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Contabilidade

e Finanças
Material Teórico
Análise das Demonstrações Contábeis – Nível Introdutório

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Jose Carlos Pereira Almeida

Revisão Técnica:
Prof. Ms. Rodrigo de Souza Marin

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Análise das Demonstrações Contábeis
– Nível Introdutório

• Introdução
• Índices de Liquidez
• Índices de Endividamento
• Índices de Rentabilidade
• Análise Vertical e Horizontal

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Abordar os principais indicadores das demonstrações financeiras.
Este conteúdo é de extrema importância para seu crescimento técni-
co e gerencial.
· Abordar também a análise horizontal e vertical para entendimento
de picos de distorções no balanço Patrimonial e no DRE
· Busque os materiais complementares para melhor assimilação e fi-
xação da disciplina.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Análise das Demonstrações Contábeis – Nível Introdutório

Introdução
Podemos analisar diversas empresas sem, efetivamente, trabalhar nelas. Conse-
guimos realizar esse estudo por meio da análise das demonstrações contábeis pu-
blicadas em jornais. Algumas empresas têm a obrigatoriedade, definida em lei, de,
anualmente, publicar seus resultados, isso é feito mediante a divulgação de algumas
demonstrações contábeis em jornais de grande circulação.

As demonstrações contábeis que utilizaremos para o estudo desta unidade são:


• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

É importante frisar que nosso nível de aprofundamento será apenas introdutório,


por isso usaremos apenas essas duas demonstrações.

Quando estudamos Análise das Demonstrações, devemos nos atentar para


algumas regras. Assim, ao realizarmos um estudo desses demonstrativos, é
necessário que tenhamos em mãos, além das Demonstrações Contábeis, também
as Notas Explicativas e, se possível, o parecer da auditoria independente que validou
todas as informações prestadas.

Conforme o Portal de Contabilidade1:


As Notas Explicativas visam fornecer as informações necessárias para es-
clarecimento da situação patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo
ou transação, ou de valores relativos aos resultados do exercício, ou para
menção de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial.

Inclusive, a publicação de Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras


está prevista no § 4º do artigo 176 da Lei 6.404/1976 (Lei das S/A), adiante
transcrito: “[...] as demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e
outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para esclareci-
mento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”.

O parecer do auditor pode ser elaborado sem ressalvas, quando atesta que todas
as regras e normas contábeis foram evidenciadas nas demonstrações contábeis.
Todavia, esse parecer pode conter algumas ressalvas, nas quais devem ser descritos
os efeitos contábeis não evidenciados claramente.

Se quisermos analisar a entidade isoladamente, devemos efetuar o estudo com-


parando os últimos dois anos pelo menos. Caso façamos esse estudo com empre-
sas distintas, podemos comparar apenas um ano calendário de cada uma. Também
é importante analisar setores idênticos, pois, apesar da diversidade de fornecedores
e das diferenças na administração, estaremos estudando mercados iguais. É inviá-
vel comparar empresas de turismo com supermercados, por exemplo.

1 https://goo.gl/6nLUjY

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Nossas próximas etapas terão como objeto de estudo uma única empresa, por-
tanto trabalharemos com dois anos, a fim de que consigamos interpretar as altera-
ções da companhia analisada.

A seguir, teremos as demonstrações contábeis que serviram de base para


nossos exemplos:
a) Balanço Patrimonial

Tabela 1

b) Demonstração do Resultado do Exercício

Tabela 2

Índices de Liquidez
O índice de liquidez avalia a capacidade da entidade de honrar seus pagamentos,
suas obrigações assumidas. Esse índice se divide em:
1. Índice de liquidez corrente ou comum;
2. Índice de liquidez seca;
3. Índice de liquidez geral ou financeira; e
4. Índice de liquidez imediata.

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UNIDADE Análise das Demonstrações Contábeis – Nível Introdutório

As diferenças entre essas quatro modalidades dizem respeito ao tempo, visto


que conseguimos avaliar a capacidade de pagamento considerando longo prazo,
curto prazo ou prazo imediato.

