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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
Direito Empresarial........................................................................................................................... 11
Capítulo 1
Direito da Empresa.............................................................................................................. 11
Unidade ii
Sociedade Empresarial.................................................................................................................... 40
Capítulo 1
Entidade dotada de personalidade jurídica e patrimônio próprio............................. 40
Unidade iii
Sociedade Unipessoal E Eireli.......................................................................................................... 54
Capítulo 1
Eireli – Empresa individual de responsabilidade limitada................................................ 54
Capítulo 2
Hipótese transitória e hipótese permanente..................................................................... 56
Unidade iv
Sociedades Empresariais................................................................................................................. 62
Capítulo 1
Tipos de sociedades empresárias...................................................................................... 62
Referências .................................................................................................................................. 80
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno de
Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
O comércio é tão antigo quanto as civilizações, mas a sua regulamentação só teve início
a partir da Idade Média. Nessa época, o direito que regulava a atividade mercantil
era incipiente, porque o mercantilismo começava a efetivamente caracterizar-se,
intensificando-se o comércio à medida que as cidades se desenvolviam ao redor dos
feudos.
Esse período inicial é denominado pela doutrina de período subjetivo, pois eclodiu
justamente nesse estágio de ascensão das grandes cidades e do comércio. Artesãos
e comerciantes uniram-se em corporações, as famosas “corporações de ofícios”,
procurando uma tutela jurídica para as suas atividades. Os mercadores (burguesia), por
serem discriminados pela sociedade e pela legislação da época, associaram-se nessas
corporações e estabeleceram regras para a regência do comércio. Despontou, assim, o
ius mercatorium, ou seja, o direito do comércio1.
1 AQUINO, L. G. de. Curso de Direito Empresarial: Teoria da empresa e direito societário: Brasília: Kiron, 2015, p. 24.
7
Essa nova fase teve como marco a criação da teoria dos atos de comércio, no Brasil surgiu
com o Código Comercial2. Assim, as relações jurídicas mercantis não seriam mais definidas
pela natureza do sujeito que as integravam, mas, sim, pelos atos por ele praticado.
Dessa forma, a legislação francesa passou a determinar quais atos seriam considerados
como mercantis e, portanto, regidos pelas normas mercantis. Por isso, e dentro de uma
perspectiva econômica, é possível afirmar que ato de comércio é todo aquele praticado
com a ideia de compra e venda, podendo, assim, ser praticado por comerciantes ou não
comerciantes, e denominado de ato de comércio absoluto ou por natureza.
Com efeito, a nova concepção do direito comercial passou a ser encarada a partir da
atividade desenvolvida pelo sujeito, e não mais pela prática dos descritos na norma.
Dessarte, o direito foi precursor ao considerar empresário “aquele que exerce
profissionalmente uma atividade econômica organizada para o fim da produção ou
troca de bens ou serviços”.
2 O Código Comercial Brasileiro continha 913 artigos, além de um Título Único, com 30 artigos. O Código estava dividido em
três partes: (a) a primeira sobre o Comércio em Geral (arts. 1º a 456 – Revogado pelo Código Civil em vigor no art. 2.045 –
disposições transitórias); (b) a segunda sobre o Comércio Marítimo (arts. 457 a 796); e (c) a terceira sobre as quebras (arts. 797
a 913 – revogado pela Lei nº 7.661/45, hoje vigora a Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, disciplinando a recuperação e a
falência.
8
O atual Código Civil introduziu no ordenamento jurídico brasileiro ponderáveis
alterações no Direito Empresarial (comercial), principalmente no que diz respeito às
sociedades por quotas ou limitadas.
Em linhas gerais, este caderno traça comentários a respeito das principais características
dos tipos societários existentes, anteriormente regulados pelo Código Comercial e
mantidos pelo Código Civil, salvo a sociedade capital e indústria, que não possuem
previsão legal na atual legislação. Por serem tipos societários em desuso no Brasil, não
se deu ênfase às sociedades em nome coletivo e às comanditas, simples e por ações.
Fez-se uma abordagem mais detida das sociedades em conta de participação, por ser
um tipo de contrato societário útil, bastante utilizado em grandes negócios, e muitas
vezes confundido com as joint ventures.
Antes do advento do novo Código Civil, as sociedades limitadas podiam ser constituídas
com feições próprias das sociedades de pessoas ou podiam aproximar-se mais das
características das sociedades anônimas de capital fechado. Com o Direito Empresarial,
surgiu a possibilidade de, por um lado, constituir sociedade limitada com feições
semelhantes às sociedades simples, ou caracterizá-la como um tipo híbrido, e, por outro
lado, aproximar esse tipo societário das sociedades anônimas.
Nessa esteira, também procurou-se abordar a concepção dada pela Lei Complementar
nº 128/2008 e suas respectivas alterações acerca do Microempreendedor (MEI),
da Microempresa (ME) e da Empresa de Pequeno Porte (EPP). Sob esse aspecto, e
considerando-se que o Código Civil em nada altera a lei das sociedades anônimas, a
abordagem deste estudo limita-se à ligeira análise da regulamentação das sociedades
anônimas de capital fechado e daquelas destinadas a pequenos negócios, as quais mais
se aproximam das sociedades limitadas.
Bons estudos!
9
Objetivos
»» Compreender o que representa o Direito de Empresa, as principais normas
contidas no Código Civil, regulamentadoras do Direito Empresarial e
Societário.
10
Direito Empresarial Unidade I
Capítulo 1
Direito da Empresa
Assim, a partir de 2002, o novo Código Civil, superando os estreitos limites do que se
considerava ‘comerciante’, inseriu o Direito de Empresa. O Código Civil reconhece, no
entanto, o caráter genérico e parcial de sua regulamentação, ao estabelecer5 que, “salvo
disposição em contrário, aplicam-se aos empresários e às sociedades empresárias
as disposições de lei não revogadas por este Código, referentes a comerciantes ou a
sociedades comerciais, bem como a atividades mercantis”. Contudo, por outro lado, o
art. 2.031 do CC estipula que “as associações, sociedades e fundações, constituídas na
forma das leis anteriores, bem como os empresários, deverão se adaptar às disposições
deste Código até 11 de janeiro de 2007” (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005).
3 O Código Comercial de 1850 mantém-se em vigor no tocante à segunda parte, que se refere ao Direito Marítimo. Além das
leis especiais que tratam das sociedades anônimas, do Registro Público de Empresas Mercantis, entre outras normas que
regulamentam os contratos empresariais, os títulos de crédito e a Lei de falência e recuperação de empresas.
4 CC, art. 2.045.
5 CC, art. 2.037.
11
UNIDADE I │ Direito Empresarial
sendo normatizadas por regulamentação esparsa. Por isso a doutrina questiona acerca
da correta terminologia: direito empresarial ou direito comercial?
Empresa
O Código Civil não conceitua o que seja empresa. A empresa é um termo poliédrico,
sendo assim, pode significar sujeito, objeto, atividade ou corporação (AQUINO, 2015,
p. 23).
Alberto Asquini definiu quatro perfis poliédricos para considerar a sociedade como
empresária, aqui listada por Fábio Ulhoa Coelho: subjetivo, funcional, patrimonial (ou
objetivo) e corporativo. Pelo primeiro (subjetivo), a empresa é vista como empresário,
isto é, o exercente de prestação de serviço autônomo, de caráter organizativo e com
assunção de risco. Pelo perfil funcional (hierárquico), identifica-se a empresa à própria
atividade. Ao terceiro perfil (patrimonial ou objetivo) corresponde o patrimônio aziendal
ou estabelecimento. E, por fim, pelo perfil corporativo (institucional), ela é considerada
uma instituição, tendo em vista que reúne pessoas – empresário e seus empregados –
com propósitos comuns (COELHO, 2007, p. 23).
Fábio Ulhoa Coelho define empresa como “a atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou serviços. Sendo uma atividade, a empresa não
tem a natureza jurídica de sujeito de direito nem de coisa. Em outros termos, não se
12
Direito Empresarial │ UNIDADE I
Empresário, de acordo com o art. 966 do CC, é considerado aquele que exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de
bens ou de serviços. Assim, sendo sujeito de direito, pode ser tanto uma pessoa física
(empresário individual) quanto uma pessoa jurídica (sociedade empresária ou Eireli).
Com a entrada em vigor do CC, é possível verificar que os perfis subjetivo e objetivo
se enquadram nas qualificações de empresário e estabelecimento, respectivamente.
13
UNIDADE I │ Direito Empresarial
Empresário
Muito embora o Código Civil não defina empresa, conceitua o que é empresário
individual. É possível afirmar que este é uma pessoa natural ou física que exerce uma
atividade de empresa, e o empresário jurídico (sociedade empresária ou Eireli), por sua
vez, é uma pessoa jurídica.
