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davidnunesdospais@gmail.com
Índice
ARTIGO 2º- perspetiva subjetivista.................................................................................................................................1
ARTIGO 13º-noção de comerciante, ideia material.........................................................................................................2
ARTIGO 230º- problema das “empresas”........................................................................................................................2
CASO N.º 2......................................................................................................................................................................3
CASO N.º 3......................................................................................................................................................................4
CASO N.º 4......................................................................................................................................................................5
CASO N.º 5......................................................................................................................................................................6
Caso Prático n.º 7............................................................................................................................................................7
Caso Prático n.º 8............................................................................................................................................................9
A ESTUDAR.................................................................................................................................................................... 11
Caso 9............................................................................................................................................................................ 12
Caso 10.......................................................................................................................................................................... 12
CASO A distribuição.......................................................................................................................................................13
CASO B- distribuição......................................................................................................................................................14
CONTRATOS DE DISTRIBUIÇÃO- CASO N.º 14................................................................................................................15
CONTRATOS DE ORGANIZAÇÃO- CASO N.º 15..............................................................................................................19
GARANTIAS BANCÁRIAS- CASO N.º 16..........................................................................................................................21
Rege atos de comércio sejam ou não comerciantes as pessoas que neles intervenham
Factos jurídicos em sentido lato- contratos, negócios unilaterais, atos não negociais, factos stricto sensu
=Alcance amplo
Não são todos os atos regulados no código, mas sim apenas os especialmente (desvio em relação ao
regime geral)
Não são apenas os atos nele regulados. EX: leis extravagantes- Leis Uniformes, Código das
Sociedades Comerciais
última parte delimita negativamente os atos que não são comerciais (EX: um comerciante de fruta ir de férias e
decidir comprar fruta não está a praticar ato comercial)
“Capacidade” de exercício- há apenas uma minoria que considera ser capacidade de gozo
Leva ao conceito objetivo- permite enunciar novos atos como objetivamente comerciais
Leva ao conceito subjetivo- são referenciados comerciantes os autores de hipotéticos atos comerciais
CASO N.º 1
António, casado com Beatriz, e Carlos, solteiro, donos de uma pastelaria
na Avenida de Roma, compraram à sociedade Fruta, Lda. um carregamento de
mangas para fazerem os seus conhecidos sumos, que atraem multidões.
Pode a Frutas, Lda. demandar apenas António, exigindo-lhe o pagamento do preço
total?
E, em caso de não pagamento voluntário, pode esta sociedade executar os
bens comuns de António e Beatriz?
Quem são os sujeitos?
António, Beatriz, Carlos e a Frutaria
A é casado com B
História: dois donos vão comprar a uma sociedade mangas para fazer sumos
Compra e venda
Intuito- manga integrada no processo produtivo de sumo
Problema: saber se pode pedir o preço a apenas 1 das pessoas da contraparte, e caso não paguem,
posso executar os bens comuns de uma das minhas contrapartes e da sua mulher?
1. Ataque ao património de A (pedir tudo a uma das partes)
Se a resposta ao artigo 1º for que é um ato de comércio aplica-se o código comercial, senão
aplicamos a solução cível
Artigo 1º, logo 2º
2º- todos os atos (1), especialmente (2 face ao código civil, “cheirar a comércio”), regulados neste
código
É um contrato logo é ato, cheira a comércio e está regulado no 463º
=o ato é objetivamente comercial
=É subjetivamente comercial
(1) Contrato, (2) não ser exclusivamente civil, (3) contrário ao próprio ato, (4) de
comerciante- ver 13º
PODEMOS APLICAR CÓDIGO COMERCIAL
Pastelaria é comerciante- atividade lucrativa, autónoma, reiterada
100º- solidariedade dos coobrigados
Se a resposta fosse civil- 564º e vigora responsabilidade parciária
2. Bens comuns do casal respondem? 15º, 1691º alínea D, aplicando-se regime supletivo de
comunhão de bens
CASO N.º 2
David, fotógrafo, vende, todos os fins-de-semana, fotografias por si
captadas nas feiras da região. Cansado das longas deslocações, propõe a Elvira,
que se dedica à venda de produtos biológicos por si cultivados, que comprem em
conjunto uma carrinha para chegarem às feiras. Assim fizeram. No entanto, Elvira
arrepende-se e não quer pagar o preço acordado. Pode a sociedade Automóveis,
SA. demandar apenas David?