Índices de Liquidez Corrente ou Comum


A aplicação desta fórmula resultará na análise da capacidade da empresa de
pagar seus compromissos em curto prazo. Vejamos:

Ativo Circulante
Passivo Circulante

Para efetuarmos o cálculo, devemos utilizar a informação dos demonstrativos já


apresentados no início desta unidade.
a) Cálculo

b) Interpretação do índice

A leitura desse índice deve ser elaborada da seguinte maneira:


• Para cada R$ 1,00 de dívida, a empresa possui, a curto prazo, o valor de
R$ 1,48, no ano de 2011, demonstrando uma melhora nesse índice, se
compararmos com o ano imediatamente anterior.
Isso porque, no ano de 2010, a empresa teria um déficit para quitar suas
dívidas a curto prazo. Perceba que, no ano de 2010, ela possuía apenas
R$ 0,93 para cada R$ 1,00 de dívida.
• Devemos também fundamentar nossa análise indicando as contas contábeis
que compõem o Ativo e o Passivo circulantes. Veja: as obrigações com emprés-
timos foram reduzidas bem como as dívidas com os fornecedores. Já, do lado
do ativo, as disponibilidades aumentaram, bem como as vendas para os clientes.

Índices de Liquidez Seca


Nesta situação, desconsideramos os estoques. Imaginemos que a empresa que
estamos analisando tenha uma paralisação total em suas vendas ou que seus es-
toques estejam obsoletos, assim, com esta fórmula, conseguimos anular o reflexo
dessa conta-contábil.

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Ativo Circulante – Estoque
Passivo Circulante

Novamente, buscaremos os números nos demonstrativos disponibilizados.


a) Cálculo

b) Interpretação do índice

Seguindo o mesmo raciocínio da interpretação anterior:


• No ano de 2011, mesmo excluindo os estoques, a empresa continua possuindo
liquidez para quitar suas dívidas, pois, para cada R$ 1,00 de dívida, a empresa
possui o valor de R$ 1,16.

Já, no de 2010, o índice piorou em comparação ao da Liquidez Corrente.


Perceba que o estoque é um ponto importante na empresa, já que é a venda
desse estoque que gera Receita e ganho para a companhia.

Índices de Liquidez Geralou Financeira


A liquidez geral já apresenta a capacidade de pagamento para longo prazo, assim
a fórmula abrangerá o Ativo e o Passivo circulantes e não circulantes. Vejamos:

Ativo Circulante + Ativo não Circulante


Passivo Circulante + Passivo não Circulante

a) Cálculo

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b) Interpretação do índice
• Quando incluímos, em nossos cálculos, os valores alocados no não circulante,
temos uma melhora considerável no índice de 2010 e uma perda no de 2011.

Marion (2006, p. 90) explica muito bem essa melhora nos índices:
As divergências em datas de recebimento e de pagamento tendem a
acentuar-se, quando analisamos períodos longos, ou seja, o recebimento
do Ativo pode divergir consideravelmente do pagamento do Passivo; isso
sem dúvida empobrece o indicador.

Índices de Liquidez Imediata


A liquidez imediata, conforme o próprio nome indica, calcula os valores perten-
centes à empresa que podem ser revertidos imediatamente em dinheiro. Assim,
nesse cálculo, consideramos apenas:

Disponibilidade (Caixa + Bancos + Aplicações de Curto Prazo)


Passivo Circulante

a) Cálculo

b) Interpretação do índice
• Perceba que apuramos um índice bem baixo, porque consideramos apenas os
valores em dinheiro, e não os direitos que se transformarão em dinheiro. Além
do mais, consideramos o Passivo Circulante total.
• A situação dessa empresa foi bem preocupante em 2010, com uma melhora
em 2011, mas ainda não refletiu uma liquidez para honrar seus compromissos.

Após apresentarmos todos os índices de liquidez, é importante esclarecer que


nunca devemos avaliar uma empresa apenas com um tipo de índice, mas sim com
a apresentação de diversos indicadores. Desse modo, conseguimos elaborar um
cenário com interpretações e reflexos diversos, pois um índice influi em outro.

Quando os índices de liquidez, de maneira geral, apresentam valores iguais ou


superiores a 1,0, dizemos que são índices positivos.

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Índices de Endividamento
As empresas necessitam de recursos para realizarem aplicações em suas ativida-
des. Quando esses recursos são injetados pelos sócios, dizemos que são oriundos
de Capitais Próprios, aumentando, assim, o Patrimônio Líquido da entidade.

