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Planejamento Tributário

Material Teórico
Formas de Planejamento

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. José Carlos Pereira Almeida

Revisão Técnica:
Prof.ª Me. Graziela de Faria Santos Soares

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Patrícia Leite Di Lorio
Formas de Planejamento

• Lucro Real;
• LALUR.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Aprender sobre o Lucro Real, uma sistemática mais complexa e detalhista do que as
anteriores estudadas.
• Acompanhe os exemplos apresentados, pois eles fazem com que as explicações fiquem
mais claras, por isso entenda o passo a passo de cada exemplo proposto.
• Após ler o material didático, faça os exercícios propostos, somente através da prática é
que você fixará todo ensinamento proposto. Pesquise além do material disponibilizado,
isso enriquecerá seu conhecimento. Acessando todo material seu rendimento será muito
melhor e mais proveitoso.
• Dúvidas? Estou à disposição, lembre-se disso.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Formas de Planejamento

Contextualização
Leia esse artigo sobre a tributação anual ou trimestral do Lucro Real e veja se você con-
corda com o autor. Boa leitura! Prof. José Carlos

 Planejamento Tributário I: Lucro Real Anual e


Lucro Real Trimestral - Qual a melhor opção?

Ricardo Américo do Prado*

Transcorrido as festividades de final de ano e o fechamento contábil e fiscal do ano de


2010, é chegado o momento dos profissionais que atuam nas áreas contábil, fiscal e
tributária, efetuarem estudos e cálculos sobre as projeções de resultados das pessoas
jurídicas para o ano de 2011, com o objetivo de fornecer dados e suportar a melhor
opção do regime de apuração do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Pois bem, de acordo com a legislação tributária, as pessoas jurídicas possuem basica-
mente seis modalidades distintas de apuração do IRPJ e CSLL.

Os regimes de apuração do IRPJ e da CSLL são:

I. Lucro Real (anual e trimestral)

 odalidade de tributação calculada sobre a apuração do resultado (lucro ou prejuízo)


M
líquido contábil das pessoas jurídicas, acrescentando-se as adições (regra geral são as
despesas não dedutíveis e provisões temporárias) e as exclusões (regra geral as recei-
tas não tributáveis e reversões de provisões temporárias). Normalmente essa tributação
aplica-se para: (i) grandes empresas; (ii) determinados segmentos da economia, que utili-
zam incentivos fiscais; (iii) empresas que efetuam operações no comércio exterior e; (iv)
empresas que são obrigadas pela legislação tributária a essa modalidade de tributação.

II. Lucro Presumido

 odalidade de tributação calculada sobre o faturamento das pessoas jurídicas, com


M
base em percentuais definidos na legislação tributária. Normalmente aplica-se para
médias empresas e empresas que não são impedidas pela legislação tributária a optar
por essa tributação.

III. Lucro Arbitrado

 odalidade de tributação calculada sobre o faturamento das pessoas jurídicas, com base
M
em percentual definido na legislação tributária. Normalmente é aplicada de ofício pelas
autoridades fiscais quando não encontram ambiente de controle contábil adequado para
a tributação do lucro conforme as regras previstas na legislação fiscal e comercial. No en-
tanto, também pode ser aplicada diretamente pelos representantes das pessoas jurídicas.

IV. Simples Nacional

 odalidade de tributação calculada sobre o faturamento, com base em percentuais de-


M
finidos na legislação tributária. De acordo com o nível de faturamento os percentuais
se alteram. Normalmente aplica-se para microempresas e empresas de pequeno porte,

8
devendo ainda ser observadas todas as regras de enquadramento descritas na legislação
tributária, verificando-se ainda se a atividade exercida pela pessoa jurídica é permitida
pela legislação, bem como o limite de faturamento e, se não é obrigada a efetuar outra
modalidade de tributação.

V. Imunes e/ou isentas

 odalidade de tributação em que as pessoas jurídicas e as atividades por elas exercidas


M
são imunes à tributação desde que descritas no texto da Constituição Federal do Brasil,
ou ainda, isentas quando descritas no texto da legislação infraconstitucional.

VI. MEI - Microempreendedor Individual

 odalidade de tributação em que o empreendedor individual é a pessoa que trabalha


M
por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser empreendedor
individual, é necessário faturar no máximo até R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais)
por ano, não ter participação em outra empresa como sócio ou titular e ter um em-
pregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. Além disso,
o Empreendedor Individual será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos
tributos federais (IRPJ, CSLL, PIS e Cofins). Pagará apenas o valor fixo mensal de R$
48,70 (comércio ou indústria) ou R$ 52,70 (prestação de serviços), que será destinado à
Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão atualizadas anualmente,
de acordo com o salário mínimo.

 o presente texto encontra-se abordado somente a tributação na modalidade do Lucro


N
Real (anual e trimestral).