Sujeitos- David, Élvira, Sociedade automóvel
David tem como profissão fotografia
Elvira agricultora
Compram à sociedade um carro- troca-se dinheiro por carro
1º apenas se aplica a lei comercial se for ato de comércio
2º é ato de comércio? A COMPRA
Não porque não está no 463º
Não é subjetivamente comercial nem face ao David nem face à Elvira
2º é ato de comércio A VENDA?
13º Nº2 a sociedade é comerciante
É ato objetivamente comercial- 463º
CASO N.º 3
Frederico, advogado e amante de pintura, comprou um conjunto de
quadros de Júlio Resende numa galeria de arte, no Porto, pretendendo fazer uma
surpresa a Helena, sua mulher.
Helena, contudo, não gostou dos quadros e exigiu
que Frederico os tirasse rapidamente de casa.
Triste, Frederico decidiu vender
os quadros. Jeremias, comerciante de arte, mostrou-se logo interessado e a
venda realizou-se.
Ficou, no entanto, combinado que Frederico guardaria os
quadros durante 15 dias, pelo que este contratou o depósito dos quadros com a
galeria de arte onde os comprara, por aquele período.
Para garantir a segurança
dos quadros, Frederico contratou ainda um guarda para vigiar as pinturas. Qual a
natureza dos vários actos descritos?
Sujeitos- Frederico (vendedor), Helena (mulher de Frederico), Jeremias (comerciante de arte, comprador),
Júlio Resende (galeria)
1. Compra e venda de Frederico à galeria-
COMPRA- Não é objetivamente comercial nem subjetivamente comercial
VENDA- se galeria for pessoa coletiva ou fosse revendedor era ato comercial, se fosse o
próprio pintor não
2. Compra e venda de Frederico a Jeremias
VENDA- 463º não se aplica porque ele não tinha intenção de revenda, ele tinha como intuito
a afetação pessoal
Revenda ocasional- 464 logo não é ato objetivamente comercial
COMPRA- subjetivamente e objetivamente comercial (13º nº1 e 230º nº5) é ato comercial
3. Galeria de arte guardar os quadros- DEPÓSITO- 1185º, contrato pelo qual uma das partes entrega a
outrem uma coisa, móvel ou imóvel, para que a guarde, e restitua quando for exigida
Não se aplica o depósito mercantil porque não está destinado a ato de comércio porque o
Frederico nem é comerciante
CONTRAARGUMENTO- a propriedade é do Jeremias e o Jeremias é comerciante, logo o intuito é
comercial, para preservação do bem para sere revendido
4. Contrato com o guarda- não faz sentido ser contrato de trabalho, 1152º modalidade da
prestação de serviços com regulamentação autónoma (tem legislação avulsa)
Não se aplica regime comercial
Caracterizado pela retribuição e pela relação de subordinação do trabalhador face ao empregador
(trabalhador tem de cumprir as ordens do empregador, dentro do senso comum) - características: salário,
local, horário, subordinação…
Contrato de prestação de serviços
Não é subjetivamente nem objetivamente comercial
CASO N.º 4
Vasco, trabalhador dos correios, entra, todos os dias, às 9h00 e sai às
17h00. Amante de filatelia, decidiu, há algum tempo, montar um pequeno
quiosque numa Praça lisboeta, para se distrair um pouco ao fim do dia, antes de ir
ter com a mulher, por volta das 19h00. Para manter aberto o quiosque todo o dia,
Vasco contratou um empregado, Manuel. Qual a natureza (civil ou comercial) do
contrato celebrado?
