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Caso nº1
A é comerciante?
C é comerciante?
B é comerciante?
CASO 2
1ª questão, art. 2º Ccom= Obs leis avulsas.
Onde vamos procurar? Especialidade= regimes que fornecem ou não fornecem atos especiais/
podemos encontrar, para além dos atos prescritos no código comercial, omo regimes novos de
contratos que se assumem como comerciais, e leis avulsas que em parte regulam atos
materialmente comerciais.
O que são atos= contatos, negócios unilaterais e negócios jurídicos em sentido stricto sensu ou
ate factos jurídicos (ex: desastres naturais)
No concreto
1ª relação especial por um contrato de compra e venda (comprar a coisa= carrinha)
Ato de comercio em sentido objetivo
Compra de coisas para revender
+ no ponto de vista de quem revendeu = compra para utilizar
Ato de comercio em sentido subjetivo
Art. 2º/2ª parte- 13º/1 + 7º = profissão = actos de comercio 463º
CASO 2
1ª pergunta- se a compra da carrinha é um ato comercial? Objetivamente - 463º e 464º/2 e 3 +
230º CCom.
2ª pergunta- Se David e Elvira são comerciantes?
David= Não é comerciante 464º/3 /230º/ parágrafo 3º.
Elvira= 230º/2 464º/2 , E não é comerciante, por isso não pratica atos objetivamente comerciais
D e E- regra da parcialidade quanto à responsabilidade 100º Ccom parágrafo único.
Obs: Compra e venda (não são comerciantes) + pratica um ato de comercio em sentido objetivo
e depois um ato acessório a este? Este último é também considerado um ato objetivo (novos
atos regulados pela acessoriedade).
RESPOSTA
1- A qualificação de saber que se é mais do que uma pessoa a responder e em que termos
depende da qualificação do ato como sendo de comércio ou não.
Aplica-se o regime da parcialidade do regime do art. 534º CCivil. Caso seja aplicável
o regime legal dos atos do comércio o regime é diferente (art. 100º CCom).
Ato em sentido objetivo- a compra da carrinha não é um ato em sentido objetivo. 464/1
Ato em sentido subjetivo- a compra da carinha não é um ato em sentido subjetivo- vem
excluir a aplicação do 230º/5 paragrafo 3.
ATO DA VENDA
Objetivo-
Subjetivo- SA, 13º/ 2ª parte, ato unilateralmente comercial
Art. 99º
Art. 100º paragrafo único.
A maior parte da doutrina não aceita a teoria do regime acessório. Teoria do acessório
CASO 3
Em 1º lugar, é necessário analisar a comercialidade dos atos:
----Compra dos quadros por F- ----
Art.2º 1ª parte- sentido objetivo
Art. 463º e 464º- A venda pela galeria já é um ato comercial (art. 230º/5). Se comprou para
revenda um objeto que era para uso pessoal, não é ato comercial objetivo (art. 464º/1)- venda
de F a J.
Art. 2º, 2ª parte- sentido subjetivo
F é advogado, sendo essa a sua profissão (profissional liberal) não é considerado comerciante.
Pressupostos para ser comerciante:
Prática reiterada
Lucrativa
Autónoma
Exclusiva
Por isso concluo que é um ato de natureza civil
CASO 5
Questão: saber se há solidariedade entre J e L ou se, pelo contrário, se aplica o regime da
parciariedade.
Sentido objetivo da comercialidade
Art. 2º/ 1ª parte Ccom
José e Luís (não são objetivamente comerciais 151º CODIGO DO IRS)
O contrato estabelecido entre eles e Matias não esta regulado no Ccom mas sim no CC art.
1207º. Empreitada- sendo um contrato de prestação de serviços não é um ato comercial.
Matias (sim, são objetivamente comerciais) a prestação de serviços de empreitada não esta
regulada no CCom (art. 463º e 464º) Para Menezes Cordeiro, Matias praticou um ato comercial
aplicando o art. 230/6- para Menezes Cordeiro, tem natureza objetiva e é uma lista de atos de
comércio.
Sentido subjetivo
Art. 2, 2ª parte Ccom
José e Luis (não são subjetivamente comerciais)
Art. 13º
São profissionais liberais pelo que não são considerados comerciantes, não praticam atos de
comércio. É defensível que sejam equiparados a comerciantes pois tinham um atelier.
Matias (art. 13º + 7º + 230º/6)
1. Tem capacidade de gozo e de exercício
2. Pratica atos comerciais
3. É a sua profissão (autonomia, lucro, exclusividade, prática reiterada)
Estamos perante um ato misto/unilateral- 99º
Art. 100º, paragrafo único- regra da parciariedade
II) aplica-se o DL 62/2013, nomeadamente os artigos 3ª/d), 4ª/3 a). M é empresa para efeitos
do diploma (3º d)), pois é uma entidade que não é pública e desenvolveu uma atividade
profissional autónoma, sendo pessoa singular.
Se a partir da receção é que começa a contar o prazo, a divida vence 30 dias após a receção da
fatura. A divida ficaria vencida a 15 de setembro.
Não se aplica a lei 24/96 porque J e L atuam com objetivos que não são alheios à sua profissão.
Não é propriamente uma relação entre um profissional e um comerciante. De qualquer das
formas é um uso comercial e não pessoal ou doméstico, é para satisfazer necessidades da
profissão, justifico isso com o DL 62/2013 (2º/2 a)), que equipara os profissionais liberais às
empresas.
2º/1 a); 4º/3 a) não pode exceder 60 dias salvo contrário;
III- Aplica-se subjetivamente a taxa comercial. Aplica-se o art. 102/ p.5. A taxa é de 8% em
conformidade com a portaria 277/2013, aplica-se este e o DL 62/2013. Caso contrário seria 7%
(102º p. 3). Aviso 9939/2018 para o art. 9º.
DL: penalização de 40€ 7º dl 62/2013
CASO 6
A questão deste caso prende-se com o facto de saber se G e O respondem perante a dívida
como obrigação parciária ou solidária.
A primeira questão é se estamos perante um estabelecimento comercial? F está a abrir um
estabelecimento comercial, este é caracterizado por ser um conjunto de coisas corpóreas e
incorpóreas devidamente organizadas para a prática de comércio. Para isso, começa a adquirir
todo o material e equipamentos necessários ao seu funcionamento, inclusive realiza um
contrato de fornecimento de livros.
É um ato comercial em sentido objetivo? (2º/1ª parte) Sim.
É um ato subjetivamente comercial? (2º, 2ª parte) Segundo o professor Coutinho de Abreu
sim, houve prática reiterada de atos com o propósito do sujeito vir a ser comerciante: existem
atos de organização de um estabelecimento que indicam a sua atividade. Segundo o Professor
Menezes Cordeiro, são atos ou diligencias necessárias para a prática comercial.
Temos ainda o trespasse do estabelecimento. O trespasse implica a negociação de todos os seus
elementos, incluindo o ativo (conjunto de direitos e outras posições equiparadas) e o passivo
(obrigações contraídas pelo comerciante no exercício da atividade). As partes podem, no
domínio de autonomia privada, retirar alguns elementos de estabelecimento, mas, para que haja
trespasse, este não pode ficar descaracterizado e tem que ser possível o seu funcionamento.
O trespasse é um ato objetivo: está regulado no 1112º CC, mas cabe na previsão do art.
2º/1ªparte se fizermos uma interpretação atualista. Menezes Cordeiro entende que são
comerciais os atos regidos por diplomas que visam a substituir o Ccom ou que o modificam e
se assumem como comerciais.
São comerciantes? O professor Coutinho de Abreu diz que basta a prática de ações com o
propósito de os sujeitos virem a ser comerciantes. Neste caso, há pratica de atos de comercio e
atos de organização de uma empresa comercial. Se seguíssemos essa doutrina, G e O seriam
comerciantes. Assim sendo, respondem solidariamente, segundo o regime do artigo 100º
Ccom. Assim, G e O podem ser demandados na totalidade da dívida por F e aquele que pagar
a totalidade da divida terá direito de regresso relativamente ao outro.