14
Direito Empresarial │ UNIDADE I
Caso o negócio a ser explorado necessite de maior vulto de recursos, torna-se necessário
que duas ou mais pessoas reúnam esforços e recursos para a exploração conjunta da
empresa, mediante a constituição de uma sociedade, ou que constitua uma pessoa
jurídica com capital próprio de 100 (cem) salários mínimos, que, no caso, é a Eireli.
Por outro lado, o CC não considera empresário aquele que exerce atividade intelectual,
científica, literária ou artística, salvo quando inserir sua atividade em uma organização
empresarial11 (ex.: uma editora conta com profissionais que se dedicam à atividade
intelectual e é empresária porque a atividade intelectual não é um fim em si mesma,
mas constitui elemento de uma organização empresarial). Outro exemplo pode ser o
veterinário que exerce conjuntamente a atividade de veterinária com a de um Petshop,
ou seja, atividade intelectual de veterinária é um dos elementos de todo complexo
organizado.
Ao produtor rural que exerce a atividade de forma organizada e não restrita a consumo
familiar é facultado optar por assumir natureza empresarial, bastando para tal se
cadastrar no Registro Público de Empresas Mercantis12. Assim, o produtor rural
passará a ser considerado empresário no momento em que efetivar o registro na Junta
Comercial. Cabe lembrar que a lei das sociedades anônimas atribui caráter empresarial
a esse tipo societário, qualquer que seja o objeto social, mesmo que seja atividade rural.
Os requisitos para caracterizar a empresa (atividade como empresarial) são: (a) atividade
econômica de produção de bens e serviços; (b) organização; (c) profissionalismo no
desempenho da atividade produtiva13.
15
UNIDADE I │ Direito Empresarial
É importante ressaltar que o Código Civil, no art. 978, disciplina que “o empresário casado
pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar
os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real”. Entretanto,
por ser o empresário individual uma pessoa casada, o direito de família em especial prevê
no art. 1.647, I, a necessidade de anuência do outro cônjuge na venda de bens imóveis,
salvo na separação absoluta de bens. Como resolver tal conflito de normas?
16
Direito Empresarial │ UNIDADE I
A forma encontrada pela doutrina pode ser analisada pela aprovação do Enunciado nº
58 da II Jornada de Direito Comercial, segundo o qual:
E a justificativa é a seguinte:
17
UNIDADE I │ Direito Empresarial
emancipação expressa, concedida pelos pais, por instrumento público ou por sentença
judicial, ou tácita, pelo casamento, pela colação de grau em curso de Ensino Superior,
por economia própria a partir dos 16 anos completos, pelo exercício de emprego público
efetivo, e ainda que não seja considerado incapaz (absoluto ou relativo).
Não podem exercer atividade empresarial pessoas sujeitas a impedimento legal, como a
que desempenha função pública19, membro do Ministério Público20 e da Magistratura21, a
que exerce atividades de corretor, leiloeiro, despachante aduaneiro, ou de parlamentar.
O falido, durante o processo de falência, e mesmo após seu encerramento, se tiver
sido condenado por crime definido na lei, estará inabilitado à atividade empresarial22,
podendo continuar ou voltar a ser empresário caso as obrigações estejam extintas e
sua proibição levantada. Caso o impedido legalmente viole a proibição, responderá,
ilimitadamente, pelas obrigações contraídas23.”
O empresário individual atua sob seu próprio nome, designado como ‘firma individual’.
Se no momento do registro constatar-se a existência de homônimo, será possível lançar
mão de abreviaturas ou acréscimos identificadores (ex.: João da Silva, J. Silva, João
da Silva-Artefatos Metálicos, J. Silva-Açougue). Segundo o preceito do art. 1.156 do
Código Civil, o empresário exerce a sua atividade sob a firma composta com o seu nome,
completo ou abreviado, com o aditivo da indicação da qualidade de sua pessoa ou do
gênero de atividade, se for o caso.
Para ter a sua atividade regular, o empresário individual deverá realizar o seu registro
na Junta Comercial. O ato de registro será realizado por meio de ato de inscrição:
18
Direito Empresarial │ UNIDADE I
III - o capital;
Por seu turno, o empresário poderá, se desejar, transformar a sua atividade individual
em pessoa jurídica, por isso deverá, nesse caso, ter mais um sócio em virtude da
transformação em sociedade ou, se preferir, transformar-se em Eireli, quando deverá
ter como capital mínimo cem salários mínimos.24
Se desejar, poderá, ainda, ter redução tributária ao optar pela regulamentação da Lei
Complementar nº 123/06 (supersimples), a qual concede tratamento simplificado para
os sujeitos que se enquadram nos seus parâmetros legais de receita bruta, entre outros,
na forma dos artigos abaixo da Lei Complementar nº 123/2006.
19
UNIDADE I │ Direito Empresarial
(...)
20
Direito Empresarial │ UNIDADE I
Estabelecimento Empresarial25
Visto o conceito de empresa (atividade) e empresário (pessoa que explora a
empresa), resta mencionar que, para o exercício da empresa, é necessária a estrutura
organizada, composta de bens corpóreos e incorpóreos, ou seja, tudo o que compuser o
estabelecimento empresarial. O Código Civil26 conceitua estabelecimento empresarial
como todo complexo de bens organizado para exercício da empresa, por empresário ou
por sociedade empresária, ou seja, o estabelecimento é o instrumento, objeto necessário
ao exercício da atividade empresarial.
Segundo define Coelho (2007, p. 33), estabelecimento é “o conjunto de bens reunidos pelo
empresário para a exploração da atividade econômica”, formando uma universalidade
de fato, isto é, o complexo de bens materiais (estoque de mercadorias, mobiliário,
veículos, etc.), e imateriais (marcas, tecnologia, direito ao ponto, etc.), agregados em
um todo, pela vontade do empresário.
Para o Direito Civil ou mesmo Processual Civil, o estabelecimento pode ser encarado
como o domicílio da empresa, ou seja, “tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos
em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele
praticados (art. 75, § 1º, do CC)”.
21
UNIDADE I │ Direito Empresarial
O Enunciado nº 466 da V Jornada de Direito Civil dispõe que, “para fins do Direito
Falimentar, o local do principal estabelecimento é aquele de onde partem as decisões
empresariais, e não necessariamente a sede indicada no registro público”.
22
Direito Empresarial │ UNIDADE I
O estabelecimento pode ser locado, arrendado e alienado, sendo esta última denominada
“trespasse”, que se dá por meio de contrato, e, para que tenha eficácia perante terceiros,
23
UNIDADE I │ Direito Empresarial
O Enunciado nº 233 aprovado na III Jornada de Direito Civil, promovida pelo Centro
de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal, dispõe que “a sistemática do
contrato de trespasse delineada pelo Código Civil nos arts. 1.142 e ss., especialmente
seus efeitos obrigacionais, aplica-se somente quando o conjunto de bens transferidos
importar a transmissão da funcionalidade do estabelecimento empresarial”.
DISTINÇÃO
Vende-se o ponto
Vende-se o CNPJ Trespasse
Comercial
É importante ressaltar que o nome empresarial pode ser vendido, salvo quando “o
adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos. Pode, ainda, se o contrato o permitir,
usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor”31.
Na hipótese de os bens do alienante não serem suficientes para fazer frente às suas
obrigações, exige-se o pagamento de todos os credores do empresário alienante ou,
pelo menos, sejam eles notificados para que, em um prazo máximo de 30 (trinta) dias,
manifestem seu consentimento, de modo expresso ou tácito. Cria-se uma situação
interessante, visto que, em face da insolvência, não há como pagar aos credores, o que
implica dizer que, nessa hipótese, o trespasse é vedado. De qualquer modo, caso haja
discordância expressa por parte dos credores, o pagamento deverá ser efetuado, sob
pena de ineficácia do trespasse em relação a eles.
24
Direito Empresarial │ UNIDADE I
De modo a evitar conluio e prejuízo aos credores, o art. 1.146 do novo Código Civil
determina a sucessão do adquirente do estabelecimento pelos débitos anteriores à
transferência, desde que regularmente contabilizados, permanecendo o alienante
solidariamente obrigado pelo prazo de 1 (um) ano, (i) a partir da publicação da
notificação na imprensa oficial quanto aos créditos vencidos e (ii) a partir da data do
seu vencimento quanto aos vincendos.
25
UNIDADE I │ Direito Empresarial
O Enunciado nº 234, aprovado na III Jornada de Direito Civil, promovida pelo Centro
de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal, dispõe que, “quando do
trespasse do estabelecimento empresarial, o contrato de locação do respectivo ponto
não se transmite automaticamente ao adquirente”.
26
Direito Empresarial │ UNIDADE I
1 ano a contar
Dívidas vencidas da publicação do
trespasse
Responsabilidade do
alienante
1 ano a contar do
Dívidas vincendas
Contrato de Trespasse vencimento
(art. 1.146, do CC)
Passsivo anterior à
Responsabilidade do
transferência desde
adquirente
que contabilizado
O ponto comercial é o local onde a empresa está situada, fará jus à indenização ou à
renovação compulsória o inquilino, pois, legalmente, não há que se falar em direito ao
ponto quando o titular dele é o próprio titular do imóvel.