Intervenientes- Vasco contrata Manuel (contrato de trabalho, visto que Manuel vai ser empregado de
Vasco)- da esfera de Vasco sai dinheiro e da do Manuel sai uma prestação
CASO N.º 5
José e Luís, arquitectos, pretendendo remodelar o atelier de que são
proprietários, no Chiado, contrataram Matias, empreiteiro, para fazer as obras. No
dia 15 de Janeiro de 2019, já com as obras prontas e aprovadas, Matias
apresenta a factura a José, conhecido pelas suas maiores disponibilidades
financeiras. Contudo, até agora, José não pagou a dívida, alegando que só está
obrigado a pagar metade do valor da factura. (i) José tem razão? (ii) A dívida está
vencida? (iii) Em caso de mora, qual a taxa de juro aplicável, sabendo que nada
foi convencionado?
Sujeitos: Jose e Luis arquitetos, Matias empreiteiro
Ato objetivamente comercial?
Ato- sim, contrato de empreitada
Especialmente- Sim, 230º nº6
É ato objetivamente comercial
Pelo menos da parte do Matias empreiteiro
Ato subjetivamente comercial?
Contratos- sim contrato de empreitada
Comerciante? 13º
Pessoa- sim
Capacidade de exercício- 7º sim
Profissão- reiterada, exclusiva, autónoma, lucrativa- Não
Matias é subjetivamente comerciante
Natureza exclusivamente civil? Não
Contrário- não
É pessoa semelhante? Sim, do lado do J e L OU não
Ato é subjetivamente comercial OU não
1º aplica-se código comercial- ato misto 99º
(i) Tem razão porque não se aplica solidariedade, 100º nº2 porque J e L não são comerciantes,
513º C.C.
(ii) Atraso de pagamento- DL nº62/2013- 4º nº3
(iii) Aplica-se p 102º relativamente à taxa de juros moratórios
Ver taxas de juro
CASO N.º 6
Francisco, estudante, decidiu montar uma pequena livraria: tomou de
arrendamento uma loja na Baixa, comprou as estantes e todo o mobiliário
necessário, encomendou os computadores e celebrou um contrato de
fornecimento de livros com uma editora. No entanto, mesmo antes de a loja abrir,
Francisco apercebeu-se que o curso de Direito lhe deixava pouco tempo para
gerir o negócio, acabando por vender a loja a Gustavo e Octávio, estudantes de
gestão. Estes nunca pagaram o preço. A responsabilidade de Gustavo e Octávio
é solidária ou é conjunta?
Sujeitos: F estudante vende a livraria, antes de abrir, a O e G que são também estudantes a troco de um
preço
Ideia de livraria enquanto estabelecimento comercial é de F- projeto de F
Objetivamente comercial- venda do estabelecimento (não é o imóvel em si, mas o negócio até
porque eles arrendaram o espaço, mas o negócio é deles), venderam o estabelecimento com a posição de
arrendatário
1112º C.C. remete a comercial logo remete para a aplicação da lei comercial- trespasse
Subjetivamente comercial-
F- todos os atos que praticou até abrir a livraria consubstanciam uma prática reiterada pelo
que pode ser um comerciante
O e G são comerciantes porque há factos indicativos de que vão adotar determinado modo
de vida
Regra da solidariedade- pode demandar qualquer um
Neste caso não temos um estabelecimento comercial visto que as coisas corpóreas, ou seja, os
móveis não diziam respeito ao exercício da prática comercial em concreto
3. Imagine agora que a pastelaria não era de Albano, mas sim de uma sociedade por
quotas por si detida a 100%, cuja quota transmitiu a Diogo. Precisava Albano do
consentimento das senhorias para transmitir a sua quota, representativa de 100%
do capital social da sociedade, a Diogo?