O empréstimo em analise seria tido como comercial na medida em que a coisa cedida seria
destinada a atos mercantis segundo o art. 394º.
O estabelecimento comercial pode ainda, ser dado em garantia, pode operar como objeto de
garantia.
- “quem pode trespassar pode dar como garantia” pois quem pode o mais pode o menos segundo
o professor Menezes cordeiro.
- O estabelecimento pode ser dado em garantia e continuar a funcionar normalmente, numa
situação fundamental para o bom decurso da operação.
- Pode ser dado em penhor pelo seu próprio titular - tratar-se-á de um penhor mercantil, sendo
pois suficiente, em termos do 398º §único uma entrega simbólica.
- Art.782/2 CPC é possível a penhora de estabelecimento comercial sem que afete o seu
funcionamento
O penhor confere ao credor o direito à satisfação do seu crédito, com preferência sobre os
demais credores, pelo valor de certa coisa móvel, ou pelo valor de créditos ou outros direitos
não suscetíveis de hipoteca; o bem ou o direito penhorados podem pertencer ao devedor ou
terceiro. O penhor das coisas constitui-se pela entrega da coisa empenhada ou do documento
que confira disponibilidade dela.
Penhor – Garantia real (garantia pessoal seria a Fiança) que incide sobre det. coisa móvel ou
sob créditos ou outros direitos que não são suscetíveis de hipoteca. Ato de empenhar, dar como
garantia.
Penhora - Efeito de penhorar. Apreensão judicial dos bens ou rendimentos do executado para
pagamento aos credores – processo de execução
Hipoteca – Garantia real que confere ao credor o direito de ser pago com prioridade. A hipoteca
tem de estar registada. Incide sobre bens registados na conservatória do registo predial.
1. Voluntaria
2. Judicial
CASO Nº2
Manuel Rocha explora, desde há vários anos, um café na zona do Saldanha, em Lisboa,
chamado “Manuel Rocha dos Cachorros”. O negócio que, no início, apenas dava para
“sobreviver” tornou-se pujante quando passou a incluir no seu menu, o famoso cachorro quente
“kamikaze” com uma receita única e original que atraia gente de todo o país e também do
estrangeiro, após uma reportagem publicada no The New York Times. Manuel Rocha que
começava a achar-se velho e cansado para o negócio, decide vendê-lo a Maria Botelho. Para o
efeito, as partes limitaram-se a assinar um contrato no qual se estabelecia o seguinte:
Manuel da Rocha vende a Maria Botelho o café sito na Praça Duque de Saldanha pelo valor de
EUR 1.500.000,00. O contrato foi celebrado no dia 10 de outubro de 2017. No dia 11 de
outubro, já com a chave do café, Maria Botelho repara que, durante a noite, Manuel Rocha
tinha retirado do café metade das cadeiras (deixando as mesas) e tinha levado consigo a receita
do cachorro “kamikaze”.
Além deste espanto, Maria Botelho, que, entretanto, tinha contratado uma equipa de
profissionais de restauração, fica estarrecida quando encontra os trabalhadores que tinham sido
contratos anteriormente por Manuel Rocha à porta do café e prontos para trabalhar, pois
considera que, uma vez vendido o café, os trabalhadores “vão à sua vida”.
No dia 12 de outubro, Manuel Rocha entrega a Maria Botelho uma carta onde refere que esta
deverá deixar de utilizar o nome “Manuel Rocha dos Cachorros” e dar outro nome ao café. Na
sexta-feira 13 de outubro, Sebastião proprietário do imóvel onde se localizava o café, fica
estarrecido com a carta que recebeu de Manuel Rocha a desejar “boa sorte” com a nova
proprietária do café. Espantado, Sebastião dirige-se a Maria Botelho dizendo que quer que o
imóvel de volta até ao final do mês e “já agora” as dez rendas que Manuel Rocha lhe ficou a
dever. Como se a desgraça já não fosse suficiente, Rui Vieira aparece a cobrar a dívida de
fornecimento de salsichas, presuntos e enchidos, referindo que Manuel Rocha lhe disse que
após a venda do café, ele não tinha mais nada a pagar e que deveria pedir o pagamento dos
fornecimentos a Maria Botelho, dando-lhe desde já nota de que não tenciona voltar a fornecer
qualquer produto àquele café, declarando extinto o contrato de fornecimento que duraria até
2019. Maria Botelho fica preocupada porque Rui Vieira é o único fornecedor daqueles
exclusivos produtos.
Quid iuris?
Em primeiro lugar temos que ver se estamos perante um estabelecimento comercial: Conjunto
de coisas corpóreas e incorpóreas devidamente organizadas para a prática do comércio.
Digamos que corresponde grosso modo a uma ideia de empresa, sem o elemento humano e de
direção.
Elementos do estabelecimento
Ativo: conjunto de direitos e outras posições equiparáveis, afetas ao exercício do comércio; O
estabelecimento abrange:
Coisas corpóreas, incorpóreas, aviamento e clientela.
Coisas corpóreas- direitos reais de gozo, direito de arrendamento. Ficam, pois, abrangidas
quaisquer coisas que, estando no comércio, sejam, pelo comerciante, afetas a esse exercício.
Coisas incorpóreas: direito à firma ou nome do estabelecimento e outros aspetos que, embora
à partida não patrimoniais, consintam, todavia, uma comercialidade limitada. Aquando da
negociação de um estabelecimento, é evidente que os referidos fatores incorpóreos poderão ser
determinantes para encontrar um valor. Há estabelecimentos que vale, sobretudo pelo nome
que tenham ou pelas marcas ou patentes que acarretam. Há que incluir direitos a prestações
provenientes de posições contratuais (contratos de trabalho, fornecedores)
Aviamento e clientela: aviamento corresponde à mais-valia que o estabelecimento representa
em relação à soma dos elementos que o componham, isoladamente tomados: ele traduziria,
deste modo, a aptidão funcional e produtiva do estabelecimento. A clientela, por seu turno,
equivale ao conjunto, real ou potencial, de pessoas dispostas a contratar com o estabelecimento
considerado, nele adquirindo bens ou serviços.
Passivo: adstrições ou obrigações contraídas pelo comerciante, poer esse mesmo exercício.
Inclui-se no estabelecimento embora seja frequente, em negócios de transmissão, limitá-los ao
ativo.
Podemos concluir com estes dados que estamos perante um estabelecimento comercial.
Estamos perante um trespasse? Objeto de trespasse é um estabelecimento. O trespasse é
definível como transmissão da propriedade de um estabelecimento por negócio inter vivos.
Forma: 1112º/3 está preenchida.
Objeto de trespasse é um estabelecimento: mas que não tem de ser comercial (em sentido
jurídico) - está preenchido.
O senhorio tem direito de preferência, só é possível o seu exercício se estiver preenchido o
requisito da comunicação 1112º/4.
Verificando os elementos, temos que auferir se estão preenchidos:
Ativo
Coisas Corpóreas- direitos reais de gozo, direito de arrendamento. Poderia colocar-se a
questão das cadeiras serem um elemento essencial da identidade do estabelecimento (1112/3),
apesar deste artigo, não podemos concluir que as cadeiras são um elemento essencial da
identidade deste estabelecimento.
Coisas incorpóreas: direito à firma ou nome do estabelecimento e outros aspetos que, embora
à partida não patrimoniais, consintam, todavia, uma comercialidade limitada. Quanto à não
transmissão da receita, este integra o “know-how”, e o facto de Manuel a ter retirado, afeta a
aptidão funcional. Perdendo o aviamento, o estabelecimento perde a aptidão funcional.
No que concerne aos contratos de trabalho, em princípio transmitem-se para o novo
estabelecimento comercial 1112/2 a) a contrario. Os trabalhadores podem não querer trabalhar,
logo têm que dar o seu consentimento, presumimos que houve consentimento pois apareceram
para trabalhar, por isso Maria fez mal em te contratado novo pessoal.
