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ÍNDICE
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AQUISIÇÃO
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DEPRECIAÇÃO
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ABATE, ALIENAÇÃO
12
CONSERVAÇÃO
E SINISTRO
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IMPARIDADE
13
REAVALIAÇÕES
14
REVALORIZAÇÃO
14
REQUALI FICAÇÕES
DE ATIVOS
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TRIBUTAÇÃO
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SUBSÍDIOS
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ATIVOS
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CONCLUSÃO
AUTÓNOMA BIOLÓGICOS
Gestão de Ativos
A gestão de ativos no contexto empresarial concorrencial em que vivemos hoje tem uma importância
elevada pois, efetuada de forma correta, ajuda no processo de obtenção de resultados das empresas.
Conhecer os conceitos e as melhores práticas que envolvem esta temática com base na contabilidade e
fiscalidade permite otimizar e atingir os objetivos a que, naturalmente, as empresas estão obrigadas a
perseguir, nomeadamente, a criação de valor.
Uma empresa utiliza determinados equipamentos e bens essenciais para a sua atividade para atingir os seus
objetivos, bem como poderá fazer uso de determinadas licenças, marcas ou patentes. É sobre a utilização
destes itens e a forma como devem ser considerados para efeitos de gestão e contabilidade das empresas
que iremos estudar.
Neste manual iremos abordar alguns conceitos que nos permitirão perceber as temáticas desenvolvidas
ao longo do curso. O esclarecimento dos conceitos será acompanhado de exemplos simples para que o
conhecimento seja assimilado de forma mais rápida.
AQUISIÇÃO
A gestão de ativos pode até começar antes mesmo da sua aquisição, mas para efeitos deste curso iremos
assumir que a gestão de ativos na perspetiva contabilística e fiscal inicia-se com a aquisição do ativo.
Um ativo é tudo aquilo que que possui valor económico para a empresa, sendo utilizado para concretização
do objetivo principal, em suma, pode ser formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à
manutenção das suas atividades, sendo caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios,
máquinas, etc.).
Os ativos fixos tangíveis são aqueles que assumem forma física sendo facilmente identificáveis. Por exemplo:
mesas, cadeiras, imóveis, terrenos e equipamentos. Será sobre este tipo de ativos que iremos debruçar a
maior parte do estudo com enfoque nos exemplos.
Os ativos fixos tangíveis são aqueles que não assumem forma física e, por vezes, são de difícil identificação.
Por exemplo: Marcas, licenças e patentes.
Propriedades de Investimento
As propriedades de investimento caracterizam-se por imóveis que sendo pertencentes ao ativo fixo tangível
têm como objetivo a obtenção de rendimento.
Para além disso, e para efeitos de Balanço, os ativos podem apresentar-se como ativos correntes e não
correntes de acordo com a sua maior ou menor capacidade de liquidez.
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Gestão de Ativos
Ativos correntes
Dinheiro na caixa: 200
Depósitos à ordem: 9.300
Clientes: 3.800
Inventários (stocks): 3.800
Valor de Aquisição
O valor de aquisição pode ter duas origens que dependem da forma como o ativo vai ser adquirido.
Se o ativo foi adquirido a um fornecedor externo então o valor de aquisição será registado como custo de
aquisição.
Exemplo:
Valor de compra: 5.500
Custos com transporte: 75
Se o ativo for produzido internamente o valor de aquisição será registado de acordo com o custo de
produção.
Exemplo:
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Gestão de Ativos
Exemplo:
Aquisição Venda
DEPRECIAÇÃO
Após a aquisição do ativo e consequente definição do custo de aquisição o modo de utilização ajudará a
definir o modo de depreciação.
Este modo de depreciação pode ser definido, de forma resumida, o método como a empresa irá assumir o
custo do ativo no tempo. Há que definir os critérios de depreciação.
Os critérios de depreciação podem ter por base as normas contabilísticas ou as normas legais e fiscais.