1112º nã o precisa de consentimento dos senhorios
Agora pensamos que quem celebra o trespasse nã o é o proprietá rio Albano, mas sim a
sociedade
Operação- share deal aplica-se 1112º?
Alguma doutrina- trespasse escondido
STJ- considera que não há trespasse
4. Ernesto está furioso com a traição de Albano ao ajudar a filha a abrir a Nova
Albanaria ali tão perto. O que pode fazer?
3 limites: substancial, temporal, espacial
Fundamentos:
5. Imagine por fim que Albano tinha também arrendado um armazém de apoio ao
funcionamento da Albanaria. Pode trespassá-lo a sua filha para apoio ao
funcionamento da Nova Albanaria?
Armazém não é elemento essencial (tomando em consideração que este é para mero stock)
Armazém não é um estabelecimento comercial logo não há trespasse
Tendo em conta que trespassou o estabelecimento, ele tem apenas direito de gozo sobre o espaço
(é apenas arrendatário)
2. Imagine agora que, no contrato pelo qual Albano transmitiu a Albanaria a Ernesto, podia ler-
se:
«1. Pelo presente contrato, Albano transmite a Ernesto a pastelaria “Albanaria”, incluindo
a sua posição contratual em todos os contratos de fornecimento, por 100.000 euros.
Convenção para o trespasse
Teria de haver consentimento do fornecedor- 424º nº1
OUUUUUUU O.A. não precisa de consentimento para ser mais fácil o comércio e porque é um
contrato intrinsecamente ligado ao estabelecimento, tem de passar automaticamente
Há outras situações comuns em que a ligação é mais remota. EX: contrato de vigilância
PROBLEMÁTICA: trespassante oferece menos garantias como mau nome na praça, é
possível resolver; possibilidade de o contrato de fornecimento ser intuito personae (pessoa só
contratou com X por ser mesmo o X)
Tem de haver notificação à mesma- regularizar situação contratual
3. Ficam expressamente excluídas: CONCLUSÃO- percebe-se que por muito que alguns
elementos possam ser substituídos, o seu conjunto ficar excluído descaracteriza o
estabelecimento e assemelha-se a um direito de gozo do espaço
a) O direito a usar o nome “Albanaria” para identificar o estabelecimento;
b) A máquina que permite fazer “as melhores tostas mistas do mundo”;
parte do âmbito natural, portanto no silêncio das partes transmite-se
1-parte essencial e indispensável logo tem de fazer parte do trespasse
2-facil substituição, logo pela autonomia das partes pode ser excluído
c) A marca “As melhores tostas mistas do mundo”;
d) A trabalhadora Maria Albertina.
285º Código de Trabalho, apenas por iniciativa da trabalhadora é que pode querer não
continuar vinculada ao contrato de trabalho
Motivo: garantias e situações de segurança, protege-se o trabalhador de trespasses para
despedir pessoas…
Exclusão por parte do trespassante e trespassário é inválida
4. Sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º anterior, Ernesto poderá usar a referência à
“Albanaria” na sua firma pessoal.»
Quid iuris?
A ESTUDAR
DIREITO BANCÁRIO
SEGUROS
INSOLVÊNCIA-
Está em causa saber como alguém responde patrimonialmente ante outra pessoa- obrigações respondem os
bens suscetíveis de penhora; não havendo cumprimento voluntário da obrigação, o direito permite pedir
judicialmente o seu cumprimento
Caso 9
A Praia e Campo, S.A. (PCSA) anda pelas ruas da amargura. Durante o passado inverno, tendo
em conta a sua actividade sazonal, decidiu investir os proveitos obtidos no verão em acções do
Banco Possível e Provavelmente Nacionalizado (BPPN). Estas acções do BPPN, praticamente o
único activo da PCSA, desvalorizaram fortemente nos últimos meses, e a probabilidade de uma
recuperação está completamente afastada.