286- A Direito da oposição ao trabalhador
O nome da empresa transmite-se com o trespasse, bem como a marca, por isso Manuel não
pode exigir que Maria deixe de usar o nome “Manuel Rocha dos Cachorros”. Firma
Quanto às dívidas: Na vigência do atual CC, a jurisprudência e a doutrina dominantes negam
a transmissão automática das dívidas. De harmonia com o artigo 595.º CC, a transmissão a
título singular de dívidas referentes a estabelecimento só pode verificar-se por acordo entre
trespassante e trespassário. O acordo do credor é um requisito imprescindível para a
transmissão da dívida. O acordo do credor deve traduzir-se numa declaração expressa de que
libera o antigo devedor do seu débito (artigo 595.º, n.º2).
MC- vai tudo, situações jurídicas ativas e passivas.
Quanto ao contrato de fornecimento:
Este contrato transmite-se com o estabelecimento?
Para o prof Coutinho de Abreu não se transmite com o estabelecimento o contrato de
fornecimento (porque não é uma situação de facto com valor económico), no entanto, visto ser
o único fornecedor daquele produto poderá questionar-se a sua inclusão como elemento
essencial àquele estabelecimento.
Para o prof OA- as situações jurídicas de um estabelecimento dividem-se em:
Comuns - seriam as que, mesmo tendo sido geradas pela exploração, por si só nada tem que
ver com esta. Se forem suprimidas ou separadas do estabelecimento a sua característica
funcional mantém-se, (ex: dividas)
Exploracionais – estão intrinsecamente ligadas a exploração e dá como exemplo o contrato de
fornecimento de matéria prima. Incluir-se-iam dividas anteriores do contrato de fornecimento.
Assim, para o professor Oliveira Ascensão as dividas indissociáveis do estabelecimento
transmitem-se tacitamente. APLICA-SE
Se tiver havido um verdadeiro trespasse, teria que ter havido uma comunicação previa 1112/3.
Não existisse um verdadeiro trespasse (perdeu aviamento, know how etc) resultaria que não é
necessário apenas a comunicação, mas sim o conhecimento 1112/.
CASO Nº 3
Rosa há vários anos explora uma loja de telemóveis e outros equipamentos informáticos na
zona da Praça de Espanha. Cansada de tanta inovação tecnológica, decide vender a sua loja a
Henrique que, concluído o curso de Direito, considera que o melhor é desenvolver a área
tecnológica à boleia das start-ups. Com o encaixe da venda da loja, Rosa que, entretanto, tinha
casado com um técnico de reparação de telemóveis e tablets decide abrir uma loja de venda de
capas e acessórios e de reparação de telemóveis e tablets perto de Chelas. Henrique, que
tinha um apreço especial por Direito Comercial, fica agastado com a situação e resolve intentar
uma providência cautelar para, de imediato, encerrar a exploração da loja aberta por Rosa e o
marido.
Quid iuris?
Elementos do estabelecimento
Ativo: conjunto de direitos e outras posições equiparáveis, afetas ao exercício do comércio; O
estabelecimento abrange:
Coisas corpóreas, incorpóreas, aviamento e clientela.
Coisas corpóreas- direitos reais de gozo, direito de arrendamento. Ficam, pois, abrangidas
quaisquer coisas que, estando no comércio, sejam, pelo comerciante, afetas a esse exercício.
Coisas incorpóreas: direito à firma ou nome do estabelecimento e outros aspetos que, embora
à partida não patrimoniais, consintam, todavia, uma comercialidade limitada. Aquando da
negociação de um estabelecimento, é evidente que os referidos fatores incorpóreos poderão ser
determinantes para encontrar um valor. Há estabelecimentos que vale, sobretudo pelo nome
que tenham ou pelas marcas ou patentes que acarretam. Há que incluir direitos a prestações
provenientes de posições contratuais (contratos de trabalho, fornecedores)
Aviamento e clientela: aviamento corresponde à mais-valia que o estabelecimento representa
em relação à soma dos elementos que o componham, isoladamente tomados: ele traduziria,
deste modo, a aptidão funcional e produtiva do estabelecimento. A clientela, por seu turno,
equivale ao conjunto, real ou potencial, de pessoas dispostas a contratar com o estabelecimento
considerado, nele adquirindo bens ou serviços.
Passivo: adstrições ou obrigações contraídas pelo comerciante, poer esse mesmo exercício.
Inclui-se no estabelecimento embora seja frequente, em negócios de transmissão, limitá-los ao
ativo.
Podemos concluir com estes dados que estamos perante um estabelecimento comercial.
Estamos perante um trespasse? Objeto de trespasse é um estabelecimento. O trespasse é
definível como transmissão da propriedade de um estabelecimento por negócio inter vivos.
Forma: 1112º/3 está preenchida.
Não é possível serem verificados os elementos ativos e passivos porque não há descrição do
espaço. Não é possível ver se a forma é verificada- pressupõe-se que sim
Objeto de trespasse é um estabelecimento: mas que não tem de ser comercial (em sentido
jurídico) - está preenchido.
O senhorio tem direito de preferência, só é possível o seu exercício se estiver preenchido o
requisito da comunicação 1112º/4.
Quanto ao dever de não concorrência: para MC, Coutinho de Abreu e Nuno Aureliano
MC: O dever de não concorrência do trespassante perante o trespassário, quando não seja
expressamente pactuado, poderá ser uma exigência da boa fé. Impõe-se, ex bona fide e como
dever pós-eficaz, uma obrigação de não concorrência, a qual apenas pode ser ponderada caso
a caso. A sua violação pode acarretar deveres de cessar a concorrência indevida e de indemnizar
o lesado, reconstruindo a situação que existiria se não fosse a violação perpetrada.
Coutinho de Abreu: Obrigação de não concorrência decorrendo implicitamente dos negócios
de alienação das empresas (sem necessidade, portanto, de qualquer estipulação ad hoc) é desde
há muito reconhecida pela jurisprudência e doutrina de largo número de países, tendo sido
recebida, também, entre nós. O trespassante de estabelecimento (e, eventualmente, uma ou
outra pessoa mais) fica em princípio obrigado a, num certo espaço e durante certo tempo, não
concorrer com o trespassário (e sucessivos adquirentes) – nomeadamente, fica vinculado a não
iniciar atividade similar à exercida através do estabelecimento trespassado. Têm sido
avançados variados fundamentos para a obrigação: princípio da boa fé na execução dos
contratos, princípio da equidade, usos do comércio, concorrência leal, garantia contra evicção,
dever de o alienante entregar a coisa alienada e assegurar o gozo pacífico dela.
Esta obrigação de não concorrência tem, é claro, limites. Ela justifica-se apenas na medida em
que seja necessária para uma entrega efetiva do estabelecimento trespassado. Tem de ter, por
conseguinte, limites objetivos, espaciais e temporais. De contrário, haveria violação do
princípio da liberdade de iniciativa económica (artigo 61.º CRP) e das regras de defesa da
concorrência. Os sujeitos passivos da obrigação não ficam evidentemente proibidos de exercer
qualquer atividade económica. Não podem é reiniciar o exercício (de modo sistemático ou
profissional) de uma atividade concorrente com a exercida através da empresa trespassada, de
uma atividade económica no todo ou em parte igual ou sucedânea. Todavia, estes sujeitos não
ficam impedidos tão-somente de adquirir (para exploração) estabelecimento com objeto similar
ao do alienado. Depois, a obrigação implícita de não concorrência tem limites espaciais e
temporais: vale apenas nos lugares delimitados pelo raio de ação do estabelecimento
trespassado, e durante o tempo suficiente para se consolidarem os valores de organização e/ou
de exploração da empresa transmitida na esfera de um adquirente-empresário razoavelmente
diligente. Se os obrigados a não concorrer violarem a obrigação, pode o trespassário exercer os
direitos previstos nas normas respeitantes ao não cumprimento das obrigações.
NUNO Aureliano- Nega a existência de existir uma obrigação de não concorrência e conclui
pela não existência de tal proibição. Este autor começa por constatar que a obrigação implícita
de não concorrência não se encontra regulada entre nós.
