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Material Teórico
Os Indicadores de Investimentos
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Os Indicadores de Investimentos
• Investimentos;
• Período de Recuperação do Capital (ROI, Payback).
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Ilustrar os diferentes ativos que uma empresa necessita para operar;
• Demonstrar a importância do controle de custos e como o fluxo de caixa funciona;
• Discutir o papel do caixa nas empresas e como as empresas se endividam mesmo com
vendas altas e fluxo financeiro e operacional positivo;
• Entender os diferentes indicadores para medição da performance financeira das empresas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
Investimentos
Qualquer que seja o negócio, do ramo de serviços, indústria, comércio etc., para
que ele opere, há a necessidade de recursos. Esses recursos, sejam materiais, patri-
moniais, financeiros ou tecnológicos, possuem um valor monetário, ou seja, valem
dinheiro. E quanto valem em dinheiro? Qual a avaliação do bem?
Imagine que você recebeu um recurso financeiro, e precisa escolher o que fazer
com ele:
• Investir em um segmento qualquer, pizzaria, padaria etc. Não importa, mas,
pela pesquisa que fez, soube que rendem em média 18% de ganhos líquidos.
• Ou investir em títulos do Governo, remunerados pela taxa SELIC. Vamos su-
por que seja em um período em que a taxa Selic esteja em 15% ao ano.
Veja que, para abrir um negócio, deverá montar toda a estrutura, negociar valo-
res, escolher ponto, comprar mercadoria, estruturar a empresa, planejar operação,
vendas, contratar pessoas etc., correr risco do negócio – pois pode não dar o retor-
no esperado –, fiscalizar o negócio com olhar atento etc. e, se tudo der certo, vai
obter ganhos líquidos de 18%.
Você entendeu o pensamento que devemos ter para decidir sobre investimento?
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Os indicadores de desempenho em qualquer atividade são instrumentos que
medem o comportamento de uma tarefa, processo, sistema ou comportamento e
visam dar luz a como essas atividades estão se comportando na linha do tempo e
se estão atendendo ao que foi previamente determinado.
Através dessa analogia, podemos usar a imaginação para compreender que em-
presas ou projetos são diferentes em complexidade, tamanho e objetivos esperados.
As empresas ou projetos podem ser comparados com os veículos circulando, com
destinos e regras locais diferentes, pois, as empresas teriam diferentes meios para
fazer suas atividades, e podemos comparar esses meios como as estradas. Então,
empresas fazem suas atividades de forma diferente, para diferentes públicos e com
diferentes objetivos. Mas as técnicas de administração são iguais e devem ser utili-
zadas por todas as empresas, para, de certa forma, garantir uma padronização em
termos técnicos e éticos. A isso podemos chamar de normas ou leis, que servem de
referências para as ações, servindo de base para analisá-las.
Então, empresas, assim como os automóveis, devem seguir normas, leis e regu-
lamentos para garantir que as formas como elas obtêm seus resultados sejam legais
e corretas do ponto de vista social, financeiro, ambiental etc.
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
Período de Recuperação
do Capital (ROI, payback)
ROI – Return On Investiment
Um gestor precisa fazer uso de ferramentas técnicas para tomada de decisão.
Como nosso foco aqui é investimento, as decisões que deveríamos buscar podem ser:
• Devo investir no projeto A ou B;
• Meu objetivo é ter retorno X, o projeto oferece Y, faço ou não?
• Amplio, retiro, ou reduzo investimento em determinados segmentos?
• Qual o grau de risco que estou correndo nos diversos investimentos?
O que você precisa, então, é de ferramentas que tragam essas respostas, e é isso
que vamos estudar aqui.
O profissional que lida com administração e negócios está habituado com a no-
menclatura “retorno de investimento” abreviado como “ROI”, que vem do inglês,
return on investment, ou mesmo taxa de retorno e taxa de lucro. Em uma análise
simplificada, todos esses termos tratam da mesma relação entre lucro e investimen-
to, que orienta boa parte das decisões no mundo dos negócios.
Quanto ganho?
Quanto custa?
Em quanto tempo?
Afinal, como calcular esses valores e por que eles interferem na continuidade da
empresa ou do projeto?