Caso 10
Há mais de seis meses que Telma e Luísa, gerentes da Rainha dos Frangos, Lda. (RF) não
promovem o pagamento de salários aos trabalhadores da empresa. Sempre que estes se
queixam, as duas amigas respondem que o Estado está bem pior, uma vez que não entregam o
IVA que têm liquidado há mais de um ano. A situação financeira, de facto, não é famosa. Como
acto desesperado, as duas gerentes negociaram em nome da RF um contrato de abertura de
crédito com o Banco Crédulo Português (BCP), para a compra de frangos e venda dos mesmos,
assados, a € 1/kg, no afamado restaurante.
Situação desfavorável- créditos titulados por trabalhadores e créditos titulados por autoridade
tributária
a) A calma com que Telma e Luísa estão a lidar com a situação financeira da RF será
passível de censura, caso esta última venha a ser declarada insolvente?
ATO DESESPERADO- tem racionabilidade económica? Em abstrato sim porque tem mais liquidez
18º CIRE- dever de apresentar à insolvência
Não aconteceu e até podem ter agravado a situação ao juntar ao role de credores mais um
PRETERIÇÃO DO DEVER DE DECLARAÇÃO-
Insolvência culposa- 186º nº3 alínea B CIRE deviam informar nos 30 dias seguintes (18º CIRE)
Inibição para exercício de comércio, perda de créditos- 189º liga ao 186º
EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INSOLVÊNCIA
Responsabilidade extracontratual- danos pela consequência de atraso na apresentação aos credores
No caso de créditos constituídos a partir dessa data abrange-se o interesse contratual negativo (INCLUI
investimentos de negociação)
b) Caso a RF venha ser declarada insolvente em Janeiro de 2021, será que a sociedade
Frango Gorducho, S.A. (FG) pode compensar um crédito sobre a RF de que é titular,
emergente do fornecimento de frangos durante o primeiro semestre de 2020, com
uma dívida decorrente do fornecimento de almoços pela RF aos trabalhadores da FG,
durante setembro e outubro de 2020? Ambos os créditos deveriam ser pagos nos 30
dias seguintes ao fim do prazo do correspondente fornecimento.
99º nº1 alínea A- pressupostos legais da compensação quanto aos créditos de FG
Requisitos alternativos
Requisitos do 847º C.C.
CASO A distribuição
António, conhecido produtor de frutos secos do Alentejo, celebrou com Beatriz, em janeiro
de 2021, um contrato sem prazo nos termos do qual esta promoveria os produtos de
António aos melhores restaurantes de Lisboa, entregando pequenos cabazes de cortesia.
Adicionalmente, como Beatriz tinha jeito para o negócio, obrigou-se também a adquirir
mensalmente a António 100 quilos de nozes, que revenderia aos restaurantes que se
mostrassem especialmente interessados.
27º nº1 contratos agência- contrato de duração indeterminada porque não foi estabelecido prazo
Sem pré aviso (“com efeitos imediatos”)- indemnização pelos danos, não deixa de ser
eficaz (29º)
Obrigação de não concorrência- 9º pós eficaz, não foi estipulado acordo portanto não deve haver
problema
CASO B- distribuição
No dia 2 de janeiro de 2021, André, casado com Carlota, decidiu começar o seu próprio
negócio. Para o efeito celebrou com a “BMX, Lda” um contrato nos termos do qual André
comprava àquela automóveis da marca “BMX” para depois os revender no
estabelecimento que abriu em Vilamoura. Ficou acordado que usaria as marcas e os
materiais publicitários da “BMX, Lda”. O contrato vigoraria por tempo indeterminado.
Em fevereiro de 2021, e percebendo que os automóveis da “Audex, Lda” estavam com
muito mais saída, André celebrou um contrato em tudo semelhante ao que tinha celebrado
com a “BMX, Lda”, mas, desta feita com a “Audex, Lda”. A nova loja seria exatamente ao
lado da primeira e o contrato vigoraria por tempo indeterminado.
