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Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Elementos Introdutórios à
Gestão da Tecnologia e Inovação
• Introdução;
• Atividade Inovativa;
• As Fontes de Informação e de Cooperação para Inovação;
• Sistemas de Inovação.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Introdução sobre o conceito e tipos de inovação;
• Apresentação do conceito de atividade inovativa;
• Apresentação da Classificação de Fontes de Informação para Inovação;
• Apresentação do Conceito de Sistema de Inovação e dados sobre o Sistema Nacional de
Inovação brasileiro.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Introdução
Segundo Schumpeter (1988), o desenvolvimento econômico é governado pela
inovação, por meio de um processo dinâmico em que as novas tecnologias suprem
as antigas, um processo determinado por ele como “destruição criadora”.
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não somente das Empresas que as desenvolvem, mas também outras Empresas que
as adotam e utilizam. Dessa forma, seus impactos se estendem ao Setor Econômico,
de lá para a competitividade nacional e internacional e, por fim, na balança comercial
(HAGE; MEEUS, 2006).
Para Tidd et al. (2005) e para Francis e Bessant (2005) existem 4 categorias de
inovação, sendo elas:
• Inovação de produto: mudanças nos produtos que uma Empresa oferece;
• Inovação de processo: mudanças na forma em que os produtos são criados
e entregues;
• Inovação de posição: mudanças no contexto em que os produtos são introduzidos;
• Inovação de paradigma: mudanças nos modelos mentais subjacentes que
orientam o que a Empresa faz.
Explor
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9
UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
10
Explor
Uma inovação pode ser classificada em mais de uma categoria. O Netflix, por exemplo, pode
tanto ser considerado inovação de processo (novo método de distribuição e, nesse caso, a
entrega de conteúdo para entretenimento de forma digital) quanto também inovação de
marketing (novo método de preços, diferente das locadoras de vídeo, que cobravam por lo-
cação, enquanto o Netflix cobra por mensalidade).
Quadro 2
Tipo de mudança Características
Incremental Melhoramentos e modificações cotidianas
Radical Saltos descontínuos na Tecnologia de produtos e processos.
Mudanças abrangentes afetando mais de um Setor e dando origem a novas
Novo sistema tecnológico
atividades econômicas.
Mudanças que afetam toda a Economia envolvendo mudanças técnicas e organizacionais,
Novo paradigma técnico-econômico alterando produtos e processos criando novas indústrias e estabelecendo trajetórias de
inovações por várias décadas.
Fonte: Tigre, 2014
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Tais revoluções não ocorrem com frequência, mas sua influência é pervasiva
e duradoura. Um paradigma não é apenas técnico, pois necessita de mudanças
organizacionais e institucionais para se consolidar. Uma mudança de paradigma
abrange vários clusters de inovações radicais e incrementais afetando quase todos
os ramos da Economia.
Atividade Inovativa
A inovação pode ser compreendida como parte de uma dinâmica, envolvendo
uma série de atividades inovativas. Mais do que os resultados em si, torna-se de
grande relevância retratar o processo de busca conduzido pelas Empresas e que se
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manifesta nos seus esforços inovativos, pois eles se constituem nos elementos cen-
trais da dinâmica evolutiva presente nos Mercados, em que as Empresas procuram
se tornar mais competitivas.
As opções disponíveis para uma Empresa que deseja inovar, isto é, mudar seus
ativos tecnológicos, capacidades e desempenho de produção são de três tipos: es-
tratégicas, de P&D e de não P&D (OCDE, 2005).
Cabe elucidar que Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) pode ser considerado todo trabalho
Explor
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Quadro 3
Oito grupos, segundo
Sete grupos, segundo Pintec/IBGE (2013)
Manual de Oslo (FINEP, 2005)
“Atividade interna de P&D: compreende o trabalho criativo, empreendido
de forma sistemática, com o objetivo de aumentar o acervo de conhecimen-
tos e o uso destes conhecimentos para desenvolver novas aplicações, tais
como produtos ou processos novos ou tecnologicamente novos. O desenho, a
“Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): enten- construção e o teste de protótipos e de instalações piloto constituem, muitas
dida como o trabalho criativo desenvolvido em vezes, a fase mais importante das atividades de P&D. Inclui, também, o de-
uma base sistemática a fim de aumentar o es- senvolvimento de software, desde que este envolva um avanço tecnológico
toque de conhecimento existente.” ou científico.”