Lucro Real

 s pessoas jurídicas que estão obrigadas à apuração do lucro real conforme determina
A
a legislação tributária são as que possuem as seguintes características:

Tenham auferido receita bruta total no ano calendário anterior igual ou superior a
R$ 78.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou o limite proporcional ao número de
meses nos casos de início de atividades em outra data que não o mês de janeiro;

Instituições financeiras;

Tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

 sufruírem de benefícios fiscais relativos a isenção ou redução do imposto, como por


U
exemplo, os calculados com base no lucro da exploração (empreendimentos localizados
nas regiões Norte-SUDAM e Nordeste-SUDENE) e também os incentivos fiscais relati-
vos à pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica, dentre outros;

Optarem por recolher o IRPJ mensal pelo regime de estimativa (lucro real anual);

Exercerem a atividade de Factoring;

 e dediquem à construção, incorporação, compra e venda de imóveis que tenham regis-


S
tro de custo orçado, nos termos das normas aplicáveis a essas atividades;

 eja Sociedade de Propósito Específico, formada por Microempresas e Empresas de


S
pequeno porte, optantes pelo Simples Nacional;

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UNIDADE Formas de Planejamento

Explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do


agronegócio.

Períodos de apuração e recolhimento

 Lucro Real possui duas periodicidades distintas de apuração, sendo que as pessoas
O
jurídicas podem optar por uma delas:

a) L
 ucro Real trimestral - apuração efetuada por meio de balanços trimestrais, encer-
rados respectivamente nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de
dezembro de cada ano-calendário;

b) L
 ucro Real anual - por meio de estimativas mensais ou por meio de balanço de sus-
pensão ou de redução, e ainda com a apuração de ajuste anual do lucro real ao final
do período de apuração (31 de dezembro de cada ano-calendário).

 importante ressaltar que o recolhimento por estimativa mensal, ou ainda, por meio
É
de balanço de redução ou suspensão, corresponde à opção pelo lucro real anual, muito
embora os recolhimentos sejam mensais, referem-se às antecipações do IRPJ e CSLL
devidos até o momento em que for efetuado o ajuste anual ao final do período de apu-
ração em 31 de dezembro.

 m relação ao lucro real trimestral, a apuração é definitiva ao final de cada trimestre e


E
não existe a possibilidade de efetuar o recolhimento mensal por estimativa. O IRPJ e a
CSLL são recolhidos no último dia do mês posterior ao encerramento do trimestre, ou
ainda, em três quotas iguais e sucessivas que devem ser recolhidas no último dia útil do
mês posterior ao encerramento do trimestre em relação à primeira quota, e a segunda
e a terceira quotas serão pagas respectivamente nos meses subsequentes, devendo ser
acrescidas de juros Selic.

Vantagens e desvantagens: Lucro Real Anual ou Lucro Real Trimestral?

 s autores Hiromi Higuchi, Fábio Hiroshi Higuchi e Celso Hiroyuki Higuci em sua obra:
O
“Imposto de Renda das Empresas - Interpretação e prática” que já se encontra na 35ª.
edição em 2010, citam na página 25 que o lucro real trimestral não traz uma só vanta-
gem, mas traz muitas desvantagens, como a da limitação na compensação dos prejuízos
fiscais e a possibilidade de cometer mais infrações fiscais.

 e fato, na prática a maioria das empresas opta pela apuração e pagamento do IRPJ e
D
CSLS pelo lucro real anual com o objetivo de utilizar o cálculo mensal por estimativa ou
suspender e/ou reduzir o pagamento da estimativa de acordo com os resultados acumu-
lados que apurar em balanços ou balancetes levantados especificamente para esse fim.

 Receita Federal do Brasil publicou o resultado da arrecadação federal de dezembro de


A
2017, demostrando o total dos recolhimentos dos tributos arrecadados nos anos de 2016
e 2017. Nessa demonstração podemos verificar que ao compararmos os recolhimentos
de IRPJ CSLL entre “estimativa mensal” e “declaração de ajuste” (que se refere à opção
pelo lucro real anual) e “balanço trimestral” (que se refere à opção pelo lucro real trimes-
tral), constatamos que a modalidade de lucro real trimestral representou apenas 9,98%
em 2017 e 10,52% em 2016 do total recolhido, conforme abaixo:

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Descrição
2017 % 2016 %
RS milhões
Balanço Trimestral 11.598 9,98% 12.499 10,52%
Estimativa Mensal 95.095 81,85% 95.366 80,30%
Declaração de Ajuste 9.495 8,17% 10.892 9,18%
Total 116.188 100,00% 118.757 100,00
Fonte: https://goo.gl/eiFDFm

 odemos verificar pelo resultado divulgado acima que o lucro real trimestral é pouco
P
utilizado pelas empresas. Sem dúvida, o maior motivo é justamente o receio da limitação
da compensação de prejuízo fiscal de trimestres anteriores com somente 30% do lucro
tributável gerado no(s) outro(s) trimestre(s).

 ssa limitação ocorre porque o IRPJ e CSLL, calculados na opção do lucro real trimes-
E
tral, são efetuados de maneira isolada, sendo apurações definitivas em cada trimestre,
daí decorre o receio de não conseguir compensar 100% do saldo de prejuízo fiscal
apurado em um determinado trimestre com o lucro apurado em outro(s) trimestre(s),
principalmente para as empresas que possuem resultados sazonais ou a incerteza de
gerar resultados constantes durante o ano.

 a apuração com base no lucro real anual não cabe observar o limite de 30% do lu-
N
cro tributável a ser compensado com prejuízo fiscal gerado no próprio ano-calendário
(somente em relação à prejuízos gerados em anos anteriores), porque nos balanços ou
balancetes levantados para fins de suspensão ou redução do imposto de renda apura-se
o resultado acumulado desde o mês de janeiro, de modo que os prejuízos de um mês
são automaticamente absorvidos por lucros de outro, sem nenhuma restrição. O sistema
mais flexível, portanto, (via de regra) e a opção mais vantajosa na maioria das vezes é o
lucro real anual, com base na estimativa mensal e no critério de suspensão ou redução
do imposto. No entanto, como toda regra tem exceções, existem alguns casos em que
o lucro real trimestral será mais vantajoso, e por esse motivo, discordo quando os reno-
mados autores citados no texto declaram que não existe nenhuma vantagem na opção
do lucro real trimestral.

Destaco abaixo alguns casos em que o lucro real trimestral revela-se como a me-
lhor opção:

 uando a empresa apurar prejuízos constantes e crescentes no ano, ou seja, apurar


Q
prejuízos em todos os trimestres e tiver valores de IR na fonte retidos, quer seja por ter
aplicações financeiras, quer seja pela prestação de serviços, quer seja por efetuar venda
de mercadorias e produtos para órgãos públicos. Nesses casos as retenções ocorridas
nos trimestres, poderão, a partir do trimestre seguinte, ser considerados como saldo
negativo de IRPJ e CSLL e ser atualizados monetariamente pela taxa de juros Selic,
contribuindo ainda com a geração de resultados financeiros;

 uando a empresa apurar lucros constantes e crescentes no ano, ou seja, apurar lucros
Q
em todos os trimestres, nesse caso haverá maior prazo p/ pagamento e/ou compen-
sação de IRPJ e CSLL, gerando melhores resultados com a atualização monetária dos
recursos disponíveis. O maior prazo para recolhimento do IRPJ e CSLL poderá ser de
até 60 dias a mais nessa opção;

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UNIDADE Formas de Planejamento

Se empresa iniciar as atividades a partir de 01 de outubro de cada ano, dessa forma


haverá apenas uma única apuração em dezembro, ao invés de três apurações que seriam
efetuadas no lucro real anual (outubro, novembro e dezembro).
 empresa que apurar lucro em janeiro e necessitar de maior prazo para recolhimento
A
de IRPJ e CSLL, ao optar pelo lucro real anual, terá que recolher aos cofres públicos
federais no dia 28 de fevereiro, e se optar pelo lucro real trimestral, o prazo para pa-
gamento será 30 de abril. Ressaltando que, se nos próximos trimestres for apurado
prejuízo não haverá a compensação imediata dos lucros gerados no primeiro trimestre,
mas limitados a 30% do lucro.
 oncluindo: recomendo a análise caso a caso, empresa a empresa, com todo o critério
C
possível, para tomar a melhor decisão e trazer ganhos reais para as empresas. Por esse
motivo é extremamente importante que as projeções de resultados e das bases de cálcu-
lo tributáveis do ano em curso reflitam os números mais próximos possíveis da realidade
a fim de não tomar provocar a decisão equivocada no momento de exercer a opção.
Opção pelo Lucro Real Anual ou Trimestral
 legislação tributária prevê a forma através da qual as pessoas jurídicas devem efetuar a
A
opção do lucro real anual ou lucro real trimestral. A opção deve ser efetuada de acordo
com o pagamento do IRPJ e CSLL utilizando os códigos DARF´s conforme definido pela
Receita Federal do Brasil, descritos abaixo:

Código Darf Regime de Tributação


0220 IRPJ - PJ obrigadas ao Lucro Real - Entidades não Financeiras - Balanço Trimestral
1599 IRPJ - PJ obrigadas ao Lucro Real - Entidades Financeiras - Balanço Trimestral
2319 IRPJ - PJ obrigadas ao Lucro Real - Entidades Financeiras - Estimativa mensal
2362 IRPJ- PJ obrigadas ao Lucro Real - Entidades não Financeiras - Estimativa Mensal
3373 IRPJ - PJ não obrigadas ao Lucro Real - Balanço Trimestral
5993 IRPJ - PJ não obrigadas ao Lucro Real - Estimativa Mensal
6012 CSLL - Demais PJ que apuram o IRPJ com base em Lucro Real - Balanço Trimestral
2484 CSLL - Demais PJ que apuram o IRPJ com base em Lucro Real - Estimativa Mensal
2030 CSLL - Entidades Financeiras - Balanço Trimestral
2469 CSLL - Entidades Financeiras - Estimativa Mensal

Dessa forma, a opção pelo Lucro Real poderá ser efetuada:

• por ocasião do recolhimento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou ao mês


de início de atividade (seja por estimativa ou por balanço de redução ou suspensão);

• por ocasião do recolhimento do imposto apurado trimestralmente, correspondente


ao 1º trimestre ou ao trimestre em que for gerado lucro tributável ou ainda ao trimes-
tre de início da atividade empresarial.

No caso de a pessoa jurídica apurar prejuízos poderá formalizar a opção para o mo-
mento em que tiver que efetuar o primeiro recolhimento devido no ano, ressaltando que
uma vez efetuada a opção, a mesma será irretratável por todo o ano-calendário. Mesmo
que o pagamento da estimativa referente ao mês de janeiro tenha sido efetuado após o
prazo de vencimento (28 de fevereiro) a opção será válida, obviamente nesse caso have-
rá o pagamento de multa e juros devido ao fato de o recolhimento ter ocorrido em data
posterior ao do vencimento.

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Referências
HIGUCHI, Hiromi, Fábio Hiroshi e Celso Hiroyuki. Imposto de Renda das Empresas
- Interpretação e prática. 35. ed. Rio de Janeiro: IR Publicações Ltda., 2010.

Sítio: www.receita.fazenda.gov.br

Sítio: www.fiscosoft.com.br - (lucro real - roteiro de procedimentos)

Sítio: www.iobonline.com.br

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UNIDADE Formas de Planejamento

Lucro Real
Aprendemos sobre o Simples Nacional, o Lucro Presumido e o Arbitrado e
deixamos para esta Unidade, a explicação é apenas do Lucro Real, que é uma sis-
temática mais complexa e que exige um maior conhecimento contábil.

A RFB disponibilizou um estudo em junho de 2016 demonstrando o perfil das


empresas com base nas declarações prestadas no ano calendário de 2014, vejamos:

Conforme se verifica, apenas 3% das empresas no ano calendário de 2014,


apuraram seus tributos pelo Lucro Real, e a grande maioria, 74% delas são tribu-
tadas pelo Simples Nacional, que compreende as micro e as empresas de pequeno
porte, conforme você já aprendeu. Logo, o restante, 21% são tributadas pelo Lucro
Presumido.

Na última consolidação das informações da DIPJ que a Receita Federal publicou


(ano de 2005) apesar do contingente pequeno, as empresas do Lucro Real eram as
que mais contribuíram na totalidade da arrecadação, neste período apenas 5% das
empresas apuraram seus tributos pelo Lucro Real, 70% delas eram tributadas pelo
Simples Nacional, e 25% tributadas pelo Lucro Presumido.

DIPJ 2006 – Ano calendário 2005


Regime de Apuração do IRPJ
Receita nº de empresas
Lucro Real 2.964.060,20 79,85% 164.023 4,80%
Lucro Presumido 381.012,68 10,26% 794.946 23,29%
Simples 229.044,61 6,17% 2.282.132 66,85%
Imunes e Isentas 138.049,48 3,72% 172.731 4,85%
Total 3.712.166,97 100% 3.413.832 100%
Fonte: Consolida DIPJ 2006 - RFB (2013)

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Consolidando as duas informações, é perceptível que apesar de um contingente
pequeno de empresas tributadas pelo Lucro Real (5%), são elas que auxiliam em
quase 80% a receita nacional, por este motivo são as empresas com maior expres-
são e que exigem maior controle formal na legislação do imposto de renda.