Após um escândalo internacional envolvendo a “BMX, Lda”, André percebe que aquela
empresa não tem futuro. Em fevereiro de 2022 decide extinguir o contrato com efeitos a
partir de maio de 2022. Apesar de ser o melhor revendedor europeu daquela marca, com
uma vasta clientela angariada, diz que não quer a sua imagem manchada com tamanho
escândalo. Acontece, porém, que do ponto de vista comercial os timings não foram os
melhores e André não sabe o que fazer com os 100 carros da BMX que ainda tem em
mãos.
Regime da agência é aplicável por analogia, mas faz sentido aplicar todas as normas? EX: prazo
de denúncia deve ser o mesmo?
Documento escrito
Ad substanciam- 219º exigência de forma legal não respeitada torna negócio nulo
Denúncia – 28º
3. Uma vez que André não quer assumir o prejuízo dos 100 carros, pronuncie-se sobre as
eventuais soluções a dar ao problema.
Concedente só tem de retomar stocks quando se obrigado a isso (quando tal foi acordado) OU há
dever de concedente retomar stocks quando resolução se deveu a culpa própria OU decorre da
boa fé concedente retomar stocks OU casuisticamente ver conteúdo do contrato para verificar
vontade hipotética das partes
Do contrato assinado por Aníbal em 2016 constava (i) um prazo de 2 anos; (ii) um direito
de exclusivo na zona centro do país, (iii) que a sua remuneração se resumiria à comissão de
7,5% do preço de cada produto vendido pela BFE às farmácias contactadas por Aníbal,
incluindo esta comissão a compensação pela clientela criada pelo que, findo o contrato,
nada mais terá a haver da BFE; e (iv) uma obrigação de não concorrência por um prazo
de 5 anos após a cessação do contrato.
Em janeiro de 2019, Aníbal conheceu Carlota que tem a mania que é rebelde e
rapidamente fez dele “gato-sapato” e, em fevereiro, fez várias tatuagens e adotou um
penteado “radical” para demonstrar que estava à altura do desafio. Os donos das
farmácias com quem contactava diariamente começaram a olhá-lo com desconfiança.
Entretanto, Carlota convenceu Aníbal a promover junto das farmácias, juntamente com os
produtos da BFE, umas “ervas medicinais”, por si plantadas, que, segundo a mesma,
sendo misturadas com chá, produziam um efeito rejuvenescedor imediato. Alguns
farmacêuticos compraram as ervas que rapidamente demonstraram ser um sucesso entre
as senhoras de idade que, diziam, as faziam sentir mais jovens do que algum dia foram.
Descobriu-se em junho que, entre tais ervas, havia canábis com fartura...
Seria contrato de agência- mas falta autonomia das partes visto que há um manual de instruções
(não há liberdade de fixação de como irá promover)
1. Em julho de 2019, a BFE escreveu a Aníbal, pondo fim imediato ao contrato. Aníbal,
incrédulo, disse que a BFE não tinha fundamento para isso: queria continuar a
trabalhar e a receber as comissões a que tinha direito.
Passaram 2 anos- 27º nº2 contrato por tempo indeterminado- pode ser sem pré aviso mas tem de
indemnizar = DENÚNCIA
2. Segundo Aníbal, mesmo que o contrato ficasse sem efeito, ele teria de ser
compensado pela clientela que criou. Afinal de contas, a BFE continuaria a receber
os proveitos do seu trabalho por muitos e bons anos: as farmácias que ele “mimou”
ao longo de anos continuariam a fazer encomendas sobre encomendas...
