Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
no Agronegócio
Material Teórico
Processos Contábeis no Agronegócio
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Processos Contábeis no Agronegócio
• Introdução;
• Conceitos Básicos da Contabilidade do Agronegócio;
• Associações na Exploração da Atividade Rural;
• Contratos da Atividade Rural;
• Operacionalização na Contabilidade do Agronegócio;
• Considerações Finais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Identificar alguns conceitos apresentados pelo novo Código Civil Brasileiro impor-
tantes para a Contabilidade no Agronegócio;
• Apresentar e compreender do desenvolvimento das associações como parcerias e
arrendamentos para a exploração da atividade rural;
• Detalhar diferenças entre as culturas temporárias e culturas permanentes, bem
como suas especificidades;
• Desenvolver lançamentos das contas referentes às culturas temporárias e permanentes.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Processos Contábeis no Agronegócio
Introdução
Nesta Unidade, discorremos sobre a operacionalização da Contabilidade do
Agronegócio. Para isso, é fundamental o conhecimento dos novos conceitos de
empresa, de empresário, sociedade, sociedade simples e de sociedade limitada
para contextualizá-los no agronegócio brasileiro. Conheceremos também os tipos
de associações que podem ser realizadas pelos empresários rurais.
Empresário
O artigo 966 do Código Civil considera empresário “quem exerce profissional-
mente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens
ou de serviços” (BRASIL, 2018a). O artigo, portanto, considera empresário todo
aquele que atua na condição de firma individual (agricultor ou autônomo). Assim
sendo, o empresário não é apenas aquele que produz ou faz circular mercadorias,
mas também aquele que produz ou faz circular serviços.
Refletindo sobre esse conceito, Marion (2007) destaca que a lei pautada pelo
Código Civil assegura tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empre-
sário rural quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes, ou seja, o empresário
rural, desde que não seja uma sociedade, não precisa declarar suas contabilizações,
somente declarar seu imposto de renda. Portanto, nesse caso, não seriam necessá-
rias a contabilização e a escrituração, como descrito na legislação tributária.
Sociedade
Para Crepaldi (2006), constitui sociedade duas ou mais pessoas que se reunirem
em torno de um objetivo comum e, juntas, organizarem uma empresa a fim de
explorarem uma atividade qualquer e partilharem seus resultados.
8
termina que essas atividades devem, sempre, ser registradas nas juntas comerciais.
O Código Civil alterou esse sistema em 2002, apenas os atos constitutivos das
sociedades limitadas e anônimas devem ser registrados nas juntas comerciais.
Sociedade Simples
O artigo 981, parágrafo único da Lei n.º 10.406/2002 do Código Civil, propõe
a seguinte definição:
“celebram contratos de sociedade as pessoas que reciprocamente se obri-
gam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade eco-
nômica e a partilha, entre si, dos resultados”.
Sociedade Empresária
Crepaldi (2009, p. 103) define, com base no Código Civil, artigo 982, que:
“a sociedade empresária objetiva ao exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro, inclusive a sociedade por ações, indepen-
dentemente de seu objeto, devendo inscrever-se na junta comercial do
respectivo estado”.
9
9
UNIDADE Processos Contábeis no Agronegócio
Sociedade Limitada
As sociedades limitadas são aquelas cujo capital social é representado por quo-
tas. A responsabilidade dos sócios está no investimento, portanto, limita-se ao
montante do capital social investido.
Sociedade Anônima
De acordo com o artigo 1º da Lei n.º 6.404/76, a companhia ou sociedade
anônima terá o capital dividido em ações, com a responsabilidade dos sócios ou
acionistas limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
São duas as espécies de sociedade anônima: companhia fechada e companhia aberta.
Companhia Fechada
A companhia fechada não possui seus valores mobiliários admitidos para a ne-
gociação no mercado de capitais, não se submetem ao prévio registro e fiscalização
da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Companhia Aberta
Já a companhia aberta possui seus valores mobiliários ofertados e negociados
publicamente no mercado de capitais, mas antes deve ter um registro prévio na
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a qual também fiscalizará.
