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Contabilidade

e Finanças
Material Teórico
Noções Preliminares I

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Jose Carlos Pereira Almeida

Revisão Técnica:
Prof. Ms. Rodrigo de Souza Marin

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Noções Preliminares I

• Introdução
• Princípios de Contabilidade
• Balanço Patrimonial

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Discorrer sobre Noções Preliminares I da Contabilidade, por meio
das quais você vai compreender o conceito, a finalidade e o objetivo
desta ciência.
· Entender também que essa ciência é regida por Princípios Contábeis
que nos direcionam e fornecem parâmetros para realizar nossas
atividades.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Noções Preliminares I

Contextualização
Antes de iniciarmos o estudo teórico da disciplina, gostaríamos que assistisse a
um filme que selecionamos para você sobre a História da Contabilidade.

Vamos lá, sente-se confortavelmente e aproveite para assistir a uma breve história sobre a
Explor

Ciência Contábil. Acesse o link a seguir: https://goo.gl/orqthT

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Introdução
Conceito de Contabilidade:

Contabilidade é a ciência que tem por função apresentar a posição do patrimônio


da entidade em determinado momento, visando à tomada de decisões por parte
dos administradores desse patrimônio.

Importante! Importante!

Contabilidade é a ciência que tem por função apresentar a posição do patrimônio da


entidade em determinado momento.

Por “entidade”, devemos entender qualquer tipo de organização, seja ela física
ou jurídica, que vise ao lucro ou não.

Importante! Importante!

Entidade: Organização que vise ao lucro ou não.

Essa ciência é, possivelmente, a mais antiga do mundo. Constam registros,


na história, de que há seis mil anos o homem já se utilizava de métodos para
o controle do seu patrimônio, que, naquela época, era constituído basicamente
de ovelhas ou outras criações. Inconscientemente ele já fazia a contabilidade de
seus bens, quando, para cada ovelha existente em seu rebanho, ele colocava uma
pedrinha dentro de um invólucro qualquer, a fim de comparar, depois, a quantidade
de pedrinhas com a quantidade de ovelhas do rebanho.

O que o homem fazia há seis mil anos e sem qualquer conhecimento, movido única
e exclusivamente pela necessidade de controlar a sua riqueza, os contadores fazem
hoje e chamam de inventário. Quando dissemos acima que a contabilidade tem por
função apresentar a posição do patrimônio da entidade em determinado momento,
devemos entender a expressão “posição” como sendo um inventário detalhado de
todos os Bens, Direitos e Obrigações da entidade objeto da contabilidade.
Explor

Inventário: Contagem cíclica de seus bens, a fim de controlarem suas riquezas.

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UNIDADE Noções Preliminares I

Objetivos e Importância da Contabilidade:


O objetivo principal da contabilidade é o patrimônio da entidade. Você já imaginou
um veículo em determinada velocidade sem motorista para conduzi-lo? Um avião
em pleno ar sem piloto? Um barco sem leme? Assim devemos ver uma empresa
sem contabilidade; seus administradores não saberiam que rumo dar à empresa,
pois não quantificariam a dimensão de seu patrimônio. A contabilidade norteia
as decisões dos administradores da empresa através dos relatórios que fornece.
Relatórios esses que são feitos seguindo-se uma série de normas e procedimentos
que conheceremos mais tarde.

Muito embora, quando nos referirmos à contabilidade, em nossas aulas, estejamos


falando de empresas, de pessoas jurídicas, vale relembrar que o patrimônio objeto
da contabilidade pode ser de pessoas jurídicas ou também de pessoas físicas.
Costumamos dizer que, onde houver um patrimônio, lá estará a contabilidade para
controlá-lo, seja ele de pessoa física ou jurídica, tenha ou não finalidade de lucro.

