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AULAS PRÁTICAS DE CONTRATOS- João Vinagre

joaovinagre@fd.ulisboa.pt

Compra e venda de bens de consumo- novo diploma também aplicável à empreitada

Índice
Caso 2.............................................................................................................................................................................. 3
Caso 3.............................................................................................................................................................................. 4
Caso 4.............................................................................................................................................................................. 4
Caso 5.............................................................................................................................................................................. 5
Caso 6.............................................................................................................................................................................. 7
Caso 7.............................................................................................................................................................................. 7
Caso 8.............................................................................................................................................................................. 8
Caso 9.............................................................................................................................................................................. 9
Caso 10............................................................................................................................................................................9
Caso 10.......................................................................................................................................................................... 10
Caso 10.......................................................................................................................................................................... 12
Caso 1 Empreitada........................................................................................................................................................13
Caso n.º 2- Empreitada..................................................................................................................................................14
AULA EXTRA.................................................................................................................................................................. 16

RESOLUÇÃO DE CASOS

Identificar factos

Identificar fundamentos- leis, interpretação, aplicação

Conclusão/solução- enquadrar direito e factos

A, residente em Coimbra, vendeu a B, amigo de infância a viver em Estremoz,


por telemóvel, no início do mês, o seu smoking guardado na sua casa de
férias, na Ericeira. Ficou combinado que o preço seria pago no fim do mês,
depois de B receber o seu ordenado.
Analise, de forma autónoma das demais, cada uma das seguintes situações:
I - Qualifique o contrato celebrado entre A e B. Na sua resposta considere os
efeitos essenciais do contrato e as modalidades de negócio jurídico para o
diferenciar de outros contratos.
Negócio translativo, bilateral , consensual (não é necessário entregar a coisa para o
contrato surgir, pelo que o mútuo e o comodato é preciso entregar a coisa), típico e
nominado, não obedece a forma específica excepto quando diz respeito a imóveis
(219º como regra geral e 875º como regra excecionais dos imóveis), sinalagmático
(obrigação de pagar preço e obrigação de entrega de coisa), de execução instantânea
(ao contrário dos de execução continuada, como o contrato de arrendamento),
oneroso (difere do gratuito, que não tem sacrifícios das duas partes), causal, não
aleatório
GERAIS- regime regra
ESPECIAIS- regulamentação diversa do regime regra
EXCECIONAIS- regime contrário, exceções
Nestas não se aplica analogia- 11º
Aplica-se argumento a contrario

b) B recebe o smoking em casa uma semana depois.

1. interpelado para pagar, B diz que não tem o dever de o fazer, quer por não
ser o fim do mês, quer ainda, sobretudo, porque não foi fixado preço algum,
motivo pelo qual nada é devido. Terá razão?
Vigora princípio da autonomia das partes, normas supletivas (liberdade contratual)
Não é momento da entrega, interpelação por parte do vendedor, é o prazo de 1 mês
Decorrido o mês, se não pagar à mora
Risco transfere-se para o comprador com o contrato porque o contrato transfere o
direito
883º critérios para definir preço- a partida aplica-se o 3º critério

2. Depois de examinar o smoking, B constata que o mesmo não veio


acompanhado de um certificado, da conhecida marca “Herodes Boss”, nem
de dois botões nos bolsos interiores. Por ser extremamente vaidoso, B
reclama a sua entrega. Quid iuris?º
Âmbito do contrato compra e venda, nomeadamente da obrigação de entrega (882º
nº2)
Certificado- documento (362º)
Execução através de ação de cumprimento, visto que entrega inclui o certificado
Botões não são parte integrante mas sim acessória- 210º mas tendo em conta
o 236º/237º e 239º mas também o 762º nº2 (boa fé)
b) onde deve ser pago o preço? 885º, no momento e lugar da entrega da
coisa
Se não tiver sido pago quando entregue a coisa, deve ser efetuado no
lugar do domicílio que o credor tiver ao tempo do cumprimento
E onde deve ser entregue o smoking? Na ausência de regras essenciais,
recorremos ao 773º no lugar do domicílio do devedor
c) A e B acordam 600 euros pelo smoking. Contudo, ao verificar que o
smoking estava com alguma sujidade, A mandou limpá-lo numa
lavandaria, gastando 25 euros. Pretende agora, que B lhe pague, afinal
625 euros. Quid iuris? Vendedor com dever acessório de guarda e
conservação após celebração do contrato
Dever acessório de boa fé de informar- dever pre contratual 227º
Se sujidade ocorrer depois da celebração do contrato, a prova incumbe ao devedor (882º
nº2 e 799º)

874º COMPRA E VENDA

EFEITOS ESSENCIAIS- 879º

Obrigacionais- alínea B e C, obrigação de prestação


Reais- alínea A, transmissão de um direito

Transmissão da propriedade- 408º

409º- partes podem convencionar que o direito se transmite com a entrega ou o pagamento do preço

Assunção Cristas- compra e venda nos termos do sistema do título e do modo, não havendo efeitos reais

Não tem razão porque é necessário um ato posterior, mas o direito não deixa de ser transmitido por via do contrato

=Quoad effectum e quoad constitionem

Código dos valores mobiliários- 102º nº1, a transmissão não esta dependente só do contrato, mas do preenchimento
da declaração

