trespassário pelas dívidas relativas
ao estabelecimento anteriores ao trespasse, a mesma não é automática. Tal
transmissão, consoante o art. 595º do CC, só pode ocorrer em caso de
convenção entre o trespassante e o trespassário com a ratificação do credor
ou através do acordo entre o trespassário e o credor, com ou sem o
consentimento do trespassante. Em qualquer dos casos, o nº 2 do mesmo
artigo exige uma declaração expressa do credor a favor da transmissão.
Relativamente a alínea A do ponto 3, está em causa a figura do logótipo. Esta
se encaixa no âmbito convencional da transmissão, não existindo problema
em sua exclusão. Já a alínea B faz referência a tábua que permite fazer “o
melhor sashimi do mundo”, a qual consiste em um utensílio utilizado no
estabelecimento. Quanto a este ponto, considera-se que apenas no silêncio
das partes que bens como máquinas, utensílios ou mobiliário, por exemplo,
são naturalmente transmitidos. Não é necessário para o estabelecimento
porque é fácil achar tábuas para comprar. No caso prático, as partes
convencionaram a não inclusão do referido utensílio, ficando este, portanto,
fora da transmissão.
Em relação a alínea C do ponto 3, as prestações laborais dos trabalhadores
fazem parte dos elementos empresariais na disponibilidade do trespassante a
título obrigacional. Consoante o art. 285º do CT, nos casos de transmissão
da titularidade de estabelecimento, é transmitida para o adquirente a posição
do empregador nos contratos de trabalho dos respectivos trabalhadores. Ela
só ficará excluída do trespasse se concordar com isto. Mas caso ela não
concorde, não poderiam força-la para fora do estabelecimento.
Por fim, quanto ao ponto 4 do contrato, diz o art. 44º/1 do Regime jurídico
do Registo Nacional de Pessoas Colectivas que o trespassário pode aditar à
sua própria firma a menção de haver sucedido na firma do anterior titular do
estabelecimento, se tiver autorização por escrito do mesmo. Pode juntar
também o logótipo a sua firma. Dessa forma, não há nada de errado com este
ponto.
Aula 04/11/2021
Aula 09/11/2021
Aula 11/11/2021
Caso Prático 6
A Sociedade X-PETACULAR, Lda. após anos a contrair dívidas com a
Segurança Social, com os seus fornecedores, e bancos aos quais prestou
garantias, decide declarar-se insolvente.
Francisco, tendo sido nomeado como administrador de insolvência,
nunca tendo antes exercido funções nesse sentido, vê-se com um
conjunto de dúvidas na administração do património da sociedade.
Desde logo, existiam um conjunto de negócios que a X-PETACULAR,
Lda. já tinha dado início. Um contrato de promessa de compra e venda
de um imóvel, no qual se iria vender um armazém, um contrato de venda
de um carro, com reserva de propriedade, entre outros.
Ademais, um conjunto de credores enviam-lhe e-mails a “reclamar” que
têm créditos, sendo que Francisco foi informado que teria de elaborar
uma lista nesse sentido.
Posteriormente, o juiz ordenou-lhe que apresentasse. Assim, e em
completo desespero, apresentou um plano para liquidar a massa
insolvente, no qual se prevê o perdão da totalidade de juros e uma
distinção entre os créditos dos fornecedores, na qual metade dos mesmos
recebe a totalidade dos seus créditos, enquanto que a outra metade nada
recebe. Os credores pretendem reagir contra Francisco.
Quid Iuris?
Impende sobre o devedor o dever de requerer a declaração da sua insolvência
dentro dos 30 dias seguintes à data do conhecimento da situação de
insolvência (art. 18º/1). Se houver incumprimento deste dever de requerer a
declaração, a insolvência será declarada culposa (art.186º CIRE). Para além
disso, o devedor incorre em responsabilidade aquiliana, por violação de
disposição legal destinada a proteger interesses alheios. Os insolventes e os
seus administradores incorrem solidariamente na obrigação de indemnizar
os danos sofridos pelos credores, em consequência do atraso na apresentação
à insolvência. Referir o tipo de créditos. Art. 747º. Art. 97º/1-A. Efeitos da
declaração de insolvência.
É a figura central do processo de insolvência, tendo o seu estatuto regulado
no CIRE (arts. 52º e ss) e na Lei 22/2013 de 26 de fevereiro. O administrador
da insolvência é um administrador, autónomo do devedor, a quem é atribuída
competência para administrar a massa insolvente, sendo que os poderes de
administração são excluídos da esfera do devedor – art. 81º/1 CIRE.
A sua nomeação é feita pelo juiz – art. 36º/1 al. D 52º CIRE – de forma
aleatória (informática) de entre os administradores inscritos na lista oficial.
O administrador da insolvência pode, a todo o tempo, ser substituído pelo
juiz, se houver para isso justa causa. O conceito de justa causa é um conceito
vago e indeterminado, mas que abrangerá naturalmente quaisquer situações
de violação grave dos deveres do administrador, bem como quaisquer outras
circunstâncias que tornem insustentável a sua manutenção no cargo.