Por este motivo, dedicamos esta unidade integral a explicação do Lucro Real,
então vamos iniciar nossa unidade?

Nesse sentido, podemos conceituar Lucro Real, sendo o resultado líquido apu-
rado na escrituração comercial, ajustado pelas adições, exclusões e compensações
admitidas ou impostas pela legislação tributária. Essas adições e exclusões são re-
gistradas no livro LALUR.

O Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) é um livro fiscal exigido pela le-
gislação do imposto de renda (art. 262 do RIR/99). Conforme o modelo aprovado
pela IN SRF nº 28/78, o LALUR, é dividido em duas partes distintas (cada uma
delas deve conter 50% das folhas) reunidas em um só volume encadernado, a saber:
•  arte A, destinada aos lançamentos de ajustes do lucro líquido do período de
P
apuração e à transcrição da demonstração do lucro real. Nessa parte é que
apuramos a base de cálculo do imposto.
•  arte B (cuja numeração é sequencial à da Parte A), destinada ao controle
P
dos valores que foram ajustados na Parte A que devam influenciar a deter-
minação do lucro real de períodos de apuração futuros e não constem da
escrituração comercial.

É importante esclarecer que qualquer empresa pode optar pelo Lucro Real, po-
rém existem algumas que são obrigadas, conforme determina a Lei. 9.718/98 em
seu artigo 14:
Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas:

I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de


R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao
número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Reda-
ção dada pela Lei nº 12.814, de 16 de maio de 2013) (Vide parágrafo
único do art. 9º, da Lei nº 12.814/2013)

II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos,


bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, socie-
dades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras
de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,
cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização
e entidades de previdência privada aberta;

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do


exterior;

IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios


fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;

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UNIDADE Formas de Planejamento

V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento


mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2º da Lei nº 9.430,
de 1996 ;

VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de


serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, sele-
ção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de
direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de presta-
ção de serviços (factoring).

VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários,


financeiros e do agronegócio. ( Incluído pela Lei nº 12.249, de 11 de
junho de 2010) (Vide Lei nº 12.249/2010, art. 139, inc I, d)

Diferentemente da sistemática do lucro presumido, pela qual se apura a base


de cálculo do IR a partir dos valores globais da receita bruta da pessoa jurídica, na
tributação pelo método do lucro real chega-se à base de cálculo do imposto através
do lucro contábil da empresa, ajustado pelas adições, exclusões e compensações
previstas pela legislação.

Quanto à opção pela forma de tributação, igual ao Lucro Presumido, tal esco-
lha é confirmada através do primeiro recolhimento do imposto de renda, e essa
identificação é feita pelo código do DARF, e novamente: uma vez escolhida essa
sistemática, deve ser adotada para o ano calendário integral.

Porém na sistemática do Lucro Real, existem 2 formas de apuração: (1) Lucro


Real Trimestral e (2) Lucro Real Anual. Vamos estudar cada uma dessas opções:

1 - Lucro Real Trimestral


Se a empresa optar pelo período trimestral deverá, apurar a base de cálculo do
imposto de renda e da contribuição sobre o lucro líquido nos resultados apurados
em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro.

2 - Lucro Real Anual


Já na sistemática anual, o recolhimento será mensal. Todo mês o contribuinte
deverá calcular o IRPJ e a CSLL pela estimativa e pelo lucro ajustado, para que
possa beneficiar-se da opção de recolher dentre os dois o menor, ou ainda suspen-
der o pagamento.

Se a empresa adotar a estimativa, deve apurar seus impostos com os mesmos


percentuais do Lucro Presumido. Já pelo lucro ajustado, a partir das informações do
Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) efetuará os ajustes necessários no
LALUR apurando o Lucro Real Tributário. Vamos ver na prática como isso funciona:

→ A empresa Tudo de Bom Ltda. é uma prestadora de serviço optante do


Lucro Real Anual.

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1° Inicialmente vamos analisar a Demonstração do Resultado do Exercício –
DRE. Na tabela abaixo, visualizamos a receita bruta e o resultado contábil,
este servirá de base para a elaboração do LALUR, vejamos:

2° D
 essa forma, como já dissemos, o Lucro Real permite que a empresa mensal-
mente pague pelo IRPJ (15% e o adicional) e CSLL via estimativa ou através
do Balancete de Suspensão. Vamos analisar, primeiramente, como é o paga-
mento pela receita bruta:

Perceba, que utilizamos as informações do DRE (receita bruta) e calculamos o


IRPJ e a CSLL da mesma maneira do Lucro Presumido. Veja, a empresa Tudo de
Bom Ltda. é uma prestadora de serviço, logo seu percentual de estimativa será de
32% tanto para o IRPJ quanto para a CSLL, e mais, como o pagamento é mensal,
o adicional é calculado sobre o valor que excede R$ 20.000,00/mês.