Não decorre do contrato, porque a lei pressupõe outras formalidades

Vigora sistema do título e do modo

REGENTE- título porque há uma transferência imediata do risco, comprador pode logo alienar os bens

A partir do consenso o comprador pode dar instruções ao vendedor que se não respeitar está em incumprimento (e
tem dever de indemnizar), podendo se responsabilizar o vendedor

Formalidades servem para opor o direito transmitido contra terceiros, encontram-se no plano da legitimidade e não
no plano do direito substantivo

=NÃO EXISTEM EXCEÇÕES AO SISTEMA DO TÍTULO

Caso 2
No início do mês, Anacleto venda a Bento o seu apartamento e automóvel. Ficou acordado que a
entrega seria realizada na semana seguinte e o pagamento do preço no fim do mês.
Considere as seguintes questões de forma autónoma:
1. Bento recusa cumprir o contrato, invocando que o negócio foi celebrado por documento escrito.
Venda do apartamento é nula (875º, 286º, 220º), contrato de coisa móvel é válido (sem restrições de
forma, 219º)
Incumprir contrato conduz à mora
Possibilidade de redução (292º) e 884º (redução do preço)
2. No prazo convencionado, Anacleto procede à entrega das chaves do automóvel e do imóvel. No
entanto, Bento não procede ao pagamento do preço no fim do mês. Anacleto pretende agora
recuperar o imóvel e o veículo. É possível?
801º nº2, 886º (vendedor não pode resolver contrato) , por isso 817º (ação de incumprimento)
886º não permite resolver, necessita prazo admonitório
Motivo- não houve perda de interesse objetiva
3. Anacleto contratou uma transportadora para proceder ao envio das chaves do apartamento e do
automóvel. Agora, pretende que Bento suporte o valor correspondente. Quid iuris?
Quem tem de pagar o transporte é o vendedor
Despesas relativas à execução do contrato
878º é relativamente a despesas relativas à celebração do contrato como o registo, escritura, impostos (selo,
sobre transação de imóveis)… custos a cargo do comprador (formalidades para que a celebração seja válida)
Ratio- se o preço da venda for baixo, o vendedor ao acartar as despesas podia entrar em prejuízo,
evita-se diminuição do preço
Pode ser afastado por autonomia das partes

Caso 3
Ambrósio vende a Bento o seu precioso relógio. Fica acordado que o preço será afixado por Célio, avô
de Ambrósio e anterior proprietário do relógio.
Célio fixa o preço em 100 mil euros, pretendendo que o relógio continue no espólio familiar. Bento
entende que o preço indicado é injusto por corresponder a dez vezes o valor de mercado do objeto.
Quid iuris?
400º nº2, tribunal determina segundo equidade
Tendo em conta 883º
Terceiro deve complementar vontade das partes- não pode satisfazer interesses próprios mas sim das partes
do negócio
Terceiro não tem direito a determinação do preço portanto não o pode fazer segundo critérios próprios-
critérios definido pelas partes ou critério legal (equidade)
MC/ML- 280º nulidade
MAS consideramos que tal não se aplica porque há um critério egal atendível: equidade
Privilegiaria terceiro
Equidade
Forte- caso concreto, não aplicável porque é subjetivo
Fraco- devemos recolher do direito positivo valorações (EX: 883º) e adaptamos de acordo com
particularidade do caso
=Atender a valor de mercado e equilíbrio das prestações- 883º aplica-se indiretamente
400º nº2- aplicamos de forma direta porque ainda que texto não mencione determinação mal feita (Apenas
diz quando não é feita ou quando não é feita a tempo), visa acautelar patologias na determinação do preço
por terceiro
Aplicamos diretamente mas outros autores defendem aplicação da analogia
Parte afetada deve pedir declaração de nulidade de determinação do preço e a seguir a determinação
do preço pelo tribunal- deixa de haver determinação logo aplicamos 400º nº2

Caso 4
António é colecionador de obras surrealistas e pai de três filhos: Camila, Dário e Edmundo.
Em 2020, António vende a Bernardo, casado com Camila, o quadro "A Tentação de Santo Antão" de
Salvador Dali pelo preço de 200 mil euros. O negócio foi celebrado por escrito por insistência de
Dário, filho mais novo de António que na altura tinha 15 anos.
No dia seguinte, Edmundo, que desde sempre adorara a pintura, vê o quadro fixado na parede da sala
de estar de Bernardo, tomando, então, conhecimento do negócio.
Como o falecimento de António em 2022, Edmundo e Dário pretendem saber se podem reagir contra
o contrato celebrado. Quid iuris?
Compra e venda
Veda compra e venda a filhos ou netos- 877º
Norma excecional ao princípio da autonomia privada (liberdade de contratar)
Proibição relativa, temos como absoluta as praias porque viola 280º (“legalmente possível”)
Diferentes autores incluem ou não os genros
Pode incluir venda a descendentes por interposta pessoa- 579º nº2
Aplica-se analogicamente 877º e 579º? Não por causa do 11º
Interpretação extensiva- evitar situações de dificuldade de provar como espírito da norma
Motivo: afeta a legítima dos herdeiros face a outros herdeiros legitimários, evitando doações
inoficiosas com prejuízo na legítima
DISCUSSÃO DO REGIME DE BENS- se for comunhão de bens, o bem vendido é bem comum e fica na
titularidade da filha também
Se for separação de bens, não há bens comuns, é apenas do genro
Assim, alguns autores defendem que não é preciso estender aos genros
Ainda assim alguns consideram que se deve estender porque o cônjuge continua a ser
herdeiro legitimário mesmo que estejamos perante separação de bens, visto que há sempre um risco
Antunes Varela- bisnetos e bisavós não estão abrangidos
Jurisprudência considera admissível enquadrar genros e noras em regime de separação de bens através de
interpretação extensiva
Logo seria legítimo abranger bisnetos também
Caso dos namorados- considera-se como venda de terceiros por não haver relação de parentesco entre os
namorados, logo não é admissível uma interpretação extensiva visto que o namorado não será herdeiro
legitimário em circunstância alguma