Administrador – como ocorre sua nomeação e suas funções (art. 55º).
Apreensão de bens. Relatório sobre inventário de bens. Faz uma lista dos
credores. Verificação de créditos.
A regra geral é a de garantir ao administrador da insolvência a possibilidade
de optar pela execução do negócio ou, antes, pela recusa do seu cumprimento
– art. 102º. O contrato deve ser sinalagmático. É preciso para aplicar este
artigo que não exista uma disposição específica regulando o negócio nos art.
103º e seguintes. Assim sendo, procede-se à suspensão dos contratos,
resultado da declaração de insolvência, até que o administrador da
insolvência comunique a sua opção. A outra parte reserva para si a
possibilidade de fixar um prazo, findo o qual a não comunicação se tem como
recusa ao cumprimento – art. 102º/2. Este regime é justificado pela
necessidade de adotar medidas de proteção dos credores, pois que forçar o
devedor a cumprir com todos os seus negócios faria com que este tivesse de
optar por cumprir uns negócios em detrimento de outros. Art. 106º. Art. 119º.
Quanto ao quarto parágrafo, de acordo com o art. 128º do CIRE, todos os
credores da insolvência, incluindo o credor requerente, que pretendam fazer
valer os seus direitos de crédito no âmbito do processo de insolvência, terão
que proceder à respetiva reclamação de créditos. A reclamação deverá ser
feita por meio de requerimento, acompanhado de todos os documentos
probatórios de que disponham, indicando os elementos referidos no art.
128º/1 alíneas A a E. Poderá ser feita por e-mail – nº 2. Além disso, cabe
referir que serão reclamáveis apenas os créditos sobre a insolvência que
sejam relativos a prestações patrimoniais.
Com relação a lista que Francisco deverá fazer, ela está prevista no art.
129º/1, que diz que nos 15 dias subsequentes ao prazo estipulado para a
reclamação de créditos, o Administrador deverá elaborar uma relação dos
créditos reconhecidos e outra dos não reconhecidos, ambas por ordem
alfabética, onde deverão constar os credores que tenham deduzido
reclamação e aqueles cujos direitos constem dos elementos da contabilidade
do devedor ou sejam por outra forma do seu conhecimento. Art. 36º/1. Al. J.
Nos termos do art. 129.º n.º 2, da lista dos credores reconhecidos deverá
então constar a identificação de cada credor, a natureza do crédito, o
montante de capital e juros à data do termo do prazo das reclamações, as
garantias pessoais e reais, os privilégios, a taxa de juros moratórios aplicável
e as eventuais condições suspensivas ou resolutivas e ainda o valor dos bens
integrantes da massa insolvente sobre os quais incidem garantias reais de
créditos pelos quais o devedor não responda pessoalmente. Art. 130º.
Caso o credor não reclame o seu crédito sobre a insolvência no prazo fixado
na sentença de declaração de insolvência, nem o seu crédito tenha sido
incluído na lista de credores reconhecidos pelo Administrador, o mesmo
ainda poderá lograr o seu reconhecimento, por via de uma ação de
verificação ulterior de créditos.
Para tal, consoante o art. 146º, deverá ser proposta uma ação contra o
devedor, a massa insolvente (representada pelo Administrador) e os
credores, no prazo de 6 meses após o trânsito em julgado da sentença ou,
caso termine depois, no prazo de 3 meses seguintes à constituição (art.º
146.º/2, al. B), efetuando-se a citação dos credores por via de edital
eletrônico publicado no portal CITIUS.
Quanto ao último parágrafo, parece estar em causa a figura do plano de
insolvência prevista nos art. 192º e seguintes do CIRE. Consoante o art.
193º/1, o Administrador tem legitimidade para apresentar uma proposta de
plano de insolvência. Definição de plano e sua finalidade. A aplicação desse
plano pressupõe a insolvência do devedor.
Planos de liquidação (em que termos tem de ser feita a venda dos bens e sua
repartição pelos credores). A apresentação do plano pressupõe a situação de
insolvência do devedor e o trânsito em julgado da sentença. Art. 193º, 195º
Relativamente ao perdão da totalidade dos juros, este não apresenta
problemas visto que o art. 196º/1 al. A prevê que o plano de insolvência pode
conter o perdão de juros. Art. 192º/2 – todos tem de consentir com as
alterações em sua esfera jurídica.
Por fim, com relação a diferenciação dos redores, o art. 194º/1 do CIRE
consagra o princípio da igualdade dos credores da insolvência, sem prejuízo
das diferenciações justificadas por razões objetivas. De acordo com este
princípio, cada credor tem o direito de ter um tratamento semelhante ao que
é dado a outros credores que estejam consigo em igualdade de circunstâncias.
A justificação para o tratamento desigual não pode ser arbitrária, antes tem
de se poder considerar razoável e relevante. Dessa forma, o administrador
não poderia, sem justificação, decidir quais dos credores terão seus créditos
satisfeitos e quais não receberão o pagamento, visto que tais credores
parecem ter créditos semelhantes.
Art. 207º. Art. 209º e 212º. Art. 216 – proteção das minorias no processo da
insolvência. Efeitos do plano – art. 217º. Mencionar a possível destituição
do administrador (art. 56º).