27
UNIDADE I │ Direito Empresarial
Esse direito de locação poderá ser exercido pelo próprio titular ou por seus sucessores,
cessionários, herdeiros ou mesmo cônjuge. Contudo, para o exercício de renovação ser
pleiteado, deverá o requerente observar o prazo legal de seis meses, na forma do art.
51, § 5º, que estipula “do direito à renovação decai aquele que não propuser a ação no
interregno de um ano” (Ação Renovatória).
O CC autoriza tal prática no parágrafo único do art. 1.187, que, ao listar os valores do
ativo, inclui a quantia efetivamente paga a título de aviamento de estabelecimento
adquirido pelo empresário ou sociedade (inciso III).
28
Direito Empresarial │ UNIDADE I
O REGISTRO
O registro das empresas é feito na Junta Comercial, as atribuições dessa junta, segundo
o art. 32 da Lei nº 8.934/1994, são:
II - O arquivamento:
29
UNIDADE I │ Direito Empresarial
As publicações das sociedades estrangeiras serão feitas nos órgãos oficiais da União
e do Estado, onde tiverem sucursais, filiais ou agências. O anúncio de convocação da
assembleia de sócios será publicado por três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a
data da primeira inserção e a da realização da assembleia, o prazo mínimo de oito dias,
para a primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores (art. 1.152, do CC).
Para corroborar com as regras constitucionais tanto o Código Civil quanto a Lei
Complementar nº 123/2006 estipulam que as microempresas, as empresas de pequeno
porte e o microempreendedor tenham o seu registro realizado de maneira simplificada,
e, para comprovar, o CC determina no art. 968, §§ 4º e 5º, que:
Para concluir a regra do registro, é possível afirmar que o art. 1.154 do CC dispõe
sobre os efeitos dos atos sujeitos ao registro mercantil e sobre os efeitos do próprio
registro, ao sustentar que os atos sujeitos ao registro, ressalvadas disposições especiais
da lei, não podem, antes do cumprimento das respectivas formalidades, ser opostos a
terceiros, salvo prova que os conheciam. No entanto, se cumpridas as formalidades, e
30
Direito Empresarial │ UNIDADE I
por isso realizado o registro, o terceiro não poderá alegar ignorância sobre o conteúdo
do registro.
OS LIVROS EMPRESARIAIS
De acordo com o art. 1.180 do CC, os empresários são obrigados a manter um livro
denominado Diário, que não poderá conter vícios internos ou externos para produzirem
valor jurídico.
Segundo o artigo 1.179, § 2º, do CC, o pequeno empresário está dispensado de manter a
escrituração de seus negócios. Como provar, contudo, a condição de pequeno empresário
sem a devida escrituração?
Pelo prisma jurídico, podemos afirmar que os livros empresariais se dividem em duas
categorias: a) obrigatórios que se subdividem em comuns e especiais; e b) facultativos.
Segundo Coelho (2007, p. 82), os livros empresariais obrigatórios são aqueles cuja
escrituração é imposta ao empresário, sua ausência traz consequências sancionadoras
(inclusive no campo penal). Os livros Comuns são os obrigatórios, cuja escrituração
é imposta a todos os empresários, indistintamente. Enquanto os livros Especiais são
aqueles cuja escrituração é imposta apenas a determinada categoria de exercentes de
atividade empresarial.
Além dos livros obrigatórios contábeis e fiscais para qualquer empresário, a companhia
tem de ter os seguintes livros revestidos das mesmas formalidades legais:
31
UNIDADE I │ Direito Empresarial
(d) O livro de “Atas das Assembleias Gerais” é obrigatório nas sociedades anônimas,
como estipula o artigo 100, IV, da Lei nº 6.404/1976, e também nas sociedades limitadas
que tenham mais de dez sócios, e facultativo para as que tenham menos de dez sócios,
em virtude da previsão do art. 1.075, do Código Civil. Esse livro tem como finalidade
registrar os trabalhos e as deliberações da assembleia de acionistas ou sócios;
(e) O livro de “Presença dos Acionistas”, esse livro é obrigatório para as sociedades
anônimas;
(g) O livro de “Atas e Pareceres do Conselho Fiscal”, previsto no art. 100, VII, da Lei nº
6.404/1976, é obrigatório para as sociedades anônimas que, por força do artigo 161 da
referida lei, têm conselho fiscal (AQUINO, 2015, p. 80).
Previsto nos artigos de 1.067 a 1.069 do Código Civil, “é obrigatório para as sociedades
contratuais cujos atos constitutivos prevejam um Conselho Fiscal (art. 1.066, do CC).
Nesse livro, lavra-se a posse dos membros efetivos e suplentes do Conselho Fiscal, bem
como o resultado dos exames trimestrais dos livros e papéis da sociedade e o estado
da caixa e da carteira, como o parecer sobre os negócios e as operações sociedade do
exercício em que servirem, tomando por base o balanço patrimonial e do resultado
econômico, devidamente apresentado à assembleia geral”. Há, ainda, a obrigatoriedade
dos livros fiscais e trabalhistas.
32
Direito Empresarial │ UNIDADE I
LIVROS EMPRESARIAIS
Livros obrigatórios
Livros facultativos São aqueles São aqueles cuja escrituração é
escriturados e para melhor controle e imposta ao empresário, sua ausência
aprimoramento da atividade. traz consequências sancionadoras
(inclusive no campo penal).
Livros comuns
Livros especiais
São aqueles obrigatórios a
São aqueles obrigatórios
todos os empresários, sem
somente para determinadas
distinção da atividade ou
atividades ou espécie societária.
espécie societária.
33
UNIDADE I │ Direito Empresarial
A exibição dos livros total ou parcial pode ser exigida pelas autoridades administrativas,
no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das
respectivas leis especiais.
A lei civil estabelece, ressalvados os casos previstos em lei, que nenhuma autoridade,
juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar
se o empresário ou a sociedade empresária observa, ou não, em seus livros e fichas, as
formalidades prescritas em lei (arts. 1.190 e 1.191 do Código Civil).
O CC no art. 226 e o arts. 417 e 418 do Novo CPC dispõem que os livros e as fichas
dos empresários e das sociedades empresárias provam contra as pessoas a que lhes
pertencem, e, em seu favor, quando escrituradas sem vício extrínseco ou intrínseco, forem
confirmados por outros subsídios. O juiz só poderá autorizar, a requerimento da parte,
34
Direito Empresarial │ UNIDADE I
E, por último, o empresário, a sociedade e a Eireli são responsáveis pela guarda, mas
não pela realização da escrituração, pois, segundo o art. 1.182 do CC, combinado com o
art. 3º do Decreto-Lei nº 486/1969, essa obrigação pertence ao Contabilista.
Caso não haja na localidade contabilista habilitado, a escrituração deve ser realizada
pelo empresário ou por pessoa para tanto designada, o que, entretanto, não retirará a
responsabilidade pela escrituração do que o designou.
Nome Empresarial
O nome empresarial é a identificação do sujeito empresarial. Pode ser firma individual,
social ou denominação, não pode ser idêntico a outros no mesmo espaço geográfico e,
em situações especiais, em regiões limítrofes de outros Estados. Isso ocorre para evitar
concorrência desleal, devendo prevalecer o nome mais antigo, em regra.
A firma individual só possui o empresário individual e, sendo constituída por seu nome,
completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa
ou do gênero de atividade. Caso opte pela abreviação do nome, não poderá abreviar o
sobrenome.
38 AQUINO, L. G. de. Curso de Direito Empresarial: Teoria da empresa e direito societário: Brasília: Kiron, 2015, p. 62-63.
39 Lei n. 11.101/2005. Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência,
conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil
obrigatórios: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
35
UNIDADE I │ Direito Empresarial
A firma social, ou razão social, é constituída pelo nome civil completo ou abreviado de
um, de alguns – nesse caso acrescida a expressão “e companhia” ou “e Cia.”, para indicar
a existência de outros sócios – ou de todos os sócios, além da palavra “limitada”, por
extenso ou abreviada no caso de a sociedade ser limitada. A expressão “e companhia”
indica tratar-se de uma sociedade que, na composição da Firma Social, não declinou o
nome de todos os sócios, podendo ser substituído por qualquer outro capaz de exercer
a mesma função, por exemplo: “e Filhos”, “e Irmãos”, “e Sobrinhos”, “e Amigos”.
O CC, por sua vez, nos arts. de 1.155 a 1.168, regula a matéria no Capítulo “Do Nome
Empresarial” e considera como “nome empresarial a firma ou a denominação adotada,
de conformidade com este Capítulo, para o exercício da empresa”. As sociedades,
dependendo do tipo, poderão ter um nome empresarial ou não. Contudo, o Código Civil
(art. 1.155, parágrafo único) dispõe que “se equipara ao nome empresarial, para os efeitos
da proteção da lei, a denominação de sociedade simples, associações e fundações”.