Prazos a ter em conta- 877º nº2


Dário menor na altura do negócio, até à maioridade pode arguir anulabilidade do negócio visto que o seu
consentimento não era válido porque Dário não tinha capacidade de consentimento- devia ser suprimento
judicial
Edmundo perdeu legitimidade de arguir anulabilidade visto que já conhecia o contrato há mais de um ano

1. Edmundo e Dário intentam uma ação judicial contra Bernardo. De seguida, Bernardo vende o
quadro ao filho do juiz responsável pelo processo. Quid iuris?
579º nº2, 876º, 579º nº3

876º norma remissiva para 579º, visto que a previsão não está completa

406º nº1 extinção contrato- não pode ser unilateral

Caso 5
No stand de automóveis Carros Novos, Lda., Anacleto compra um carro por
20 mil euros.
Como não tinha dinheiro para pagar a pronto, o stand promove a celebração
de contrato de mútuo de 20 mil, valor que deveria ser restituído ao fim de 5
anos.
O contrato de concessão de crédito foi celebrado com a Créditos XPTO, S.A.,
sociedade financeira parceira comercial do stand.
O automóvel foi entregue, mas ficou acordado que o stand permanecia
proprietário até à restituição do capital em dívida.

Considere as seguintes questões:


1. Aprecie a validade do presente contrato.
Contrato sobre reserva a favor do proprietário com pagamento a favor de
terceiro-
natureza com uma outra obrigação, não estando sujeito a um evento incerto
(não é perante condição suspensiva- 270º) e não produz efeitos retroativos
(logo não pode ser uma condição, 276º), problema do risco (796ºnº3)
=Direito real com eficácia perante terceiros
É valido
409º nº2- eficácia inter partes mas não erga omnes
A reserva até pagamento do preço por B
Antes de preço ser pago mas depois de celebrado contrato com B, A aliena o mesmo
automóvel a C
Se não for registado B não pode invocar contrato perante C
Se existiu registo é valido e eficaz perante terceiros
Se não existiu registo é válido mas não eficaz perante terceiros

a. Subhipótese: Aprecie a validade do contrato supondo que os contraentes


acordaram que a Créditos XPTO, S.A. reserva para si a propriedade até à
restituição do capital em divida.
409º à partida não permite reserva de propriedade a favor de terceiro
Motivo: interpretação literal, ligação funcional
2. O stand de automóveis apresenta dívidas avultadas e os seus credores
nomeiam à penhora o automóvel vendido. Quid iuris?
409º reserva de propriedade só é oponível a terceiros se tiver sido registada, visa se a fé do
registo
Sem registo, credores podem nomear à penhora o bem
Penhora- apreensão judicial , bem é vendido e com o produto da venda são satisfeitos os
créditos do credor
104º CIRE- necessária a entrega da coisa
a. Subhipótese: Se o bem vendido fosse uma joia preciosa, ao invés de um
veículo a motor, a sua resposta permanecia a mesma?
Oponibilidade bens móveis não sujeitos a registo
3. Após receber as chaves da viatura, Anacleto envia uma carta ao Carros
Novos, Lda., e à Créditos XPTO, S.A, onde recusa restituir o capital em
dívida. Podem as sociedades resolver o contrato e exigir a restituição
do capital?
Entrega da coisa corresponde à entrega das chaves- tradição simbólica
Incumprimento definitivo? Recusa restituir capital é declaração antecipada de incumprimento que
corresponde a incumprimento definitivo pela maioria da doutrina e jurisprudência
REQUISITOS: firme, consciente, livre, categórica
Logo é possível resolver contrato
Via restituição do capital? Situação volta ao que estava originalmente, efeitos retroativos
Por conta do que já foi prestado
a. Subhipótese: Na ação declarativa, Ana é condenada ao pagamento do
preço. Na ação executiva, pode o stand nomear à penhora o veículo?
Vendedor quer penhorar porque comprador não está a cumprir as obrigações do contrato
4. Passado um mês, devido a uma forte tempestade, o veículo fica
completamente destruído. Anacleto recusa-se a cumprir as obrigações
assumidas. Quid iuris?
POSIÇÃO TRADICIONAL- Antunes Varela, contrato sujeito a condição suspensiva,
796º nº3
Vendedor suporta o risco- cessa a obrigação
Se fosse o comprador a suportar o risco continuava a pagar o carro e ter de cumprir a obrigação,
ficando sem a coisa
CRITICA: situação injusta, o comprador já usufruía da coisa, agora perde a coisa e deixa de estar
obrigado a pagar