Critério imputabilidade
Problema de no contrato haver limitação da compensação por clientela- não pode haver renúncia
antecipada dos direitos, nem haver uma compensação meramente simbólica porque se assemelha
a renúncia antecipada
Tal não está perante autonomia das partes limitar o direito a indemnização por clientela
3. O advogado de Aníbal sustentou ainda que este deveria reclamar à BFE a comissão
contratualmente prevista por cada produto vendido por esta às farmácias do centro
do país através da loja online criada em 2013.
23º- tutela representação e tutela eficaz negócio celebrado por quem não tem poderes
Poderes de representação
Para o efeito, Aníbal deveria comprar os produtos à ECB e depois revende-los pelas
farmácias. Usaria para o efeito as marcas, os materiais publicitários e as amostras da ECB.
Aníbal não sabia se podia: lembra-se de uma qualquer obrigação de não concorrência no
contrato com a BFE e ligou ao seu advogado a perguntar.
Obrigação de não concorrência após cessação do contrato- por maioria de razão, também não
pode haver concorrência durante o contrato
6. As coisas correram bem entre a ECB e Aníbal durante pouco mais de um ano. No
final de outubro passado, a ECB enviou uma carta a Aníbal denunciando o contrato
com uma antecedência de 10 dias. Aníbal está novamente incrédulo: fez
investimentos avultadíssimos na promoção dos produtos da ECB e na constituição
de stocks, de acordo com o plano de negócios desenhado em conjunto com a ECB.
1. Concedente só tem de retomar stocks quando se obrigado a isso (quando tal foi
acordado)
Não há lugar a nada- obrigação de retoma apenas se as partes fixarem tal coisa
8. Carlota, quando percebeu que Aníbal não teria onde cair morto, logo o trocou por
Fausto, jovem empresário de sucesso que pretende abrir um restaurante igualzinho aos H4
que estão já espalhados por Lisboa e não sabe que contrato deve celebrar para o efeito.
Contrato franquia
CONTRATOS DE ORGANIZAÇÃO- CASO N.º 15
João Baralhado (JB) é um famoso investidor da Banca Portuguesa e fundador de uma
instituição mui especial sem fins lucrativos, designada Fundação “Moimême” (FMM). Em
janeiro, a FMM decidiu construir um magnífico pavilhão de exposição de arte bizantina
para dar a conhecer a coleção pessoal do seu fundador tendo vindo a adjudicar a obra a
“CCC – Consórcio Constrói e Cai”.
O CCC é composto pelas sociedades Cimentos Forte, Lda., Pedra e Cal, S.A., Edifica, S.A.
e pelo próprio JB. No contrato de consórcio, entre outros aspetos, vinha estipulado o
seguinte:
«1 –As partes procederão, em comum, à construção do pavilhão, ficando cada uma delas
responsável pelas seguintes tarefas:
1 – Como qualifica o contrato celebrado entre Cimentos Forte, Lda., Pedra e Cal, S.A.,
Edifica, S.A. e JB? Quais as partes do contrato de empreitada celebrado entre a FMM e o
CCC?
Contrato de consórcio- DL Nº231/81 de 28 de julho
Reduzido a escrito
Partes- sem personalidade jurídica, cada uma das entidades jurídicas que integra o consórcio e a
fundação (JB como representante do consórcio)
Não é por haver consórcio que 1 das partes não pode se vincular unicamente
3 – Oito meses após o início da obra, o pavilhão não estava ainda concluído mas o preço da
empreitada já estava todo pago. Poderia a FMM exigir à Pedra e Cal, S.A. a totalidade do
valor devido a cláusula penal?
19º nº2- cláusula geral compulsória relativamente a todos os membros do consórcio, presume-se
solidariedade passiva
OU
4 – Estava a administração da Pedra e Cal, S.A. a discutir com a FMM o diferendo supra
referido, quando a FMM recebeu uma comunicação da Cimento Forte, Lda. solicitando o
pagamento de € 1.500.000,00 devidos pela construção da estrutura, conforme o descrito no
orçamento de obra. A FMM respondeu dizendo que já tinha pago a totalidade do
empreendimento ao JP e que, sendo este Chefe do Consórcio, só ele podia solicitar algum
eventual valor em falta. Quid juris?