Campo de Atuação da Contabilidade


A evolução do mundo é constante e incansável e a Ciência Contábil acompanha
essa evolução, adaptando-se às novas necessidades do mercado, da economia e
das entidades. Atualmente temos vários campos de atuação para a contabilidade.
Especificamente neste e no próximo semestre, estudaremos o campo de atuação
da Contabilidade Comercial, que se dedica ao controle do Patrimônio das Empresas
Comerciais, porém existem vários outros campos de atuação e, entre eles, vamos
citar os seguintes:

Tabela 1
Contabilidade Característica
Industrial Utilizada para controlar o Patrimônio das empresas Industriais.
Pública Utilizada para controlar o Patrimônio das entidades e órgãos públicos.
Bancária Utilizada para o controle do Patrimônio das Instituições Financeiras etc.

Informações Contábeis
As informações geradas pela Contabilidade são de interesse de vários grupos de
pessoas, que podem ser divididos em usuários internos e usuários externos.
a) Usuários internos
Sócios, acionistas, proprietários: estão interessados na rentabilidade
e segurança de seus investimentos;

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b) Administradores, diretores e executivos: esses usuários avaliam as
informações contábeis com um grau de profundidade e análise mais
detalhada; isto porque é com base nessas informações que as decisões
e estratégias são tomadas.

Usuários Internos: sócios, acionis-


tas, proprietários, administradores,
diretores e executivos.

c) Usuários externos

Bancos, capitalistas: neste caso, os usuários estão interessados na situação


financeira da entidade, ou seja, em sua rentabilidade e nos fluxos de caixa.

Governo e economistas governamentais: primeiramente, tem-se a intenção de


obter conhecimento das informações contábeis para exercer seu poder de tributar,
arrecadando, assim, impostos, taxas e contribuições. Além disso, compreender a
economia de um modo geral, com base em análises globais e setoriais.

Usuários Externos: Bancos, Governo.

Finalidade da Informação Contábil


Conforme Ludícibius (2010, p. 5), as finalidades da informação contábil podem
ser agrupadas da seguinte maneira:
a) Finalidade de planejamento
Planejamento é o processo de decidir que curso de ação deverá ser
tomado para o futuro;
b) Finalidade de controle
Controle pode ser conceituado como um processo pelo qual a
alta administração se certifica, na medida do possível, de que a
organização está agindo em conformidade com os planos e políticas
traçadas pela administração;
c) Finalidade de auxílio no processo decisório
Processo decisório, é o processo de escolher uma dentre um conjunto
de alternativas.

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UNIDADE Noções Preliminares I

Princípios de Contabilidade
Os princípios de contabilidade, como o próprio nome indica, são normas
de procedimentos para a elaboração da escrita e das demonstrações contábeis.
Eles padronizam os procedimentos, visando à facilidade de comparações entre
demonstrativos contábeis feitos por diferentes profissionais, ou seja, ao examinar
um Balanço Patrimonial de uma empresa estabelecida em São Paulo e outro
de uma empresa estabelecida no Amazonas, pode-se ter certeza de que as duas
demonstrações foram feitas com os mesmos critérios de escrituração, pois, nós
contadores, somos obrigados a conhecer e praticar esses princípios.

Em 2010, foi publicada a Resolução CFC 1.282/10, alterando e atualizando


alguns Princípios Contábeis contidos na Resolução CFC 750/93. Tal medida deu-
-se por conta do processo de convergência às normas internacionais; assim, a seguir,
quando mencionarmos os Princípios Contábeis, ora estaremos nos remetendo à
Resolução 750/93 ora à 1.282/10.

A seguir, elencamos, para seu conhecimento, os Princípios Contábeis:


Princípio da Entidade

Art. 4º. O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto


da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza
ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta
acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou
proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único – O
PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira.
A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em
nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

O texto acima reconhece que o patrimônio da entidade não deve se misturar com
o patrimônio dos sócios ou vice-versa. Por exemplo: os recursos depositados em
conta bancária em nome da empresa não podem ser utilizados para pagamentos
de despesas particulares dos sócios; por sua vez, os sócios não podem pagar
compromissos da empresa, utilizando seus recursos particulares.
Princípio da Continuidade

Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará


em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação
dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

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Esse princípio determina, entre outras coisas, a maneira de escriturar os fatos
contábeis ocorridos na entidade. Se houver evidências de que a continuidade das
atividades da entidade esteja em risco de interrupção, a escrituração deve ser feita
com base nos valores de realização do ativo e de liquidação do passivo; porém, se
não houver qualquer evidência nesse sentido, devemos trabalhar com valores de
custo, conforme determina o princípio que vamos ver a seguir.
Princípio do Registro pelo Valor Original

(O Custo como base de valor)

Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os


componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos
valores originais das transações, expressos em moeda nacional.

Esse princípio nos orienta sempre a registrar as transações ocorridas no patrimônio


pelos seus valores de custo originais. Veja um exemplo: se adquirimos determinada
máquina para uma indústria e, por ela, pagamos $1.000.00, não importa que o
seu valor demarcado seja $2.000,00, ela será registrada na contabilidade pelo
valor efetivamente pago.

Vejamos agora os Princípios da Oportunidade e da Competência:


Princípio da Oportunidade

Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração


e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações
íntegras e tempestivas.

Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção


e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua
relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade
e a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº.
1282/10).

O Princípio da Oportunidade pode ser explicado da seguinte maneira:


“Aconteceu, Virou Manchete”. Calma, não se assuste! Não estamos falando
de nenhum assunto relativo ao jornalismo. Utilizamos essa frase somente para
que fique claro para você o sentido desse princípio; ele nos sinaliza que todos os
fatos ocorridos na entidade, passíveis de escrituração, devem ser escriturados no
momento em que ocorrem. Você já imaginou receber um Balanço Patrimonial 180
dias depois de seu encerramento? De que serviria essa informação com seis meses
de atraso? Vale dizer também que o mesmo princípio que determina que o fato
deve ser registrado no momento em que ocorre também determina que, havendo
a possibilidade de tal fato ocorrer, devemos registrá-lo. Calma, não pense que o
contador tem que ser futurólogo, podemos explicar: imagine que a empresa tenha
contra si uma reclamação trabalhista movida por um funcionário e, por orientação

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UNIDADE Noções Preliminares I

do advogado, chegou-se à conclusão de que há a possibilidade de condenação ao


pagamento de determinado valor a esse funcionário. Esse fato já é suficiente para
que a contabilidade faça uma provisão do valor da suposta condenação que ainda
não ocorreu. Quanto a esse princípio, vamos parar por aqui, mas não se preocupe
porque, no momento certo do curso, retomaremos a este assunto.

O Princípio da Competência também está bem relacionado ao da Oportunidade,


que destacamos acima. Veja:
Princípio da Competência

Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das


transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se
referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo
único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da
confrontação de receitas e de despesas correlatas.

(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10).

E por último apresentamos:


Princípio da Prudência

Art. 10. O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor


para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre
que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação
das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Você está achando complicado tudo isso que acabou de ler sobre esse princípio, não é? Não se
Explor

preocupe, nesta fase do nosso curso, basta entendermos o seguinte sobre ele: Todos os bens,
direitos, e obrigações que a entidade adquire são registrados pelos valores constantes em
documentação própria, (valor original) e não podem ser alterados enquanto estiverem no
patrimônio. Além disso, o patrimônio da empresa e dos sócios não devem ser confundidos.

Quando realizarmos os exercícios e com o avanço do nosso curso, você vai identificar a
Explor

aplicabilidade dos Princípios Contábeis, por isso não se preocupe agora, voltaremos a
discutir sobre esse assunto no decorrer de nossas atividades, ok?

Este tópico sobre os Princípios Contábeis, neste momento, serve para você ter
o conhecimento, mesmo que superficial, de que existem premissas básicas para
registrar e informar os eventos da Contabilidade, e todo profissional contábil deve
conhecê-las e aplicá-las no seu cotidiano.

