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Desenvolvimento

Econômico
Material Teórico
Desenvolvimento e Ideias

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Marcello de Souza

Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Desenvolvimento e Ideias

• Introdução;
• Economia de Ideias;
• Crescendo à Velocidade Constante;
• Simplificando os Modelos;
• Teorias Alternativas de Crescimento;
• Por que crescemos em Economia.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Trazer à tona alguns modelos econômicos para o crescimento, dis-
correremos sobre a tecnologia empregada para o crescimento eco-
nômico e por que a grande maioria dos modelos não considera esse
importante fator;
· Falar de modelos simplificados e alternativos de crescimento e co-
meçaremos a unidade tratando da economia de ideias, um processo
extremamente interessante e útil no nosso aprendizado.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Desenvolvimento e Ideias

Introdução
A maioria dos modelos de crescimento e desenvolvimento econômicos é ba-
seada em diversos fatores, como acumulação de capital físico e humano, mas, na
grande maioria das vezes, despreza um item essencial dentro do processo de cres-
cimento e desenvolvimento: o item tecnologia. Esse item é verificado ao longo do
processo de estudo, que é de vital importância para o crescimento.

As teorias destacam essa importância, mas não utilizam a tecnologia como


fator de desenvolvimento, embora deveriam, isso pode até explicar o motivo de
alguns países serem ricos e outros pobres. Como Jones (2000, p. 102) afirma: “o
progresso tecnológico decorre da busca de novas ideias em um esforço em captar,
em forma de lucro, parte do ganho social gerado pelas novas ideias”.

Veremos também a simplificação de modelos sempre pensando na tecnologia


como fator diferencial. Além de passarmos por modelos alternativos para o cres-
cimento endógeno, discutiremos aqui que os modelos baseados em políticas eco-
nômicas, que podem ser extremamente importantes e fazer com que aconteça
um crescimento equilibrado dentro da economia daquele país. Isso pode ajudar a
determinar se um país é rico ou pobre dentro da economia mundial

E, por fim, tentaremos entender como e por que crescemos na economia, quais
os fatores que nos levam a isso, e quais os fatores que atrapalham o nosso desen-
volvimento, esperando responder algumas questões:
• Por que uns são tão ricos e outros tão pobres?
• Qual o motor do crescimento econômico?
• Como entender os países que cresceram de forma milagrosa?

Essa nossa unidade nos levará a conhecer coisas extremamente interessantes


sobre o crescimento econômico, sobre novas teorias, teorias simplificadas e, por
fim, tentaremos trazer um resumo e as respostas às questões que com certeza já
foram levantadas durante o seu estudo nas unidades anteriores.

Vamos lá, abra a mente para o novo conhecimento.

Economia de Ideias
A economia de ideias foi inicialmente discutida por Paul Romer, em meados
dos anos 1980. Romer em sua tese demonstrava que principalmente as ideias não
eram produtos rivais. Dizia que os produtos como conhecemos se tornam rivais
pois não podem ser utilizados no mesmo momento. Por exemplo, se alguém está
usando um computador, só poderá usar aquele computador naquele momento;
se outra pessoa quiser usar um computador, precisará ter outro computador.

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O mesmo para serviços: um médico em um determinado horário só consegue
atender a uma pessoa, o próximo paciente deve esperar a sua vez de ser entendido.
Por isso, em sua maioria, produtos e serviços são rivais, o que é diferente das
ideias, elas não são rivais e podem ser utilizadas por muitas pessoas e empresas ao
mesmo tempo, basta você conhecer a ideia e saber utilizá-la.

Isso também difere muito das ideias dos bens e serviços, já que as ideias não são
exclusivas e os bens e serviços têm características exclusivas, conforme falamos
acima, por só uma pessoa ou empresa poder usar por vez. A Tabela 1 demonstra
o que pode ser entendido como bens rivais e não rivais, além de explicitar o seu
grau de exclusividade:
Tabela 1
Bens Rivais Bens Não Rivais
Alta
Serviços Legais
Sinais Codificadores
de Transmissão de
TV via Satélite
Aparelhos de Som

Códigos de Computador
CD’s
para aplicação de Softwares

Grau de Exclusividade
Manual de Operações
das lojas Wal-Mart

Paixes no Mar Defesa Nacional


P%D Básica

Insetos estéries para Cálculos


Baixa combate a pragas
Fonte: Jones (2000, p. 68)

Os bens não rivais precisam ser produzidos apenas uma vez para gerar o
benefício econômico futuro. Por exemplo, a lâmpada, ela com certeza foi objeto
de estudo por anos e anos, mas, quando foi criada, ela não tinha mais o custo de
P&D, ela só tinha o custo de produção e venda, o que faz dela um bem não rival;
bens rivais precisam sempre ser produzidos à medida que são vendidos.
Outro exemplo que podemos utilizar é se uma empresa de tecnologia gastar
milhares de reais ou dólares para produzir um software e conseguir fechar os
códigos tão perfeitamente que ninguém conseguirá copiá-los até que a patente
esteja quebrada, isso a torna detentora da tecnologia, de um bem não rival e que
gerará muitos lucros para a empresa detentora da ideia.
Ideias são bens valiosíssimos e devemos sempre saber cuidar das mesmas, em
sua maioria são bens não rivais e podem fazer com que uma empresa ou pessoa
lucre muito com elas.
A economia baseada em ideia é sem dúvida um campo que vem de muito tempo
e sempre existirá.