Critérios de
depreciação
Legais Contabilísticos
Os critérios contabilísticos, salvo exceções muito pontuais, estão muito próximos do livre arbítrio pois
pode ser utilizado quaisquer uns pelo órgão de gestão da empresa desde que se cumpram as regras
contabilísticas. Em suma, respeitando as regras contabilísticas tudo pode ser registado como critério de
depreciação.
Por norma o legislador define categorias de ativos aos quais atribui taxas de depreciação. Para além disso
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Gestão de Ativos
define as regras de utilização dessas taxas de forma a colocar alguma razoabilidade entre os critérios
legalmente exigidos e a realidade empresarial.
Relativamente aos critérios legais normalmente as normas estabelecem tabelas que fazem corresponder
o tipo de uso e tipos de ativos a taxas previamente definidas. Geralmente estas tabelas apresentam, as
percentagens legalmente aceites para efeitos de gastos fiscalmente aceites.
As leis fiscais impõem regras fiscalmente aceites de depreciação, estabelecendo para tipo de bem as Taxas
Máximas de depreciação e, normalmente, as Taxas Mínimas serão metade das máximas.
De referir que a quantia depreciável poderá não ser exatamente igual ao custo de aquisição ou ao custo de
produção de determinado ativo. Caso tenha sido definido um valor residual, a quantia depreciável será igual
ao valor do ativo deduzido do valor residual.
Custo de Aquisição
Quantia depreciável Valor residual
do ativo
• Se a taxa utilizada for inferior à taxa mínima estaremos na presença de taxas perdidas e
consequentemente podemos estar a desperdiçar gastos que seriam fiscalmente dedutíveis ao lucro da
empresa.
De referir que a taxa mínima também é usualmente definida como a correspondente a 50% da taxa máxima
(taxa apresentada na norma fiscal aplicável).
Por outro lado, se a taxa utilizada for superior à taxa máxima permitida na norma fiscal o gasto
correspondente ao excedente não será aceite fiscalmente.
Ainda pode acontecer de que a taxa utilizada seja diferente da taxa prevista fiscalmente o que corresponde a
uma exceção fiscal e por esse motivo aceite fiscalmente.
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Gestão de Ativos
Custo de Aquisição
Quantia depreciável Valor residual
do ativo
Regime de Periodicidade
Outra questão muito importante no que concerne à depreciação de um ativo tem a ver com o regime de
periodicidade definido. No ano em que o ativo começar a ser depreciado, o registo da quantia depreciável na
contabilidade da empresa pode ser efetuado de uma das seguintes formas:
Exemplo:
Considere-se uma empresa do setor da indústria que adquiriu em Julho uma máquina para a área da
produção, de acordo com a seguinte informação:
Critérios de depreciação:
Quota
25.000 25.000 25.000 25.000
praticada
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Gestão de Ativos
Critérios de depreciação:
Quota
12.500 25.000 25.000 25.000 12.500
praticada
Critérios de depreciação:
• Depreciação diária
Quota
13.698,63 25.000 25.000 25.000 11.301,37
praticada
A empresa adquiriu uma máquina de por 100.000€ em 15 de junho de 2015. A máquina deprecia em 5 anos.
A depreciação vai ser a seguinte:
Métodos de depreciação
A quantia depreciável de um ativo depreciável deve ser imputada a gastos numa base sistemática durante
a sua vida útil, de acordo com um método que reflita o modelo por que se espera que os benefícios
económicos futuros do ativo fluam para a entidade.
Consideremos uma empresa que adquiriu uma máquina fotográfica para uso interno do departamento de
Marketing, pelo valor de 1.000 u.m., tendo estimado uma vida útil de 4 anos para o ativo e um valor residual
nulo.
Sendo a máquina fotográfica depreciada pelo método da Linha Reta (ou quotas constantes), o valor da
depreciação anual será de 250 u.m.