Todavia, a empresa pode buscar recursos em outras fontes, os quais são chama-
dos de Capitais de Terceiros, que são, na maioria das vezes, disponibilizados pelas
instituições financeiras. Quando isso ocorre, o aumento será no Passivo Circulante e
não Circulante da empresa, uma vez que a entidade assumiu uma obrigação a pagar.

Um problema que acomete diversas empresas brasileiras é a excessiva utilização


de Capitais de Terceiros em relação ao Capital Próprio. Devemos entender que,
quando os recursos são de Capitais de Terceiros, ocorre um desembolso maior a
título de juros, pois as instituições financeiras apuram suas receitas através desses
empréstimos.

Marion (2006, p. 105) ressalta a necessidade de detectar algumas características


em relação ao indicador de endividamento:
Empresas que recorrem a dívidas como um complemento dos Capitais
Próprios para realizar aplicações produtivas em seu Ativo (ampliação,
expansão, modernização, etc.). Esse endividamento é sadio, mesmo
sendo um tanto elevado, pois as aplicações produtivas deverão gerar
recursos para saldar o compromisso assumido;

Empresas que recorrem a dívidas para pagar outras dívidas que estão
vencendo. Por não gerarem recursos para saldar seus compromissos, elas
recorrem a empréstimos sucessivos. Permanecendo esse círculo vicioso, a
empresa será séria candidata à insolvência; consequentemente, à falência.

Outro ponto importante de análise, referente ao endividamento, é o prazo de


pagamento. Dívidas que vencem a curto prazo refletem índices piores do que as
que vencem a longo prazo, porque, a longo prazo, a empresa terá mais tempo
para gerar os recursos necessários para quitação da dívida assumida.

Podemos analisar o índice de endividamento em três frentes. Vejamos:

Participação de Capitais de Terceiros sobre


Recursos Totais (Quantidade)
Nesta análise, vamos apurar quanto a empresa possui de Capital de Tercei-
ros em contrapartida do Capital Próprio. Apenas para relembrarmos, o Passivo é
composto das obrigações que a empresa assumiu. Sendo assim, são valores que a
empresa deve e utiliza para se financiar, gerando Receita. Por isso, nesta fórmula,
utilizamos como Capital de Terceiros todo o Passivo, excluindo apenas o Patrimô-
nio Líquido.

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UNIDADE Análise das Demonstrações Contábeis – Nível Introdutório

Capital de Terceiros
Capital de Terceiros + Capital Próprio

a) Cálculo

b) Interpretação do índice
• Esse índice manteve-se no mesmo parâmetro dos anos analisados. Assim,
a empresa tem como Capital de Terceiros um pouco mais de 50% do seu
Capital Total. Concorda que é um valor muito alto?

Porém, como já afirmamos anteriormente, não devemos considerar apenas um


único índice. Vamos à próxima leitura do Índice de Endividamento:

Garantia do Capital Próprio do Capital de Terceiros


Esta fórmula irá nos apresentar a garantia de pagamento desse capital de tercei-
ros em comparação ao capital próprio.

Capital Próprio (PL)


Capital de Terceiros (PC + PñC)

a) Cálculo

b) Interpretação do índice
• Em 2011, para cada $ 1,00 de Capital de Terceiros, há $ 0,95 de Capital
Próprio. A mesma leitura serve para o ano de 2010, alterando apenas o valor
de Capital Próprio para $ 0,97.

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Nessa empresa, ocorreu uma diminuição da garantia do capital próprio em
relação ao capital de terceiros para o ano de 2011, porque, em 2010, a
empresa tinha uma garantia maior.

Composição do Endividamento (Qualidade)


Com esta fórmula, conseguimos analisar a qualidade desse endividamento. Se
a empresa tiver dívidas maiores no curto prazo, terá mais dificuldade para o paga-
mento, uma vez que não terá muito tempo para gerar seus recursos. Assim, po-
demos indicar que a qualidade desta dívida não é tão boa, visto que, localizada no
longo prazo, a empresa teria mais tempo para gerar recursos próprios para honrar
seus pagamentos.