Contudo, admite que essa realidade “não é óbice (obstáculo) à construção da obrigação de não
concorrência” visto que poder-se-ia sempre fundamentar a sua existência à luz do nosso
sistema.
Ainda assim, para Aureliano “tudo está em saber então, se essa fundamentação é, de facto,
adequada”. Para este é indiscutível o valor que a clientela assume no momento da negociação
e “deve a clientela assumir relevo na análise da existência ou não duma obrigação implícita de
não concorrência”. Considera que o ponto de partida está em admitir que existe uma “simples
lacuna […] que cumpre integrar”, atendendo a todas as regras do nosso sistema, nomeadamente
ao art. 3.º do CCom. que prescreve que “se as questões sobre direitos e obrigações comerciais
não puderem ser resolvidas, nem pelo texto da lei, nem pelo seu espírito, nem pelos casos
análogos nela previstos, serão decididas pelo direito civil”. Não existindo lei nem, por
consequência imediata, espírito de lei, temos de recorrer a casos análogos existentes no direito
comercial e só depois de debelada esta fase podemos fazer intervir a lei civil.”
Aureliano recorre à analogia com o art. 9.º do DL 178/86 de 3 de julho (contrato de
agência). Concomitantemente, estabelece uma comparação com a situação do
trabalhador subordinado (art. 36.º da anterior LCT, que se espelha agora no atual art.
136.º do CT).
Para além destes dois argumentos, é invocado o argumento relacionado com a liberdade
de iniciativa económica privada, consagrada no art. 61.º, n.º, 1 da CRP.
Conclusão:
Limites objetivos (Nas palavras de Coutinho de Abreu “não podem é (re) iniciar o exercício
(de modo sistemático ou profissional) de uma atividade concorrente com a exercida através da
empresa trespassada, de uma atividade económica no todo ou em parte igual ou sucedânea):
atividade em si – Rosa não pratica a mesma atividade nem é concorrente pelo que não faz
concorrência a Henrique.
Limites espaciais (circunscrição: Coutinho de Abreu, apontou que tais limites “[valem] apenas
nos lugares delimitados pelo raio de ação do estabelecimento trespassado” Nuno Aureliano
refere que “será virtualmente impossível e irrealista a fixação a priori de uma área geográfica
para a atuação da obrigação de não concorrência sem que esta se revele puramente arbitrária”):
Chelas e praça de Espanha estão a uma distância que no meu entender me parece bastante para
que o marido de Rosa possa abrir a loja sem interferir com a obrigação de não concorrência.
Limites temporais (Coutinho de Abreu refere que tal obrigação vale apenas “durante o tempo
suficiente para se consolidarem os valores de organização e/ou de exploração da empresa
transmitida na esfera de um adquirente-empresário razoavelmente diligente”) – não temos
informação.
Noutros ordenamentos já foram consagrados prazos legais que determinam a duração da
obrigação de não concorrência, nomeadamente em Itália onde foi estabelecido um prazo legal
de 5 anos. Parece-me que, nesta matéria, assiste razão aos autores que consideram que o prazo
dependerá exclusivamente do facto de o estabelecimento se ter consolidado, ou não, nas mãos
do adquirente e, por isso, só em concreto pode ser determinado. Considero que essa
consolidação dependerá muito do tipo de estabelecimento em causa.
O facto de o caso dizer “Entretanto”, na minha perspetiva é inconclusivo, e ao ser inconclusivo
deduzi que se encontrava preenchido a consolidação do estabelecimento”.
Se tivesse violado:
Se aquele que transmite a empresa se restabelecer, violando a obrigação de não concorrência,
o adquirente da empresa pode exercer os direitos previstos nas normas relativas ao não
cumprimento das obrigações, maxime, indemnização por perdas e danos, resolução contratual,
ação de cumprimento, sanção pecuniária compulsória e exigência de encerramento do novo
estabelecimento, arts. 798.º, 801.º, n.º, 2, 817.º, 829.º-A, 829.º, n.º, 1, respetivamente e todos
do Código Civil. Violada esta obrigação pode recorrer-se aos artigos enunciados anteriormente,
desde logo, o art. 829.º, n.º, 1 do CC, como regra de direito comum. Naturalmente esta
aplicação deve ser realizada com as necessárias adaptações quando efetuada no âmbito do
direito comercial. De acordo com este artigo pode ser pedido o encerramento do
estabelecimento. É ainda conferida à parte lesada a possibilidade de ver ressarcidos os seus
danos através de uma indemnização, nos termos dos arts. 798.º, e de resolver o contrato ou ver
restituída a sua prestação, nos termos do art. 801.º, n.º, 2.
Para além desta possibilidade, a violação da obrigação de não concorrência leva a que o
adquirente possa exigir judicialmente o cumprimento da obrigação, nos termos do art. 817.º.
Pode ainda, após ordem judicial de encerramento da empresa concorrente, ser aplicada sanção
pecuniária compulsória, de acordo com o art. 829.º- A do CC.
CASO PRÁTICO N.º 7
Albano tomou de arrendamento a Belarmina e Carmelinda um espaço no qual instalou um
snack-bar, em 1999, a que chamou “Albanaria”. Segundo Albano, o espaço nunca tinha sido
usado para qualquer atividade, pelo que Albano teve de comprar e pagar todos os móveis e
produtos necessários ao funcionamento do seu snack-bar.
Em 2004, Albano, farto de servir tostas mistas, decidiu passar o negócio ao seu primo, Diogo.
Para o efeito, contactou Belarmina e Carmelinda para saber se nada tinham a opor e, para sua
grande surpresa, estas comunicaram-lhe que se opunham terminantemente a tal transmissão,
dizendo-lhe: «Não queremos cá esse seu primo que, toda a gente sabe, é um caloteiro!».
Perante esta recusa, Albano não teve outro remédio senão continuar a servir tostas mistas.
Recorrendo a todas as forças que lhe restavam, promoveu o nome da Albanaria, melhorou o
serviço e passou a anunciar “as melhores tostas do mundo!”.
Dois anos mais tarde (2006), porém, um seu cliente de longa data, Ernesto, disse-lhe entre duas
dentadas numa tosta: «Oh Albano, se estás assim tão farto disto, eu dou conta do recado! A
Belarmina e a Carmelinda são loucas por mim!». Dito isto, logo ali acordaram no preço,
apertaram as mãos e deram o negócio por concluído.
Quem não gostou da situação foi Filipa, filha única de Albano que queria ficar com a Albanaria
e tinha planos para expandir o negócio, abrindo outras “Albanarias” por toda a cidade. Albano,
desolado, disse-lhe: «Oh filha, se eu soubesse... Agora é tarde para isso, mas não te preocupes:
ajudo-te a abrir um snack-bar igualzinho a dois quarteirões daquele: vamos chamar-lhe Nova
Albanaria e vamos recuperar “as melhores tostas de Lisboa”!».
1. Imagine que, perante a tentativa de Albano de “passar o negócio” ao seu primo,
Belarmina e Carmelinda pretendiam reagir. Segundo estas, o contrato celebrado não era
de arrendamento, mas de “cessão de exploração”: contrariamente ao afirmado por
Albano, com o gozo do espaço foi igualmente cedido mobiliário e equipamento
identificado num anexo ao contrato. Não existiam, porém, empregados e clientela. Quid
iuris?
2. Ignorando a pergunta anterior: Precisava Albano do consentimento das senhorias para
transmitir a sua posição a Diogo? E como é que as senhorias se poderiam proteger face
à perspectiva de ter um caloteiro como arrendatário?
3. O que transmitiu Albano a Ernesto?
4. Ernesto está furioso com a traição de Albano ao ajudar a filha a abrir a Nova Albanaria
ali tão perto. O que pode fazer?
5. Imagine por fim que Albano tinha também arrendado um armazém de apoio ao
funcionamento da Albanaria. Pode trespassá-lo a sua filha para apoio ao funcionamento da
Nova Albanaria?
1.
Estamos perante um trespasse? Objeto de trespasse é um estabelecimento. O trespasse é
definível como transmissão da propriedade de um estabelecimento por negócio inter vivos.