Firma Individual
Firma
Denominação Social
Propriedade industrial
A Propriedade industrial é responsável por proteger os titulares dos seguintes bens:
(a) patente de invenção; (b) patente de modelo de utilidade; (c) registro de marca;
(d) registro de desenho industrial; (e) das falsas indicações geográficas; e (d) da
concorrência desleal40.
(a) Patente de invenção: é concedida para invenção que atenda aos requisitos de
novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Dessa forma, a invenção é produto
do engenho humano, é o “bem imaterial resultado de atividade inventiva”41. A novidade
é determinada pela criação de coisa nova antes do estado da técnica, que é tudo aquilo
que é tornado acessível ao público, por descrição oral ou escrita, por uso ou qualquer
outro meio, no Brasil ou no exterior, antes do depósito do pedido de patente. A atividade
inventiva consiste na novidade atestada por um técnico no assunto, e a utilidade industrial
é a viabilidade da exploração industrial da invenção. É uma invenção completamente
nova. O prazo de vigência dessa patente é de 20 anos contados do depósito ou de, no
mínimo, 10 anos contados da concessão.
(b) Patente de modelo de utilidade: é concedida para o objeto de uso prático, ou parte
deste, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em
melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. É uma inovação em equipamento
ou produto já existente e não protegido por patente. Por exemplo: a modificação de
40 LPI. N. 9249/96.
41 BLASI, Gabriel di e outros. A propriedade industrial. Os sistemas de marcas, patentes e desenhos industriais analisados a
partir da Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 29.
37
UNIDADE I │ Direito Empresarial
Modelo de utilidade
Requisitos necessários à
patenteabilidade dos modelos de Ato inventivo (art. 14, da LPI)
utilidade
(c) A Marca, segundo o art. 122 da Lei nº 9.279/1996 (LPI), “é todo sinal distintivo,
visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços de outros análogos,
de procedência diversa, bem como certifica a conformidade deles com determinadas
normas ou especificações técnicas”. O art. 123 da LPI preceitua que a marca é usada para
“distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa”
(marca de produto ou serviço, art. 123, I), se a marca pode identificar um produto ou um
serviço, dentro da sua classe, salvo a marca de alto renome.
38
Direito Empresarial │ UNIDADE I
(d) Nos termos do art. 95 da LPI, considera-se desenho industrial a forma plástica
ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa
ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na
sua configuração externa, e que possa servir de tipo de fabricação industrial. Desse
modo, destaca-se que o Desenho Industrial tem caráter ornamental e funcional, não
requer atividade inventiva como na patente. O desenho industrial é novo quando não
compreendido no estado da técnica. O estado da técnica é constituído por tudo aquilo
tornado acessível ao público antes da data do depósito, no Brasil ou no exterior, por
uso ou qualquer outro meio. O prazo de vigência do desenho industrial é de 10 anos
prorrogáveis por três períodos iguais de 5 anos sucessivos (AQUINO, 2015, p. 136-137).
(e) A LPI não define o que é Indicação Geográfica, estabelecendo apenas suas espécies,
a Indicação de Procedência e a Denominação de Origem, inexistindo hierarquia legal
entre elas, sendo possibilidades paralelas à escolha dos produtores ou prestadores de
serviços que planejam buscar essa modalidade de proteção, atendidos os requisitos da
lei e de sua regulamentação. Todavia, é possível conceituar Indicação Geográfica como
a identificação de um produto ou serviço como originário de um local, região ou país,
quando determinada reputação, característica e/ou qualidade possam ser vinculadas
essencialmente a essa sua origem particular (AQUINO, 2015, p. 116-132).
(f) A LPI sustenta que a utilização dos direitos protegidos por ela é considerada
crime anticorrencial. No entanto, o sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência
sofreu profunda reestruturação, com a promulgação da Lei nº 12.529/2011, que
possui três eixos fundamentais: instituição de um regime de análise prévia de atos de
concentração econômica, modificações na disciplina das condutas anticompetitivas e
organização de um novo modelo jurídico institucional, em que as competências legais
relativas à prevenção e à repressão ao abuso do poder econômico são completamente
redistribuídas. A criação de um regime de análise prévia de atos de concentração
econômica agregada a necessidade de notificação, procura conceder maior efetividade
no controle de estruturas, por meio da redução do número de casos analisados pelo
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A marca, as patentes e o desenho industrial podem ter seus registros tornados nulos
por meio de processo judicial ou mesmo administrativo, desde que observados os
prazos legais. O pedido de nulidade administrativa ou judicial poderá ser requerido
por qualquer interessado ou mesmo pelo próprio Instituto Nacional de Propriedade
Industrial (INPI), inclusive de ofício. Quando não for o requerente, necessariamente o
INPI deverá fazer parte do processo.
39
Sociedade Unidade ii
Empresarial
Capítulo 1
Entidade dotada de personalidade
jurídica e patrimônio próprio
O fim precípuo de qualquer atividade de natureza econômica é o lucro, o qual pode ser
alcançado ou não, dependendo do sucesso ou insucesso do empreendimento.
40
Sociedade Empresarial │ UNIDADE II
próprio, atividade empresarial. Caso não seja essa a hipótese, a referida designação
é juridicamente incorreta, já que empresária é a sociedade da qual ele faz parte como
sócio e/ou administrador, e em nome de quem (pessoa jurídica) é exercida a atividade
empresarial, firmando contratos com fornecedores, empregados, etc.
Somente são pessoas jurídicas as reconhecidas pela norma, isso decorre da aplicação da
teoria da realidade técnica, que acarreta os seguintes elementos: (a) capacidade jurídica
própria: apresentam personalidade distinta da dos seus membros; (b) Responsabilidade
patrimonial própria: possuem patrimônio diverso da dos seus membros; (c) isonomia
de direitos e deveres: as pessoas jurídicas, em princípio, possuem os mesmos direitos e
as mesmas obrigações das pessoas físicas; e (d) reconhecimento estatal: só será pessoa
jurídica a reconhecida pelo Direito (AQUINO, 2015, p. 162).
A despeito de a atividade rural não ser considerada empresarial, aqueles que exploram
empreendimentos agrícolas e pastoris podem optar por obter tal caracterização,
bastando, para isso, procederem à sua inscrição na Junta Comercial43.
41
UNIDADE II │ SOCIEDADE EMPRESARIAL
os seguintes requisitos: (a) Affectio societatis; (b) união de duas ou mais pessoas; (c)
definição das obrigações recíprocas; d) finalidade econômica; e) partilha de resultados.
Irregular também será a dissolução da sociedade quando o ativo social for distribuído
entre os sócios, ou apropriado pelo sócio majoritário, sem o devido pagamento aos
credores, encerrando-se as atividades sem a dívida baixa no registro. Tal conduta
acarreta para os sócios responsabilidade ilimitada.
Esclareça-se que, enquanto não providenciada a baixa nos registros, a pessoa jurídica
continua tendo existência jurídica, embora tenha encerrado suas atividades.
As sociedades empresárias respondem perante seus credores com todos os bens que
compõem seu patrimônio. Assim, todas as sociedades respondem ilimitadamente
perante seus credores. Os sócios, no entanto, só responderão ilimitada, solidária e
subsidiariamente, em alguns tipos societários, como se verá adiante.
42
Sociedade Empresarial │ UNIDADE II
São sociedades não personificadas: (a) sociedade em comum; (b) sociedade em conta
de participação. São personificadas: (a) sociedade simples; (b) sociedade em nome
coletivo; (c) sociedade comandita simples; (d) sociedade limitada; (d) sociedade
anônima; (e) sociedade comandita por ações; (f) sociedade cooperativa.
43
UNIDADE II │ SOCIEDADE EMPRESARIAL
Para responder pelas dívidas empresariais e civis, elas terão de ter por parte dos
sócios ou administradores, incluindo o dono da Eireli, um comportamento abusivo da
personalidade jurídica da sociedade, caracterizado por confusão patrimonial ou por
desvio de finalidade.
Em relação aos negócios jurídicos, eles serão ineficazes, mas nunca inexistentes,
inválidos, nulos ou anuláveis. Quanto aos sócios e/ou administradores, serão apenas
responsabilizados, mas nunca retirados, excluídos, dissidentes, remidos, falidos ou
afastados (AQUINO, 2015, p. 175).
44
Sociedade Empresarial │ UNIDADE II
A Junta Comercial, nas suas regras, determina, ainda, que, no contrato, haja cláusula
acerca da possibilidade ou não de cessão de quotas, e também do destino das quotas em
caso de falecimento de um dos sócios.
Incapaz
O incapaz pode ser os menores de idade e também aqueles que, por decisão judicial,
tornaram-se absoluta ou relativamente incapazes na forma dos arts. 3º47 e 4º48 do CC.