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Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é um demonstrativo (Relatório) contábil que apresenta,
de forma organizada e estruturada, a situação da empresa (Patrimônio) em
determinado momento.

No decorrer do estudo de nossa disciplina, você aprenderá muito mais sobre


esse relatório, mas, neste momento, achamos importante falar sobre ele, para que
você tenha uma noção a respeito de tudo o que falamos anteriormente.

Preste atenção no Balanço Patrimonial a seguir:

Tabela 2
Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 31-01-20x1
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido Em $ mil
Caixa 1.000,00 Passivo
Bancos 800,00 Contas a pagar 3.500,00
Contas a receber 3.000,00 Fornecedores 1.800,00 5.300,00
Estoques Patrmônio Líquido
de Materiais 3.000,00 Capital 4.000,00
Terrenos 1.700,00 Lucros Acumulados 700,00 4.700,00
Veículos 500,00
Total 10.000,00 Total 10.000,00

O lado esquerdo é representado pelo ATIVO e, no lado direito do Balanço


Patrimonial, apresentamos o PASSIVO e o PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Perceba
que os dois lados resultam no mesmo valor: $10.000,00.

O Ativo compreende os bens e os direitos da entidade, já o Passivo representa as


obrigações a pagar. Assim, podemos definir o Patrimônio Líquido como a diferença
entre o valor do Ativo e do Passivo. Exemplificando:

Se a entidade tem um Ativo de $10.000

e um Passivo de $5.300

O Patrimônio Líquido dessa entidade será $4.700

Olhe novamente nosso Balanço Patrimonial, por favor, e perceba que o


apresentamos de forma simplificada, incluindo algumas contas para o ATIVO e
outras para o PASSIVO; as nomenclaturas e a quantidade de contas contábeis
variam de entidade para entidade.

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UNIDADE Noções Preliminares I

No caso do Patrimônio Líquido, vamos conversar sobre a composição dessas


duas contas apresentadas em nosso exemplo:
a) Capital – é o investimento inicial dos sócios, efetuado pelos proprietários
em troca de ações, quotas ou outras participações.
b) Lucros – resultado dos exercícios apresentado de forma acumulada no
Balanço Patrimonial; esses valores não foram distribuídos e servem de
fonte de reinvestimento na entidade.

Normalmente, as entidades apresentam em seus Balanços Patrimoniais um


ATIVO superior ao PASSIVO, ou seja, seus bens e direitos são superiores às
suas dívidas.
Veja como a Equipe dos Professores da FEA/USP (2010, p. 20) ilustra muito
bem a configuração do Balanço Patrimonial com o seguinte exemplo:
Suponhamos uma balança de dois pratos: colocaremos no da esquerda o
ATIVO e no da direita o PASSIVO. Se ambos tiverem valores iguais, o equilí-
brio estará conseguido. Mas, como normalmente ATIVO e PASSIVO apresen-
tam valores diferentes, a balança penderá para um dos lados. O peso (valor)
que colocaremos apenas para a obtenção do equilíbrio é o que chamamos de
PATRIMÔNIO LÍQUIDO e, é lógico, está no lado de menor valor.
A seguir, vamos exemplificar a criação de uma empresa, bem como suas
operações, preparando, assim, um Balanço Patrimonial:

1ª Operação – Constituição da Empresa


Algumas pessoas resolvem fundar uma sociedade anônima (S/A) e decidem
investir $4.000 de Capital. Com isso, subscrevem (assinam o compromisso de
entregar o dinheiro) e integralizam (entregam efetivamente o dinheiro) deliberando
40 ações de $100 cada uma.

Iniciamos as atividades da empresa Alfa S.A. em 15-janeiro-x, no ramo


de prestação de serviços, de reparos (consertos) de aparelhos eletrônicos e
eletrodomésticos.
Tabela 3
Alfa S.A.
Em $ mil
Balanço Patrimonial 15-01-x
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Patrimônio Líquido
Caixa 4.000 4.000
Capital subscrito
Total 4.000 Total 4.000

Vamos entender essa primeira operação? Perceba que a entidade recebeu um


ativo, que reconhecemos na conta CAIXA, no valor de $4.000 e, em contrapartida,
lançamos contra Capital Subscrito.

