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Contabilidade

e Finanças
Material Teórico
Operações Contábeis

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Jose Carlos Pereira Almeida

Revisão Técnica:
Prof. Ms. Rodrigo de Souza Marin

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Operações Contábeis

• Operações Contábeis
• Juros Passivos
• Juros Ativos
• Descontos Comerciais
• Descontos Financeiros
• Desconto de Duplicatas
• Provisão
• Reservas
• Depreciação e Amortização

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Abordar os conceitos de Juros Passivo, Juros Ativo, Bem como todos
os lançamentos contábeis envolvendo estas transações. Estudaremos
também os Descontos comerciais e Financeiros, a estrutura e a trata-
tiva comercial usualmente aceitas.
· Por fim aprofundaremos o tema de desconto de duplicatas, Crédito
de Liquidação duvidosa e Reservas, juntamente com todas as conta-
bilizações necessárias para a conclusão dos lançamentos.
· Dedique-se ao máximo, busquem os materiais complementares para
melhor entendimento do conteúdo.
· Por fim abordaremos o tema de depreciação e amortização demos-
trando exemplos e contabilizações
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Operações Contábeis

Introdução
Nas aulas anteriores, praticamos muitas operações de compra e venda de mer-
cadorias. Vamos, agora, praticar os recebimentos e pagamentos dessas operações
de uma maneira diferente, pois já sabemos contabilizar pagamento e recebimento
de duplicatas, correto?

Nesta aula vamos, aprenderemos o registro desses pagamentos com os possíveis


encargos que possam acompanhar essas duplicatas, os juros ativos e passivos
ocorridos em consequência do atraso no pagamento ou recebimento de duplicatas.
Veremos também a sua localização na Demonstração do Resultado do Exercício.

Não é bom para a empresa, mas pode ocorrer, por qualquer motivo, que uma
dívida não seja resgatada no seu vencimento. Nesse caso, quando o resgate for feito,
sofre-se uma penalidade com a imposição de juros. Em contabilidade, chamamos
esses juros de Juros Passivos.

Vamos ao seu conceito:

JUROS PASSIVOS

O termo Juros Passivos, em contabilidade, será entendido como uma


remuneração do capital de terceiros, que é paga quando ocorre inadimplência no
resgate de obrigações por parte da empresa.

Vamos entender isso um pouco melhor?

Quando adquirimos mercadorias, materiais ou serviços a prazo, assumimos uma


dívida, portanto, somos devedores de alguém que nos emprestou o seu Capital
(dinheiro) em forma de mercadorias, materiais ou serviços. Ao não efetuarmos o
pagamento na data marcada, somos obrigados a remunerar esse capital com juros.
A conta Juros Passivos representa, para a empresa, uma despesa financeira e,
normalmente, é calculada por uma porcentagem pré-estabelecida que incide sobre
o valor da dívida; esse percentual normalmente é mensal, porém nada impede que
seja fixado em outro período qualquer.

Vamos praticar um pouco?

Juros Passivos
O termo Juros Passivos, em contabilidade, será entendido como uma remune-
ração do capital de terceiros, que é paga quando ocorre inadimplência no resgate
de obrigações por parte da empresa.

Vamos entender isso um pouco melhor?

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Quando adquirimos mercadorias, materiais ou serviços a prazo, assumimos uma
dívida, portanto, somos devedores de alguém que nos emprestou o seu Capital
(dinheiro) em forma de mercadorias, materiais ou serviços. Ao não efetuarmos o
pagamento na data marcada, somos obrigados a remunerar esse capital com juros.
A conta Juros Passivos representa, para a empresa, uma despesa financeira e,
normalmente, é calculada por uma porcentagem pré-estabelecida que incide sobre
o valor da dívida; esse percentual normalmente é mensal, porém nada impede que
seja fixado em outro período qualquer.

Vamos praticar um pouco?

Importante! Importante!

Juros Passivos: será entendido como uma remuneração do capital de terceiros, que é
paga quando ocorre inadimplência no resgate de obrigações por parte da empresa.