DOUTRINA PEDRO ALBUQUERQUE- 796º nº1, foi feita a entrega da coisa logo o risco dividido
pelas partes (repartição na suportação do risco)
MOTIVO: “transferência do domínio” -transfere-se direito real de domínio (controlo
material), objetivo é enquadrar as situações de reserva de propriedade
Comprador tem de pagar até ao fim (cumprir a obrigação), caso não o faça, o vendedor pode
executar o património
Vendedor perde a garantia real- não pode ter a coisa de volta, ainda que possa ir ao património
do comprador, tendo em conta que perde o direito de garantia, começa a concorrer com os
demais credores em posição de igualdade

5. Suponha que o automóvel não foi entregue a Anacleto e que o stand


decide vender e entregar a viatura a Carlos. Pode Anacleto reivindicar
o automóvel?
1311º- ação de reivindicação e 1315º
Venda de bens alheios- stand é proprietário do veículo mas apenas uma propriedade não plena,
limitada pela expectativa da Anacleto
a. Ao tomar conhecimento do referido negócio, Anacleto decide vender o
veículo a Carros Velozes, Lda. Esta Sociedade pretende agora
reivindicar o automóvel. Quid iuris?
A não tem propriedade do veículo mas sim direito real de aquisição
Transmissão do direito real de aquisição? Cessão da posição contratual? Neste caso precisaria
de consentimento
Houve compra e venda de bem alheio- ainda não é titular do direito de propriedade, apenas
quando restituir valor em dívida
Nulidade do contrato
Sanar nulidade- 895º convalida, A adquire bem e a propriedade transmite-se imediatamente para
o stand Carros Velozes

Caso 6
Aníbal, agricultor, vendeu a Beatriz, comerciante, a totalidade da sua produção mensal de alface, a
mil euros mês, durante um ano. É sabido que Aníbal, por via de regra, produz cerca de 1 tonelada de
alface por mês.
a) Porém, no mês de abril, em razão do mau tempo prolongado, Aníbal apenas produziu 700 kg
de alface. Apesar disso, Aníbal exige de Beatriz o pagamento dos mil euros relativos aquele
mês. Quid iuris?
Bem futuro, aquisição depende de colheita
Perceber se atribuíram carácter aleatório- se SIM, preço é devido (880º nº2), logo B tem de pagar, se NÃO
cumprimento parcial e redução do preço
880º difere do 881º porque no 881º refere-se MENÇÃO DA INCERTEZA

b) Imagine agora, em alternativa que Aníbal apenas tinha produzido 700 kg de alface no mês de
abril por não ter utilizado nos meses de fevereiro e de março as dosagens adequadas de
pesticidas. Quid iuris?
Impossibilidade culposa imputável ao devedor- 801º- aplica-se 798º e 799º relativamente à
presunção de culpa
Não se aplica o 886º porque não está em causa a falta de pagamento do preço
801º nº2- pode resolver o contrato segundo o 432º ou restituir o preço pago

INTERESSE CONTRATUAL POSITIVO E NEGATIVO- ambos dizem respeito a lucros cessantes e danos emergentes

NEGATIVO- posição que estaria se nunca tivesse celebrado contrato

POSITIVO- devemos colocar o lesado na posição que este estaria se o contrato tivesse sido cumprido

É possível acumular- 892º, finalidade de punir o vendedor, excecionalmente, compra e venda de bens alheios ou
onerados

Caso 7 (corresponde à 2.ª hipótese do livro de caso práticos do Senhor Professor Tiago
Soares da Fonseca):
Carlos vendeu a Diogo, um terreno para construção por 10 milhões de euros,
indicando, além da respetiva localização, que o mesmo tinha 10 mil m2.
a) Passado sete meses, Diogo verifica que o terreno apenas tinha 9 mil m2. Exige
de Carlos mais mil m2, ou, em alternativa, aquilo que considera ter pago a
mais, mas este recusa.
Divergência entre medida referida e a medida do terreno
Não foi por medida quadrada- interesse global
Divergência é superior a 1 vigésimo (500m2)- redução do preço
Reduz 500 mil euros correspondente à parte que D não recebeu
Bem imóvel – 1 ano para reclamar, 890º nº1

b) Em que condições pode Diogo resolver o negócio?


Preço efetivo tem de ser maior ao preço estabelecido no contrato- proteger comprador
891º- comprador, vendedor exigir o excesso, não agir com dolo

c) Suponha que, no mesmo dia e no mesmo cartório, Carlos tinha vendido a Diogo
dois terrenos: um por 2 milhões de euros com 2 mil m2; outro por 1 milhão de euros,
com mil m2. Posteriormente, vem a verificar-se que, afinal, cada um dos terrenos tem
1500 m2.
Quid Iuris?
Alternativa 1:
Compensação- 889º, 500 a mais num compensar 500 em falta no outro- compensação entre
faltas e excessos
NÃO SE PODE APLICAR PORQUE NÃO É UM PREÇO UNITÁRIO MASSSS
PODEMOS INTERPRETAR que em cada mil metros há um preço único ainda que não haja
um preço unitário (interpretação extensiva)

Alternativa 2:
Diferença excede um vigésimo (5%) e não havendo venda fixada com preço por unidade
888º nº2- preço reduzido em ambos os preços