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Gestão de Ativos
No método das quotas decrescentes, a quota anual de depreciação que pode ser aceite como gasto do
período de tributação determina-se aplicando aos valores que ainda não tenham sido depreciados, as taxas
corrigidas pelos seguintes coeficientes máximos:
1,5 2 2,5
No método das quotas decrescentes, a quota anual de depreciação que pode ser aceite como gasto do
período de tributação determina-se aplicando às taxas de depreciação os seguintes coeficientes.
Exemplo:
Consideremos que uma empresa adquiriu um ativo por 100.000,00 u.m., sendo a vida útil definida em 3
anos. Aplicando o método das quotas degressivas, teremos as seguintes quotas em cada exercício:
Quanto ao método das unidades de produção, resulta o mesmo num débito baseado no uso ou produção
esperados. Assim, de acordo com o método das unidades e produção, o encargo anual da depreciação
resulta do quociente do número de unidades produzidas no exercício pelo número total de unidades
estimadas.
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Gestão de Ativos
Quanto ao método das unidades de produção, resulta o mesmo num débito baseado no uso ou produção
esperados. Assim, de acordo com o método das unidades e produção, o encargo anual da depreciação
resulta do quociente do número de unidades produzidas no exercício pelo número total de unidades
estimadas.
Exemplo:
Consideremos que uma empresa adquiriu uma máquina por 200.000,00 u.m.. De acordo com os
responsáveis da empresa, espera-se que a máquina produza 10.000.000 unidades de produto.
Aplicando o método de depreciação por Unidades de produção, tendo em conta a produção efetiva no ano
N de 320.000 unidades e presumindo um valor residual nulo, a depreciação do exercício ascenderá a 6.400
u.m.
Quanto ao método das unidades de produção, resulta o mesmo num débito baseado no uso ou produção
esperados. Assim, de acordo com o método das unidades e produção, o encargo anual da depreciação
resulta do quociente do número de unidades produzidas no exercício pelo número total de unidades
estimadas.
Exemplo:
Consideremos que uma empresa adquiriu uma máquina por 2.000 u.m.
Aplicando o método da Soma dos dígitos e tem em conta o valor do ativo (2.000 u.m.), uma vida útil de 8
anos, então, no primeiro ano terá a depreciação:
Sendo que, 36 = 8 +7 + 6 +5 + 4 + 3 + 2 + 1
Exemplo:
Consideremos que uma empresa adquiriu uma máquina por 1.000 u.m..
Aplicando o método da Depreciação acelerada e tendo em conta o valor do ativo (1.000 u.m.):
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Gestão de Ativos
O Abate de um bem consiste na retirada em definitivo dos elementos do ativo fixo tangível e sobre os quais
nenhum benefício económico é esperado.
A Alienação de ativos corresponde à transferência de domínio de bens de uma empresa para a posse de
terceiros. A alienação é normalmente identificada com a venda de ativo da empresa.
Mais-valias e menos-valias
A Mais-valia corresponde ao rendimento que resulta da venda ou troca de um ativo acima do seu preço de
compra ou de custo depois de deduzido o valor das depreciações acumuladas e eventuais imparidades.
As mais-valias ocorrem tanto em bens reais, como o imobiliário, como em instrumentos financeiros, tais
como ações ou obrigações. O tratamento fiscal, porém, varia muitas vezes consoante o tipo de ativo que lhes
dá origem.
Os Sinistros, podem ocorrer em consequência de qualquer evento não previsto pela empresa por exemplo
acidentes. Normalmente o valor de alienação do ativo por motivo de sinistro corresponde ao valor da
indemnização atribuída caso exista.
CONSERVAÇÃO
Por regra os custos de manutenção e conservação não estão sujeitos a amortização e devem ser registados
em documentos específicos para o efeito.
No entanto, caso os gastos com conservação correspondam ao aumento do valor do ativo deve ser objeto
de registo adicional em documento de aquisição de forma a ser considerado para efeitos de amortização.