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Neste caso, nossa “balança” está em total equilíbrio, $4.000 para cada lado.

2ª Operação – Aquisição de Edifício


A empresa decide adquirir um edifício, em 10-2-x, para abrigar suas instalações,
efetuando o pagamento à vista no valor de $1.200.

Veja, com essa transação, a empresa adquire um novo ATIVO que deve ser
classificado na conta Imóveis. Todavia, sabemos que o pagamento foi à vista, sendo
assim, o valor do CAIXA vai diminuir.

Vamos ver essa movimentação espelhada no nosso Balanço Patrimonial?

Tabela 4
Alfa S.A.
Em $ mil
Balanço Patrimonial 10-02-x
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Caixa 2.800 Patrimônio Líquido
4.000
Imóveis 1.200 Capital subscrito
Total 4.000 Total 4.000

Continuamos com o mesmo equilíbrio anterior. Verifique que as alterações


promovidas ocorreram apenas no lado do ATIVO, pois adquirimos um novo bem,
pagando à vista.

3ª Operação – Compra de Materiais


A empresa precisa iniciar suas atividades, por isso decide adquirir materiais que
serão estocados para utilização posterior.

Em 13-2-x, a empresa compra materiais na importância de $2.000 e paga a


prazo. Vamos ao nosso Balanço Patrimonial:

Tabela 5
Alfa S.A.
Em $ mil
Balanço Patrimonial 13-02-x
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Passivo
Caixa 2.800 Fornecedores 2.000

Imóveis 1.200 Patrimônio Líquido


Estoque de Materiais 2.000 Capital subscrito 4.000
Total 6.000 Total 6.000

Por essa transação, a empresa adquiriu um novo ATIVO, que são os materiais
reconhecidos na conta de Estoques. Neste caso, movimentamos também o lado do
PASSIVO, porque não efetuamos nenhum pagamento à vista e, sim, assumimos
uma obrigação de pagamento futuro.

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UNIDADE Noções Preliminares I

Como você aprendeu anteriormente, toda e qualquer obrigação deve ser


registrada do lado direito, lado do passivo.

4ª Operação – Compra de Veículo


Para realizar suas atividades, a Alfa S.A precisa de um veículo para atender a
seus clientes, portanto, em 20-2-x, adquire um automóvel na Beta Automóveis
S.A., à vista, por $200.

O Balanço Patrimonial apresentará a seguinte composição:

Tabela 6
Alfa S.A.
Em $ mil
Balanço Patrimonial 20-02-x
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Passivo
Caixa 2.600 Fornecedores 2.000

Imóveis 1.200 Patrimônio Líquido


Estoque de Materiais 2.000 Capital subscrito 4.000
Veículos 200
Total 6.000 Total 6.000

5ª Operação – Venda de parte do Edifício


Os diretores percebem que o edifício excede as necessidades da empresa, motivo
pelo qual decidem vender o pavimento superior.

Desse modo, a venda ocorre, em 23-2-x, por $800.

Lembre-se de que o imóvel custou à Alfa S.A a importância de $1.200; se


dividirmos por 2, já que está sendo vendida a metade do edifício, cada parte valeria
$600. Tudo bem?

Vamos pontuar todas as movimentações ocorridas nesta operação:


a) O ativo aumentou em $800, representado por uma nota promissória a
receber, visto que a venda não foi efetivada à vista;
b) Mas o ativo também diminuiu em $600 ($1.200 da compra dividido por
2 = $600);
c) Perceba que tivemos um “lucro” com a venda de parte do edifício no
valor de $200.