45
UNIDADE II │ SOCIEDADE EMPRESARIAL
Sócios
Além do número mínimo de dois sócios (pessoa física, jurídica ou ambas), há de
constar a qualificação completa dos sócios. Há que se observar, no entanto, a prática
corrente, no empresariado nacional, de constituir sociedade tendo no corpo societário
a pessoa do empreendedor com participação majoritária no capital social e outro(s)
sócio(s) meramente figurativo(s), com participação simbólica. Ou pessoa da família,
empregados, pessoas já falecidas ou nomes tirados de carteiras de identidade perdidas.
Foi assim que um frentista descobriu, ao ser citado, que era “sócio majoritário e
administrador” de uma construtora.
46
Sociedade Empresarial │ UNIDADE II
É nula a cláusula que retira de sócio o direito à participação nos lucros52. Fábio Ulhoa
Coelho chama a atenção, no entanto, para a licitude na contratação da distribuição dos
lucros sem correspondência com a participação no capital social53.
É facultado54 aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que
não sejam casados no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação
obrigatória. No caso da comunhão universal, a sociedade seria uma espécie de ficção,
já que a titularidade das quotas do capital de cada cônjuge na sociedade não estaria
patrimonialmente destacada no âmbito da sociedade conjugal, e, na hipótese de
regime da separação obrigatória, a lei não lhes permite misturar seus patrimônios no
casamento, seria uma contradição admitir que o fizessem ao contratarem sociedade.
47
UNIDADE II │ SOCIEDADE EMPRESARIAL
Poderá o aporte ser modificado na vigência do contrato, por meio da sua emissão e da
titularidade de aportes especiais, o que não impedem a fruição do Simples Nacional,
uma vez que o valor do aporte não integra o capital social da sociedade.
É claro que os sócios possuem deveres e direitos. Entre os direitos56, tem-se o direito de
votar (exceto os detentores de ações preferenciais sem voto), de ser votado e de receber
os dividendos. Entre os deveres57, tem-se o dever de integralizar as quotas no prazo e
na quantia determinada, o dever de lealdade e o dever de informação (comunicação)58.
Objeto Social
Não confundir objeto com objetivo. O objetivo ou a finalidade de qualquer sociedade
empresária é o lucro. O objeto diz respeito à atividade a ser exercido (ex.: ramo de
produção de tintas, revenda de calçados, etc.). É o objeto que define, qualifica o
empreendimento, além de servir de limite aos administradores. Assim é que, fixado o
objeto social em cláusula contratual, é vedado aos administradores obrigar a sociedade
em negócio estranho ao objeto social, sob pena de configurar-se a prática de desvio
de poder. Os atos que desbordam o objeto social podem, no entanto, ser objeto de
ratificação pelos demais sócios. Caso não haja ratificação, e em face da violação à
55 Situação criada para solucionar os problemas dos investidores anjos na criação das Startups.
56 São direitos dos acionistas: participação nos lucros sociais, participação do acervo da companhia em caso de liquidação,
fiscalização, na forma prevista na lei, da gestão dos negócios sociais, preferência para a subscrição dos valores mobiliários,
retirarem-se da companhia nos casos previstos na lei.
57 O estatuto e a lei podem prever obrigações para o acionista, porém as suas obrigações principais são a de integralizar as ações
subscritas e o dever de lealdade.
58 A Instrução CVM nº 358, de 3 de janeiro de 2002, com as respectivas alterações, determina que os acionistas controladores,
diretores, membros do conselho de administração, do conselho fiscal e de quaisquer órgãos com funções técnicas ou
consultivas, criados por disposição estatutária, deverão comunicar qualquer ato ou fato relevante de que tenham conhecimento
ao Diretor de Relações com Investidores, que promoverá sua divulgação, bem como informará à companhia a titularidade e
as negociações realizadas com valores mobiliários emitidos pela própria companhia, por suas controladoras ou controladas,
nesses dois últimos casos, desde que se trate de companhias abertas. É dever do adquirente do controle acionário divulgar
fato relevante e realizar as comunicações que deverão necessariamente conter: I - nome e qualificação do adquirente, bem
como um breve resumo acerca dos setores de atuação e atividades por ele desenvolvidas; II - nome e qualificação do alienante,
inclusive indireto, se houver; III - preço total e o atribuído por ação de cada espécie e classe, forma de pagamento e demais
características e condições relevantes do negócio; IV - objetivo da aquisição, indicando, no caso do adquirente ser companhia
aberta, os efeitos esperados em seus negócios; V - número e percentual de ações adquiridas, por espécie e classe, em relação
ao capital votante e total; VI - indicação de qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e
venda de valores mobiliários de emissão da companhia; VII - declaração quanto à intenção de promover, ou não, no prazo de
um ano, o cancelamento do registro da companhia aberta; e VIII - outras informações relevantes referentes a planos futuros
na condução dos negócios sociais, notadamente no que se refere a eventos societários específicos que se pretendam promover
na companhia, em especial reestruturação societária envolvendo fusão, cisão ou incorporação (art. 10 da Instrução CVM nº
358/2002).O prazo para comunicar à companhia a existência de ato ou fato relevante é de 5 (cinco) dias após a realização de
cada negócio; no primeiro dia útil após a investidura no cargo; e no momento da apresentação da documentação para o registro
da companhia como aberta.
48
Sociedade Empresarial │ UNIDADE II
Capital Social
Todo contrato tem de conter cláusula estabelecendo qual será o capital social, deve ser
o valor correspondente ao montante em dinheiro e/ou bens necessário ao exercício da
atividade empresarial. A definição do quanto é preciso é tarefa dos sócios, os quais, uma
vez definido o valor, devem decidir com que valor cada um contribuirá para a formação
do patrimônio inicial da sociedade. Cada sócio retirará de seu patrimônio pessoal o valor
a ser transferido a título de investimento na sociedade, comprometendo-se a efetuar
a transferência no momento da constituição da pessoa jurídica, ou posteriormente,
de uma só vez ou em parcelas. O ato de comprometimento do sócio perante a pessoa
jurídica denomina-se “subscrição” A efetiva transferência do valor subscrito para a
sociedade denomina-se “integralização”.
Dessarte, o capital social é apenas um valor que consta do contrato social e só dele.
Assim que constituída a sociedade, os sócios deverão lançar mão dos recursos advindos
da integralização inicial para a aquisição de bens e estoque, objetivando o início das
atividades. Considerando-se que o valor dos bens após a compra costuma ser inferior
ao valor pago por eles, já de início ter-se-á uma defasagem entre o valor do capital e
o patrimonial. O valor dos bens agregados ao patrimônio social e a lucratividade ou o
prejuízo da empresa determinam ora que o valor patrimonial seja superior ora inferior
ao valor do capital social. Este é fixo, e só é alterado por meio de alteração contratual ou
estatutária, enquanto o valor patrimonial oscila.
Até bem pouco tempo, em alguns procedimentos licitatórios, a única exigência para
comprovar a capacidade financeira das licitantes era o contrato social, o que é um
absurdo, considerando-se que o capital social é apenas um número constante do contrato
social. É o patrimônio líquido da sociedade o indicativo de sua saúde financeira.
Requisito essencial é a participação de cada sócio no capital social, visto que só se admite
sócio de indústria em sociedades simples59. Tal vedação é passível de ser contornada,
atribuindo-se ao sócio que exercerá algum tipo de trabalho intelectual relevante ou
49
UNIDADE II │ SOCIEDADE EMPRESARIAL
que trará algum know how importante para a empresa, mas que não tem ou não quer
contribuir para o capital social, uma participação reduzidíssima.
Dissolução
O termo “dissolução” é utilizado para identificar o procedimento que se inicia com a
deliberação dos sócios no sentido de encerrar as atividades e que termina com o registro
do distrato social na Junta Comercial, desaparecendo, a partir daí, a pessoa jurídica. A
dissolução é, desse modo, formada pela deliberação, liquidação que implica apuração
do ativo, do passivo, venda dos bens que constituem o patrimônio, pagamento dos
credores, partilha do saldo, se houver, entre os sócios, e a baixa do registro.
Dissolução Parcial
A ação de dissolução parcial na forma do novo CPC poderá ter por objeto: (I) a resolução
da sociedade empresária contratual ou simples em relação ao sócio falecido, excluído
ou que exerceu o direito de retirada ou recesso; e (II) a apuração dos haveres do sócio
60 Tal expressão é repudiada por BORBA, J. E. T. Direito Societário. – 9ª ed. – Rio de Janeiro: Renovar, 2004, p. 76.
61 CC, art. 1.033, IV.
50
Sociedade Empresarial │ UNIDADE II
A demanda processual (ação) poderá ser pleiteada: (i) pelo sócio excluído; (II) pela
sociedade, se os sócios sobreviventes não admitirem o ingresso do espólio ou dos
sucessores do falecido na sociedade, quando esse direito decorrer do contrato social;
(III) pelo espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos sucessores não ingressar
na sociedade; (IV) pelos sucessores, após concluída a partilha do sócio falecido; (V)
pelo sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso, se não tiver sido providenciada,
pelos demais sócios, a alteração contratual consensual, formalizando o desligamento,
depois de transcorridos dez dias do exercício do direito; (VI) quando a lei não autorizar
a exclusão extrajudicial de um sócio, a sociedade poderá requerer a dissolução parcial63.