Exemplo:
• 01/08/X7 – Aquisição de Mercadorias a Prazo, R$ 10.000,00 com vencimento
em 01/09/X7.
• 20/09/X7 – Pagamento da duplicata referente à aquisição de mercadorias do
dia 01/08/X7 com juros de R$ 350,00, com cheque.
Lançamentos Contábeis:

Pela aquisição das mercadorias:

D- MERCADORIAS R$ 10.000,00

C- FORNECEDORES R$ 10.000,00

Pela Liquidação da Duplicata:

D- FORNECEDORES R$ 10.000,00

D- JUROS PASSIVOS R$ 350,00

C- BANCOS CONTA MOVIMENTO R$ 10.350,00

O Lançamento referente à aquisição das mercadorias já foi comentado em aulas


anteriores, ok? Verifique como ficou o registro do pagamento da obrigação com os
juros: houve um desembolso de R$ 10.350,00, sendo R$ 10.000,00 da duplicata
e R$ 350,00 dos juros havidos pelo atraso, pois, como o enunciado registra, o
pagamento deveria ter ocorrido no dia 01/09, mas ocorreu somente em 20/09.

Perceba que separamos os valores na hora de fazer o registro contábil: a


obrigação (fornecedores) foi debitada pelo seu valor original e a despesa referente
aos juros foi registrada na conta de Juros Passivos. A contrapartida, de onde saiu o
dinheiro, ou seja, a conta Bancos Conta Movimento, recebeu o valor a crédito do
total liquidado pela obrigação. Você entendeu?

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UNIDADE Operações Contábeis

Juros Ativos
Para quem recebe remuneração por seu capital, os juros representam uma
receita financeira que, em contabilidade, chamamos de Juros Ativos, e são recebidos
sempre que algum cliente atrasa a liquidação de duplicatas; são estipulados dentro
das conveniências da empresa, dentro daquilo que ela espera como remuneração
do seu capital. Vamos a um exemplo? Usaremos o mesmo exemplo dado acima,
só que, agora, analisando o lado do vendedor, OK?

Importante: Juros Ativos: são estipulados dentro das conveniências da empresa,


dentro daquilo que ela espera como remuneração do seu capital.

Exemplo:
• 01/08/X7 – Venda de Mercadorias a Prazo R$ 10.000,00 com vencimento
em 01/09/X7.
• 20/09/X7 – Recebimento da duplicata referente à venda de mercadorias do
dia 01/08/X7 com juros de R$ 350,00.

Lançamentos Contábeis:

Pela Venda das mercadorias:

D- CLIENTES R$10.000,00

C- VENDAS DE MERCADORIAS R$ 10.000,00

Pelo recebimento da Duplicata:

D- CAIXA R$ 10.350,00

C- JUROS ATIVOS R$ 350,00

C- CLIENTES R$ 10.000,00

Nesse caso, também, o registro da venda das mercadorias não necessita de


comentários. Agora verifique como ficou o registro do recebimento da duplicata:
tínhamos para receber do nosso cliente R$ 10.000,00 e, em nossa duplicata,
havia uma taxa de juros estipulada para o caso de haver atraso no pagamento.
O cliente atrasou e pagou R$ 350,00 de juros mais o valor da duplicata, que era
R$ 10.000,00, totalizando uma entrada de recursos da ordem de R$ 10.350,00.

O registro contábil dessa operação foi desmembrado da seguinte maneira: o valor


da duplicata que tínhamos a receber era de R$ 10.000,00, logo creditamos a conta
Clientes por tal recebimento; os juros recebidos foram lançados na conta Juros
Ativos, pois, como já sabemos, representa uma receita financeira. A contrapartida
foi a conta Caixa que registrou a entrada total do dinheiro. Você entendeu?

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Você deve estar se perguntando: é bom para a empresa receber Juros Ativos?
Olha, vamos responder da seguinte maneira: não é ruim, pois representa um
ingresso de dinheiro em seu ativo; porém, o objetivo da empresa não é receber
juros, primeiro porque ela não é Banco e, segundo, porque, ao vender a prazo, ela
precisa receber na data do vencimento para também liquidar seus compromissos
ou girar o valor recebido como melhor lhe convier. Ficou claro?

Conversamos sobre os juros no tópico acima, todavia também existe a figura do


desconto. Tanto aqueles que obtemos pelo resgate de uma obrigação como aqueles
que concedemos no recebimento de um direito ou, ainda, na venda de mercadorias
são muito importantes, pois, futuramente, veremos que a empresa é onerada
tributariamente quando obtém uma receita de desconto. Veremos também que há
como planejar essa tributação de uma maneira menos onerosa para a empresa.
Mas, enquanto não chegamos lá, pois ainda estamos engatinhando, vamos aos
primeiros passos desse assunto de hoje.

Vamos abordar dois tipos diferentes de descontos que podem ser obtidos ou
concedidos: os comerciais e os financeiros. E nós, enquanto contadores, temos que
saber efetuar corretamente seus respectivos registros. Vamos lá?