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Agora, vamos passar essas informações para o nosso Balanço:

Tabela 7
Alfa S.A.
Em $ mil
Balanço Patrimonial 23-02-x
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido

Passivo
Caixa 2.600 Fornecedores 2.000
Imóveis 600 Patrimônio Líquido
Estoque de Materiais 2.000 Capital subscrito 4.000
Veículos 200 Lucro 200
Títulos a receber
Total 6.200 Total 6.200

6ª Operação – Pagamento de uma Obrigação


Em 05-03-x, a Alfa paga parte de sua dívida feita com os fornecedores quando
da aquisição dos materiais eletrônicos, pois essa é a data de vencimento do primeiro
boleto de pagamento no valor de $1.300.

Observe que essa operação vai diminuir o Passivo na conta Fornecedores e


também a disponibilidade de dinheiro na conta Caixa (Ativo). Veja, agora, a nova
composição do Balanço após essa operação:

Tabela 8
Alfa S.A.
Em $ mil
Balanço Patrimonial 05-03-x
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido

Passivo
Caixa 1.300 Fornecedores 700
Imóveis 600 Patrimônio Líquido
Estoque de Materiais 2.000 Capital subscrito 4.000
Veículos 200 Lucro 200
Títulos a receber 800
Total Ativo 4.900 Total Passivo + PL 4.900

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UNIDADE Noções Preliminares I

7ª Operação – Recebimento de Dinheiro


Em 10-03-x, a empresa recebe $400 referentes ao 1º pagamento da Nota
Promissória da aquisição do imóvel. Esse fato aumentou o caixa e diminuiu os
valores a receber. Segue:

Tabela 9
Alfa S.A.
Em $ mil
Balanço Patrimonial 10-03-x
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Passivo
Caixa 1.700 Fornecedores 700
Imóveis 600 Patrimônio Líquido
Estoque de Materiais 2.000 Capital subscrito 4.000
Veículos 200 Lucro 200
Títulos a receber 400
Total Ativo 4.900 Total Passivo + PL 4.900

Bem, acreditamos que você tenha entendido as operações realizadas e também


que tenha constatado, através dos exemplos apresentados, que haverá sempre
um equilíbrio em nosso Balanço Patrimonial. Mas também fique tranquilo, caso
não tenha ainda conseguido assimilar essa situação de equilíbrio, durante o
desenvolvimento do estudo da disciplina, teremos muitas atividades que o ajudarão
a alcançar o objetivo proposto.

Importante! Importante!

Vamos praticar e fixar o conhecimento adquirido na Unidade 1? Praticando, você


assimila melhor o aprendizado desenvolvido. Então, acesse o arquivo de Atividades
de Sistematização do Conhecimento e faça os exercícios propostos.
Na próxima aula, vamos conversar sobre Método das Partidas Dobradas, conceituar
as Contas contábeis, efetuar movimentações e lançamentos. Aposto que você vai
gostar muito!

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Contabilidade Básica – 7º edição
Como material complementar de estudo, sugerimos a leitura do texto a seguir, extraído
do livro Contabilidade Básica – 7º edição Modernizada da editora NCC Atlas, de 2003,
autoria de José Carlos Marion, que trata do início da Contabilidade como ciência.

Vídeos
História da Contabilidade
https://youtu.be/qw5wbbPwXTg

Leitura
Evolução do Ensino da Contabilidade no Brasil: Uma Análise Histórica
https://goo.gl/JLcvmA
Estrutura Conceitual Básica de Controladoria nos Artigos sobre
Controladoria em Periódicos Nacionais de Contabilidade
https://goo.gl/zAs9qw
Educação Contábil Brasileira: Reflexão sobre a Qualidade do Ensino Superior da Contabilidade no Brasil
https://goo.gl/ner6wy

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UNIDADE Noções Preliminares I

Referências
IUDICIBUS, S. Contabilidade Introdutória: Equipe de Professores da Faculdade
de Economia, Adm. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

OSNI, Moura Ribeiro. Contabilidade Geral Fácil: Atualizado Conforme Lei


11.638/2007 e MP 449/2008. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

PADOVESE, Clovis Luis. Manual de Contabilidade Básica. 7. ed. São Paulo: At-
las, 2009.

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