Caso 8
Amílcar, aficionado por relógios, compra a Bento um relógio por 3.000 euros para o
usar no casamento da irmã. Fica acordado que Amílcar pode devolver o bem no prazo
de um mês se não se encontrar satisfeito com a compra.
Ao fim de uma semana, depois do casamento, Amílcar pretende devolver o relógio a
Bento, referindo que nunca pretendeu adquirir o bem.
Quid iuris?
Compra e venda a contento na segunda modalidade- se coisa não agradar ao comprador pode
devolver, tendo direito a resolver o contrato
Ao fim de uma semana pretende devolver relógio
Intenção da Amílcar demonstra comportamento abusivo- tem de indemnizar se houver danos
Direito de Amílcar não pode exceder limites de boa fé e abuso de direito
CONSEQUÊNCIA- não pode exercer direito de resolução
334º abuso de direito
Caso 9
António, jovem médico, decide mudar-se para a Irlanda, frustrado com a brutal perda
de poder de compra em Portugal.
Antes de abandonar o país, vende, por 750 mil euros, um apartamento em Lisboa a
Boris, nómada digital e investidor imobiliário.
O jovem médico pretendia regressar um dia a Portugal. Assim, fica acordado que,
mediante o pagamento de 1 milhão de euros, António pode resolver o contrato nos
próximos 10 anos.
a) Em 2024, António informa Boris, por telefone, que pretende reaver o imóvel. Boris
comunica que já vendeu o apartamento a Charles. Quid iuris?
b) Em 2024, o imóvel é destruído por um terramoto. Dias antes, o apartamento tinha
sido avaliado em 1,5 milhões de euros. Pode António resolver o negócio e exigir uma
indemnização pelo valor da avaliação?

Caso 10
Andreia adquiriu a Bernardo uma máquina de lavar louça, tendo sido convencionada a reserva de propriedade e
acordo que o preço devido, no valor de 1000 euros, seria pago em vinte mensalidades, de 50 euros.

Por último, convencionaram as partes que “em caso de incumprimento de Andreia, Bernardo tem direito a
receber 2000 em alternativa ao preço devido”.

Analise, de forma autónoma das demais, cada uma das seguintes situações:

1. Andreia esquece-se de pagar a primeira mensalidade. Responda fundamentando:

a. Pode Bernardo resolver o negócio?

Não. 934º. É uma falta de pagamento de uma só prestação que não excede 1/8 do preço. Bernardo só poderia
utilizar o 808º e ss

Regime de tutela superior a 801º e 802º

Se exceder temos de converter mora em incumprimento definitivo

934º impede resolução

b. E exigir o pagamento de todas as mensalidades por vencer?

Segunda parte 934º

781º regra geral não se aplica mas sim o 934º que se aplica a situações de compra e venda, sendo norma especial
face regime regra do 781º

c. As respostas anteriores poderiam mudar de Bernardo fosse um comerciante?

Crédito ao consumo- DL133/2009 uma das partes qualifica-se como comerciante e a outra como consumidor

Verificar sempre situações de exclusão

934º norma geral- este diploma consagra regime especial, legislador pretendeu consagrar regime de maior
proteção ao consumidor (Deveres acrescidos de informação, informação por escrito, regime especial de resolução de
contrato e perda de benefício do prazo nomeadamente o 20º)

2. Andreia pagou a primeira mensalidade, apesar de tardiamente, e depois voltou a esquecer-se de pagar a
segunda mensalidade.
Não houve perda de tutela de confiança

Não houve incumprimento simultâneo de 2 ou mais prestações ou incumprimento de mais de 10%

3. Andreia não pagou a terceira mensalidade, nem a seguinte.


Incumprimento de 2 prestações em simultâneo, não importando se chega ou não aos 1/8
4. Andreia falhou no pagamento de três mensalidades, Bernardo aceita o pagamento
tardio das três mensalidades, mas vem posteriormente a querer resolver o negócio.
Meros atrasos no pagamento podem ser sanados posteriormente
Não é possível resolução
Pode ser estabelecida tal situação porque tutela mais o comprador

5. Suponha que tinham sido acordadas, ao invés de vinte mensalidades, apenas cinco.
Resolva autonomamente cada uma das seguintes sub-hipóteses, mencionado os direitos
de Bernardo:
a. Andreia falta no pagamento de uma das mensalidades.
Excede 1/8 do preço pode ser aplicado o 934º
Resolução ainda não é possível porque não estamos perante incumprimento definitivo, mas
pode recorrer à exigência antecipada (que cobre a mora e incumprimento definitivo)

c. Andreia falta ao pagamento de primeira mensalidade, mas ainda não tinha havido a
entrega da máquina de lavar a louça.
5 prestações com o mesmo valor
Sem entrega da coisa
Com reserva de propriedade
934º nº1 2º parte não precisa entrega da coisa

Não se aplica regime de mais tutela de 934º- 886º não houve entrega da coisa- aplica-se regime
801º
Não se aplica 934º, aplica-se 781º por exceder 1 oitavo do preço

c. Andreia falta ao pagamento da primeira mensalidade, mas não tinha havido reserva
de propriedade, nem entrega do eletrodoméstico.