Descontos Comerciais
Devemos entender por desconto comercial aquele que, geralmente, é conce-
dido diretamente na nota fiscal de venda, ou seja, é aquele desconto que é dado
incondicionalmente, portanto, não depende de nenhuma condição para que seja
concedido; deve ser registrado na nota fiscal de venda no ato de sua emissão e não
está vinculado a nenhum fato posterior à emissão da nota para a sua concessão.
Vamos chamá-lo de DESCONTO INCONDICIONAL.

Esse desconto, normalmente, ocorre quando o vendedor da mercadoria, por


qualquer motivo, resolve estipular um preço menor do que o usualmente praticado
para mercadoria. Ao emitir a nota fiscal, a diferença entre o preço praticado e o
preço normal é escriturada como desconto. Vamos ver um exemplo:

Importante! Importante!

Desconto Incondicional: geralmente, é concedido diretamente na nota fiscal de venda.

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UNIDADE Operações Contábeis

Exemplo:
• Você recebe uma ordem de compra de camisetas e sai à procura delas. Entra
em uma loja para adquiri-las, e vê que o preço da peça é de R$ 45,00.
Vem atendê-lo um vendedor “bom de bico” que lhe oferece um desconto de
R$ 5,00 em cada camiseta. Você aceita a oferta e leva 3 peças, porque o
produto é bom e o preço o agrada. Você paga por elas a importância de
R$ 120,00 (45,00x3=135,00 -15,00=120,00). Ok?
• Ao comparecer ao caixa e efetuar o pagamento, você recebe uma nota fiscal
assim discriminada:

Figura 1

Perceba que o valor que você desembolsou pelas camisetas foi de R$ 120,00,
mas o valor registrado na nota fiscal foi R$ 135,00 menos um desconto de
R$ 15,00 (5,00 por camiseta vezes 3). Perceba também que o vendedor não impôs
nenhuma condição para conceder-lhe o desconto de R$ 5,00 por camiseta, não
foi? Por isso chamamos esse desconto de incondicional, e ele ocorre somente no
ato da venda por mera liberalidade da empresa vendedora da mercadoria. Para fins
contábeis, na empresa vendedora, essa venda será registrada pelo valor total de
R$ 135,00 e, logo a seguir, será contabilizado o desconto concedido de R$ 15,00.

Já que estamos, aqui, falando em contabilização, vamos aos lançamentos?

Ótimo! Vamos registrar primeiramente os fatos na empresa vendedora:

D - CAIXA R$ 120,00

D - DESCONTOS INCONDICIONAIS R$ 15,00

C- VENDAS R$ 135,00

Sabemos que não é mais necessário explicar os lançamentos acima, visto que
você já está “craque” em lançamentos contábeis, não é? Mesmo assim, vamos lá:
• Debitamos a conta Caixa, porque o valor de R$ 120,00 entrou no caixa da
empresa vendedora, aumentando o seu Ativo, e as contas de Ativo devem ser
debitadas quando têm o seu saldo aumentado, lembra-se?

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• Debitamos a conta Descontos Incondicionais para registrar que foi concedido
um desconto sobre o preço de venda das camisetas.
• Creditamos a conta Vendas, pois esse foi o valor da venda das Camisetas, ou
seja, essa foi a receita obtida pela empresa.

Os Descontos Incondicionais são classificados, na contabilidade, dentro da De-


monstração do Resultado do Exercício, no grupo das Deduções da Receita Bruta.
Vamos ver como ficaria a DRE da empresa vendedora das camisetas:

Tabela 1
Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
Período: x1
Receita Bruta de Vendas
Vendas 135,00
Deduções da Receita Bruta
Desconto incondicional 15,00
-15,00
Receita Líquida de Vendas 120,00

Temos, acima, uma novidade, a Receita Líquida de Vendas. Essa ainda não
tínhamos visto, não é? Vamos entendê-la como o próprio nome já diz: Receita
Líquida de vendas. Trata-se do valor líquido que sobrou para a empresa referente
à venda efetuada. Mais tarde, no decorrer do nosso curso, vamos ver que existem
outras deduções que não foram citadas aqui.

Receita Líquida de vendas: trata-se do valor líquido que sobrou para a empresa
referente à venda efetuada.