Caso essa empresa recolha o IRPJ e a CSLL pela receita bruta o ano todo, deve
na apuração de Dezembro, obrigatoriamente, efetuar o ajuste anual. Mas o ideal é
efetuar um planejamento tributário mensalmente, assim, a empresa deve calcular
seus tributos via estimativa, conforme demonstrado acima e deve comparar com o
cálculo do balancete de suspensão, vamos ver como isso funciona?

3° P
 ara calcular o Lucro Real Tributável, precisamos elaborar o LALUR, neste
exemplo não vamos considerar nenhuma adição ou exclusão, ok? Veremos
isso mais para frente.

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UNIDADE Formas de Planejamento

Acompanhe minha explicação: partimos do resultado do período apurado na


DRE. Neste exemplo específico não faremos nenhuma adição ou exclusão, logo
o lucro real tributável será idêntico ao resultado do período, porém, a partir de
Fevereiro, acumulo esse resultado, assim minha base de cálculo em Fevereiro, por
exemplo, será o resultado de janeiro + fevereiro.

Idêntico procedimento adota-se no valor a pagar. Veja, em Janeiro a empresa re-


colheu de IRPJ - R$ 1.504,88 e de CSLL – R$ 902,93, perceba que como acumu-
lamos o resultado tributável, também descontamos o valor pago no mês anterior,
logo, em Fevereiro, o valor a recolher de IRPJ foi de R$ 5.160,60, mas a empresa
em Janeiro já havia recolhido R$ 1.504,88, logo o débito da apuração de Fevereiro
será por diferença: R$ 3.655,73 e isso serve para todos os meses e também para
a CSLL.

Agora, vamos comparar qual o melhor método para ser adotado:

Neste exercício identificamos que a adoção, em todos os meses, pelo Balancete


de Suspensão é a melhor opção. Mas atenção, se em algum mês a empresa adotar

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o recolhimento via receita bruta – estimativa, sua base de cálculo será apenas o
valor do mês em questão e não haverá desconto do valor já pago dos tributos, ok?
O procedimento de acumular receita e abater o que já foi pago, só ocorre quando
se adota o Balancete de Suspensão, ok?

Vamos visualizar essa explicação de outra maneira:

A planilha acima demonstra o valor a pagar de IRPJ adotando o método pela re-
ceita bruta (estimativa) onde NÃO HÁ VALORES ACUMULADOS – coluna verde.
Já a coluna rosa, demonstra o cálculo do valor a pagar pelo Balancete de Suspen-
são que pode resultar em uma redução ou até mesmo suspensão do pagamento.
Vamos lá:
•  m janeiro é mais viável o recolhimento pelo Balancete de Suspensão, onde
E
recolhemos R$ 8.000,00
• J á Fevereiro, ao adotar a sistemática da Estimativa – Receita Bruta, a empresa
economiza R$ 2.000,00, isto porque pela estimativa pagou-se R$ 10.000,00
e pelo Balancete teria pago (mesmo descontando os R$ 8.000,00 de Janeiro)
– R$ 12.000,00.
•  m Março, foi mais vantajoso retornar ao Balancete de Suspensão, pois re-
E
colheu R$ 7.000,00 ao invés de R$ 15.000,00.
• Idêntica situação para o mês de Abril.
•  gora, preste atenção ao mês de Maio, veja que todos os valores antecipados
A
ultrapassaram em R$ 5.000,00 o valor devido deste mês. Isto significa que no
resultado acumulado, já paguei ao fisco mais do que a empresa devia, então
posso SUSPENDER o pagamento deste mês.

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UNIDADE Formas de Planejamento

•  m Junho, volta-se ao recolhimento da Receita Bruta, perceba que para des-


E
cobrir o valor a pagar pelo Balancete, mantenho minhas antecipações no total
de R$ 35.000,00 que foi o valor que eu recolhi, ok?

Vamos fazer diversos exercícios para compreender a sistemática do Lucro Real,


mas antes precisamos aprender mais ainda sobre essa forma de tributação do lucro.

Passamos, agora, as principais adições e exclusões para determinar a base de


cálculo do IRPJ e CSLL do Lucro Real.

LALUR
Lembra-se da DRE apresentada no início da explicação? Pois bem, alguns re-
gistro contábeis nesta demonstração podem figurar diminuindo ou aumentando o
resultado do período, resultando no lucro contábil.