Forma: 1112º/3 está preenchida. Não é possível ver se a forma é verificada- pressupõe-se que
sim.
Não é possível serem verificados os elementos ativos e passivos porque não há descrição do
espaço.
Objeto de trespasse é um estabelecimento, conjunto de coisas corpóreas e incorpóreas
devidamente organizadas para a prática do comércio. Analisando os elementos, pode concluir-
se que há coisas corpóreas, como direitos reais e pessoais de gozo, no entanto, não existem
coisas incorpóreas, pois naquele espaço nunca existiu um negócio, logo não há marca, know-
how nem posições contratuais. Não há aviamento funcional pois não existe negócio.
Assim, não há trespasse.
Afastado o trespasse, há que ir ao regime da Cessão de exploração (1109ºCC)
O senhorio tem direito de preferência, só é possível o seu exercício se estiver preenchido o
requisito da comunicação 1112º/4.
No caso de ser Trespasse, B e C não teriam de dar autorização.
CESSÃO DE EXPLORAÇÃO E ARRENDAMENTO COMERCIAL
II - Configura um contrato de cessão de exploração de estabelecimento ou locação de
estabelecimento, o contrato pelo qual uma das partes cede à outra por determinado prazo e
mediante pagamento duma contrapartida mensal, o direito de exploração de estabelecimento
comercial de snack-bar, transferindo para esta última o mobiliário e equipamento
indispensáveis ao seu funcionamento, apesar de ainda não ter havido aí clientela nem até então
ter sido aí exercida qualquer atividade.
III - A cessão de exploração pode recair sobre um estabelecimento de que nada ainda existe,
como sobre um estabelecimento incompleto, que não está concluído, mas em via de formação
bem como sobre um estabelecimento cuja exploração ainda se não tenha iniciado ou esteja
interrompida.
IV - Confrontando o arrendamento comercial e a cessão de exploração ou locação de
estabelecimento, constituem pontos de contacto e de comunhão a existência de uma
transferência com carácter oneroso e de feição temporária, mas ocorre uma distinção essencial
e definidora que se radica no seguinte facto: enquanto no arrendamento comercial o locador
transfere para o locatário o direito de gozo de um prédio, na locação de estabelecimento o
detentor do estabelecimento transfere para o cessionário o gozo e fruição de uma unidade
comercial, com todas as marcas e feições distintivas que acompanham esta figura de direito
comercial.
V - Assim, haverá arrendamento comercial se o titular do local se limitar a pôr à disposição do
locatário o gozo e fruição da instalação, ou seja, uma configuração física apta ao exercício da
atividade mercantil visada; e já haverá cessão de exploração se o prédio já se encontrar provido
dos meios materiais indispensáveis à sua utilização como empresa, designadamente móveis,
máquinas, utensílios que tornem viável, mediante a simples colocação de mercadoria, o
arranque da exploração comercial mas não será indispensável que o estabelecimento já antes
estivesse em exploração.
Neste caso estamos, portanto, perante uma cessão de exploração.
Verifica-se, sem qualquer dúvida, que houve um acordo entre a Belarminda e Carmelinda,
enquanto dona e possuidora de um estabelecimento comercial, e Albano, tendo por objeto a
transferência para este da exploração daquele estabelecimento comercial, englobando a
transmissão de instalações, utensílios e outros elementos que o integravam, feita juntamente
com o gozo do prédio, passando a funcionar como um snack-bar, sendo que essa transferência
tinha uma duração temporariamente delimitada e era feita mediante título oneroso.
Não se colocam, pois, dúvidas de que o que foi transmitido foi um estabelecimento instalado
em prédio da Belarminda e Carlmelinda, sendo irrelevante que o mesmo não tivesse sido antes
aberto ao público, porquanto o que essencialmente importa para chegar á conclusão que
determinada organização constitui um estabelecimento comercial é a prova da sua aptidão para
entrar em funcionamento, como tal, ou seja, dentro do fim para que foi criado e não a de que a
sua exploração se tenha iniciado já. Ou seja, o que releva é o facto de o estabelecimento já ter
existência, e no caso dos autos provou-se que o mesmo já se encontrava apto a ser explorado
como snack-bar.
Neste sentido, considera a doutrina e a jurisprudência que pode haver cessão de exploração de
estabelecimento comercial cuja exploração ainda se não tenha iniciado, ou esteja interrompida,
pois o que tem de existir é um estabelecimento, ou seja, um conjunto de bens organizados com
estabilidade e autonomia, com vista a realização de uma actividade produtiva, de natureza
comercial ou industrial.
2. Neste caso estamos perante uma cessão de exploração, pelo que é não só exigida a
comunicação num prazo de um mês 1109/2, bem como a autorização do senhorio sendo que, à
falta do mesmo permite que B e C possam resolver o contrato.
Elementos do estabelecimento
Ativo: conjunto de direitos e outras posições equiparáveis, afetas ao exercício do comércio; O
estabelecimento abrange:
Coisas corpóreas, incorpóreas, aviamento e clientela.
Coisas corpóreas- direitos reais de gozo, direito de arrendamento. Ficam, pois, abrangidas
quaisquer coisas que, estando no comércio, sejam, pelo comerciante, afetas a esse exercício.
Coisas incorpóreas: direito à firma ou nome do estabelecimento e outros aspetos que, embora
à partida não patrimoniais, consintam, todavia, uma comercialidade limitada. Aquando da
negociação de um estabelecimento, é evidente que os referidos fatores incorpóreos poderão ser
determinantes para encontrar um valor. Há estabelecimentos que vale, sobretudo pelo nome
que tenham ou pelas marcas ou patentes que acarretam. Há que incluir direitos a prestações
provenientes de posições contratuais (contratos de trabalho, fornecedores)
Aviamento e clientela: aviamento corresponde à mais-valia que o estabelecimento representa
em relação à soma dos elementos que o componham, isoladamente tomados: ele traduziria,
deste modo, a aptidão funcional e produtiva do estabelecimento. A clientela, por seu turno,
equivale ao conjunto, real ou potencial, de pessoas dispostas a contratar com o estabelecimento
considerado, nele adquirindo bens ou serviços.
Passivo: adstrições ou obrigações contraídas pelo comerciante, poer esse mesmo exercício.
Inclui-se no estabelecimento embora seja frequente, em negócios de transmissão, limitá-los ao
ativo.
Podemos concluir com estes dados que estamos perante um estabelecimento comercial.
4. Objeto de trespasse é um estabelecimento. O trespasse é definível como transmissão da
propriedade de um estabelecimento por negócio inter vivos.
Forma: 1112º/3 está preenchida.
Não é possível serem verificados os elementos ativos e passivos porque não há descrição
do espaço. Não é possível ver se a forma é verificada- pressupõe-se que sim
Objeto de trespasse é um estabelecimento: mas que não tem de ser comercial (em sentido
jurídico) - está preenchido.
O senhorio tem direito de preferência, só é possível o seu exercício se estiver preenchido o
requisito da comunicação 1112º/4.
MC: O dever de não concorrência do trespassante perante o trespassário, quando não seja
expressamente pactuado, poderá ser uma exigência da boa fé. Impõe-se, ex bona fide e
como dever pós-eficaz, uma obrigação de não concorrência, a qual apenas pode ser
ponderada caso a caso. A sua violação pode acarretar deveres de cessar a concorrência
indevida e de indemnizar o lesado, reconstruindo a situação que existiria se não fosse a
violação perpetrada.
Assim, pode, designadamente, exigir indemnização por perdas e danos (artigo 798.º CC),
ou resolver o contrato de trespasse (artigo 801.º, n.º1 CC), ou intentar ação de cumprimento
(artigo 817.º CC) e requerer sanção pecuniária compulsória (artigo 829.º-A), ou exigir que
o novo estabelecimento do obrigado seja encerrado (artigo 829.º, n.º1 CC).
Poderia ou não trespassar o armazém? Nunca pode ser trespassado um armazém pq não
é uma unidade económica e não dá lucro.