14º nº1 D remete para 16º nº1- 14º funciona como exceção ao 16º
16º nº2 e 3- vale para relações internas
770º C.C cumprir perante terceiro não iliba de cumprir a prestação perante o verdadeiro credor
5 – Tendo em conta a conduta da Cimentos Forte, Lda. e a forte suspeita de que a morte
do trabalhador da Pedra e Cal, S.A. se ficou a dever pela violação, pela parte desta, dos
mais elementares deveres de segurança, a Edifica, S.A. pretende abandonar o consórcio e
ainda ser ressarcido pelos danos causados à sua imagem e bom nome, causados pelo facto
de ser conhecido no mercado a sua pretença ao CCC e, logo, a sua participação em tão
nefasto empreendimento... Quid iuris?
Ele fez algo perante os restantes membros porque os deveres perante o consórcio não se limitam
aos das relações internas, também se estendem às relações externas com terceiros
OU SEJA, EEB vai vender armas e o primeiro cliente é o Alexei que encomendou 20 mil
caçadeiras, pagando metade do preço antecipadamente (deu crédito) sem as ter recebido. Mas
pediu garantia de que EEB vai realizar. EEB apresenta garantia bancária.
“O BEN vem por este meio e por ordem da EEB, prestar irrevogável e incondicionalmente
a Alexei uma garantia bancária destinada a caucionar o cumprimento de todas as
obrigações assumidas pela EEB ao abrigo do contrato de compra e venda de 20.000
caçadeiras para fins recreativos, nomeadamente a obrigação de entrega das caçadeiras e a
obrigação de devolução do adiantamento dos € 200.000, declarando renunciar a todos os
meios de defesa próprios ou que possam competir à EEB e que de algum modo possam
obstar à execução total ou parcial da garantia (…). O BEN não poderá recusar, sob
qualquer alegação, o pagamento de qualquer quantia reclamada por Alexei ao abrigo
desta garantia, designadamente que não se encontra demonstrado o incumprimento total
ou parcial por parte de EEB”.
b. Em 10 de Novembro de 2020, apenas 1 dia após a saída dos camiões TIR com as armas
de Portugal, Alexei exigiu ao BEN o pagamento dos € 200.000, correspondentes ao
adiantamento. O BEN questionou Alexei sobre o motivo do acionamento da garantia, mas
recebeu como resposta um seco “não podem recusar, sob qualquer alegação, o pagamento
de qualquer quantia reclamada por Alexei ao abrigo desta garantia”!
Garantia bancária autónoma- não está dependente do contrato base, contrato pode ter vícios que
não afetarão a garantia
GARANTIA-
FIANÇA- garantia pessoal visto que garante o património, há devedores principais e fiadores que são
devedores secundários, Banco em primeira linha pede ao devedor principal, e só em segunda linha vai ao
fiador que é obrigado por contrato a pagar
Defesas do fiador- benefício da execução prévia (638º C.C.) quando ainda não esgotou património
do devedor principal;
Diferente da fiança à primeira solicitação- fiador tem de pagar em primeira linha e pode
eventualmente cobrar ao devedor principal o montante que teve de pagar, não podendo exercer execução
prévia
Caso prático
1. Pode a BudsCoffee, Inc. exigir o valor em dívida a Bento, conhecido por ser uma pessoa
com um avultado património, que se adensou significativamente quando se casou com
Francisca? Acrescidamente, ao montante em dívida poderia ser ainda peticionada uma
compensação pelo atraso no pagamento?
2. Qualifique o contrato celebrado entre Bento, Carlota e Abel e pronuncie-se sobre se, e
em que termos, é que Abel poderia, querendo, desistir do contrato.