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Gestão de Ativos
IMPARIDADE
A imparidade representa uma perda excecional do valor dos ativos, que se pode dever a diversos
factos, designadamente fortes alterações tecnológicas, incidentes ou outros fatores que influenciam
significativamente o valor recuperável desse ativo, quer pela sua venda ou pelo seu uso.
Exemplo:
Consideremos, por exemplo, uma empresa do setor do turismo, inserida num terreno florestal, onde possui
uma casa e vários hectares em redor. Com os incêndios da época de verão, uma parte significativa da área
florestal foi destruída.
Este ativo fixo tangível – a casa – com a destruição do espaço exterior perdeu, naturalmente, valor de
mercado. Esta perda, se verificada, representa uma imparidade.
REAVALIAÇÕES
A reavaliação de um ativo significa ajustar, por acréscimo, a quantia pela qual se encontra escriturada na
contabilidade. Este acréscimo, depois de ajustadas proporcionalmente as correspondentes amortizações
acumuladas, se for caso disso, dá origem a um excedente de reavaliação, ainda não realizado, a inscrever no
capital próprio.
A reavaliação dos ativos fixos tangíveis geralmente é definida por diploma legal que se baseia na perda de
poder aquisitivo da moeda (geralmente designado de inflação).
Tais ajustamentos têm expressão no capital próprio das empresas através das denominadas “reservas de
reavaliação”, que representam, em rigor, resultados não realizados.
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Gestão de Ativos
Este mecanismo tem normalmente suporte legal onde são definidos também os termos em que tal pode
acontecer.
REVALORIZAÇÃO
Em face da degradação da situação financeira e das limitações ditadas pela lei fiscal quanto aos ativos
suscetíveis de reavaliar, algumas empresas procedem à revalorização contabilística de determinados
elementos do ativo, nomeadamente imóveis, constituindo as denominadas Revalorizações Livres ou
Extraordinárias.
- Custo de Reposição: em que a quantia bruta do ativo a reavaliar é substituída pelo correspondente
custo de reposição, sendo a quantia das amortizações acumuladas ajustada com base na proporção entre
aquelas quantias, a fim de se obter o custo de reposição depreciado, ou seja, o justo valor; a quantia do
excedente corresponderá, assim, à diferença entre a variação do custo e a variação das amortizações
- Valor de Mercado: em que é revisto valor do ativo, líquido das amortizações acumuladas, face
ao valor de mercado, ou seja, o justo valor; neste caso, a quantia do excedente corresponderá à diferença
entre o valor liquido anterior (valor de aquisição deduzido da depreciação) e o justo valor. Este método é
geralmente aplicado a terrenos e edifícios
REQUALIFICAÇÕES DE ATIVOS
Os ativos de uma empresa são inicialmente adquiridos com o propósito de ajudar ao cumprimento dos
objetivos da empresa através do seu uso.
Ora acontece que, por vezes, há ativos que deixam de fazer parte dos ativos utilizados nos processos da
empresa para prossecução dos objetivos.
Exemplo disso pode ser a máquina que deixa de ser usada por cessar o fabrico de determinado produto.
Uma das soluções que a administração da empresa tem é proceder à alienação do ativo.
Neste caso, este ativo que até agora tinha o tratamento de um ativo normal passa a ser classificado como
Ativo Detido para Venda deixando deste modo de receber o mesmo tratamento contabilístico e fiscal dado
aos restantes ativos.
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Gestão de Ativos
De referir que um ativo é classificado como “detido para venda” quando o seu valor vai ser recuperado
essencialmente por uma operação de venda em vez do seu uso contínuo no tempo.
Para ser considerado um ativo não corrente detido para venda o ativo deve cumprir com os seguintes
requisitos:
• O ativo deve estar disponível para venda imediata no seu estado atual;
• A venda tem de ser altamente provável num prazo razoável (normalmente são aceites até 12 meses);
• A empresa tem de se provar a existência de procura ativa de comprador;
Exemplo:
Uma empresa produtora de iogurtes vai cessar uma área de negócio relativa a iogurtes líquidos. Em
consequência pretende alienar a máquina que permite produzir iogurtes líquidos o mais breve possível
através de um leilão a realizar nos próximos 12 meses.