6. Pronuncie-se sobre a admissibilidade da cláusula final inserida no contrato


entre Andreia e Bernardo.
935º
Cláusula penal- 2 mil euros
Preço- mil euros

não pode exceder metade do preço- indemnização reduzida a metade

Caso 10 (corresponde ao Caso 10 do livro do Professor Tiago Soares da


Fonseca com adaptações)

Nuno e Maria zangaram-se um com o outro, tendo Nuno decidido sair do


apartamento onde morava, com a Maria. Por falta de espaço na nova casa, Nuno
decidiu vender algumas das suas coisas que tinha no apartamento, pedindo a
Maria se as poderia mostrar a eventuais interessados.
Resolva, de forma autónoma das demais, cada uma das seguintes hipóteses:
a) Óscar deslocava-se ao apartamento e fica interessado num armário de
Nuno, pretendendo comprá-lo e levá-lo. Maria, alegando que estava
autorizado a “tratar do assunto”, vende o móvel a Óscar.

Admite que não é seu mas que pode vendê-lo- venda de bens alheios, 892º negócio nulo

REGENTE CONSIDERA QUE VENDA DE BENS ALHEIOS TAMBÉM É QUANDO O


VENDEDOR ADMITE NÃO SER O TITULAR DO BEM MAS DIZ TER LEGITIMIDADE PARA
VENDER

Nulidade atípica diferente do 286º- desvio quanto à legitimidade

Comprador de má fé não pode invocar contra vendedor de boa Fé

Estando os dois de má fé o comprador pode invocar

Não é de conhecimento oficioso

Indemnização segundo o 898º dolo corresponde a má fé subjetiva ética- apelo ao


desconhecimento sem culpa

b) Pedro desloca-se à casa e gostou muito de um quadro. Maria diz a Pedro que
aquele quadro “era seu”, mas que poderia vendê-lo por 100 euros. Este aceita.

Quando soube do sucedido, Nuno exige o quadro de volta a Pedro, que, por sua
vez, se recusa. Maria, contudo, diz que não pode fazer nada e se a pretensão de
Nuno for a Tribunal, o mesmo terá de declarar a nulidade do contrato.

Nuno tem legitimidade para intentar declaração de nulidade do negócio

P tem legitimidade porque é comprador

Pretensão do proprietário- coisa seja restituída, a ação de declaração de nulidade do


negócio restitui ao vendedor, portanto faz mais sentido intentar ação reivindicatória
(1311º), ação possessória

Bem vendido por M pode não ter sido entregue ao comprador- ação de ineficácia
do negócio entre vendedor e comprador

REGENTE- PROPRIETÁRIO SEM LEGITIMIDADE PARA INTENTAR DECLARAÇÃO


DE NULIDADE, O INTERESSE SERÁ DOS INTERVENIENTES DO NEGÓCIO

b) Quirino desloca-se ao apartamento e compra a Maria, por 500 euros, a


televisão que esta tinha comprado numa promoção no Centro Comercial
de Aljubarrota, juntamente com Nuno, quando ainda estavam apaixonados
um pelo outro e a viver juntos.

902º aplica-se quando apenas uma parte do objeto é alheio (EX: coleção de livros, 1 deles não
pertence à mesma pessoa)

Nesta situação, temos 1 objeto que é da titularidade de 2 pessoas em compropriedade


1408º parte especificada- 1408º nº2 analogia para venda de bens alheia

Aplica-se por analogia ou extensão- aplica-se regime de venda de bem alheios

Alienação de todo o bem converte-se em alienação da quota- DIVERGÊNCIA (opinião de


Antunes Varela) , em vez de alienar titularidade de todo o bem ,está a alienar a sua quota-
conversão do negócio.. PROBLEMÁTICA DESTA VISÃO- nulidade é total e não parcial e os
negócios jurídicos são distintos

c) Maria vende a bicicleta de Nuno a Ruben, tendo dito a este último que
Nuno lhe tinha prometido, por contrato, vender-lha. Posteriormente,
contudo, veio a suceder que Nuno vendeu a referida bicicleta a Sara.
Ruben pretende agora que Maria lhe devolva o preço que pagou pela
mesma, assim como uma indemnização que alega ter sofrido.

Nuno é proprietário

893º e 890º nº2

Responsabilidade contratual

Compra e venda de bem futuro- M podia questionar se S pretendia alienar bem

Indemnização? Pelos danos sofridos? Tinha de demonstrar cumprimento da obrigação de


diligência a cargo da Maria

799º presunção de culpa- terá de ser demonstrado pelo R que M incumpriu obrigação de
diligência

d) Maria encontra no escritório o livro “A Teoria da Justiça”, pertencente a


Nuno, e autografado pelo próprio John Rawls. Liga de imediato a Emanuel
e promete-lhe vender a obra por 500 euros. Semanas mais tarde, após
várias tentativas de contacto sem sucesso, Emanuel pretende intentar
uma ação judicial para receber o livro ou uma indemnização pelo prejuízo
causado.

Caso 10
Ana, através de uma plataforma de venda de produtos particulares usados on-line, vendeu a Bernardo, por 300
euros, o seu telemóvel, metade do que custa novo.

Cinco meses e uma semana depois do negócio, por transvio dos correios, Bernardo lá recebeu o aparelho em sua
casa e verificou que o mesmo não liga. Após ter colocado o aparelho a carregar, Bernardo constatou que, apesar
de ligar e ter acesso à internet, o telemóvel não permitia fazer, nem tão-pouco, receber chamadas.