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UNIDADE Desenvolvimento e Ideias

Explor
Economia das Ideias: 4 passos para a transformação
POR DXC TECHNOLOGY
“Estamos na era da digitalização e, por meio da tecnologia, novas portas se abrem para
que as empresas inovem. Isso traz à tona a Economia das Ideias, na qual as companhias
precisam saber como se posicionar para potencializar os negócios”. É o que apontou Greg
Cherry, director strategic solutions architects, em sua apresentação no IoT Summit Week,
evento realizado nesta semana na sede da Hewlett-Packard Enterprise (HPE), em São Paulo.
Para ler o artigo na íntegra, acesse: https://goo.gl/vNPD6U

Crescendo à Velocidade Constante


A tecnologia pode ser destacada como um dos fatores que melhor define o cres-
cimento constante de nações desenvolvidas que crescem a taxas de 2% ao ano por
um longo tempo, isso se dá basicamente por conta da alteração de tecnologias, que
é algo constante e faz com que o crescimento seja uniforme.

Sempre que as empresas tentam melhorar algo, isso faz com que aconteça um
desenvolvimento tecnológico importante, “não é da benevolência do açougueiro,
do cervejeiro, ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas de sua busca de seus
próprios interesses” (JONES apud SMITH, 2000, p. 81).

Temos que ter em mente que as empresas melhoram a tecnologia não por
que elas estão pensando no crescimento da sociedade, mas sim porque elas estão
interessadas em aumentar os seus lucros.

O maior percursor desse modelo baseado em tecnologia é Paul Romer, um


estudioso de economia,
[...] a economia de Romer é baseada em três setores: bens finais, bens
intermediários e pesquisa. As razões de dois desses setores são claras:
algumas empresas geram produtos e outras, ideias. A razão do setor de
bens intermediários está relacionada à presença de retornos crescentes
(JONES, 2000, p. 92-93).

Para Romer e seu modelo, a tecnologia é a hélice que gira o motor do crescimento
econômico. O autor prega que esse progresso só acontece por conta de que os
pesquisadores estão atrás de lucro e fazem com que as suas ideias virem negócios
e gerem lucros a seus inventores.

Podemos entender que um país com mais estudiosos terá uma renda per capita
maior e um crescimento de seu PIB mais constante, pois estará sempre se renovando.

Também é verificado que os ganhos que a sociedade tem com as invenções,


muitas vezes, são maiores do que os lucros que seus inventores têm – isso é invisível
para quem cria, mas é nítido dentro das sociedades.

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Essa parte do nosso estudo demonstra o quanto a tecnologia é importante
dentro da sociedade, não só para seu desenvolvimento, mas também para o seu
crescimento econômico.
Explor

Como a Tecnologia Afeta a Economia: https://goo.gl/h8Ecj4

Simplificando os Modelos
Nesta parte do estudo, tentaremos entender por que algumas nações são tão
avançadas perante outras no que tange à questão tecnológica, qual o motivo de
isso acontecer e, claro, avaliando como isso tem total relação com o crescimento
e o desenvolvimento econômico de cada país.

O principal para a resposta do questionamento acima é que as nações desen-


volvidas têm um grande número de estudiosos e inventores, o que faz com que
elas se desenvolvam muito mais rápido. O que acontece muito é a transferência
dessa tecnologia para países mais pobres; mas, quando dessa transferência, essas
nações ganham um bom valor monetário, a qual ajudará ainda mais a sua renda
per capita, e não ajudará tanto assim o país que estará comprando a tecnolo-
gia. Então, por conta desse ciclo vicioso, é fácil explicar o motivo de os países
desenvolvidos continuarem a se desenvolver e os países que ainda não são tão
desenvolvidos sofrerem mais para conseguirem crescer.

A taxa de crescimento de cada país varia pela competência que esse tem
para utilizar as novas tecnologias que são descobertas, isso é facilmente visto
analisando o crescimento das nações nos últimos anos. Os Estados Unidos
cresceram na casa de 1%, enquanto o Japão cresceu à taxa de 5%, isso porque
o Japão soube implementar de melhor maneira as tecnologias desenvolvidas
pelos seus estudiosos.

Podemos entender que a taxa de crescimento não é o único fator a ser analisado
para se estudar o desenvolvimento de um país, também devemos considerar como
esse país está crescendo e verificar se o mesmo terá um crescimento sustentável
ao longo do tempo.