Este ativo fixo tangível deve ser requalificado contabilisticamente para ativo detido para venda. Com esta
requalificação a máquina que permite produzir iogurtes líquidos que deixará de ser depreciada durante o
período que estiver qualificada como ativo detido para venda.
TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA
A Tributação Autónoma é uma tributação que incide sobre determinados encargos ou gastos,
independentemente de a empresa ter lucro aplicável aos sujeitos passivos de imposto sobre pessoas
coletivas.
Normalmente a tributação autónoma incide de acordo com a legislação sobre os seguintes encargos:
A tributação autónoma procura assim dissuadir os excessos na ocorrência destas tipologias de despesas.
As taxas de tributação autónoma que mais agravamento têm sofrido nos últimos anos, são as que incidem
sobre os encargos sobre os ativos fixos tangíveis como viaturas ligeira de passageiros, motos e motociclos.
São considerados encargos relacionados com as viaturas ligeiras, motos e motociclos, nomeadamente, as
depreciações, rendas ou alugueres, seguros, manutenção e reparação, combustíveis e impostos.
Exemplo:
Consideremos que uma empresa adquiriu uma viatura a diesel pelo valor de 40.000€ e deprecia-a a uma
taxa de 25%.
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Gestão de Ativos
Se a empresa tiver lucros vai pagar 35% de tributação autónoma sobre os 10.000€, ou seja, 3.500€.
SUBSÍDIOS
Nas suas operações de investimento as empresas com base em candidaturas apresentadas para o efeito
podem receber subsídios por parte de entidades públicas ou privadas.
Esses subsídios podem ser de natureza reembolsável ou não reembolsável. Os primeiros, subsídios de
natureza reembolsável, são atribuídos com a expetativa de que num momento posterior no tempo voltem
para a entidade que os concedeu assemelhando-se, dessa forma, a empréstimos obtidos.
Os segundos, subsídios de natureza não reembolsável, não englobam a expetativa de voltarem para a
esfera da entidade que os concedeu. Estes subsídios podem ser subsídios à exploração ou subsídios ao
investimento.
Os subsídios à exploração não reembolsáveis permitem financiar uma operação de investimento ligada à
operacionalidade da empresa.
Já os subsídios ao investimento não reembolsáveis permitem financiar uma operação de investimento ligada
à aquisição de ativos que permitem, por exemplo, aumentar a produção. Estes subsídios podem ainda ser
distintos de acordo com a natureza de ativos/bens de investimento, ou seja, se se trata de bens amortizáveis
ou bens não amortizáveis.
Estes conceitos são importantes para se perceber o tratamento contabilístico e fiscal a dar a situações de
recebimento de subsídios destinados a financiar bens amortizáveis.
Exemplo:
Como exemplo de subsídios não reembolsáveis associados com ativos apresenta-se o seguinte exemplo.
A empresa Sociedade ABC apresentou em janeiro do ano 20N1 uma candidatura ao sistema de incentivos,
com o seguinte plano de investimentos:
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Gestão de Ativos
O programa de incentivos prevê a atribuição de um subsídio não reembolsável (v.g. fundo perdido),
correspondente a 50% das despesas de investimento, sendo que, os investimentos não podem ser alienados
durante o prazo de 4 anos.
A candidatura foi aprovada em junho de 20N1, tendo a empresa realizado os investimentos até ao final do
mês de janeiro de 20N2. O subsídio, no montante de 1.070.000,00, foi recebido em abril de 20N2.
Às máquinas X e Y foram atribuídas vidas úteis de 8 e 10 anos respetivamente. O imóvel será depreciado em
20 anos. Considerou-se que a marca, devido à sua forte implantação no mercado, tem vida útil indefinida,
pelo que não é amortizável, ficando apenas sujeita á realização de testes de imparidade. O terreno também
não é depreciável.