10
Tais espécies são amparadas pela lei citada anteriormente, no artigo 4º, que re-
vela que a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua
emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.
Associações na Exploração
da Atividade Rural
Segundo Crepaldi (2006), é inexpressível o número de parcerias agrícolas no
Brasil em relação aos seis milhões de propriedades rurais existentes. No entanto,
observamos que a parceria não tem sido utilizada pelos proprietários e pelos pro-
dutores rurais como um recurso prático ao desenvolvimento dessa atividade devido
à falta de conhecimento que eles apresentam sobre a implantação e sobre suas
práticas participativas.
11
11
UNIDADE Processos Contábeis no Agronegócio
Obrigações do Arrendador
• Entregar ao arrendatário o imóvel rural objeto do contrato na data estabelecida
ou segundo os usos e costumes da região;
• Garantir ao arrendatário o uso e gozo do imóvel arrendado durante todo o
prazo do contrato;
12
• Fazer no imóvel, durante a vigência do contrato, as obras e os reparos necessários;
• Pagar as taxas, impostos, foro e toda e qualquer contribuição que incida ou
venha incidir sobre o imóvel rural arrendado – se não houver sido convencio-
nado de outra forma.
Obrigações do Arrendatário
• Pagar pontualmente o preço do arrendamento nos prazos e locais ajustados;
• Usar o imóvel rural conforme o convencionado ou presumido e tratá-lo com o mes-
mo cuidado que teria se fosse seu, não podendo mudar sua destinação contratual;
• Levar ao conhecimento do arrendador, imediatamente, qualquer ameaça ou
ato de turbação ou esbulho que, contra sua posse, vier a sofrer, e, ainda, de
qualquer fato do qual resulte a necessidade de execução de obras de reparos
indispensáveis à garantia do imóvel rural;
• Fazer no imóvel, durante a vigência do contrato, as benfeitorias úteis e neces-
sárias, salvo convenção em contrário;
• Não utilizar o imóvel objeto de contrato de arrendamento para culturas ilegais
de plantas psicotrópicas;
• Devolver o imóvel ao término do contrato tal como recebeu, com seus aces-
sórios, salvo as deteriorações naturais ao uso regular. O arrendatário será
responsável por qualquer prejuízo resultante do uso predatório, culposo ou
doloso, quer em relação à área cultivada, quer em relação às benfeitorias,
equipamentos, máquinas, instrumentos de trabalho e quaisquer outros bens
cedidos pelo arrendador.
13
13
UNIDADE Processos Contábeis no Agronegócio
Assim, em qualquer negócio, agrícola ou não, é necessário ter visão dos pontos
fracos que o cercam. As peculiaridades agrícolas podem ser entendidas como tais
pontos e, portanto, os profissionais envolvidos devem estar sempre atentos a elas
juntamente com os dados contábeis oferecidos pela Contabilidade Rural.
Comodato
Marion (2007) define comodato como uma parceria em que o proprietário cede
para outrem o uso de seu capital fundiário por tempo e condições preestabeleci-
dos. Nesse caso, o proprietário cede ao comodatário seu capital sem pagamentos
ou retribuições pelo empréstimo.
Condomínio
Condomínio refere-se à propriedade comum e caracteriza-se pela relação esta-
belecida entre os proprietários condôminos em que são compartilhados os custos,
os riscos e os resultados referentes à proporção de seu condomínio.
Caso seja um contrato verbal, para provar arrendamento são necessárias provas
como: testemunhas, compra de sementes, pagamento do ITR (Imposto sobre a Pro-
priedade Territorial Rural) ou qualquer documento que comprove a posse do imóvel.
Distrato
O distrato do contrato de parceria pode ser realizado quando uma das partes
resolve encerrar o contrato de parceria.