Quatro semanas depois, na sequência de deslocação a uma loja de marca, as suspeitas de Bernardo confirmaram-
se: o processador do aparelho estava avariado e tinha de ser substituído por um novo, no valor de 300 euros.

A) Bernardo escreveu a Ana a pedir-lhe o pagamento de 300 euros pelo arranjo do aparelho. Esta, porém,
recusa-se, alegando que já passou tempo demais, que hoje em dia os telemóveis só servem para navegar
na Internet, que Bernardo poderia fazer chamadas pelo WhatsApp e, por fim, que nem sequer sabia que o
processador do telemóvel estava avariado, uma vez que já não lhe dava uso há mais de dois anos.
Coisa defeituosa- vícios impeditivos da realização do fim a que lhe é destinado, falta das qualidades
necessárias para realização do fim a que se destina
Dentro do padrão de normalidade- 913º nº2, desonera comprador de ter de fazer prova
Situação de incumprimento- direito de exigir reparação da coisa ou substituição
Apenas na situação de substituição se pode fazer valer de desconhecer sem culpa do vício

B) Bernardo, em alternativa ao pedido anterior, opta pela anulação do negócio, juntamente com uma pretensão
indemnizatória.

Pode? Se sim, com que fundamento e até quando?

Pode exigir anulabilidade por erro, 913º e 905º

Prazos do 916º

Indemnização segundo o 915º

Caso 1 Empreitada
Sara é uma ilustre advogada da nossa praça, com escritório numa fração dos anos 40, em Lisboa.

Tendo perdido uma ação de Direito da Família, de uns largos milhares de euros, Sara enviou a referida sentença a
Telmo Sabe de Família, professor de Direito. Analisada a referida sentença, Telmo Sabe de Família foi da opinião
de que a mesma padecia de diversos erros de Direito, justificando-se a interposição de recurso. Sara, depois de
consultar o seu cliente, decidiu contratar um parecer a Telmo.

Porém, atrapalhado com as aulas da faculdade, consultas jurídicas, mestrados e família (a sua!), Telmo fez o dito
parecer apressadamente, inclusivamente não atendendo aos factos provados na sentença, extremamente
relevantes para fundar a ilegalidade do aresto.

Saram tendo recebido o parecer no último do prazo, limitou-se a anexá-lo às suas alegações de recurso, só se
apercebendo das falhas do mesmo dois meses mais tarde, quando foi notificada do acórdão da Relação e dos
comentários no mesmo ao parecer.

Confrontada com um pedido de Telmo do pagamento de honorários, no valor de 10000 euros, Sara marca uma
reunião com os demais sócios da sociedade para decidir o que fazer.

Quid iuris?

Impossibilidade de fiscalizar um parecer


É passível de entrega- corpo mecânico exteriorizado
Impossibilidade de dissociar o autor do processo em si- não é contrato de empreitada mas sim
Analogia com empreitada- prestação de serviços atípica
Defeito aparente- advogado médio teria percebido
Mas ele manda no ultimo dia
Indemnização pelo 1223º, pode resolver o contrato

Caso n.º 2- Empreitada


I
Carlos acordou com Daniel a construção de uma estante em mogno, para guardar os
seus livros de direito, pelo preço de 8.000,00€. O preço foi imediatamente pago, tendo
Daniel acordado a entrega da estante no prazo de 3 meses.
1) Após a conclusão da estante, e antes da sua entrega, a mesma incendeia-se, fruto
de um curto circuito nas incitações de Daniel. Poderá Carlos reaver o preço
pago?
Realização de obra suscetível de entrega, elaborado conforme plano, resultado específico e concreto
Falta de estipulação- materiais fornecidos pelo empreiteiro (1210º)
Cabe ao empreiteiro ilidir presunção de culpa- incêndio não ocorre por culpa do dono nem do
empreiteiro
RISCO- temos de saber quem tem a propriedade
Propriedade transmite-se com a aceitação da obra por parte do dono- 1212º- aqui o empreiteiro deixa
de responder pela perda ou deterioração
AINDA NÃO HOUVE ACEITAÇÃO- risco suportado pelo empreiteiro
Tem de construir nova estante
SE CORRESSE PELO DONO- perde o dinheiro e fica sem obra, se ainda não tiver pago tem de pagar na
mesma
2) Uma vez entregue, Carlos constatou que a estante era feita de pinho, e não de
mogno. Carlos pretende a restituição do preço pago. Quid iuris?
Momento da verificação- 1218º- NÃO VERIFICAÇÃO IMPORTA ACEITAÇÃO DA OBRA
1219º- homem médio não sabe distinguir o pinho do mogno= DEFEITO OCULTO , não se presume
conhecido, não há irresponsabilidade do empreiteiro nos termos do 1219º
NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE EXIGIR VERIFICAÇÃO NEM PEDIR INDEMNIZAÇÃO- empreiteiro
não pode pedir
CONVERTER MORA EM INCUMPRIMENTO DEFINITIVO- imposição de prazo admonitório
1220º- 30 DIAS