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Gestão de Ativos
3. A parte do subsídio relacionada com ativos depreciáveis é imputada a rendimentos na proporção das
depreciações praticadas, conforme consta no quadro seguinte:
Imputação anual
Investimento Valor Vida Útil Depreciação anual
do subsídio
Máquina X 500.000,00 8 62.500,00 31.250,00
Máquina Y 400.000,00 10 40.000,00 20.000,00
Marca 90.000,00 - 0,00 0,00
Terreno 150.000,00 - 0,00 0,00
Imóvel 1.000.000,00 20 50.000,00 25.000,00
Total do 2.140.000,00 - 152.500,00 -
investimento
Subsídio 50% 1.070.000,00 - - 76.250,00
ATIVOS BIOLÓGICOS
No que concerne a ativos biológicos e para perceber o tratamento contabilístico descrito nas normas de
contabilidade é necessário perceber que:
• Ativos biológicos (planta viva ou animal) quando usado numa atividade agrícola cuja transformação
(crescimento, degeneração, produção e procriação) e sua colheita é gerida por uma entidade para venda
ou para sua conversão num produto agrícola ou em ativos biológicos adicionais;
• Produto agrícola até ao ponto da sua colheita;
Os produtos biológicos que estão associados ao terreno são separados do próprio terreno:
• As árvores são ativos biológicos de uma atividade agrícola (IAS 41)
• Se ocupado pelo dono o terreno é uma propriedade (ativo fixo tangível) de acordo com a IAS 16.
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Gestão de Ativos
CONCLUSÃO
Durante este curso conseguimos perceber a importância que a gestão de ativos pode ter na atividade de
uma empresa. O conhecimento dos principais conceitos otimizam os processos que permitem atingir os
objetivos a que uma empresa se propõem.
Ao mesmo tempo a comunicação sobre o tema entre pessoas ligadas à contabilidade, técnicos de IT e
empresários deve ser o mais abrangente e clara possível de forma a todos aproveitarem as sinergias da
tecnologia.
Para isso foram apresentados de forma simples os principais conceitos nesta matéria com alguns exemplos
práticos para contextualizar algumas realidades empresariais e contabilísticas.
Conceitos como custos de aquisição, depreciações, abate, alienação, reavaliações, subsídios e tributação
autónomas deixaram de ser elementos estranhos e passaram a ser parte ativa da conversa sobre o tema de
gestão de ativos.
Estamos certos que a partir deste curso a comunicação sobre gestão de ativos é mais eficiente e permitirá
aos formandos a evolução na sua formação.
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Gestão de Ativos
GLOSSÁRIO
Custo de Aquisição – o custo de aquisição é a quantia paga, ou a pagar, relativa à aquisição do ativo
adicionadas todas as despesas adicionais de compra caso o ativo seja adquirido a uma entidade externa à
empresa.
Custo de Produção – o custo de produção resulta da soma dos custos das matérias-primas e outros
materiais diretos consumidos, da mão de obra direta e de outros gastos gerais de fabrico necessariamente
suportados para produzir o ativo pela própria empresa.
Imparidade – a imparidade corresponde à perda de valor dos ativos tendo em conta os retornos esperados
do seu uso ou da sua venda. Um ativo está em imparidade quando a quantia inscrita no balanço da empresa
não pode ser recuperada pelo uso ou pela venda.
Depreciação de um ativo fixo – consiste na perda de valor de um ativo pelo seu tempo de uso. Esta perda de
valor é registada na contabilidade da empresa de forma a que o balanço da empresa reflita o valor atual do
ativo.
Vida Útil – a vida útil de um elemento do ativo fixo tangível é o período durante o qual se amortiza
totalmente o seu valor, excluído, quando for caso disso, o respetivo valor residual
Início da depreciação – a depreciação de um ativo fixo tangível inicia-se quando este estiver disponível para
uso isto é, quando estiver na localização e condição necessárias para que seja capaz de operar na forma
pretendida.