Uma vez proposto o pedido de dissolução, os sócios e a sociedade serão citados para
apresentar a contestação. Se todos os sócios forem citados, a sociedade não precisará
ser citada64. Será possível, no prazo da contestação, apresentar manifestação unânime
pela dissolução total da sociedade (extinção), situação em que o juiz determinará que
o processo passe para a fase de liquidação e que haja apuração dos haveres dos sócios,
momento em que não haverá condenação de honorários sucumbenciais.
Em relação à apuração dos haveres, o juiz deve: I - fixar a data da resolução da sociedade;
II - definir o critério de apuração dos haveres à vista do disposto no contrato social; e
III - nomear o perito65.
62 CPC, Art. 599 § 1º A petição inicial será necessariamente instruída com o contrato social consolidado. § 2º A ação de dissolução
parcial de sociedade pode ter também por objeto a sociedade anônima de capital fechado quando demonstrado, por acionista
ou acionistas que representem cinco por cento ou mais do capital social, que não pode preencher o seu fim.
63 Art. 600, Parágrafo único, CPC. O cônjuge ou companheiro do sócio cujo casamento, união estável ou convivência terminou
poderá requerer a apuração de seus haveres na sociedade, que serão pagos à conta da quota social titulada por este sócio.
64 Art. 601, CPC. Os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de 15 (quinze) dias, concordar com o pedido ou apresentar
contestação. Parágrafo único. A sociedade não será citada se todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita aos efeitos da
decisão e à coisa julgada.
65 Art. 604, § 1º, CPC. O juiz determinará à sociedade ou aos sócios que nela permanecerem que depositem em juízo a parte
incontroversa dos haveres devidos. § 2º O depósito poderá ser, desde logo, levantando pelo ex-sócio, pelo espólio ou pelos
sucessores. § 3º Se o contrato social estabelecer o pagamento dos haveres, será observado o que nele se dispôs no depósito
judicial da parte incontroversa.
51
UNIDADE II │ SOCIEDADE EMPRESARIAL
Caso o último balanço não tenha sido aprovado pelo sócio falecido, retirante ou excluído,
não pode servir de base ao cálculo do seu reembolso67, sendo obrigatório o balanço
especial, mesmo que o balanço anual seja recente.
52
Sociedade Empresarial │ UNIDADE II
Art. 609. Uma vez apurados, os haveres do sócio retirante serão pagos
conforme disciplinar o contrato social e, no silêncio deste, nos termos
do § 2º do art. 1.031 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil).
53
Sociedade
Unipessoal E Unidade iii
Eireli
Capítulo 1
Eireli – Empresa individual de
responsabilidade limitada68
A Eireli deverá registrar o seu ato constitutivo para fazer jus à sua personificação. A
Instrução Normativa nº 117, de 22 de novembro de 2011, aprova o Manual de Atos de
Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.
Somente pessoa natural pode constituir Eireli e somente poderá figurar em uma única
empresa dessa modalidade por Estado. A Eireli também poderá resultar da concentração
das quotas de outra modalidade societária em um único sócio, independentemente das
razões que motivaram tal concentração (AQUINO, 2015, p. 311-312).
54
Sociedade Unipessoal E Eireli │ UNIDADE III
O produtor rural, nas condições mencionadas do art. 971 do CCB, pode constituir
EIRELI. Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber,
as regras previstas para as sociedades limitadas.
A Eireli poderá ser registrada na Junta Comercial quando o exercício da atividade for
empresarial e quando for atividade intelectual, caracterizada como simples, o seu registro
deverá ser realizado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. A falta de arquivamento ou
de registro de alterações dos atos constitutivos configura irregularidade superveniente
(Enunciado nº 471 da V Jornada de Direito Civil).
55
Capítulo 2
Hipótese transitória e hipótese
permanente
Toda sociedade pressupõe a existência de, pelo menos, dois sócios. Existem, no Direito
brasileiro, duas hipóteses de sociedade unipessoal, uma transitória e outra permanente.
Reorganização Societária
As sociedades podem sofrer modificações relativas ao tipo adotado ou à estrutura.
Essas operações são a transformação, a incorporação, a fusão e a cisão. Quando as
modificações envolvem sociedades anônimas, as regras a serem acatadas encontram-se
na lei das S.A. Caso se verifiquem outros tipos societários, as normas são as do Código
Civil71, salvo a exceção a ser apontada abaixo. Regra geral, garante-se aos sócios que
divergirem da operação a ser realizada o direito de se retirar da sociedade.
Podem ainda ocorrer situações de domínio relevante quando uma empresa passa a
fazer parte de um grupo de empresas.
Transformação
É a operação mediante a qual uma sociedade de determinado tipo, por meio de alteração
contratual, transforma-se, sem extinguir a pessoa jurídica, em outro tipo societário.
70 “A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) não é sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da
pessoa do empresário e da sociedade empresária” – Enunciado nº 3 da I Jornada de Direito Comercial do CJF.
71 Arts. 1.113 a 1.122.
56
Sociedade Unipessoal E Eireli │ UNIDADE III
O direito dos credores não é afetado, já que a única alteração é de tipo societário,
mantendo-se o patrimônio inalterado.72
Fusão
Fusão é o fenômeno de reorganização societária mediante o qual duas ou mais sociedades
se unem para formar uma sociedade nova.
»» Extinção (dissolução sem liquidação) de, pelo menos, uma das empresas
fusionadas.
Empresa Empresa
Extinta após a fusão Extinta após a fusão
A B
Fusão
Empresa
C
Empresa Nova
Fonte: Elaboração com dados de AQUINO, 2015, p. 348.
57
UNIDADE III │ SOCIEDADE UNIPESSOAL E EIRELI
A despeito da anunciada falta de utilização do instituto, ele vem sendo, ainda, bastante
usado75.
Incorporação
É a operação mediante a qual uma sociedade é absorvida por outra, vindo a extinguir-
se. A sociedade incorporadora permanece promovendo modificação em seu estatuto
ou contrato social, com aumento do capital social e, se for o caso, ingresso de todos ou
alguns sócios da sociedade incorporada.
Fluxograma
75 Ex.: Fusão das empresas aéreas Nordeste e Rio Sul, que se tornaram unidades locais do grupo Varig, da nova empresa Sky
Brasil, resultante da fusão da TV por assinatura Sky e Directv, dos portais Yahoo! e IG, do Itaú e Unibanco, do Submarino e
Americanas.com, que tomaram o nome de Companhia Global de Varejo.
58
Sociedade Unipessoal E Eireli │ UNIDADE III
Cisão
Cisão é a operação societária mediante a qual uma sociedade empresária transfere para
outra(s), constituída(s) para esse fim ou já existentes, partes ou a totalidade de seu
patrimônio.
Assim, temos quatro tipos de cisão: a cisão pura, a cisão absorção, a falsa cisão e a cisão
holding.
59
UNIDADE III │ SOCIEDADE UNIPESSOAL E EIRELI
Os direitos dos credores devem ser garantidos mediante previsão contratual, após
negociação entre as sociedades, de modo que cada uma delas restará responsável pelas
obrigações que lhe forem transferidas. Caso seja omitida a previsão, cada uma das
sociedades para as quais foram transferidos os bens da sociedade cindida responderá
na proporção dos bens transferidos.77
Grupo de empresas
Os grupos de empresas podem ser de fato ou de direito. Os grupos de fato se estabelecem
entre sociedades coligadas ou entre a controladora e a controlada. Coligadas são aquelas
em que uma sociedade participa de 10% ou mais do capital social da outra, sem controlá-
la. Já controladora é aquela que detém o poder de controle de outra companhia. Para
ser considerado um grupo de direito, a relação entre sociedade controladora e suas
controladas deve estar registrada na Junta Comercial.
Haverá contrato de subordinação entre sociedades quando a relação tiver por fonte a
participação de uma sociedade em outra – com uma dimensão que lhe permite influenciar
ou determinar a orientação da participada –, a relação tende a ser de integração. Assim,
o contrato de subordinação tem como ponto fundamental a subordinação da gestão da
sociedade a outra companhia, quer seja sua dominante ou não.
É possível existir uma relação de domínio quando a relação existente entre duas
sociedades, independentemente do domicílio, possa exercer uma sobre a outra, direta
ou indiretamente, influência dominante.
60
Sociedade Unipessoal E Eireli │ UNIDADE III
Holding
A holding tem a sua regra jurídica de existência e legalidade retirada da seguinte
previsão legal “a companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda
que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto
social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais” (art. 2º, § 3º, da Lei nº 6.404/76).