“Aquisição externa de P&D: compreende as atividades descritas acima,
realizadas por outra organização (Empresas ou Instituições Tecnológicas) e
adquiridas pela Empresa.”
“Aquisição de outros conhecimentos externos: compreende os acordos de
“Aquisição de Tecnologia intangível: aquisi-
transferência de Tecnologia originados da compra de licença de direitos de
ção de Tecnologia na forma de patentes, licen-
exploração de patentes e uso de marcas, aquisição de know-how e outros
ças, know-how e serviços de conteúdo tecnoló-
tipos de conhecimentos técnico-científicos de terceiros, para que a Empresa
gico em geral.”
desenvolva ou implemente inovações.”
“Aquisição de tecnologia tangível: aquisição “Aquisição de máquinas e equipamentos: compreende a aquisição de
de máquinas e equipamentos de cunho tecno- máquinas e equipamentos, hardware, especificamente comprados para a
lógico conectados às inovações de produto e implementação de produtos ou processos novos ou tecnologicamente aper-
processo introduzidas pela Empresa.” feiçoados.”
“Início da produção: compreende as modi- “Treinamento: compreende o treinamento orientado ao desenvolvimento
ficações (retrabalho) de produto e processo, de produtos/processos tecnologicamente novos ou significativamente aper-
treinamento de pessoal nas novas técnicas e feiçoados às atividades inovativas da Empresa, podendo incluir aquisição de
lote experimental.” serviços tecnológicos especializados externos.”
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Oito grupos, segundo
Sete grupos, segundo Pintec/IBGE (2013)
Manual de Oslo (FINEP, 2005)
“Introdução das inovações tecnológicas no mercado: compreende as ati-
“Marketing de novos produtos: atividades em vidades de comercialização, diretamente ligadas ao lançamento de produto
conexão com o lançamento do novo produto a tecnologicamente novo ou aperfeiçoado, podendo incluir: pesquisa de Mer-
diferentes mercados, comercialização pioneira.” cado, teste de Mercado e publicidade para o lançamento. Exclui a construção
de Redes de Distribuição de mercado para as inovações.”
“Aquisição de software: compreende a aqui-
sição de software (de desenho, de Engenharia,
de processamento e transmissão de dados,
voz, gráficos, vídeos, para automatização de
processos etc.), especificamente comprados
para a implementação de produtos ou proces-
sos novos ou tecnologicamente aperfeiçoados. “Projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e a
Não inclui aqueles registrados em atividades distribuição: refere-se aos procedimentos e preparações técnicas para efe-
internas em P&D.” tivar a implementação de inovações de produto ou processo. Inclui plantas
e desenhos orientados para definir procedimentos, especificações técnicas
“Design: atividades relativas à definição de
e características operacionais necessárias à implementação de inovações de
procedimentos, especificações técnicas e as-
processo ou de produto. Inclui mudanças nos procedimentos de produção e
pectos operacionais necessários à produção do
controle de qualidade, métodos e padrões de trabalho e software requeridos
novo produto ou implementação do novo pro-
para a implementação de produtos ou processos tecnologicamente novos
cesso. O design artístico também é considerado
ou aperfeiçoados, assim como as atividades de Tecnologia Industrial básica
uma atividade inovativa quando diretamente
(metrologia, normalização e avaliação de conformidade), os ensaios e testes
relacionado ao novo produto ou processo (ou
(não incluídos em P&D) para registro final do produto e para o início efetivo
seja, design meramente estético não é conside-
da produção.”
rado atividade inovativa).”
“Engenharia Industrial: aquisição ou mudan-
ça nos equipamentos, ferramentas, procedi-
mentos de controle de qualidade, métodos e
padrões visando à manufatura do novo produ-
to ou aplicação do novo processo.”
Fonte: Adaptado de Parolin, 2008
45
40
38,1
35 35,6
33,9 33,4 Inovadoras
31,5 32,1 31,7
30 Inovadoras em
26,9 26,9 processo
25 25,2
22,9 Inovadoras em
20 20,3 19,5 produto
17,6 17,3 Empresas com
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P&D interno
10 10,3
5,9 5,5
5 5
4,2
0
2000 2003 2005 2008 2011
Figura 1 – Taxas de inovação e de incidência de P&D interno
Fonte: IBGE, 2013
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Como visto na Figura 1, o nível de Empresas com P&D interno no Brasil aumen-
tou entre o período de 2008 e 2011, entretanto, ainda constitui o segundo nível
mais baixo auferido pela PINTEC no período analisado.