Podemos concluir, observando a DRE acima, que a empresa, como já dissemos,


efetuou uma venda de R$ 130,00 e, independente de qualquer condição, concedeu
um desconto de R$ 15,00 na nota fiscal, ou seja, esse valor de R$ 15,00 a
empresa não recebeu, pois recebeu somente o valor líquido de R$ 120,00 que
está registrado como Receita Líquida de Vendas. Ficou claro para você o conceito
de Descontos Incondicionais?

Não esqueça: permanecendo qualquer dúvida, escreva-nos.

Usamos muito, até agora, a palavra incondicional. Dissemos também que o Des-
conto Incondicional é concedido na nota fiscal e que não impõe nenhuma condição
para ser concedido, ou seja, é concedido independente da condição do pagamento,
do prazo de pagamento, da quantidade adquirida etc. Porém, existe outro tipo de
desconto que somente é concedido mediante uma condição comercial qualquer.

Vamos ver como funciona esse desconto?

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UNIDADE Operações Contábeis

Descontos Financeiros
O desconto financeiro tem como objetivo estimular o devedor a antecipar seu
débito. Podemos entendê-lo como um prêmio que o vendedor oferece ao compra-
dor pela antecipação da dívida assumida.

Vamos ao exemplo:

Descontos financeiros: podemos


entendê-los como um prêmio que
o vendedor oferece ao comprador
pela antecipação da dívida assumida

Exemplo:
• Sua empresa adquiriu mercadorias no valor de R$ 10.000, para pagamento
em 60 dias. Caso o pagamento seja antecipado em 30 dias, será beneficiado
com um desconto financeiro de 5%.

Lançamentos Contábeis:

No comprador:

D- Fornecedor R$ 10.000,00

C- Caixa R$ 9.500,00

C- Desconto Financeiro Obtido R$ 500,00

No vendedor:

D- Caixa R$ 9.500,00

D- Desconto Financeiro Concedido R$ 500,00

C- CLIENTES R$ 10.000,00

Perceba que, para utilizar o benefício, há uma condição: o pagamento antecipado


em 30 dias. Esses percentuais ou descontos aplicados são de iniciativa da própria
vendedora, por isso cada empresa definirá suas próprias condições para fornecer
o desconto aos seus clientes.

É necessário que, contabilmente, sejam abertas contas contábeis próprias para


registrar os Descontos Financeiros Obtidos e Concedidos.

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Desconto de Duplicatas
Outra transação comum nas empresas é o Desconto de Duplicatas, e nós,
contadores/administradores, devemos saber qual o tratamento correto para
essa operação.

Desconto de Duplicata: é uma operação financeira, porque a empresa antecipa o


recebimento de um valor a receber com o Banco.

O desconto de duplicatas é uma operação financeira, porque a empresa antecipa


o recebimento de um valor a receber com o Banco. Ou seja, a empresa tem a
receber, em 10/02/x1, uma duplicata de R$ 10.000,00 e, hoje, dia 20/01/x1,
antecipa esse recebimento com o Banco. Dessa forma, será disponibilizado para
a empresa o valor de R$ 9.000,00, por exemplo, sendo que essa diferença de
R$1.000,00 refere-se a juros e taxas antecipadas cobradas pelo Banco.

Sabemos que a propriedade desse título é da empresa; ela transfere para a


instituição, mas continua sendo corresponsável pelo pagamento dessa duplicata.
Assim, caso o título não seja quitado em 20/01/x1, o Banco cobrará da empresa
e esta, por sua vez, deverá cobrar o cliente devedor.

Porém, caso o seu cliente pague em dia a duplicata (10/02/x1), o Banco ficará
com o dinheiro (R$ 10.000,00) e seu processo de antecipação com a instituição
financeira ficará finalizado.

Vamos utilizar o mesmo exemplo e efetuar os lançamentos contábeis no


Desconto de Duplicata:

Lançamentos Contábeis:

Empresa

D- Cliente R$ 10.000,00

C- Receita R$ 10.000,00

Solicitação de Desconto de Duplicata ao Banco

D- Banco R$ 9.000,00

D- Encargos Financeiros R$ 1.000,00

C- Duplicatas Descontadas R$ 10.000,00

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UNIDADE Operações Contábeis

Quando o cliente pagar

D- Duplicatas Descontadas R$ 10.000,00

C- Clientes R$ 10.000,00

Caso o cliente não pague essa duplicata, o Banco cobrará essa dívida da empresa,
que terá de pagar os R$ 10.000,00 antecipados com juros e multa. O lançamento
contábil será:

Quando o cliente não pagar

D- Duplicatas Descontadas R$ 10.000,00

D- Juros R$ 300,00

C- Banco R$ 10.300,00

Nesta situação, a conta Clientes ficará em aberto, ou seja, teremos um recebimento


no valor de R$ 10.000,00, sobre o qual podemos cobrar juros ativos – nosso
primeiro tópico desta aula –, afinal, o cliente não cumpriu a data de vencimento.