Capital de Terceiros (apenas PC)


Capital de Terceiros (PC + PñC)

a) Cálculo

b) Interpretação do índice
• Podemos perceber que a empresa teve uma grande melhoria nesse índice,
pois, em 2010, mais de 80% de sua dívida era concentrada no curto prazo. Já
em 2011, esse percentual diminuiu para 53,22%.
Assim, praticamente metade da sua dívida será honrada a longo prazo,
permitindo uma melhor administração dos recursos financeiros.

Índices de Rentabilidade
Os índices apresentados até o momento são indicadores financeiros. O índice
de rentabilidade está mais voltado para os aspectos econômicos, por isso, a partir
de agora, nossa base não será apenas o Balanço Patrimonial, mas sim a sua
combinação com a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE.

Quando apuramos rentabilidade, estamos analisando o potencial de vendas,


a administração empregada para gerar resultados, a administração referente aos
custos e despesas, entre outros aspectos.

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UNIDADE Análise das Demonstrações Contábeis – Nível Introdutório

Veja que observação interessante feita por Marion (2006, p. 139), sobre a aná-
lise da rentabilidade:

Afirmar que a General Motors teve lucro, digamos, de $ 5 bilhões em 19x6, ou


que a Empresa Descamisados Ltda. teve lucro de $ 200 mil, no mesmo período
pode impressionar no sentido de que todo mundo vai perceber que a General
Motors é uma empresa muito grande e a outra, muito pequena, e só; não refletirá,
todavia, qual das duas deu o maior retorno.

O objetivo, então, é calcular a taxa de lucro, isto é, comparar o lucro em valores


absolutos com valores que guardam alguma relação com o mesmo.

Assim, neste item, abordaremos a Taxa de Retorno sobre Investimentos – TRI


ou “ROI” – Return on Investiment – e aprenderemos, também, a apurar a Taxa
de Retorno do Patrimônio Líquido, conhecida como ROE – Return on Equity.

O primeiro índice (ROI) medirá a eficiência da empresa na geração de resulta-


dos; já o ROE avaliará o retorno aos sócios. Logo, em nossos cálculos, teremos a
alocação do PL.

Taxa de Retorno Sobre Investimento (Tri) –


Ponto de Vista da Empresa
A aplicação desta fórmula resultará em como os investimentos feitos estão retor-
nando para a empresa. Atenção para a empresa, e não para a figura do sócio, OK?

Lucro Líquido
Ativo Total

a) Cálculo

b) Interpretação do índice
• Esse índice pode ser interpretado de duas maneiras. Vejamos:
A empresa teve um poder de ganho para cada $ 1,00 investido, ganho
de $ 0,04 em 2011 e de $ 0,02 em 2010. Apesar de baixo o valor,
podemos constatar uma melhora de 100% de um ano para o outro.

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A outra forma de interpretar é fazendo uma leitura com percentuais. Veja:
Neste caso, devemos dividir 100%, que é o total investido, pela taxa de
resultado. Assim, teremos, para o ano de 2011, quase 24 anos (100% /
4,19%) para obter o retorno do investimento.

Muito tempo, não é?

Esse cálculo apurou o resultado através da divisão apresentada acima,


que é denominada de payback (= tempo médio de retorno), sendo que
payback, aqui, é considerado o investimento total, logo 100%.

Com esses números, os administradores devem efetuar alterações nos


procedimentos, a fim de que o desempenho desse retorno melhore.

Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido –


Ponto de Vista dos Proprietários
Aqui analisaremos o retorno aos proprietários.

Lucro Líquido
Patrimônio Total

a) Cálculo

b) Interpretação do índice
• A leitura será a mesma que fizemos anteriormente, porém esses resultados são
voltados aos sócios:
O proprietário teve um poder de ganho para cada $ 1,00 investido: ganho
de $ 0,09, em 2011, e de $ 0,04, em 2010. Apesar de baixo o valor,
podemos constatar a mesma melhora do índice anterior.

Igualmente, podemos analisar através dos percentuais. Veja:


O proprietário terá seu retorno em menos tempo: 11 anos e alguns meses
(100% / 8,61%), com base em 2011, mas, mesmo assim, é um longo tempo!

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Análise Vertical e Horizontal


A análise vertical apura, de forma percentual, cada conta do Balanço Patrimonial
em relação ao total do Ativo ou Passivo. Dessa forma, teremos uma interpretação
do valor percentual que determinada conta tem em relação ao Ativo total ou ao
Passivo total.