Assim, holding é uma sociedade que tem por objetivo a administração do patrimônio
pessoal dos seus sócios ou o controle de um conjunto de empresas, através da participação
no capital social destas. As holdings são utilizadas, atualmente, como instrumento na
realização de planejamentos tributário, sucessório e societário. Podem ser constituídas
sob a modalidade pura, quando o seu objetivo social consiste na participação no capital
social de outras sociedades, ou sob a modalidade mista, quando, além da participação,
a holding explora atividade econômica.
As vantagens podem ser: (a) tributárias, que se iniciam desde a forma que o valor dos
bens será integralizado ao capital da empresa holding, podendo escolher o melhor
regime tributário, decorrente do valor da declaração de bens do imposto de renda ou do
valor do mercado; (b) em caso falecimento do titular de quotas ou ações de uma holding,
evita-se a incidência do imposto causa mortis nos bens componentes da holding, pois o
que se transfere é a participação nela; (c) A tributação de rendimentos é inferior ao da
pessoa natural; (d) o acesso fácil ao crédito no mercado em geral.
61
Sociedades Unidade iv
Empresariais
Capítulo 1
Tipos de sociedades empresárias
62
Sociedades Empresariais │ UNIDADE IV
Os tipos societários atualmente previstos e regulados pelo Código Civil e, no caso das
sociedades anônimas, em legislação esparsa79, são os mesmos existentes anteriormente
à revogação parcial do Código Comercial, com exceção da sociedade de capital e indústria
que não foi mantida no momento da promulgação do novo Código Civil. A sociedade
de capital e indústria é aquela em que um ou mais sócios concorrem unicamente
com o seu trabalho, atividade ou indústria, cabendo somente ao sócio capitalista a
responsabilidade pelas obrigações sociais e o direito de figurar na firma, que é vedado
ao sócio de indústria. Com a entrada em vigor da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
2002 – Código Civil –, a parte do Código Comercial em que era prevista a sociedade foi
revogada, em consequência esse tipo societário não existe mais.
79 Lei nº 6.404/1976.
80 Sistema organizado de negociação de títulos e valores mobiliários de renda variável, administrado por entidade
autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), regulado pela Instrução CVM nº 243, de 1º/3/1996, e
empreendido por empresas que ainda não possuem porte econômico que justifique registro em uma bolsa de valores; que
necessitam de um período para se adaptar às normas mais exigentes; e cujas ações ainda não possuem liquidez. Também
conhecido pela sigla SOMA (Sociedade Operadora de Mercado Aberto), funciona como um pré-vestibular para
empresas que pretendem mais tarde ter suas ações negociadas nas bolsas de valores. Apresenta-se como vantagens principais
um menor custo e menores exigências.
63
UNIDADE IV │ Sociedades Empresariais
64
Sociedades Empresariais │ UNIDADE IV
É a verdadeira sociedade anônima, pois não se exterioriza: não tem nome, domicílio e,
por vezes, nem contrato escrito. Assim, muito embora não venha a se constituir como
pessoa jurídica, o Código Civil, a exemplo do Código Comercial, reconhece e regula esse
tipo como societário.
65
UNIDADE IV │ Sociedades Empresariais
Acrescenta o autor que ‘A utilização de uma SCP certas vezes requer, até mesmo para
transparência e segregação patrimonial, a constituição de uma sociedade com propósito
específico para atuar como sócio ostensivo, o que pode ser feito, dependendo da situação,
com base no art. 251 do Lei nº 6.404/76, mediante a criação de uma subsidiária integral.
Enfim, a SCP é uma espécie “societária” com amplas possibilidades de adequação às
necessidades do mercado e daqueles que dela fazem um instrumento lícito de geração
de riquezas’.
De acordo com Fábio Ulhôa Coelho87, a SCP “não passa de um contrato de investimento
comum”.
66
Sociedades Empresariais │ UNIDADE IV
Nas SCP quem exerce a atividade empresarial é o sócio ostensivo, enquanto na Joint
Venture todos participam. Não se confunde, porém, com a hipótese levantada por Mauro
Brandão Lopes de a constituição da SCP prever a realização de diversos objetos, cada
um explorado por um dos sócios assumindo a posição de sócio ostensivo, e os demais
ocultos. Temos, nessa hipótese, vários sócios ostensivos e ocultos em uma mesma SCP,
o que é autorizado, indiretamente, pelo Código Civil88.
Como exceção da regra de que sociedade anônima somente poderá utilizar denominação,
as comanditas podem utilizar firma constituída pelo nome de um ou mais acionistas
administradores, o que é inconveniente, pela necessidade de alteração do nome por
ocasião de mudança na composição da direção da sociedade.
A denominação ou a firma deve ser seguida das palavras “Comandita por Ações”, por
extenso ou abreviadamente.
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UNIDADE IV │ Sociedades Empresariais
O nome adotado para esse tipo societário é, obrigatoriamente, formado por denominação
constituída de expressão de fantasia indicativa do objeto social, admitindo-se,
outrossim, a adoção de nome de acionista fundador como forma de homenagem. Seja
qual for a denominação escolhida, deverá vir antecedida da expressão companhia ou
sociedade anônima (por extenso ou abreviada) ou sucedida da expressão S.A. (ou por
extenso). É vedada a utilização da expressão ‘& Cia’ ao final para não se confundir com
as sociedades de responsabilidade ilimitada ou mista.
As sociedades anônimas de capital aberto são aquelas que têm sua constituição sujeita à
autorização da Comissão de Valores Mobiliários92, autarquia federal ligada ao Ministério
da Fazenda, e emitem ações para o público em geral, ações que serão negociadas em
mercado de balcão ou em bolsa de valores. Alguns empreendimentos exigem elevados
valores somente alcançáveis mediante captação junto a investidores em geral. A
condição de autorização prévia justifica-se diante da necessidade de promover uma
certa segurança.
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Sociedades Empresariais │ UNIDADE IV
que os riscos advêm de flutuações “normais” das bolsas de valores, e não decorrentes
de fraudes perpetradas pelas companhias, situação bastante comum nos anos de 1960
e 1970, quando ocorreu o crash da bolsa no Brasil, levando diversas pessoas a tirar a
própria vida em virtude da perda de todas as suas economias.
À época, sociedades eram constituídas e emitiam ações, adquiridas pelo público em geral,
descobrindo-se, tarde demais, que existiam apenas no papel. Manobras para provocar a
alta ou queda nos preços de mercado de ações, de modo a promover o enriquecimento
ilícito de especuladores inescrupulosos, também se tornaram mais raras em virtude do
controle e da fiscalização das bolsas de valores e da CVM, havendo obrigatoriedade de
publicação de demonstrações financeiras, divulgação de fatos relevantes, etc.
A titularidade de ações confere aos acionistas uma vantagem que o investimento nos
demais tipos societários, inclusive nas sociedades anônimas de capital fechado, não
tem, a saber, a liquidez. Esta é qualidade típica desse tipo de aplicação, pois que,
abstraídas as eventuais quedas nas bolsas, a disposição das ações no mercado de capitais
é relativamente simples e rápida.
Diversas são as formas de cálculo do valor de uma ação, valor nominal, valor patrimonial,
valor de mercado, valor econômico e preço de emissão. As companhias podem optar
pela emissão de ações com valor nominal, caso em que o valor atribuído a cada ação
deverá ser o resultado da divisão do valor do capital social e o número de ações emitidas.
O valor patrimonial é alcançado pela divisão do valor do patrimônio líquido (valor do
ativo uma vez deduzido o passivo) pelo número de ações da companhia. Como o valor
patrimonial das sociedades é flutuante, o momento em que se verifica coincidência
entre o valor nominal e o valor patrimonial é o da constituição da companhia. Valor
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UNIDADE IV │ Sociedades Empresariais
COELHO, F. U. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2003. v. 2, cap. 19.
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Sociedades Empresariais │ UNIDADE IV
Embora a SPE tenha surgido na legislação brasileira com a nova Lei de Parcerias Públicas
e Privadas, a sua noção já se encontrava subjacente a algumas normas, como na Portaria
nº 107, do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), que instituiu o
chamado consórcio societário, mediante a criação de sociedade comercial. (1) Ademais,
o regime atual das licitações, permissões e concessões exige que, para a celebração de
contrato com a Administração Pública, eventual consórcio entre empresas deverá ser
desfeito, criando-se sociedade única tendo na composição societária os consorciados, o
que foi suficiente para a disseminação da ideia da SPE, com a participação do Estado,
ao lado dos particulares, em entidade única, cujo objeto é concretizar os interesses
veiculados em contrato de parceria.