3) Ao fim de 3 anos, e pese embora as várias insistências de Carlos, Daniel não


entrega a estante, tal como acordado. Que tutela legal assiste a Carlos?
MORA- a insistência não é fixação de prazo admonitório
4) Ao fim de uma semana da celebração do negócio Carlos arrependeu-se do
mesmo. Pretende que Daniel devolva o preço pago. Daniel afirma que já iniciou a
construção da estante, tendo investido parte do dinheiro na compra de
materiais. Quid iuris?
1229º- desistência é causa específica de extinção de empreitada
DESVIO DO 406º- revogação
Empreiteiro tem direito a ser indemnizado pelos materiais, mao de obra e ainda eventual proveito que tiraria
Boa fé no pré aviso- 762º nº2
5) Ao fim de 1 anos após a entrega da estante Carlos nota que a estante apresenta
uma prateleira quebrada. Como Carlos nunca utilizou aquela prateleira, nem
deu conta de nenhum acidente, pretende responsabilizar Daniel e que este lhe
devolva parte do preço pago. Quid iuris?
DEFEITO OCULTO- cabe ao fono da obra provar que o defeito decorre da construção e não era vísivek no
momento da aceitação
Denúncia de 30 dias e 1224º com prazo de caducidade- 2 anos a partir da manifestação do defeito
SE FOSSE DEFEITO APARENTE. 1219º nº2, não há responsabilidade

II
Abel e Bruna celebraram um contrato mediante o qual o primeiro se obrigou a
construir um jardim de 10.000 m2 na moradia de Bruna, pelo preço de 100.000,00 €, a
liquidar no momento da entrega do jardim.
Abel entregou um orçamento para a execução dos trabalhos que incluía, para além do
trabalho de ajardinamento do espaço, o fornecimento de materiais e plantas.
No decurso dos trabalhos, Abel e Bruna acordaram a instalação de um sistema de rega
e no fornecimento de duas bombas de água para se colocar no jardim.
6) No fim do projeto, Bruna apresentou uma fatura de 100.000,00€ pela construção
do jardim e de 20.000,00€ pela instalação do sistema de rega e das duas bombas
de água. Bruna recusa-se a pagar a segunda fatura. Quid iuris?
Empreitada
Dupla exigência para exigir aumento do preço
Alteração não é de iniciativa do empreiteiro- houve acordo entre empreiteiro e dono da obra
Temos novo contrato de empreitada ou então modificação contratual do contrato de empreitada
(407º)
1211º remete para 883º e seus critérios de definição de preço

7) Após a construção do jardim, os canteiros instalados começaram a assentar. O


desnivelamento da estrutura montada deveu-se à inadaptação do solo para a
instalação dos concretos canteiros, que apresentavam um peso excessivo. A
reparação da estrutura exige a destruição dos canteiros, nivelamento e
pavimentação reforçada do solo, e nova instalação de estrutura. Abel declina
qualquer responsabilidade e recusa-se a reparar a obra. Quid iuris?
Não é 1219º porque defeito não era aparente
1225º- imóvel de longa duração (características que os mantenham estáveis e sólidos,
durabilidade superior a 5 anos, previsibilidade aferida de forma objetiva e não de forma
subjetiva de acordo com as intenções)
Falta de tomar diligências- para atuar de acordo com as leis da arte , responde pelos danos,
responsabilidade subjetiva
1225º aplica-se a erros não graves?
8) Abel havia recorrido a Zélia,Lda, empresa que se dedica ao fornecimento e
instalação das bombas de água de jardim, para realizar esta parte da obra.
Bruna veio a constatar que as bombas de água, fruto de má instalação,
apresentam-se degradadas e uma deixou totalmente de funcionar. Bruna
pretende que Zélia, Lda. repare as bombas. Quid iuris?
Subempreitada depende do conhecimento das condições 264º (1213º)
MOTIVO: falta de conhecimentos técnicos ou de trabalhadores aptos a por exemplo fazer instalação
elétrica
REGENTE- natureza da relação jurídica
Profissões cada vez mais especializada – resulta da própria relação jurídica em causa, empreiteiro
tem de ter alguém capaz de fazer instalação do quadro elétrico, respeitando as regras da arte
ADMISSÍVEL salvo se o dono da obra contratou o empreiteiro com carácter fungível (contratou
aquele empreiteiro em concreto)
DONO DA OBRA DENUNCIA AO EMPREITEIRO OU AO SUBEMPREITEIRO?
Ao empreiteiro- contratos eficazes entre as partes, o dono da obra não tem relação contratual com
subempreiteiro
Ao subempreiteiro- este realiza a obra no interesse do dono
SE DONO DA OBRA NÃO PAGOU AO EMPREITEIRO- subempreiteiro pode exigir seu pagamento ao
dono da obra e depois o empreiteiro desconta o valor
DONO DA OBRA APRESENTAR PROJETO A EMPREITEIRO- mas empreiteiro descobre que há erros
claros no projeto- alterações necessárias segundo o 1215º
Se dono da obra recusar- tribunal decide
Dono da obra pode desistir da obra a qualquer momento desde que indemnize
SE EMPREITEIRO CEDE AO DONO DA OBRA-
Empreiteiro constrói em conformidade com projeto que tem erros mas o dono da obra não concorda
em alterar
Empreiteiro não é responsável perante a responsabilidade civil face ao dono da obra mas é
responsável pela responsabilidade extra obrigacional face a terceiros em caso de dano=APENAS HÁ
DESRESPONSABILIZAÇÃO DO EMPREITEIRO FACE AO DONO DA OBRA

AULA EXTRA

1216º- empreiteiro recorre para laterações nce

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