Explica Phillips:
As organizações precisam de um processo estruturado e sistematizado
que permita e viabilize a avaliação do processo de gerenciamento de
projetos e respectivos resultados de negócio, funcionando não apenas
como uma ferramenta de mensuração, mas principalmente ferramenta
de melhoria contínua. (PHILLIPS, 2003, p. 9)
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Para que servem essas análises de investimentos?
Quando realizada sob a perspectiva de médio e longo prazo, permite que os só-
cios e ou empreendedores alterem a estratégia da empresa e adequem o modelo de
negócio conforme objetivos esperados e riscos desejados. Assim, os investimentos
podem se ajustar de forma a atender os objetivos dos investidores.
Com o resultado em mãos, é possível mensurar, por exemplo, se vale a pena au-
mentar o investimento e se o modelo atual tem gerado retorno condizente. Se bem
utilizada, a análise revela muito sobre a situação da empresa como um todo – por
mais simples que seja esse cálculo.
Vamos calcular?
Pode ser feito de forma bem simples, sem mesmo fazer uso de matemática fi-
nanceira e fórmulas mirabolantes. O retorno de investimento pode ser calculado
simplesmente dividindo o lucro da empresa, de determinado período de tempo,
pelo valor investido inicialmente para a construção do negócio. Esse resultado será
o percentual de retorno.
E o valor investido?
Mas pode ser um projeto, não necessariamente um negócio. Mas o valor inves-
tido também é informado.
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
O ideal é que, para ser verdadeiramente rentável, essa taxa supere de duas a três
vezes o rendimento obtido em outros investimentos, como os fundos de renda fixa
ou a poupança, já que não há liquidez e o risco é muito maior.
Tabela 1
Opção A Opção B Opção C
Negócio acima Poupança Títulos do Governo
Investimento: 80 mil Investimento R$ 80 mil Investimento R$ 80 mil
Liquidez: quando pode sacar valor
principal: não pode. Retiradas mensais,
Liquidez: Imediata Liquidez: Programada
conforme ganhos. Ou ao vender
a empresa.
Rendimento: 2,5% ao mês Rendimento: 0,6% ao mês Rendimento: 12% ao ano.
Como vimos, calcular o retorno de investimento depois que o lucro foi obtido é
bastante simples. A dificuldade reside em projetar esse valor e descobrir, hoje, se o
investimento valerá a pena em médio e longo prazo.
Para fazer essa conta, são necessárias informações sobre três parâmetros:
• os investimentos atuais;
• a taxa prevista para o crescimento do lucro;
• a taxa de retorno utilizada para o cálculo.
Quanto mais informações você tiver sobre o negócio, melhor. É preciso ter em
mente, portanto, quanto a empresa crescerá nos próximos anos, que valor será
investido e quais mudanças são esperadas no mercado de atuação da organização.
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Pode valer a pena, portanto, investir em uma empresa de consultoria externa para
calcular, com critérios financeiros técnicos específicos, o retorno de investimento
previsto para o futuro, de maneira profissional e legal. Segundo Phillips (2003, p. 9),
“Hoje em dia, os clientes, principalmente aqueles que financiam os projetos, de-
mandam dados críticos de avaliação, e a medição do ROI pode ser uma ferramenta
valiosa para comunicar o impacto positivo de um projeto na organização”.
O montante de dinheiro ganho ou perdido pode ser referido como juros, lucros
ou prejuízos, ganhos ou perdas, ou ainda rendimento líquido ou perdas líquidas.
O dinheiro investido pode ser referido como ativo, capital, principal ou custo básico
do investimento.
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
O payback
Essa é o método mais simples, por ser o método definido como o número de
meses ou anos que são necessários para recuperar o desembolso em um deter-
minado investimento. Não considera o valor do dinheiro no tempo, ou seja, a sua
metodologia não se traduz num fluxo de caixa descontado a uma determinada taxa.