Créditos de Liquidação Duvidosa


Vamos imaginar que estamos no ano x3 e esse mesmo cliente, até hoje, não
quitou sua duplicata de R$ 10.000,00, que vencia em 10/02/x1. Nesse caso,
a empresa tem um prejuízo em virtude desse devedor que não quitou seus
compromissos assumidos. Quando se torna comprovada a real impossibilidade de
recebimento, esses devedores são denominamos, na contabilidade, de devedores
insolváveis ou créditos de liquidação duvidosa.

Contabilmente, registraremos esses créditos de liquidação duvidosa em um


grupo de contas denominado provisão. Antes de continuar, vamos discorrer e
aprender sobre contas contábeis de provisão?

Provisão
Provisões representam estimativas de perda de ativos ou de obrigações com ter-
ceiros. É uma reserva de um valor para atender a uma despesa que já se espera; ela
visa cobrir os gastos já considerados certos ou de grande possibilidade de ocorrência.

Importante! Importante!

Provisão: representam estimativas de perda de ativos ou de obrigações com terceiros

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As provisões são consideradas redutoras do ativo, como, por exemplo, a provisão
para créditos de liquidação duvidosa; já, para o passivo, ocorre um aumento, a
provisão de férias é um exemplo.

A característica principal da provisão é que seus valores são estimados podendo


figurar como uma perda provável (diminuição do ativo) ou uma obrigação que
ocorrerá em determinado momento (aumento do passivo).

As principais provisões utilizadas são:


a) provisão para contingências trabalhistas;
b) provisão para perdas de estoques;
c) provisão para contingências fiscais;
d) provisão para garantias;
e) provisão para créditos de liquidação duvidosa;
f) provisão para férias;
g) provisão para 13º salário;
h) outras.

O registro contábil da provisão será sempre a débito de uma conta de despesa e


a crédito da conta de provisão correspondente (contingências trabalhistas, perdas
de estoques, contingências fiscais etc.).

Exemplo:
• Supondo que a conta Clientes (ou Duplicatas a receber) de uma empresa
apresente um saldo de R$ 50.000,00 ao final do exercício e que tenha sido
apurada uma média de inadimplência de 5%, a constituição da provisão para
créditos de liquidação duvidosa será:

Lançamentos Contábeis:

Na constituição:

D- Despesa com Provisão p/ Créditos de Liquidação Duvidosa R$ 2.500,00

C- Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa

R$ 2.500,00

(cálculo: $ 50.000,00 x 5% = $ 2.500,00)

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UNIDADE Operações Contábeis

No Balanço, a conta Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa estará no


ATIVO; ela é considerada uma conta redutora, pois está diminuindo um direito da
empresa. Veja:

Tabela 2
Empresa Bolinha do Sul Ltda.
Balanço Patrimonial em 31-01-20x1
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Caixa 18.000,00 Passivo
Duplicatas a receber 50.000,00 Fornecedores 26.000,00
(-) Provisão p/ Créditos de Liquidação Duvidosa (2.500,00) Patromônio Líquido
Capital 75.000,00
Mercadorias 57.000,00 Lucros Acumulados 21.500,00
Total 122.500,00 Total 122.500,00

Além das provisões que estudamos no tópico acima, existe a figura das reservas.
Devemos distinguir as reservas das provisões. Vejamos:

Reservas
As provisões são constituídas antes da apuração do resultado, já as reservas so-
mente são destinadas após a apuração final do resultado do exercício. Isso porque,
como já vimos, a provisão gera uma despesa que afeta o resultado.

Reservas somente são destinadas


após a apuração final do resultado
do exercício

A característica da reserva é destinar um valor desse resultado já apurado para


complementar o Capital Social na formação do Patrimônio Líquido. As reservas
podem ser:
a) Reserva de Lucro,
b) Reserva de Capital,
c) Reserva de Reavaliação.

Veja como a diferença entre a Provisão e a Reserva é nítida, conforme Iudicibus


(2008) comenta:

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As reservas são constituídas com a própria distribuição do resultado, quando esse é,
evidentemente, positivo, ao passo que as provisões são constituídas tendo em vista
onerar o resultado das empresas, não importando seja ele, antes do reconhecimento
da despesa, positivo ou negativo.