No que se refere ao gasto com P&D externo nas Indústrias (no qual se inclui a
relação com ICTs), este aumentou somente 0,4% na composição de gastos em ati-
vidades inovativas entre os períodos de 2008 e 2011.
As Fontes de Informação
e de Cooperação para Inovação
O processo de inovação pode ser favorecido por diversas fontes de informação –
como fontes internas (dentro da Empresa), fontes externas (de Mercado, Educacio-
nais e de Instituições de Pesquisa) e outras informações – e pode ser prejudicada
por fatores econômicos, referentes à Empresa ou não, conforme visto no quadro 4
(OCDE, 2005).
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Com o objetivo de levantar informações que visem à construção de indicado-
res nacionais e regionais das atividades de inovação nas Empresas, Indústrias, de
eletricidade e gás e de serviços selecionados, compatíveis com as recomendações
internacionais em termos conceituais e metodológicos, o IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) promove a PINTEC (Pesquisa de Inovação) com intuito
de analisar a inovação nas Empresas situadas no território brasileiro.
Segundo os dados PINTEC 2013 (Figura 2), entre as principais fontes de infor-
mação para inovação constam as Redes de Informações informatizadas (como a
web, por exemplo), fornecedores, clientes e outras áreas da Empresa.
Figura 2 – Importância atribuída às fontes de informação para inovação, pelas Empresas que implementaram
inovação de produtos ou processo, por Setores de atividades – Brasil – período de 2009-2011
Fonte: PINTEC, 2013
Sistemas de Inovação
Um Sistema de Inovação é o conjunto de organizações que envolve Empresas
e várias Organizações de suporte, tais como Universidades, Institutos de Pesquisa,
Centros de Formação e Treinamento, Escolas Técnicas, Empresas de Consultoria,
Organizações de Metrologia, Patentárias etc. Logo, as Empresas são parte do Sis-
tema de Inovação, que pode ser examinado pela perspectiva nacional, regional e/
ou setorial (FIGUEIREDO, 2011).
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Por fim, Edquist (2004) considera que Sistemas de Inovação são os determi-
nantes do processo de inovação, ou seja, todos os fatores econômicos, sociais,
políticos, organizacionais, institucionais e outros fatores que influenciam o desen-
volvimento, difusão e uso das inovações.
Um Sistema de Inovação pode assumir diferentes graus de maturidade. Quanto mais houver
Explor
Logo, as Empresas são parte do Sistema de Inovação, que pode ser examinado
pela perspectiva nacional, regional, local e/ou setorial (FIGUEIREDO, 2011).
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De maneira mais específica, essas Organizações de apoio são aqui definidas
como um conjunto de arranjos institucionais, organizados com o objetivo básico
de facilitar a disseminação de Tecnologia e outros conhecimentos relacionados,
de fontes relevantes para as Empresas e outras Organizações, para auxiliá-las no
desenvolvimento de suas capacidades tecnológicas e na adoção, produção e comer-
cialização de inovações.
Em geral, tais arranjos são criados e/ou mantidos por meio da provisão de recur-
sos (financeiros) públicos que permitem que a oferta de serviços, antes mencionada,
ocorra a um preço abaixo do Mercado. Essa perspectiva sobre a infraestrutura
tecnológica transcende a abordagem convencional de infraestrutura física – ba-
seada somente no capital físico e humano, mas envolve, também, elementos ins-
titucionais e organizacionais que apoiam as atividades inovadoras das Empresas
(FIGUEIREDO, 2011).
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação
PHILIPPI JR., A.; S. NETO, A. J. Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e
Inovação. São Paulo: Manole, 2010.
Gestão da inovação e do conhecimento
POSSOLI, G. E. Gestão da inovação e do conhecimento. InterSaberes: São Paulo,
2012. 172p.
Inovação em produtos e serviços
PAIXÃO, M. V. Inovação em produtos e serviços. InterSaberes: São Paulo, 2014.
184 p.
Vídeos
O que é inovação: tipos e grau – Prof. Mario Salerno
https://youtu.be/jueaPN_3Kt8
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Referências
BRASIL. Lei 10.973, de 2 de dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à ino-
vação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras pro-
vidências. Disponível em: <http://www2.planalto.gov.br/>. Acesso em: mar. 2013.