A recuperação do investimento feito está mais associada a um prazo-limite fixa-
do pelo investidor para recuperar o valor aplicado ou investido. Havendo grandes
possibilidades de risco de não recuperação no prazo-limite fixado, a decisão é não
aceitar o projeto de investimento. Veja:
Vamos supor um investimento no valor de R$ 360.000,00, desembolsados de
uma única vez e que gera expectativa de entradas conforme tabela abaixo:
Obs.: Qualquer investimento pode ser fracionado em parcela, ao que chamamos
de fluxo de investimento. Logo, um investimento no período 5 antecipado para o
período 1, deve ser atualizado.
Tabela 2
Ano Expectativas de Entradas
1 51.000
2 115.000
3 264.000
4 200.000
5 250.000
Vejamos:
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Ano Fluxo de caixa no período Fluxos acumulados
(309.000) + 115.000 =
2 115.000
(194.000)
(194.000) + 264.000 =
3 264.000
70.000
70.000 + 200.000 =
4 200.000
270.000
270.000 + 250.000 =
5 250.000
520.000
Então se abatem os valores das entradas do investimento inicial feito até que
sejam zerados e se tornem positivos os valores.
Veja:
No fim do ano dois, há um saldo a recuperar de 194.000, que deveria ser recu-
perado no ano três.
No ano três, há uma entrada superior a esse valor, 264 mil reais. Então precisa-
mos apurar ou fazer um rateio das entradas mensais, ou seja, 264 mil em um ano
representam 22 mil por mês, supondo entrada linear.
Assim, o saldo a recuperar de 194 mil deve ser dividido por esse valor, 22 mil
reais, o que vai apontar que esse valor será atingido em 8,81 meses.
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
Como realizar ?
O primeiro passo seria calcular a média anual dos cinco anos, igualando, mesmo
que em média os valores de entradas.
Então:
Cada entrada será considerada como uma parcela de retorno, assim a Taxa Mé-
dia de Retorno =
176.000
´100 = 48,99%
360.000
Porém, devemos estar conscientes de que a taxa de quase 50% poderá nos levar
à ideia errônea de que o investimento será recuperado em dois anos. Mas, como
vimos no método do payback, o projeto levará quase três anos para ser recupera-
do, ou, precisamente, mais nove meses e, após decorridos dois anos, ou 2,9 anos.
Veja que parte da taxa esperada é comparada com a taxa efetiva ou real.
Uma das deficiências apresentadas pelos dois métodos é de não levar em con-
sideração o valor do dinheiro no tempo e ainda os aspectos inflacionários, pois a
saída de caixa para o investimento e as respectivas entradas não estão em uma
mesma moeda, e que possam ser comparáveis em uma mesma data as entradas e
saídas de caixa.
Os modelos que consideram esses itens acima são denominados de fluxo des-
contado de caixa, em que estão o Valor Atual Líquido (VPL), a Taxa Interna de
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Retorno (TIR) e o EVA de Market Value Added (MVA) ou lucro econômico, que
veremos abaixo.
Como avaliar?
Se o VPL for maior ou igual ao valor desembolsado (investimento inicial), então
a decisão de investir deve ser aceita.
Se o VPL for negativo ou menor que o valor investido, a decisão é não aceitar o
investimento. Tomando os mesmos dados apresentados no quadro acima, utilizado
no método do payback, e sabendo que a empresa deseja uma taxa de retorno de
investimento de 25% ao ano, vamos ver como fica?
Com os resultados obtidos, o projeto deve ser aceito, pois o valor atual líquido é
positivo em $ 53.408.
Ano 1:
Fator de valor atual 25% ao ano – como estamos no ano 1, temos que antecipar
um período:
1
n
(1 + i )
1
1
(1 + 0, 25)
1
= 0,8
1, 25
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
Então temos:
1
n
(1 + i )
1
2
(1 + 0, 25)
1
= 0, 64
1,5625
Ano três:
1
n
(1 + i )
1
3
(1 + 0, 25)
1
= 0,5120
1,9531
Ano quatro:
1
n
(1 + i )
1
4
(1 + 0, 25)
1
= 0, 4096
2, 4414
18
Ano cinco:
1
n
(1 + i )
1
5
(1 + 0, 25)
1
= 0,3277
3, 0517
O mesmo ocorre nos períodos quatro e cinco. Ao final, devem-se abater do valor
investido as atualizações de valores de entradas.