Quantia Depreciável - corresponde ao custo de um ativo. Caso seja indicado um valor residual do ativo a
quantia depreciável corresponderá ao custo do ativo subtraído do seu valor residual.
Valor Residual – é o valor de um ativo no final da sua vida útil que não tenha sido objeto de depreciação. Por
exemplo, o valor residual é o valor esperado de uma máquina ao ser vendida depois de passados 10 anos de
vida útil.
Elementos de Reduzido Valor – Nos casos em que o custo unitário de aquisição ou produção de elementos
do ativo sujeitos a deperecimento não ultrapasse um determinado valor pode ser depreciado pela sua
totalidade sendo reconhecido o seu gasto num único período de tributação, exceto quando tais elementos
façam parte integrante de um conjunto que deva ser depreciado ou amortizado como um todo.
Taxas perdidas – Se se depreciar um ativo a uma taxa inferior à mínima, a diferença entre a mínima e a taxa
efetiva são taxas perdidas, que correspondem a custo que poderá não ser recuperado no futuro
Exceção Fiscal – na prática, uma exceção fiscal corresponde à depreciação de um ativo a uma taxa diferente
da que está definida na tabela fiscal, mas que são aceites fiscalmente.
Turnos – a depreciação de um ativo pode ser acelerada quando um ativo está a ser operado em múltiplos
turnos. Normalmente a legislação contempla um fator de turnos, ou seja, o valor depreciável aumenta de
acordo com o número de turnos.
Método da linha reta (quotas constantes) - O montante da depreciação é constante e apura-se a partir da
divisão da quantia depreciável pelo número de anos de vida útil estimada
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Gestão de Ativos
Método do saldo decrescente (quotas degressivas) - O montante da depreciação decresce ao longo da vida
útil do ativo, atendendo a que se obtém da aplicação da taxa de depreciação ao valor líquido contabilístico
Depreciação acelerada
É semelhante ao método das quotas degressivas, mas o fator a aplicar é definido pelo utilizador. A diferença
em relação ao método das quotas degressivas, é que este método deprecia o ativo no último ano de vida
útil. Assim sendo: Dt = quantia depreciável x Taxa x (Fator de aceleração / 100)
Perda de Imparidade – redução do valor contabilístico de um ativo para o seu valor recuperável
Valor Recuperável – é o maior valor entre o valor realizável líquido e o valor em uso de um ativo individual
ou de um conjunto de ativos
Valor Realizável Líquido – valor pelo qual o ativo seria transacionado entra duas partes conhecedoras e
interessadas em realizar o negócio numa transação ao seu alcance, deduzidos os custos a suportar com a
venda
Value in use (valor em uso) – é o valor atual dos fluxos financeiros futuros estimados que resultam do uso
continuado do ativo e da sua alienação no final da vida útil.
– Dificuldade em estimar os fluxos financeiros e na determinação da taxa de atualização adequada
– Fluxos Financeiros – orçamentos mais recentes, e com base em pressupostos racionais e suportados pela
Administração.
Unidade Geradora de Proveitos – menor grupo identificável de ativos que geram fluxos financeiros, em
função do uso continuado e que são largamente independentes dos fluxos financeiros de outros ativos ou
grupos de ativos (ex. 2 linhas de montagem diferentes).
Reversão de Perda de Imparidade – verifica-se quando à data de Balanço, existe alguma informação que
permita à empresa eliminar ou reduzir uma perda de imparidade anteriormente reconhecida.
Uma perda por imparidade de um ativo, reconhecida em períodos anteriores, pode ser revertida se, e apenas
se, houver uma alteração nas estimativas usadas para determinar a quantia recuperável do ativo desde que a
última perda por imparidade foi reconhecida.
A quantia escriturada aumentada de um ativo, atribuída por a uma reversão de uma perda por imparidade,
não deve exceder a quantia escriturada que teria sido determinada (líquida de amortização ou depreciação)
se nenhuma perda por imparidade tivesse sido reconhecida no ativo em anos anteriores.
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