JONES, O.; TANG, N. Innovation in product and process: the implications for
technology strategy. International Journal of Manufacturing Technology and
Management, v. 1, p. 464-77, 2000.
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NELSON, R. R. National Innovation Systems: a comparative analysis. Nova
Iorque: Oxford University, 1993.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da Inovação. 3.ed. São Paulo:
Bookman, 2005.
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Material Teórico
Fontes de Inovação na Empresa
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Fontes de Inovação na Empresa
• Introdução;
• Fontes de Conhecimento para a Inovação;
• Desenvolvimento Tecnológico Próprio;
• Inovação Aberta e Inovação pelo Usuário;
• Transferência de Tecnologia;
• Conhecimento Tácito e Conhecimento Codificado;
• Propriedade Intelectual;
• Fontes de Inovação na Indústria Brasileira.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar conceitos sobre fontes de conhecimento para a inovação, desenvolvimen-
to tecnológico, inovação aberta, transferência de tecnologia, conhecimento tácito e
codificado, propriedade intelectual e fontes de inovação da indústria brasileira.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Introdução
A literatura sobre inovação mostra que a tecnologia não é apenas exógena e nem
totalmente endógena à empresa. Ou seja, o conhecimento da organização é estru-
turado mediante diferentes fontes de tecnologia e de aprendizado, que podem ser
de origem externa ou interna, e que são utilizadas pelas organizações para lançar
novos produtos, melhorar processos, adotar novos métodos de gestão organizacional
e aumentar a competitividade. Nesta unidade, iremos identificar as diversas fontes
de tecnologia utilizadas pelas empresas, discutir suas características, oportunidades
e limitações, bem como levantar seus impactos potenciais sobre a competitividade.
Quadro 1
Fontes de Tecnologia Exemplos
P&D, engenharia reversa, participação em redes
Desenvolvimento tecnológico próprio
de pesquisa.
Licenças e patentes, contratos com universidades e centros
Contratos de transferência de tecnologia
de pesquisa.
Tecnologia incorporada Máquinas, equipamentos e software embutido.
Livros, manuais, revistas técnicas, internet, feiras e exposições,
Conhecimento codificado
software aplicativo, cursos e programas educacionais.
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Fontes de Tecnologia Exemplos
Aprendizado cognitivo, contratação de RH experiente,
Conhecimento tácito consultores, informações de clientes e fornecedores,
estágios e treinamento prático.
Processo de aprender fazendo, usando, interagindo, etc.
Aprendizado cumulativo
devidamente documentado e difundido na empresa.
Fonte: Tigre (2014)
Os projetos de P&D nas empresas podem ter origem tanto na área de vendas,
através da identificação de novas demandas do mercado (demand pull), quanto
nas áreas técnicas que buscam oportunidades tecnológicas para inovar (technology
push). As empresas mais orientadas para o mercado, nas quais a área comercial
tem maior peso nas decisões estratégicas, costumam correr menos riscos. As áreas
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UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
O orçamento de P&D de uma empresa varia muito em função de sua estratégia tecno-
lógica e do setor de atividades em que atua. As empresas que desenvolvem atividades
formais de P&D são geralmente de grande porte, embora também existam pequenas
empresas inovadoras, principalmente em novos segmentos industriais. Os esforços de
P&D são geralmente medidos pelo percentual desses gastos em relação ao faturamento
da empresa. Os setores de aeronáutica, farmacêutico e de microeletrônica costumam
gastar mais de 10% de seu faturamento em atividades de P&D, enquanto setores menos
dinâmicos tecnologicamente investem em média menos de 1%.
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Inovação Aberta e Inovação pelo Usuário
Os custos crescentes de P&D, associados a ciclos de vida do produto cada
vez mais curtos, têm levado algumas empresas a lançar programas de inovação
aberta (open innovation) e inovação pelo usuário. O termo Open Innovation,
em português, Inovação Aberta (IA), surgiu com o autor Chesbrough (2003). Em
seu livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting
from Technology”, o autor aborda os obstáculos para as empresas manterem-se
inovadoras utilizando apenas seus recursos internos. Assim, Chesbrough (2003)
expõe observações sobre a experiência de algumas empresas em utilizarem novas
formas de gerar inovação tecnológica, diante disso, propõe um novo modelo de
geração de inovação – o modelo Open Innovation. Autores como Dosi (1988),
Freeman (1999), dentre outros, já destacavam a interação entre partes externas
e os membros internos da empresa como forma de prospectar possibilidade de
desenvolvimento de novos conhecimentos e inovação.