14
Processo de Arrendamento
Na elaboração do contrato, é importante destacar os agentes que participarão
do processo de arrendamento:
• Arrendador: proprietário do imóvel rural;
• Arrendatário: pessoa, ou grupo de pessoas, que recebe ou toma por aluguel
o imóvel rural ou parte dele;
• Subarrendatário: pessoa a quem o arrendatário transfere seus direitos e obri-
gações, ou partes deles, com permissão do arrendador.
Operacionalização na
Contabilidade do Agronegócio
Para a realização da Contabilidade do Agronegócio, devem ser consideradas
atividades rurais: a agricultura, a pecuária, a extração, a exploração da apicultura,
as explorações zootécnicas, bem como as transformações dos produtos agrícolas e
dos produtos pecuários realizados pelo empresário rural.
Culturas Temporárias
Na agricultura, chamamos de culturas temporárias ou anuais aquelas que du-
ram apenas um ciclo contábil, ou seja, são arrancadas do solo após ou durante a
colheita, para que seja realizado o novo plantio.
15
15
UNIDADE Processos Contábeis no Agronegócio
Culturas Temporárias
16
Tabela 4 – DRE nas Culturas Temporárias
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXSRCÍCIO (DRE)
RECEITA
(-) Custo do Produto Vendido
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais (vendas, despesas administrativas, despesas financeiras)
(=) Lucro Operacional
Fonte: Elaborado pelo Autor
Culturas Permanentes
Marion (2007) define culturas permanentes como aquelas que não precisam
ser arrancadas com a colheita, pois permanecem no solo por vários períodos con-
tábeis e têm, assim, várias safras. São culturas de longo prazo com uma duração
mínima de quatro anos. Como exemplo, podemos citar o café, a cana, os citros e
outras culturas.
17
17
UNIDADE Processos Contábeis no Agronegócio
Em função do considerável ciclo que se espera da floração até a colheita, foi cria-
da a conta Colheita em Andamento com a identificação do produto a ser colhido.
Ela será composta de todos os custos necessários para a realização da colheita, adi-
cionando-se também os custos com depreciação ou exaustão da lavoura formada.
18
Tabela 8 – Contabilização da Colheita em Andamento nas Culturas Permanentes
ATIVO PASSIVO
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
19
19
UNIDADE Processos Contábeis no Agronegócio
20
de giro durante a entressafra. Nesse caso, duas posições podem ser conside-
radas: alguns contadores contabilizam as despesas proporcionalmente no ano
em que se toma o empréstimo; outros preferem contabilizá-la no ano seguinte,
a fim de possibilitar o confronto entre a despesa e a receita, cabendo o critério
ser facultativo aos procedimentos usados por cada contador.
Assim sendo, esses são fatores muito importantes que devem ser considerados
na Contabilização do Agronegócio.
Considerações Finais
Neste texto foi possível estudar os novos conceitos definidos pelo Código Civil e
os tipos de associações realizadas pelos empresários rurais. Foi vista a operacionali-
zação da Contabilidade no Agronegócio no que diz respeito às culturas temporárias
ou permanentes, ambas pertencentes ao elo da cadeia produtiva do agronegócio,
assim como a realização dos lançamentos pertinentes a elas.
Até lá!
21
21
UNIDADE Processos Contábeis no Agronegócio
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
SEBRAE
Site Institucional do SEBRAE
https://goo.gl/TWjhgT
Leitura
Lei n.º 10.406 de 10 de janeiro de 2002
Lei que institui o novo Código Civil Brasileiro:
https://goo.gl/81GpC
Contábilidade Rural
Site da Profissão Contábil que institui as diretrizes da Contabilidade no Agronegócio:
https://goo.gl/pYiGu5
Lei nº 5.764, de 16 de Dezembro de 1971
Lei do Cooperativismo
https://goo.gl/QqOadQ
22
Referências
CREPALDI, S. A. Contabilidade Rural: uma abordagem decisorial. São Paulo:
Atlas, 2006.
Sites Pesquisados
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n.º 10.406, de 10 jan. 20.
Institui o Código Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 17 ago. 2018a.
23
23