CASO 8
INSOLVÊNCIA
CONCEITOS:
Resolução em benefício da massa- 120º implica que dois anos antes da data de
declaração da insolvência possam ser resolvidos em benefício da massa os atos
prejudiciais à massa.
Art. 81º/1- com a declaração da insolvência essa pessoa fica… Exceção à regra é o 223º
Como se escolhe o admin. da insolvência- 52º CIRE, é nomeado pelo juiz de entre os..
53º CIRE- pode designar outra pessoa para aquele mesmo cargo..
O juiz tem sempre a cargo um dever de vigiar tem que pedir contas pelo exercício do
cargo. Tem que controlar. Este admin da insolvencia tem sempre um papel central.
Execuçao ou não execução dos contratos que ainda não estiverem integralmente
cumpridos 102º.
O admin. da insolvência tem direito a remuneração art. 60º- 22º e ss da Lei 22/2013.
Tem uma remuneração fixa e outra variável.
Instituto de gestão financeira- apoia quem não tem património nem rendimentos (tem
um regulamento a parte.
56º/1+ 168º/2
17-a CIRE
Requerente da insolvência pode ser responsabilizado em que medida? ART. 22º
CASO PRÁTICO N.º 9
A Praia e Campo, S.A. (PCSA) anda pelas ruas da amargura. Durante o passado inverno, tendo
em conta a sua atividade sazonal, decidiu investir os proveitos obtidos no verão em ações do
Banco Possível e Provavelmente Nacionalizado (BPPN). Estas ações do BPPN, praticamente
o único ativo da PCSA, desvalorizaram fortemente nos últimos meses, e a probabilidade de
uma recuperação está completamente afastada. As dívidas, essas sim, acumulam-se: a vários
fornecedores, a instituições de crédito e ao Estado. Estes credores começam a perder a
paciência e equacionam requerer a declaração de insolvência da PCSA. Caso decidam avançar,
em 2016, (i) um dos sócios da PCSA invocaria um crédito por suprimentos efetuados, (ii) o
Banco Menos invocaria um crédito hipotecário, (iii) um fornecedor de tendas de campismo
invocaria um crédito relativo ao preço de bens alienados e (iv) a Administração Tributária
invocaria um crédito relativo ao Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de
Imóveis devido pela aquisição da sede da empresa, em 2012. (v) E o administrador da
insolvência, a nomear pelo tribunal, também quererá cobrar os respetivos honorários...
1º) Em primeiro lugar, são pagos os créditos garantidos, logo após o pagamento das dívidas
da massa insolvente sobre o produto da liquidação dos bens onerados com a garantia real,
observada a respetiva prioridade. (738º CC). – Crédito hipotecário no caso.
2º) Em segundo lugar, é efetuado o pagamento dos créditos privilegiados à custa dos bens não
afetos a garantias reais prevalecentes, com respeito da prioridade que lhes caiba, e na proporção
dos seus montantes, quanto aos que sejam igualmente privilegiados. (736º CC).
3º) Em terceiro lugar, se valores ainda subsistirem, é feito o pagamento aos credores comuns,
o qual é realizado na proporção dos seus créditos, se a massa insolvente for insuficiente para
a respetiva satisfação integral.
a) A calma com que Telma e Luísa estão a lidar com a situação financeira da RF será
passível de censura, caso esta última venha a ser declarada insolvente?
Telma e Luísa apresentam-se numa situação de insolvência, um processo de execução
universal, que tem 3 finalidades essenciais (1º CIRE): satisfação dos credores, liquidação do
património do devedor, repartição do produto obtido pelos credores.
Face ao art. 604º do CC e estando os credores em patamar de igualdade a insolvência visa
exatamente a primazia pelas posições dos credores que foram prejudicados com esta situação
- satisfação parcial dos interesses dos credores. Tratamento igualitário dos credores.
Cumpre referir que a rainha dos frangos LDA, é uma sociedade anónima pelo que é um sujeito
passivo da insolvência segundo o art. 2º/1/e) e 1º/2 CSC. Esta possibilidade de ser alvo de
processo de insolvência não se identifica com a personalidade judiciaria, mas sim com critérios
de autonomia patrimonial.
Quando à situação de insolvência vivida por Telma e Luísa esta poderá ser de dois tipos: atual
e iminente, pois a última é equiparada à primeira. O critério para aferição da mesma será o
critério do cash flow ou seja: está em situação de insolvência o devedor que se encontre
impossibilitado de cumprir as suas obrigações vencidas (art. 3º/1)
A utilização deste critério prende-se exatamente com a impossibilidade de sustentar que estaria
insolvente apenas pelo passivo ser superior ao ativo (balance sheet) na medida em que, tendo
em conta a situação financeira, pode-se recorrer ao crédito para colmatar essa situação.
Neste caso, Telma e Luísa encontram se numa situação de insolvência iminente, tendo os
mesmos efeitos da insolvência atual no caso de apresentação pelo devedor à mesma (3º/4).
Assim, Telma e Luísa tinham o dever de se apresentar a insolvência segundo o art. 18º dentro
dos 30 dias seguintes a data do conhecimento ou da data em que devesse conhece-la.
Como não se apresentaram à mesma ou incumprem o prazo, estamos perante uma situação de
presunção de insolvência culposa segundo o art. 186º/1 e 3 e 3º/a) incorrendo ainda em
responsabilidade civil, penal (228º/1 e 229º/a) Código Penal) - consequências da preterição do
dever de apresentação da insolvência.
189º 2 c + 189º 2 d + crime
Requisitos da PI - 23º ss
Legitimidade para requerer a declaração de insolvência - 20º Efeitos da declaração de
insolvência - 81º/1.
- transferência dos poderes de adm e disposição para adm de insolvência - atos depois da dec
de insolvência são ineficazes - apreensão documento - 149 - vencimento imediato das dividas
- 91º Resolução em beneficio da massa
Visa a satisfação ainda que parcial das dividas dos credores.
b) Caso a RF venha ser declarada insolvente em Janeiro de 2016, será que a sociedade
Frango Gorducho, S.A. (FG) pode compensar um crédito sobre a RF de que é titular,
emergente do fornecimento de frangos durante o primeiro semestre de 2015, com uma
dívida decorrente do fornecimento de almoços pela RF aos trabalhadores da FG, durante
Setembro e Outubro de 2014? Ambos os créditos deveriam ser pagos nos 30 dias seguintes
ao fim do prazo do correspondente fornecimento.
RF fora declarada insolvente em 2016, e pretende-se compensar um credito com a sociedade
FG.
Cumpre analisar em primeiro lugar como se classifica o crédito da sociedade FG para com RF?
Segundo o art. 47º trata-se de crédito sobre a insolvência (que difere de divida da massa
insolvente), pois foi adquirido antes da data da declaração da mesma, em 2015. Será dito como
um crédito comum (47º c) não beneficiando de nenhuma garantia real ou subordinação.
Tendo em conta o exposto cumpre analisar se é possível compensar os créditos emergentes
desta relação FG e RF. Segundo o art. 99º os titulares dos créditos so podem compensa-los com
dividas à missa desde que (apenas um pode estar preenchido):
1. Pressupostos anteriores à data declaração de insolvência - verifica-se
2. Requisitos do 847º:
1. Crédito exigível e não decorrer contra ele exceção dilatórias - verifica-se
2. Coisas fungíveis (207º) - dinheiro por dinheiro - verifica-se
Neste caso a compensação seria possível.
Só produz efeitos depois de declarada a contraparte.
À cautela a reclamação de créditos deve ser feita na mesma.
(Não é possível compensar dividas a massa e créditos subordinados)
CONTRATOS COMERCIAIS
Como é que a agencia se distingue da concessão? Concessionário adquire para revender o bem
(a margem é a compra para depois vender esse bem), Agência- o agente promove por conta do
principal um determinado contrato 16º do regime jurídico do contrato de agencia, celebra
compras para depois vender.
Indemnização de clientela-
Franquia- de produção (ex da COCA COLA, há uma autorização de utilização do nome etc
etc.) e de comercialização (há contacto direto com o público McDonalds). Atribui ao
franquiado a possibilidade de usar nomes, insígnias, processos de fabrico etc..