Ciência e
Tecnologia Novos mercados
Mercado atual
Novos
Projetos de Limites da produtos/serviços
pesquisas empresa
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11
UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Sendo assim, compreende-se que a IA torna as fronteiras das empresas cada vez
mais permeáveis aos ambientes que a circundam, favorecendo suas funções de ne-
gócios e de gestão, minimizando a inércia organizacional e adaptabilidade ao meio
ambiente, possibilitando, com isso, a criação de valor e vantagem competitiva para
o negócio (HUANG et al., 2013).
Uma variante desse processo é a inovação pelo usuário, que parte da ideia de
que muitos produtos e serviços são desenvolvidos ou aperfeiçoados por clientes
durante o processo de implementação e uso. Isso ocorre porque os produtos são
originalmente desenvolvidos de forma genérica e, quando usuários individuais se
defrontam com problemas particulares não compartilhados com outros usuários,
eles precisam fazer modificações, ou mesmo desenvolver produtos inteiramente
novos para atender suas necessidades. Frequentemente, usuários compartilham
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suas ideias com fabricantes, levando-os a incorporá-las em seus produtos. Isso in-
clui inovações na forma de usar um produto, na prestação de serviços associados,
na configuração de tecnologias e no desenvolvimento de novas tecnologias propria-
mente ditas (TIGRE, 2014).
Transferência de Tecnologia
O processo de transferência de tecnologia envolve diferentes formas de transmis-
são de conhecimentos, incluindo contratos de assistência técnica, em que a empre-
sa obtém ajuda externa para iniciar o processo produtivo, solucionar problemas ou
lançar novos produtos, obtenção de licenças de fabricação, utilização de patentes e
marcas registradas e a aquisição de serviços técnicos de engenharia (TIGRE, 2014).
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UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Conhecimento Tácito
e Conhecimento Codificado
A natureza do conhecimento utilizado em atividades econômicas é usualmente
dividida em codificada e tácita. O conhecimento codificado é apresentado sob a
forma de informação, por meio de manuais, livros, revistas técnicas, software,
fórmulas matemáticas, documentos de patentes, bancos de dados etc. A codifi-
cação permite que o conhecimento seja transmitido, manipulado, armazenado e
reproduzido. Já o conhecimento tácito envolve habilidades e experiências pesso-
ais ou de grupo, apresentando um caráter mais subjetivo. Tal conhecimento difi-
cilmente é passível de transmissão objetiva e, portanto, não pode ser facilmente
transformado em informação. O conhecimento tácito permite a diferenciação da
capacitação entre diferentes empresas, pois constitui uma vantagem competitiva
única. A forma mais comum de se adquirir conhecimento tácito é através da ges-
tão do conhecimento, da acumulação de experiência e da contratação de consul-
tores e profissionais de outras empresas (FIGUEIREDO, 2011).
O conhecimento codificado é mais fácil de transferir, mas sua rápida evolução limita
seus benefícios para quem não adquire a capacitação necessária para aprender a deco-
dificar o conhecimento. A codificação cria a possibilidade de transformar informação em
mercadoria, mas seu valor será muito limitado para aqueles que não têm a capacitação
necessária para compreender e utilizar produtivamente o conhecimento (TIGRE, 2014).
Propriedade Intelectual
O valor de uma determinada tecnologia geralmente depende das condições de
apropriabilidade, ou seja, da possibilidade de o inventor ou inovador manter exclu-
sividade sobre a tecnologia por um determinado período de tempo. Tal controle é
geralmente exercido através da propriedade intelectual sobre bens imateriais, por
meio de patentes. Em alguns casos, a tecnologia não é patenteável, e a proteção é
mantida por segredo industrial. Uma tecnologia facilmente imitável leva os rendi-
mentos monopolistas de uma inovação a quase zero (TIGRE, 2014).
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O modelo de utilidade se refere mais a um detalhe de funcionamento, ou de uti-
lização, do que, propriamente, de estética ou configuração. Trata-se de um disposi-
tivo ou forma nova conferida a um objeto conhecido visando aumentar ou facilitar
sua capacidade de utilização. Por exemplo, uma nova engrenagem em um isqueiro
ou um novo dispositivo para abertura de uma lata constitui um modelo de utilidade
passível de ser patenteado.