Tabela 6
Ano Valor atualizado
1 40.800
2 73.600
3 135.168
4 81.920
5 81.920
Total 413.408
Então:
Dado esse contexto acima, analise os números e faça de conta que você é um
gestor de uma empresa e precisa decidir se aprova ou não esse investimento. E ai,
o que diz? Aprovar ou não? Vale a pena o investimento?
Explor
Juros Sobre o Capital Social (Remuneração do Capital Próprio). Disponível em: http://bit.ly/2pcv5r0
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
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Vemos nesse quadro, mais especificamente na opção 1, indicação do lucro que
é apurado tradicionalmente pela contabilidade. Pelo conceito do EVA, indicado na
opção 2, lucro é somente o que exceder o custo sobre o capital próprio.
RSA = Lucro antes das despesas financeiras / Soma dos capitais x 100
Leitura da tabela:
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
Observe que, pelo conceito EVA, lucro é somente após deduzidos não só a remu-
neração do capital de terceiros, mas principalmente o custo do capital próprio, de tal
forma que o lucro econômico que resta é para aplicação na própria empresa, pois a
mesma necessita cada vez mais de lucro para as suas necessidades de capital de giro
ou para manutenção de suas atividades, ou mesmo aumentar o seu nível de atividade.
Observação:
Importante! Importante!
Vamos abrir um parêntese para tratar de dois pontos importantes para a avaliação dos
resultados de uma empresa, que são:
• Grau de alavancagem financeira;
• Grau de alavancagem operacional.
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Grau de alavancagem operacional
Esse índice indica a relação entre a variação dos lucros e a variação das vendas.
Vamos enxergar que aumentar vendas não vai significar aumento de lucro. Então na
análise de um investimento não se pode fazer simulações de ampliação de lucros sim-
plesmente ampliando previsão de vendas. A forma de calcular que podemos apontar é:
Assim, esse índice aponta o efeito que o aumento de vendas terá nos lucros,
mais precisamente se o lucro vai aumentar na mesma proporção ou não, e qual é
essa proporção.
Esse índice auxilia na projeção dos resultados que uma empresa poderia ter nos
mais variados níveis de produção ou de vendas. Pois, se a empresa produzir, por exem-
plo, 10.000 unidades de um produto qualquer, terá um impacto em custos; se produzir
20.000 unidades, o impacto em custos será outro e, por consequência, os lucros serão
diferentes. Essa análise é o objetivo do índice grau de alavancagem operacional.
Vejamos exemplo:
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
Como profissional da área financeira, o gestor deve ler essa informação da se-
guinte maneira:
O grau de alavancagem operacional de 1,83 vezes significa que qualquer acréscimo
percentual no volume de 500 unidades acarretará aumento de lucro em 1,83 vezes.
Você como aluno, futuro gestor, deve estar se perguntando: como qualquer acrésci-
mo em unidades vendidas acima de 500 unidades gerará um acréscimo nos lucros
de 1,83 vezes? Como podemos tirar a prova?
Para sanar essa possível dúvida, vamos adotar mais um exemplo fazendo outra si-
mulação, vamos assumir um número qualquer. Vamos supor vendas de 800 unidades.
Vamos ver:
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Fazendo os cálculos:
55.025 100%
33.015 X%
55.025 X% = 3.301.500
3.301.500
X%= = 60%
55.025
Cálculos:
12.025 100%
13.015 X%
25
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
12.025X = 1.321.500
1.321.500
X%= = 109,89%
12.025
Esse foi o crescimento dos lucros de um período para o outro, agora, podemos
calcular o GAO dividindo a variação dos lucros pela variação das receitas, como já
foi visto:
Então:
109,89%
GAO = = 1,83 vezes
60%
Assaf Neto (2003) chama essa diferença de alavancagem financeira, que pode
ser para mais ou para menos em relação ao retorno que teria se o investimento
fosse feito todo com recursos próprios. O autor diz que, para ser favorável, quanto
maior for a participação de capital de terceiro maior será a alavancagem financeira.
Sendo assim, podemos citar Gitman (1984), que diz que alavancagem financeira
é a capacidade de a empresa usar encargos financeiros fixos (de terceiros) para ma-
ximizar os efeitos da variação no Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda LAJIR
sobre o lucro por ação, LPA.