Quando efetuamos a análise vertical com o DRE, a base fixa será a Receita
Líquida de Vendas.

Já, na análise horizontal, identificamos a evolução de cada conta, visto que o


cálculo se faz pela divisão do valor da conta contábil de um ano pelo valor da outra
do ano imediatamente anterior. Assim vamos constatar se houve um aumento ou
uma diminuição daquela conta-contábil.

Conta-contábil
X 100
Total do Ativo ou Passivo

a) Cálculo

O cálculo a seguir é da conta-contábil Bancos e Clientes em 2011. Veja o per-


centual que ela representa referente ao Ativo total:

b) Interpretação do índice
• Podemos afirmar que a conta Banco representa 4,57% do Ativo Total e a conta
Clientes, mais de 14%, sendo essa, portanto, uma conta mais representativa.

Tal análise pode e deve ser feita com todas as contas pertencentes ao Balanço
Patrimonial.

Análise Vertical – Demonstração do Resultado do Exercício

Conta-contábil
X 100
Receita Líquida de Vendas

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a) Cálculo

Aqui, teremos como base o Custo dos Serviços Prestados e as Despesas Opera-
cionais, sendo o nosso denominador sempre a Receita Líquida de Vendas:

b) Interpretação do índice
• Conseguimos perceber que o Custo dos Serviços Prestados corresponde a mais
de 60%, referente à Receita Líquida de Vendas e, por sua vez, às Despesas
Operacionais equivalem a 16,14%.
Esses percentuais permitem que a empresa analise e constate onde está sendo
efetuado seu maior gasto em relação à Receita produzida e possa, assim,
reavaliar seus procedimentos.

Análise Horizontal – Balanço Patrimonial

Conta-contábil
-1 X 100
Conta-contábil do ano anterior

a) Cálculo

Usaremos as mesmas contas contábeis, todavia compararemos o ano de 2011


com o ano imediatamente anterior, ou seja, 2010:

b) Interpretação do índice
• Analisando o resultado obtido, podemos confirmar uma melhora nas duas
contas-contábeis, visto que ocorreu um aumento nessas contas e, por se tratar
de contas do Ativo, houve um aumento no direito da empresa.

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UNIDADE Análise das Demonstrações Contábeis – Nível Introdutório

Análise Horizontal – Demonstração do Resultado do Exercício

Conta-contábil
-1 X 100
Conta-contábil do ano anterior

a) Cálculo

Novamente os cálculos são feitos com base nas mesmas contas contábeis:

b) Interpretação do índice
• O Custo com Serviços Prestados teve uma variação de 20,25% de um ano para
o outro. Já quanto às Despesas Operacionais, podemos constatar que ocorreu
uma redução nelas, pois, de um ano para o outro, houve um decréscimo, o
que significa que a empresa gastou menos com Despesas Operacionais.

Como falamos inicialmente, esta disciplina é apenas introdutória. Desse modo,


hoje aprendemos alguns tipos de índices que auxiliam a análise das Demonstrações
Contábeis.

Além disso, devemos consolidar esses índices para termos uma melhor leitura da
empresa e, ainda mais, podermos estabelecer relações entre os resultados, gerando
um excelente relatório de análises.

Se você gostou das análises, pesquise mais; você encontrará outros índices que
enriquecerão suas análises.

Bons estudos!

Até mais!

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Análise das Demonstrações Financeiras – Cálculo de Índices
https://youtu.be/GiiyJX7Ahxs
Análise Vertical e Horizontal
https://youtu.be/OEFIKO0hfA4
Cálculo do EBITDA
https://youtu.be/kX6FOAwFekQ

Leitura
Análise Didática das Demonstrações Contábeis
https://goo.gl/X3iMNJ

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Referências
IUDICIBUS, S. Contabilidade Introdutória: Equipe de Professores da Faculdade
de Economia, Adm. 10 ed. São Paulo – Atlas, 2008.

OSNI Moura Ribeiro. Contabilidade Geral Fácil – Atualizado Conforme Lei


11.638/2007 e MP 449/2008. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

PADOVESE, Clovis Luis. Manual de Contabilidade Básica, 7 ed. São Paulo:


Atlas, 2009.

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