A Reserva de Lucros são as contas de reservas constituídas pela destinação dos


lucros da empresa, podendo atender a diversas finalidades, inclusive distribuindo os
valores a título de Distribuição de Lucros.

As Reservas de Capital são os valores de ágios obtidos com a remuneração das


ações da empresa.

Já as Reservas de Reavaliação servem para atualizar os ativos a preços de


mercado; todavia, para essa última reserva, nem todos os procedimentos são
aceitos legalmente.

Depreciação e Amortização
Você já deve ter ouvido falar muito sobre Depreciação e Amortização. Claro que
são operações distintas. Vamos estudá-las?

A depreciação é o reconhecimento da despesa de um ativo ao longo da sua vida


útil, ou seja, ela tem caráter redutor na conta dos ativos imobilizados da empresa,
reconhecendo o desgaste ou a perda de utilidade desses bens.

Importante! Importante!

Depreciação é o reconhecimento da despesa de um ativo ao longo da sua vida útil.

Para utilizarmos a depreciação, a Legislação Brasileira disponibiliza uma tabela


que devemos adotar para nossos cálculos:

Tabela 3
Tipos de bens Vida útil estimada Taxa anual
Computadores e Periféricos 5 anos 20% a.a.
Equipamentos, ferramentas, máquinas, móveis e utensílios, instalações etc. 10 anos 10% a.a.
Veículos 5 anos 20% a.a.
Edifícios e Construções 25 anos 4% a.a.
As taxas poderão ser superiores se a empresa comprovar, por laudo pericial, a diminuição da vida útil do bem.

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UNIDADE Operações Contábeis

Exemplo:
• A empresa comprou, no início de janeiro, um veículo com vida útil estimada
de 5 anos pelo valor de $ 30.000,00

Para calcularmos o valor da depreciação mensal, a fim de reconhecermos essa


despesa em nosso resultado, basta dividir o valor da depreciação anual por 12:

R$ 6.000,00 / 12 meses = R$ 500,00 mês

D- Despesa com Depreciação R$ 500,00

C-Depreciação Acumulada R$ 500,00

Quando falamos em depreciação, devemos pensar em bens corpóreos, entretanto


a empresa possui ativos intangíveis, como, por exemplo: patentes, marcas, direitos
autorais etc. Se esses bens figuram no ativo da empresa, podem ser amortizados e
não depreciados, pois são bens incorpóreos, OK?

Veja: a empresa tem uma patente que lhe custou R$ 150.000,00 e que será
exclusiva, antes de cair em domínio púbico, durante 10 anos. Essa amortização
terá o seguinte lançamento:

D- Despesa de Amortização R$ 15.000,00

C- Patentes R$ 15.000,00

(cálculo: $ 150.000,00 / 10 = $ 15.000,00)

Quando pensamos em amortização, imediatamente lembramo-nos da amortiza-


ção utilizada para as benfeitorias utilizadas em terceiros, porque, conforme apre-
sentado acima, para utilizarmos amortização em bens intangíveis, temos que ter
seu custo bem definido.

Assim, benfeitorias que melhoram ou se incorporam ao bem material de imóveis


se refletem apenas para o proprietário. Desse modo, a empresa que aluga esse
bem pode se beneficiar da redução dessas despesas através da amortização.

Bem, caro aluno, esta é nossa última aula. Hoje aprendemos algumas operações
contábeis que possuem particularidades, mas garanto a você que as operações
contábeis são praticamente infinitas.

Esperamos que tenha aprendido o que estudamos nesta unidade. Em caso de


dúvidas, acesse o ambiente virtual e questione. Faça também os exercícios e leia o
material complementar, bem como assista à nossa aula virtual.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Evolução histórica em Contabilidade de Custos
https://youtu.be/wwBQvDDQ-bI
Reserva Contábil
https://youtu.be/65xNkScBZZ8
Provisões Contábeis
https://youtu.be/E_MEDTljxLc
Provisão para Devedores Duvidosos
https://youtu.be/nqptbCSyicY

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UNIDADE Operações Contábeis

Referências
IUDICIBUS, S. ContabilidadeIntrodutória: Equipe de Professores da Faculdade
de Economia, Adm. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

OSNI, Moura Ribeiro. Contabilidade Geral Fácil – Atualizado Conforme Lei


11.638/2007 e MP 449/2008. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

PADOVESE, Clovis Luis. Manual de Contabilidade Básica. 7. ed. São Paulo:


Atlas, 2009.

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