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UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
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Apesar de atribuir menor importância relativa às atividades de P&D, o cruza-
mento com dados factuais da PINTEC revela que as empresas brasileiras estão
inovando mais: no período 2012 a 2014, do universo de 132.529 empresas com
10 ou mais pessoas ocupadas, 47.693 implementaram produtos ou processos no-
vos ou significativamente aprimorados, perfazendo uma taxa geral de inovação de
36,0%. Houve uma diferença foi de 0,3 ponto percentual acima do verificado no
triênio 2009-2011, quando então a taxa havia sido de 35,7%.
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UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação
PHILIPPI JUNIOR, A.; NETO, A. J. S. Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia
e Inovação. São Paulo: Manole, 2010. (e-book)
Gestão da inovação e do conhecimento
POSSOLI, G. E. Gestão da inovação e do conhecimento. InterSaberes: São Paulo,
2012. 172 p. (e-book)
Inovação em produtos e serviços
PAIXÃO, M. V. Inovação em produtos e serviços. InterSaberes: São Paulo, 2014.
184 p. (e-book)
Leitura
Manual de Oslo
OCDE. Manual de Oslo.
https://bit.ly/2n8EOK6
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Referências
CHESBROUGH, H. W.; BOGERS, M. Explicating open innovation: clarifying
na emerging paradigm for understanding innovation. New Frontiers in Open
Innovation. Oxford: Oxford University Press, Forthcoming, pp. 3-28, 2014.
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Material Teórico
Inovação e Estratégia Competitiva
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Inovação e Estratégia Competitiva
• Introdução;
• Estratégia Ofensiva;
• Estratégia Defensiva;
• Estratégia Imitativa;
• Estratégia Dependente;
• Estratégia Tradicional;
• Estratégia Oportunista.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar os diferentes tipos de estratégias tecnológicas relacionadas à adoção de
inovações e sua relação com a competitividade.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Inovação e Estratégia Competitiva
Introdução
As múltiplas incertezas que cercam a atividade econômica levam as empresas a
desenvolverem, de maneira explícita ou implícita, estratégias competitivas que faci-
litem seu posicionamento no mercado em que atuam. As estratégias são fundamen-
tadas na avaliação das ameaças e oportunidades externas e da capacidade interna
da firma de responder a esses desafios e influenciar o ambiente externo (PORTER,
1996). Ela pode ser definida como a seleção e implantação de um conjunto de
objetivos com vistas a adaptar a empresa ao ambiente externo ou modificá-lo para
melhorar suas chances de sucesso.
Estratégia Ofensiva
A estratégia ofensiva de inovação é adotada por empresas que buscam liderança
tecnológica em determinados segmentos da indústria. A inovação pode estar no
projeto do produto, no processo de produção, no modelo de negócios, na forma
de prestação de um serviço, no modo de relacionamento com clientes, na logística
de distribuição ou no desenvolvimento de design original. O inovador geralmente
corre grandes riscos inerentes à inovação pioneira, pois introduz uma ideia ainda
não testada no mercado (FREEMAN; SOETE, 1997).
A empresa que adota uma estratégia inovadora ofensiva precisa contar com boa
capacidade criativa e técnica, seja internamente ou através do acesso privilegiado
a laboratórios e centros de pesquisa e da relação exclusiva com consultores e for-
necedores de insumos e serviços críticos. A inovação dificilmente tem uma origem
única, sendo frequentemente resultado da combinação de diversos elementos e
pacotes tecnológicos. Para absorver e gerar novos conhecimentos, as empresas
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pioneiras necessitam contar com quadros técnicos qualificados em diferentes áreas,
um recurso encontrado mais tipicamente em grandes empresas com atividades
formalizadas de pesquisa e desenvolvimento (TIGRE, 2014).
A empresa que adota uma estratégia ofensiva deve estar preparada para
investir em longo prazo e assumir riscos. Não pode esperar retornos imediatos,
pois os clientes precisam ser induzidos a experimentar o novo produto. Assim, a
progressiva capitalização do empreendimento é crítica para o sucesso. Quando
uma empresa introduz uma inovação, mas não conta com os recursos necessários
para desenvolvê-la adequadamente, acaba por criar espaços para concorrentes em
melhores condições para ocupar o mercado criado. Os nichos não permanecem
abertos para sempre e, à medida que crescem e se tornam mercados relevantes,
serão fatalmente visados por empresas maiores. Empresas bem-sucedidas na criação
de um mercado são geralmente obrigadas a investir continuamente em P&D e
marketing de forma a aperfeiçoar o produto e desenvolver o mercado. Por isso
empresas inovadoras de pequeno porte bem-sucedidas costumam ser absorvidas
por empresas maiores.