Aula 18/11/2021
Aula 23/11/2021
2.Segundo Miguel, mesmo que o contrato ficasse sem efeito, ele teria de
ser compensado pela clientela que criou, considerando que os clientes
continuaram a efetuar encomendas à JURÍDICA EDITORA, LDA.
Art. 33º/1 – não é uma verdadeira indemnização. É uma compensação devida
após a cessação do contrata, independentemente da forma que o contrato
acabou. O principal continua a se beneficiar da atividade do agente. Não há
informações suficientes para preencher as alíneas. Devemos presumir o
preenchimento de uma delas. Cálculo – art. 34º. Discussão sobre a natureza
desta figura.
Ou art. 33º/3
Aula 25/11/2021
Aula Prática 01/12/2021
Aula de Dúvidas
2º Semestre
Aula 25/02/2022
Aula 02/03/2022
As Sociedades Comerciais são aquelas que tem por objeto a prática de atos
comerciais (art. 1º do CSC).
Art. 1º a 196º - é a parte geral, pois este é o regime que se aplica a todo
tipo de sociedade. Depois se começa a detalhar as características de cada
tipo. Por quotas – art. 197º. Coletivo – art. 175º. Anónima – art. 271º.
Comandita – art. 465º.
Anónima, Coletiva e Por Quotas – se distinguem pelo critério da
responsabilidade.
As sociedades se caracterizam pelo fato de eu comerciante não quero eu
próprio incorrer em todos os danos do meu património, do meu negócio. Se
eu incumprir as minhas obrigações o banco pode vir até minha casa e exigir
dinheiro. Com uma Sociedade, com personalidade e capacidade própria, eu
não poderei ser responsabilizado, cria-se uma ficção jurídica. Uma pessoa
coletiva necessita que alguém aja por ela, precisa de sócios e representantes
para executar atividades materiais que só conseguem ser feitas por seres
humanos.
Tem um património autónimo e pode ser titular de direitos e deveres. Mas
aqueles que tem caráter iminentemente pessoal não se aplicam.
A Sociedade nasce com o registo (art. 5º)
Aula 04/03/2022
Aula 29/03/2022
Eu tenho um crédito para com a sociedade, posso entrar com este crédito?
Estamos perante uma Compensação de crédito. Art. 27º/4 e 5.
6. Equacione agora que a proposta (ii) tinha sido aprovada pelos votos
favoráveis de António, Carlota e Eliana. Quid Juris?
Consoante o art. 386º/3, a deliberação sobre a alteração do contrato de
sociedade deve ser aprovada por 2/3 dos votos emitidos. Tal maioria não
parece ter sido atingida visto que 3 dos 5 sócios aprovaram a alteração,
quando era necessária a aprovação de 4 sócios. Porém, se estiverem
presentes sócios detentores de metade do capital não é exigida maioria
qualifica (nº4).
Porém, tal alteração do contrato não poderá ter um efeito retroativo, visto
que para isto seria necessário a aprovação unanime da alteração (art. 86º/1).
Quórum é diferente de exigir maiorias. Tem de estar presente 1/3 do capital
social. A maioria não foi atingida. Vício de anulabilidade – vício de
procedimento – art. 58º/1 al. A. Não cabe na al. A ou B do art. 56º/1. Art.
406º do CC – no direito civil para alterar o contrato todos devem concordar.
Art. 278º - al. A e B – art. 390 e 413º e ss. Al. C – art. 424º e ss.
Modelo anglo-saxónico – Comissão de auditoria faz parte do conselho de
administração. Pode haver menos independência. ROC separadamente que
avalia as contas. Art. 423º e ss. A CA não tem poderes de reação próprios.
Modelo dualista – Conselho de administração executivo (art. 431º e ss).
Tese professor Ferreira Gomes.
Aula de dúvidas
Imagine que tem 50000 euros de capital social. Tem um lucro de 20 000
euros no primeiro exercício económico. 20% do capital social é 10000. Já
ultrapassa o valor da reserva e pode distribuir no próximo ano.
Tenho um capital social de 10000 euros. No primeiro ano tenho um lucro
de exercício de 7 mil euros. Posso distribuir os lucros? Não pode ser
distribuído, art. 32º.
No ano 2 a sociedade teve lucros de 8000 euros. No ano 3 o lucro é de
11000 euros. No ano 4 é de 13000. Quanto tenho que retirar da reserva legal?
De cada ano retiro 500.
CS – 10000 euros. 1º ano – capital próprio de 7000 euros. Balanço e
Exercício: - 3000. 2º ano – 8000. Exercício: 1000. Balanço: - 2000. Não pode
distribuir os lucros.
CS – 10000 euros. 1º ano – 7000 euros. 2º ano – 8000 euros. 3º ano – 11000
euros. Lucro de exercício face ao ano 2: 1000 euros. Perdas no valor de 2000.
Ano 3 tiveram lucros, mas temos que tirar os 2000 euros do ano passado que
perdi menos as reservas.
Ver artigos 214º e 288º. Código Anotado de Coimbra.