CONTRATOS DE DISTRIBUIÇÃO
Quanto a forma não é exigida nenhum forma especial mas na prática , os contratos em
causa assumem a forma escrita ou que derivem de simples adesão a cláusulas contratuais gerais.
Se o contrato, por decisão das partes for reduzido aa escrito, fica sujeito a registo (10º/e) código
de registo comercial).
Além disso, no contrato assinado por Aníbal, havia um direito de exclusividade na zona
do centro do país , ou seja, a outra parte, o principal, fica impedida de contratar outro agente
pois concorreria com o primeiro - art. 4º.
O prazo estipulado no contrato de dois anos (cláusula i) leva-nos para uma das formas
de cessação do contrato, presente na alínea b) do art. 24º, a caducidade (sobrevivência de um
facto extintivo). Sendo o mútuo acordo sempre possível por forma escrita segundo o art. 25º.
O art. 26º/ a) dedicado à caducidade indica que o contrato de agência caduca findo o prazo
estipulado. Assim BFE tem fundamento.
Com base no art. 27º/2 transforma-se em contrato por tempo indeterminado se o
conteúdo continuar a ser executado pelas partes, mas o mesmo poderá ser alvo de denúncia ao
abrigo do art. 28º/4 e 28º/1/c).
Mesmo que não cessasse por caducidade era previsível que cessasse por resolução - art.
24º d) e com base no art. 30º/a) , sendo que de acordo com o art. 31º tal resolução devia ser
feita através de declaração escrita, no prazo de 1 mês após o conhecimento de facto (o que não
se verificava, pois Aníbal conheceu Carlota em janeiro de 2014 e só em Julho BFE escreve a
Aníbal). Assim, BFE só poderia ser indemnizado com base no art. 32º/1 (não cumprimento das
obrigações da outra parte) +798º.
2. Segundo Aníbal, mesmo que o contrato ficasse sem efeito, ele teria de ser compensado
pela clientela que criou. Afinal de contas, a BFE continuaria a receber os proveitos do seu
trabalho por muitos e bons anos: as farmácias que ele “mimou” ao longo de anos
continuariam a fazer encomendas sobre encomendas...
R: Na hipótese Aníbal tem razão, o contrato de agência pode acarretar clientela para a BFE ,
que se manterá após a cessação do contrato, sendo justo e necessário compensar a quantia pelo
enriquecimento proporcionado ao principal. É este o sentido do art. 33º.
Não se considera verdadeira indemnização porque não torna indemne [sem dano],
consistindo numa mera compensação pela angariação de clientela. Não há dano, nem sequer
ilicitude, pelo que não existe uma indemnização proprio sensu.
Permite-se, todavia, a restituição do enriquecimento do principal com a angariação de
clientela, pelo agente: não constitui enriquecimento sem causa porque, na verdade, há causa,
embora a lógica seja semelhante.
Há ainda uma tutela do agente, além do restabelecimento do equilíbrio do principal:
pretende-se que o último não “descarte” o primeiro após obter o que pretendia, a clientela. O
agente é considerado, pelo RJCA, a parte mais fraca e carece, por isso, de especial tutela. É
uma indemnização cumulável com outras a que haja direito [indemnização por denúncia ou
indemnização por incumprimento].
Para que tal direito de indemnização de clientela se possa concretizar é necessário que
estejam, cumulativamente preenchidos os seguintes pressupostos presentes no art. 33º/1:
1. O agente tenha angariado novos clientes para a outra parte ou aumentado substancialmente
o volume de negócios com a clientela já existente;
2. A outra parte venha a beneficiar consideravelmente, após a cessação do contrato, da
actividade desenvolvida pelo agente;
3. O agente deixe de receber qualquer retribuição por contratos negociados ou concluídos,
após a cessação do contrato, com os clientes referidos na alínea a).
Cumpre analisar se estes requisitos estão preenchidos:
1. Verifica-se - Pois os clientes continuarão a fazer encomendas.
2. Verifica-se - O que sucede pelo mesmo razão acima apresentada.
3. Verifica-se - Pela cláusula iii) parte final do contrato de agência celebrado.
Estando todos os requisitos preenchidos, a indemnização é calculada equitativamente-
art. 34º, com um limite máximo: não pode exceder uma retribuição anual, calculada nos termos
médios aí referidos, ficando todavia, possível a inconstitucionalidade deste preceito, por
violação da propriedade privada, caso o prejuízo seja muito superior.
Mas, apesar de tudo o que vimos anteriormente, o art. 3º do artigo 33º refere que a
indemnização em causa não é devida se o contrato tiver cessado por razoes imputáveis ao
agente. Ora, se admitirmos que cessou por razoes subjectivas, Aníbal nada tem a receber.
- a norma e imperativa
- Pressupostos cumulativos
- Nao e uma verdadeira indemnização
- Ml desconta juros e publicidade no 34 - livro de indemnização de clientela
- Admite se que com convenção das partes se possa ficar o montante do 34
- Imputável ao agente ou cedeu posição contratual a terceiro ?
3. O advogado de Aníbal sustentou ainda que este deveria reclamar à BFE a comissão
contratualmente prevista por cada produto vendido por esta às farmácias do centro do
país através da loja online criada em 2013.
R: Agencia não se confunde com comissão (266º ccom), o comissário é um mandatário sem
representação , embora pratique os actos no interesse e por conta do mandan, actua em seu
próprio nome, ao contrario do agente ao qual foram conferidos poderes para celebrar negócios
juridicos actua em nume do principal.
Do acordo com o art. 16º/1 o agente tem direito a uma comissão pelos contratos que
promoveu e, bem assim, pelos contratos concluídos com clientes por si angariados, desde que
concluídos antes do termo da relação de agência, ficando cobertas as situações de contratação
direta entre o principal e o cliente angariado.
Segundo número 2 do mesmo preceito o agente tem direito à comissão (que é uma
percentagem que se dá a quem intervém numa operação comercial, uma gratificação) por atos
concluídos durante a vigência do contrato se gozar de um direito de exclusivo para uma zona
territorial ou um círculo de clientes e os mesmos tenham sido concluídos com um cliente
pertencente a essa zona ou círculos de clientes.
O direito de comissão detém um regime protetor do agente segundo o art. 18,
estabelecendo algumas concretizações.
O agente tem ainda direito a outras prestações retributivas como:
1. Comissão especial relativa ao encargo de cobrança - 13º f)
2. Comissão especial pela convenção del credere - 13º f)
3. Compensação pela cláusula pôs-eficaz de não concorrência - 13º g).
Numa loja online não há intermediários, tratando se de um caso de distribuição direta1.
1
Distribuição direta surge quando a própria empresa é responsável pela entrega de seus produtos, sem que haja
nenhum intermediário envolvido no processo de distribuição, tendo como vantagens: um relacionamento mais
direto com o cliente, minimizando os custos repassados ao cliente final, e um maior controlo sobre a cadeia de
distribuição.
4. Num caso de representação aparente - art. 23º , o contrato seria
eficaz:
1. Não existem poderes de representação mas o representado
age como se houvesse poderes de representação;
2. O terceiro de boa fé acredita na existência dos poderes de
representação;
3. O principal contribui para fundar essa confiança.
4. Sendo aplicado o art. 3º/2 permitindo-se a cobrança de
créditos por agente não autorizado.
5. Situação de confiança para MC
Poder-se-ia invocar uma situação de representação aparente [art. 23º RJCA]: segundo
a qual o falso representado não tolera ou não conhece da situação de falsa representação – o
“representante” arroga-se procurador de outrem, sem conhecimento do “representado”, por
negligência deste, que deveria ter observado deveres de cuidado para prevenir a situação. A
tutela [responsabilidade por danos de confiança] não opera, segundo Menezes Cordeiro,
quando o “representado” devesse conhecer a falta de procuração.
Na hipótese, diria que há elementos que indicam que ele tinha poderes de representação
(aparente) exatamente porque criou confiança a Deolinda Farmácia da Mouraria, Lda devido à
imagem com que ele se apresentou, pelo cartão de visita e endereço de email da empresa.