Todavia, devido à legislação do IRPJ e CSLL alguns desses valores podem ser
não dedutíveis, logo devem ser adicionados ou excluídos ao resultado, pelo Lalur.

O Livro de Apuração do Lucro Real, também conhecido pela sigla Lalur, é um


livro de escrituração de natureza eminentemente fiscal, criado pelo Decreto – Lei nº
1.598, de 1977, conforme previsão do § 2º do art. 177 da Lei nº 6.404, de 1976,
e alterações posteriores, e destinado à apuração extracontábil do lucro real sujeito
à tributação pelo imposto de renda em cada período de apuração, contendo, ainda,
elementos que poderão afetar os resultados de períodos futuros.

Estão obrigadas à escrituração do Lalur todas as pessoas jurídicas contribuintes


do imposto de renda com base no lucro real, inclusive aquelas que espontaneamen-
te optarem por esta forma de apuração.

Adições
As principais adições são:
•  agamentos a sociedade civil de prestação de serviços controlada, direta ou in-
P
diretamente, por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes ou controladores
da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos;
•  epreciação de bem que tenha sido objeto de depreciação acelerada a título
D
de incentivo fiscal;
• Contribuição Social sobre o Lucro (CSL);
•  arcela da soma das despesas com contribuições para entidades de previdên-
P
cia privada ou Fundo de Aposentadoria Programada individual ou, que exceder
ao limite de 20% do total dos salários dos empregados;
• Perdas apuradas em operações realizadas nos mercados de renda variável;

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•  epreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação impostos, taxas,
D
seguros, contraprestações de arrendamento mercantil e aluguel de bens, mó-
veis ou imóveis, não relacionados intrinsecamente com a produção ou com a
comercialização dos bens e serviços;
•  esultado negativo da avaliação, pela equivalência patrimonial, de investimen-
R
tos relevantes (participações societárias) em sociedades coligadas ou controla-
das;
•  ultas por infrações fiscais, salvo as de natureza compensatória (multas de
M
mora) e as impostas por infrações de que não resulte falta ou insuficiência de
pagamento de tributo;
• Despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores;
•  ratificações e participações no resultado ou nos lucros atribuídas a dirigentes
G
ou administradores
• Prejuízos e perdas em operações realizadas no exterior,
• Despesas com brindes;
•  erdas decorrentes de créditos não liquidados que houverem sido computadas
P
no resultado sem observância dos limites e das condições previstas na legisla-
ção;
•  rejuízo por desfalque, apropriação indébita ou furto, praticados por empre-
P
gados ou terceiros, se não houver sido instaurado inquérito administrativo nos
termos da legislação trabalhista ou apresentada queixa perante a autoridade
policial
• Juros pagos ou creditados, relativos a empréstimos, a empresa controlada ou
coligada;

Exclusões
Já as principais exclusões são:
•  esultado positivo da avaliação, pela equivalência patrimonial, de participa-
R
ções societárias em sociedades coligadas ou controladas,
•  ucros e dividendos recebidos de participações societárias não sujeitas à ava-
L
liação pela equivalência patrimonial;
• Perdas em operações nos mercados de renda variável;
•  anho de capital auferido na alienação de bens do Ativo Permanente realizada
G
no período-base (venda a longo prazo);
• Juros produzidos por Notas do Tesouro Nacional (NTN).

Assim, temos dois resultados distintos quando aplicamos as exclusões ou adições


determinadas pela legislação do IR:

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UNIDADE Formas de Planejamento

Fonte: Prof. Shcoueri

Assim, a fórmula básica para apuramos o Lucro Real é:

Fonte: Prof. Shcoueri

Outra característica que temos na apuração pelo Lucro Real é a figura de preju-
ízos fiscais, vamos aprender sobre isso?

Prejuízos Fiscais
Atenção, antes de aprender sobre prejuízo fiscal é bom ter bem claro o conceito
a diferença entre:
• O prejuízo contábil origina-se na contabilidade, sendo sua compensação efe-
tuada com lucros contábeis futuros.

 e acordo com os artigos 167 e 189 da Lei nº 6.404/76, o prejuízo contábil


D
apurado no exercício será, obrigatoriamente, absorvido pelos lucros acumu-
lados, pelas reservas de lucros, reserva legal e pela reserva de capital, nessa
ordem, não podendo, no entanto, ser compensado com a reserva de correção
monetária do capital social, uma vez que a legislação determina que esta reser-
va deve ser capitalizada. Não havendo saldo credor em nenhuma das contas
referidas, o valor negativo apurado no resultado do exercício permanece na
conta “prejuízos acumulados”, inexistindo prazo para sua compensação.
• O prejuízo fiscal, por sua vez, é o resultado negativo decorrente da apuração
do lucro real, e compensável com lucros reais posteriores.