Segundo Marcelo Andrade Feres (2005), a SPE pode revestir-se de qualquer tipo
societário personificado, inclusive sociedade anônima aberta, com valores mobiliários
admitidos à negociação no mercado (§ 2º do art. 9º da Lei de PPP). Entre seus membros,
podem figurar particulares e a Administração Pública, sendo vedado a esta ser titular da
maioria do capital votante (§ 4º do art. 9º da Lei de PPP), salvo sua eventual aquisição
por instituição financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimplemento
de contratos de financiamento. O objeto da SPE estará adstrito ao objeto da parceria, o
que se mostra perfeitamente conforme o regime societário brasileiro. Consoante dispõe
o parágrafo único do art. 981 do Código Civil de 2002, a atividade da sociedade pode
restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados. Assim, é viável, a título
ilustrativo, a constituição de uma SPE para a construção e exploração de uma estrada.
Sociedade limitada
Anteriormente designada como sociedade por quotas (ou quotas), esse é o tipo societário
mais utilizado no país, tanto para pequenos, médios e grandes empreendimentos. Com a
edição do novo Código Civil, o Decreto nº 3.708/1919, que regulava esse tipo societário,
foi revogado, e a nova regulamentação trouxe grandes mudanças, principalmente no
que diz respeito ao quórum necessário às deliberações sociais, antes dependentes,
apenas, da aprovação da maioria do capital social.
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UNIDADE IV │ Sociedades Empresariais
A sociedade por quotas foi o único tipo societário criado pelo legislador, e isso se deu
com a intenção de suprir uma lacuna existente entre as sociedades de pessoas, nas
quais os sócios respondiam ilimitadamente, e as sociedades anônimas, nas quais a
responsabilidade dos sócios é, estritamente, limitada. Considerada uma forma híbrida,
a sociedade por quotas preencheu esse espaço criando um tipo societário que ficava
no meio termo entre as sociedades utilizadas para pequenos empreendimentos e as
sociedades anônimas, vocacionada para os empreendimentos que necessitam de
vultosos investimentos e, portanto, acarretando maiores riscos. A regulação das
sociedades por quotas deixava a vontade dos sócios compor o contrato da forma que
melhor lhes aprouvesse, já que as poucas regras deixavam à autonomia da vontade dos
sócios uma imensa margem de escolha na regulação contratual. As deliberações sociais
eram tomadas por maioria do capital social. O que mais caracteriza esse tipo societário
é a responsabilidade dos sócios, diversa de qualquer outro tipo societário.
93 CC art. 1.052.
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Sociedades Empresariais │ UNIDADE IV
Assim, o sócio que subscreve e não integraliza suas quotas na forma e no prazo contratados,
torna-se remisso, respondendo não só pelo valor faltante para completar a integralização,
como também pela multa contratual e por eventuais prejuízos que a mora tenha causado à
sociedade94. Nem os sócios minoritários estão imunes à obrigação. Aquele que subscreve
1% do capital social é responsável pela integralização do total do capital, da mesma forma
que o sócio que subscreve 99%, caso este não integralize a sua parte.
Assim, nesse tipo societário, os sócios respondem de forma (i) limitada, o que significa
que a responsabilidade se restringe ao cumprimento da obrigação de integralizar as
quotas subscritas; e (ii) solidária, na medida em que, caso um sócio não integralize suas
quotas, qualquer sócio pode ser compelido a fazê-lo, tendo ação regressiva contra o
devedor para haver dele o que por ele pagou. Trata-se de obrigação dos sócios perante
a sociedade e não perante terceiros.
Todo sócio, ao não integralizar suas quotas no ato de subscrição, torna-se devedor da
sociedade. Caso não pague na forma e no prazo pactuados, torna-se remisso, cabendo à
sociedade cobrar a integralização, amigável ou judicialmente. Difícil é a resolução de tal
pendência quando a integralização é devida pelo sócio majoritário, pois que, por óbvio,
não vai tomar providências para exigir o pagamento dele próprio.
Insistindo, no caso dos bens sociais não serem suficientes ao pagamento dos credores,
os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social, o que implica
a possibilidade de um sócio ser compelido à integralização de quotas de outro(s)
sócio. Além das cláusulas obrigatórias elencadas a qualquer contrato de sociedade
empresarial, o ajuste das limitadas deve conter cláusula fixando a responsabilidade dos
sócios ao limite do capital, além de outra nominando a sociedade com razão social ou
denominação seguida da expressão “Ltda”.
Por isso, diz-se que a responsabilidade do sócio cotista limita-se ao valor do capital
social. Exatamente porque se responsabiliza pela integralização não de suas quotas,
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UNIDADE IV │ Sociedades Empresariais
mas, também e solidariamente, pela integralização das quotas alheias, até que o total
do capital social esteja integralizado.
RESPONSABILIDADE
Caso qualquer cotista se torne remisso, é facultado aos demais dividir entre si as quotas
não integralizadas, excluindo o sócio inadimplente mediante a devolução daquilo que
ele houver pago. Alternativa é eliminação das quotas não integralizadas, reduzindo-se
o capital social. O art. 1.082 reduz as hipóteses de redução do capital a duas: se houver
perdas irreparáveis após a integralização do capital ou se excessivo o valor em face
do objeto social. Caso não haja interesse ou possibilidade dos cotistas em adquirir as
quotas do remisso recalcitrante, nem condições de admitir novo sócio em seu lugar,
a única saída é a redução do capital, a despeito da omissão do referido dispositivo. O
sócio remisso responderá, em qualquer hipótese, pelos danos que tiver causado pela
sua inadimplência. A sociedade pode, também, executar o sócio, hipótese inimaginável
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Sociedades Empresariais │ UNIDADE IV
caso o sócio remisso seja majoritário, visto que não vai tomar providências no sentido
de cobrar dele próprio.
O novo CPC e o CC permitem a penhora de quotas para pagamento dos credores dos
sócios, mas, em regra, o credor não poderá adjudicar as quotas para si.
Assim, a sociedade poderá adquirir quotas e transferir aos demais sócios, ou mesmo
reduzir o capital social, poderá, também, qualquer sócio adquirir as quotas para
si, situação em que o capital social será mantido e o percentual de quotas do sócio
aumentará.
O sócio que teve as suas quotas penhoradas pode ser excluído da sociedade, por meio
da ação de dissolução parcial, ou continuará a sociedade com as quotas que restaram,
ou poderá ficar devendo para a sociedade o valor correspondente ao valor das quotas
penhoradas.
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UNIDADE IV │ Sociedades Empresariais
Caso o capital ainda não esteja integralizado, a designação de administrador não cotista
exige a anuência da unanimidade dos sócios; já integralizado, a aprovação restringe-se a
67%. Qual o sentido da norma? Ora, enquanto o capital não está integralizado, os cotistas
são responsáveis solidariamente pela integralização, responsabilidade que se efetiva,
principalmente, diante de situações em que a sociedade não consegue cumprir com suas
obrigações. O cotista administrador sabe que seus atos na administração podem reverter
95 CC, art. 1.084, § 1º
96 CC art. 1.075.
97 CC, art. 1.081.
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Sociedades Empresariais │ UNIDADE IV
É facultada a instituição de Conselho Fiscal, o que, de resto, não era vedado no sistema
anterior, mas representaria uma tendência do legislador em aproximar as limitadas das
anônimas.
98 Quando feita durante a elaboração do contrato, a nomeação do administrador, seja sócio ou não, esteja o capital integralizado
ou não, o quórum será sempre unanimidade. Quando feita em separado a nomeação do administrador (art. 1071, II, do CC),
demandará aprovação pelos votos correspondentes a mais de metade do capital social (art. 1076, II, do CC). Cabe ressaltar,
ainda, que a nomeação de administrador não sócio obedece ao quórum qualificado de 2/3 se integralizado o capital, e, acaso
não este, da unanimidade dos sócios (art. 1.061, do CC). É preciso assinar o termo de posse, dentro de 30 dias, sob pena de se
tornar inócua a indicação (AQUINO, 2015, p. 248).
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UNIDADE IV │ Sociedades Empresariais
Depreende-se, assim, que a alteração do quórum para alterar o contrato social restará
por demais dificultada caso o sócio majoritário não possua pelo menos 75% do capital
social. Por essa enorme burocratização, esse tipo societário perde espaço. Havendo
críticas acirradas ao formalismo imposto às sociedades por quotas.
______. Direito e deveres dos sócios e dos acionistas. 2017. Disponível em:
<http://unieuro.academia.edu/LeonardoGomesdeAquino>. Acesso em: 2 mar. 17.
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Para (não) finalizar
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Referências
______. Direito e deveres dos sócios e dos acionistas. 2017. Disponível em:
<http://unieuro.academia.edu/LeonardoGomesdeAquino>. Acesso em: 2 mar. 17.
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Referências
REALE, M. Emendas ao Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, nº 63, mar.
2003.
REQUIÃO, R. Curso de Direito Comercial. – 18ª ed. – São Paulo: Saraiva, 1991.
VITA NETO, J. V. A sociedade limitada no novo Código Civil. In: Revista Trimestral
de Direito Mercantil, v. 130, p. 205-229, 2001.
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