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Vamos trabalhar com a visão de Assaf Neto, que utiliza o índice para decidir se
é viável utilizar capital de terceiros ou capital próprio. Em sua visão, quanto maior o
capital de terceiro, maior a alavancagem financeira. Vamos ver o exemplo:
Tabela 10
Vendas 28.333,33
CMV (14.702,16)
Lucro bruto 13.631,17
Despesas com vendas (4.867,66)
Despesas administrativas (7.027,66)
Lucro 1.735,85
Atendeu o previsto. Mas e se, no lugar de utilizar capital próprio, a empresa de-
sejasse investir 50% do valor de capital próprio e para o restante buscasse recursos
de terceiros com juros de 1% ao mês. O que ocorreria?
Tabela 11
Vendas 28.333,33
CMV (14.702,16)
Lucro bruto 13.631,17
Despesas com vendas (4.867,66)
Despesas administrativas (7.027,66)
Lucro 1.735,85
Despesas financeiras (490,00) 1% do cap. De 3°s.
Lucro depois dos pag. De juros. 1.245,85
Veja que, numericamente, o lucro foi menor. Isso nos levaria a pensar que foi
ruim a situação, mas vamos lembrar que acionista quer retorno do capital, e seu
papel como gestor financeiro é justamente maximizar esse retorno.
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
O retorno sobre o PL, que é o retorno sobre o capital próprio na primeira situ-
ação, ficou:
Isso significa que, para cada R$ 100,00 aplicados na empresa, houve retorno
de R$ 1,77.
Isso significa que, para cada R$ 100,00 aplicados na empresa, houve retorno
de R$ 2,54.
Percebeu que o retorno para cada real aplicado foi maior? Maximizou os ganhos
dos acionistas. Para atrair investidores isso pode ser interessante, é claro, sem es-
quecer o risco gerado para isso.
Bom, não vamos esquecer que nosso objetivo é calcular a alavancagem financei-
ra, então vamos simplificar e utilizar a seguinte fórmula para essa situação:
Retorno sobre PL
GAF =
Retorno sobre Ativo
2,54
GAF = = 1, 43
1, 77
Importante! Importante!
Esse caminho é para decidir entre utilizar capital próprio ou de terceiros e em que volu-
me. Dessa forma, foram utilizados o retorno sobre o patrimônio líquido na operação com
capital de terceiros (2,54) e o retorno sobre o ativo calculado na situação de investimento
próprio total (1,77).
Então esse GAF de 1,43 significa que a segunda opção oferece um retorno 43%
maior do que a primeira. Em outras palavras: se utilizar recursos de terceiros em
50%, terá um retorno sobre capital investido 43% maior do que se utilizasse inves-
timento 100% próprio.
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PC + PE
GEPL =
PL
Onde:
• GEPL: grau de endividamento do patrimônio líquido, ou quanto das dívidas da
empresa são dívidas com terceiros?
• PC: Passivo circulante;
• PE: Passivo exigível de LP;
• PL: Patrimônio líquido.
Esses valores podem ser extraídos do balanço patrimonial, e se, por exemplo,
der 0,5, vai significar que 50% das dívidas da empresa são dividas com terceiros,
e quanto maior for esse índice maior será a alavancagem financeira, pois neces-
sitará de menos capital próprio e, por consequência, terá maior retorno sobre o
capital aplicado.
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UNIDADE Os Indicadores de Investimentos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Análise de Investimentos com VPL Payback e TIR no Mercado Imobiliário
https://youtu.be/oiQZ0LK6I2I
Laboratório Brasil – 15 anos do Real
https://youtu.be/3LHH7nigO6A
Depreciação – métodos de cálculo e explicação do valor residual – CPC 27
https://youtu.be/4X7CS0RFH4Y
Leitura
Estudo da viabilidade de investimento em uma indústria de confecções: utilização das técnicas VPL, TIR, Payback
Descontado e Índice de Lucratividade
http://bit.ly/34Ohwx1
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Referências
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. S. Administração do Capital de Giro. 2. ed.
São Paulo: Atlas, 1997.
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