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 iferentemente do prejuízo contábil, o prejuízo fiscal tem sua origem na deter-
D
minação do lucro real, ou seja, partindo-se do resultado do exercício, positivo
ou negativo, são efetuados os ajustes de adição e exclusão na parte A do LA-
LUR, conforme determinação da legislação do Imposto de Renda.

Se, após estes ajustes, o resultado final apurado for negativo, será denominado
prejuízo fiscal, e será controlado na parte B do LALUR, para futura compensação
com o lucro real.

O lucro real apurado em cada período-base poderá ser reduzido pela compen-
sação de prejuízos fiscais de períodos-base anteriores, em no máximo 30% (trinta
por cento).

A soma dos prejuízos fiscais não operacionais com os prejuízos fiscais decor-
rentes das atividades da pessoa jurídica, a ser compensada, não poderá exceder o
limite de 30% (trinta por cento) do lucro líquido do período-base da compensação,
ajustado pelas adições e exclusões previstas pela legislação do Imposto de Renda.
Veja o exemplo do cálculo a seguir:

Vamos para outro exemplo, imagine que a empresa apura seus tributos pelo
Lucro Real Trimestral, apresentou o seguinte resultado no 1º trimestre de 2012:

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UNIDADE Formas de Planejamento

Como apresentou prejuízo no 1º trimestre, não haverá recolhimento de IRPJ ou


CSLL. Já no 2º trimestre a empresa, obteve lucro e se beneficiou da compensação
do prejuízo anterior, vejamos:

Com a utilização de 30% do prejuízo fiscal, a empresa terá o seguinte saldo a


compensar:

Veja, o limite de 30% no caso do Lucro Real Trimestral se dá no fechamento de


cada trimestre, se a empresa apurar prejuízo no mês de março, por exemplo, pode-
mos consumir o prejuízo total, conforme demonstrado acima.

Agora, se essa empresa estivesse no Lucro Real Anual, o limite de 30% deve ser
considerado apenas de um ano para o outro. Perceba, no exemplo abaixo, que com
a adoção da sistemática anual, caso haja prejuízo, esse valor será absorvido total no
mês que temos lucro. Novamente: o limite dos 30% será utilizado de um ano para
o outro, ok?

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No início da explicação, segregamos por Lucro Real Trimestral e Lucro Real
Anual, vejamos de forma pontual as divergências entre trimestral e anual:

Lucro Real – Apuração Trimestral


- 4 Balanços Trimestrais distintos
- 1 Balanço Anual para fins societários
- Recolhimento Trimestral de IRPJ e CSLL
- 4 apurações definitivas (Balanço/DRE/LALUR/INVENTÁRIO)
- Se der prejuízo não recolhe nada
- Tem adicional de IRPJ se o lucro real do trimestre ultrapassar o limite de R$ 60.000,00
- Prejuízo fiscal limitado a 30% do lucro real apurado no trimestre.

Lucro Real – Apuração Anual


- Apuração anual definitiva em 31.12 de cada ano calendário
- 1 Balanço Anual para fins fiscais e societários
- 12 recolhimentos mensais de IRPJ e CSLL por estimativa
- Possibilidade de suspender ou reduzir os recolhimentos mensais
- Balancetes intermediários para suspender ou reduzir a estimativa mensal.
- Limite do adicional: R$ 240.000,00
- Prejuízo fiscal do período integralmente compensado.

Muito bem pessoal, finalizamos o aprendizado do Lucro Real, agora, para trei-
nar devemos realizar exercícios que fixarão nosso entendimento.

Lembre-se se você tiver dúvidas entre em contato e peça ajuda, cada vez mais
vamos complicar mais um pouco o aprendizado... então, não fique com dúvidas ok?

Até mais!

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UNIDADE Formas de Planejamento

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Sebrae/SP
Acesse o site do Sebrae/SP e veja a quantidade de materiais disponível para estudo.
Um exemplo é o link Gestão Contábil: Planejamento Tributário e Fiscal, que traz
diversas dúvidas sobre como prever as obrigações da empresa com o Estado.
Acesse, busque informação, atualize-se! Lembre-se o conhecimento adquirido é eter-
namente seu!
http://www.sebrae.com.br/

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Referências
BRASIL. Regulamento do Imposto de Renda - RIR/99 - Decreto n º 3.000, de
26 de março de 1999. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/Legisla-
cao/rir/default.htm

MASSAMBANI, Terezinha. Planejamento Tributário Aplicação prática para


gerar economia nas empresas. Cenofisco.

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