5. Na sua carta de resposta, a Deolinda Farmácia da Mouraria, Lda. reclamou ainda uma
compensação pelo facto de a BFE não ter entregado os produtos por si encomendados 4
meses antes e que Aníbal garantiu que seriam entregues no mês seguinte.
R: 233 º - ? Discutível
O compromisso assumido pelo Anibal vincula ou não a BFE
Falar dos poderes de representação do agente
As partes podem estipular a obrigação de não concorrência por acordo, com condições e
limites:
1. documento escrito
1. Ok
2. não pode exceder dois anos
1. Errado
3. Circunscreve se à zona ou ao círculo de clientes confiados ao agente (direito exclusivo a
favor do agente, na vigência do contrato, se circunscreve segundo o art. 4).
O limite temporal dos dois anos é o mais indicado? Igual ao adotado pelo conselho das
comunidades europeias e o mesmo do código comercial alemão.
7. As coisas correram bem entre a ECB e Aníbal durante pouco mais de um ano. No final
de 2015, a ECB enviou uma carta a Aníbal denunciando o contrato com uma antecedência
de 10 dias. Aníbal está novamente incrédulo: fez investimentos avultadíssimos na
promoção dos produtos da ECB e na constituição de stocks, de acordo com o plano de
negócios desenhado em conjunto com a ECB.
R: O contrato celebrado entre a ECB e Aníbal foi um contrato de concessão. Concessão: o
concessionário celebra efetivamente compras para revendas, em nome e por conta própria,
mediante a remuneração que resulta do lucro. O concessionário é a face mais visível do
contrato, representando a marca em causa para uma determinada circunscrição geográfica,
normalmente.
8. Carlota, quando percebeu que Aníbal não teria onde cair morto, logo o trocou por
Fausto, jovem empresário de sucesso que pretende abrir um restaurante igualzinho aos
H4 que estão já espalhados por Lisboa e não sabe que contrato deve celebrar para o efeito
R: Deve celebrar um contrato de franquia. No contrato de franquia o franqueador atribui ao
franqueado a possibilidade [o direito e a obrigação] de usar nomes, insígnias, processos de
fabrico e comercialização de uma determinada marca, definindo os parâmetros através dos
quais a distribuição deve ser processada.
Com origem nos EUA, dada a dimensão geográfica do país, este tipo de contrato de distribuição
surge enquanto resposta quando inviáveis os métodos de distribuição convencionais.
O franqueador pode fiscalizar o franqueado, obtendo uma percentagem sobre as vendas [uma
“renda”, enfim: royalties].
- à aplicação analógica do RJCA ao contrato de franquia
1. Como qualifica o contrato celebrado entre Cimentos Forte, Lda., Pedra e Cal, S.A.,
Edifica, S.A. e JB? Quais as partes do contrato de empreitada celebrado entre a FMM e
o CCC?
São contratos comerciais ou não? CA- são atos meramente económicos; MC- estes contratos
são objetivamente comerciais (interpretação de cariz histórico).
Consórcio- o regime consta do DL 231/81 de 28 de julho, o qual define no seu art.1º o consórcio
como sendo o contrato pelo qual duas ou mais pessoas, singulares ou coletivas, que exerçam
uma atividade económica se obrigam entre si a, de forma concertada, realizar certa atividade
ou efetuar certa contribuição com fim de prosseguir objetivos.
Objeto- realização de um empreendimento
Forma- escrita
Consórcio externo (5º/2)
Regra geral- só produz efeitos jurídicos perante os próprios.
Quais as partes envolvidas no problema?
Partes do consórcio (Cimentos Forte, Pedra e Cal e JB?) - não se obrigam a realizar a obra (não
podem porque o terreno não é deles); obrigam-se a organizar-se (prestações típicas de
coordenação). Todos têm a obrigação de fornecer bens da mesma espécie.
JB tem o problema do 4º/2 e 20º/1.
Art. 4º/2 é imperativo? Sim – 1º argumento proibição do fundo comum; 2º argumento 4º/1 fala
em norma supletiva, logo parece que o 4º/2 é exceção.
Consórcio não gera realidade com autonomia patrimonial (daí não ser possível haver fundos
próprios, para não causar problemas).
Cláusula do JB: não é válida, logo JB não é parte do consórcio, prestação atípica do JB é de
financiamento. (é nula, 294º CC). Nulidade parcial (292º CC).
JB age apenas como chefe.
Art. 15º/1 é imperativo: pretende proteger o tráfego (confiança)
Art. 5º/2: consórcio externo.
2. A sociedade Moreira e Carvalho, Lda. moveu uma ação de responsabilidade civil
contratual contra JB exigindo-lhe o pagamento dos valores acordados com Cimentos
Forte, Lda. entendendo que, tratando-se de uma subempreitada para a realização de uma
obra do CCC, os membros do consórcio seriam solidariamente responsáveis pelas
obrigações assumidas. Os familiares do trabalhador da Pedra e Cal, S.A. que morreu na
obra seguiram-lhe o exemplo. Quid juris?
Contrato de empreitada: Moreira e Carvalho Lda (devedor da obra); Cimento Forte
O devedor era só um, não seria necessário ir ao art. 19º. Não há qualquer solidariedade
3. Oito meses após o início da obra, o pavilhão não estava ainda concluído, mas o preço
da empreitada já estava todo pago. Poderia a FMM exigir à Pedra e Cal, S.A. a totalidade
do valor devido a cláusula penal?
Artigo 19º/2- retira-se deste artigo que, fixada uma cláusula penal, se presume solidária a
obrigação dele recorrer.
513 CC- parciariedade
Se o ato for comercial- 100 CCom.
AUGUSTO
Regime do penhor bancário dl. 29:833 mercantil
Dl 32: 032
Pacto comissório- 694ºCC
Questão da insolvência
…Créditos…
Direito do dinheirinho
Direito bancário institucional- direito das instituições de credito (Banco de Portugal e
supervisionado pelo PCE). MC- tem parte publica, mas também tem privada
Direito bancário Material- todos os atos praticados por particulares, é um direito privado. Há
determinadas leis RJLF, está documentado na lei, mas há muita coisa que não está regulada
(abertura de conta)
Princípios
MC-
1º Diferenciação conceitual- temos um deposito bancário que em nada se assemelha ao
deposito civil 1161º CC. Este tem que ter algo que o precede (abertura de conta), o dono
do dinheiro passa a ser do banco (banqueiro) no momento do depósito. Regime do
penhor de conta bancária- não há qualquer apossamento, ao contrario do civil.
2º Princípio da simplicidade- tem que haver um uso intensivo da informática, das
cláusulas contratuais gerais, mas não dispensa algum formalismo, limita-se muitas
vezes à assinatura pelo cliente. Decorre muitas vezes da própria unilateralidade
aparente.
3º Principio da ponderação bancária (MC)- os valores levam a que a interpretação a que
decorre o negocio jurídico.. …
O banco prefere sempre uma garantia pessoal do que uma garantia real.
Como se inicia a relação bancária geral? Relação duradoura, que se dá com a abertura de
conta. Há elementos eventuais (deposito bancário, cheques, transferências, etc).
Contrato de abertura de conta- fixa as margens fundamentais. Não há nenhum regime legal
completo, é um regime assente por clausulas contratuais gerais. Aviso nº2/2013 do Banco de
Portugal, visa prevenir o branqueamento de capitais que é cada vez mais apertado.
Distinção entre conta singular (abre uma conta e é só minha) e conta coletiva (distingue-se em
3 tipos: solidária, conjunta ou mista).
CONTA COLETIVA:
Solidária- se puder ser movimentada só por uma pessoa
Conjunta- movimentos só podem existir de forma conjunta
Mista- pelo titular
Cartas de conforto- tendem a existir nos grupos societários. São 3 (forte, média ou fraca). As
de tipo forte- assume-se a obrigação de resultado; média- obrigação de meios e não resultado;
fraca- prestação de informação. Geram vínculos jurídicos, as consequências variam consoante
os vários tipos de vínculos jurídicos.