Top 10 países mais desenvolvidos do mundo


Explor

Nesta seleção, estão os 10 países mais desenvolvidos 1. Noruega 6. Alemanha


do mundo, de acordo com o novo relatório divulgado 2. Austrália 7. Nova Zelândia
pela Organização das Nações Unidas (ONU), com 3. Suíça 8. Canadá
números do Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) pelo mundo. O relatório de 2014 se refere aos 4. Holanda 9. Singapura
dados de consolidação em 2013: 5. EUA 10. Dinamarca
Para ler o artigo na íntegra, acesse: https://goo.gl/PajSSj

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UNIDADE Desenvolvimento e Ideias

Teorias Alternativas de Crescimento


O que é crescimento endógeno? Endógeno é o que se desenvolve internamente.
Quando falamos de economias de desenvolvimento endógenas, são aquelas que,
com mudanças em políticas econômicas e políticas públicas no longo prazo, podem
ser manipuladas e levadas para onde desejamos.

Contudo, se utilizarmos somente mudanças nas políticas, estaremos somente


pensando no curto prazo; a economia crescerá e, depois de um tempo, ela voltará
para o patamar normal de crescimento. O que precisamos é definir como crescer
continuamente sem perder a identidade da nação.

A verdade é que não temos a resposta para a questão de como fazer o cresci-
mento ser perene e estável. O governo pode aumentar a taxa de investimento em
educação e, dessa forma, poderíamos pensar que o aumento e desenvolvimento da
economia se tornaria padrão no longo prazo, mas, infelizmente, essa resposta não
é tão simples assim. Pode acontecer de o crescimento ser somente de longo prazo
e não permanente, devemos sempre analisar diversos fatores para saber sobre o
crescimento e desenvolvimento decorrente desses.

O que temos que ver é que, às vezes, mesmo países que crescem na mesma taxa
têm variações extremas na renda; crescer na mesma taxa não é se equiparar.

Agora, tentaremos responder as perguntas primordiais desta unidade:


• Por que uns são tão ricos e outros tão pobres?
• Qual o motor do crescimento econômico?
• Como Entender Os Países Que Cresceram De Forma Milagrosa?

Por que crescemos em Economia


Por que uns são tão ricos e outros tão pobres?
Essa resposta é dada utilizando dados sobre capital, instrução e produtividade.
Os países mais ricos utilizam uma boa fração do seu PIB e tempo em acumulação de
capital e em qualificações, contudo, não são ricos somente por isso, mas também
pela forma que utilizam esses insumos. Os EUA por exemplo utilizam muito bem
todos esses insumos, enquanto países pobres, além de não apresentarem uma
educação de nível bom e terem uma renda per capita baixa, não utilizam o que têm
de forma correta e inteligente.

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Qual o motor do crescimento econômico?
O motor do crescimento é a tecnologia, a inovação, com ela podemos crescer
em números enormes o desenvolvimento econômico e se desenvolver melhor.

Como aprendemos, as ideias não são rivais, elas são diferentes da maioria dos
bens econômicos. Então, para que uma nação, uma economia cresça, é necessário
que ela seja baseada em inovação e melhoria contínua de processos de tecnologia.

E como entender os países que cresceram de forma milagrosa?


As economias que cresceram milagrosamente em comparação com outros pa-
íses – como o Japão, por exemplo – são consideradas milagres, mas isso aconte-
ceu, pois, esses países estavam bem abaixo de sua linha estacionária e cresceram
demais em um determinado período – e, com certeza, depois desse período, volta-
rão ao crescimento normal.
Como se deu essa transformação? A resposta é dada implicitamente pela
nossa explicação a respeito da riqueza das nações. Se diferenças em in-
fraestrutura são um dos principais determinantes das diferenças de renda
entre países, então mudanças na infraestrutura dentro de uma economia
podem levar a mudanças de renda (JONES, 2000, p. 146).

Quando deslocamos as linhas estacionárias, isso gera milagres de crescimento


econômico. Essa unidade nos mostrou como funciona o crescimento das sociedades,
como a tecnologia é essencial para esse processo e os milagres de desenvolvimento
e crescimento, como uma hora esses voltam ao patamar normal de crescimento.

Como ocorreu o milagre econômico de Hong Kong - da pobreza à prosperidade:


Explor

https://goo.gl/UPZpDP

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UNIDADE Desenvolvimento e Ideias

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Desenvolvimento Econômico: Controvérsias em Torno de um Conceito
COSTA, Marcio Jorge Porangaba. Desenvolvimento Econômico: Controvérsias em
Torno de um Conceito. 1. ed. Maceió: Edufal, 2010.

 Vídeos
Educação e Desenvolvimento Econômico
https://youtu.be/twJvtXMPbRE

 Leitura
Japão Milagre Econômico e Sacrifício Social
https://goo.gl/qzTzYg
Economia, Tecnologia e Meio Ambiente: Comentários sobre
Aspectos Positivos e Normativos da Economia do Meio Ambiente
https://goo.gl/BD4SRT

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Referências
FERREIRA, P. et al. Desenvolvimento Econômico: uma perspectiva brasileira.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

JONES, I. C. Introdução à teoria do crescimento econômico. Rio de Janeiro:


Campus, 2000.

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