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UNIDADE Inovação e Estratégia Competitiva
Importante! Importante!
A estratégia inovadora ofensiva envolve não apenas P&D, mas também funções igual-
mente importantes, como propaganda e marketing, logística e criação e adaptação de
novas rotinas organizacionais. Serviços inovadores precisam funcionar bem e estar in-
tegrados aos demais setores da empresa. Quando os novos produtos e serviços diferem
muito dos preexistentes no mercado, a empresa inovadora precisa educar seus clientes
potenciais por meio de cursos, material de apoio, testes gratuitos, promoções e boa as-
sistência técnica ao usuário. Além de recursos financeiros, a estratégia inovadora requer
capacitação dos recursos humanos nas áreas comercial e administrativa.
Estratégia Defensiva
Poucas empresas estão dispostas a seguir uma estratégia ofensiva e mantê-la
consistentemente em todas as áreas em que atuam. Mesmo as tipicamente inovado-
ras podem mesclar tecnologias maduras e avançadas visando formar um “mix” de
produto mais seguro. Agindo seletivamente em relação à introdução de inovações,
as empresas procuram evitar incertezas e erros que levam muitos pioneiros a su-
cumbir. O sucesso inicial em uma inovação pode levar a uma atitude mais cautelosa
no sentido de consolidar os resultados obtidos. A opção defensiva pode também ser
involuntária, diante da rápida evolução da tecnologia, pois muitos inovadores são
superados por concorrentes mais rápidos em introduzir novos produtos e serviços
no mercado (FREEMAN; SOETE, 1997).
A empresa que adota uma estratégia defensiva não quer correr o risco de ser a
primeira a inovar, mas também não quer ser deixada para trás em termos tecnoló-
gicos. Ela espera aprender com os erros dos pioneiros e aproveitar a abertura de
um novo mercado para oferecer soluções mais seguras e consistentes. Em muitos
casos, a empresa defensiva tem uma marca conhecida no mercado e conta com
boa capacitação em áreas complementares, como produção e distribuição, e apro-
veita essas vantagens para superar os inovadores ofensivos. A estratégia defensiva
não pretende apenas copiar os inovadores, mas sim superá-los. Para isso, é neces-
sário investir muito em capacitação técnica própria (TIGRE, 2014).
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A estratégia defensiva é típica dos mercados oligopolistas e está associada à
diferenciação de produtos. Para a empresa oligopolista, a inovação defensiva é
um “seguro” contra o risco de obsolescência tecnológica de sua linha de pro-
dutos, permitindo que a empresa reaja e se adapte às mudanças tecnológicas
introduzidas por seus concorrentes. As empresas tradicionais, líderes em seus
mercados, tipicamente têm capacidade tecnológica para inovar, mas preferem
esperar que outras empresas assumam o ônus de lançar novos produtos, cor-
rendo os riscos inerentes à aceitação do mercado. Caso o produto seja um
sucesso, as líderes vão reagir lançando produtos que incorporam as principais
novidades. Considerando que uma empresa líder não pode ficar muito tempo
atrás dos inovadores, ela precisa ser capaz de responder de modo rápido quan-
do decidir efetivamente adotar a nova tecnologia. Para manter sua parcela de
mercado, a empresa defensiva precisa desenvolver produtos tão bons quanto os
do concorrente e incorporar novas características que os diferenciem em visual,
preço e desempenho (FIGUEIREDO, 2011).
Empresas com um amplo parque instalado têm interesse em prolongar o ciclo de vida de
produtos que, mesmo maduros, ainda gozam da preferência do mercado. Tais produtos
contam com pelo menos três vantagens competitivas frente às inovações mais recen-
tes: a) são produtos amplamente utilizados por consumidores aprisionados pelo hábito;
b) são fabricados por meio de processos produtivos otimizados ao longo do tempo em
função das oportunidades de aprendizado dinâmico; e c) os custos de desenvolvimento
já foram amortizados, permitindo preços competitivos. Nessas condições, empresas líde-
res procuram retardar ou reverter o processo de obsolescência tecnológica, por meio de
inovações incrementais que ofereçam uma sobrevida a seus produtos de sucesso.
Estratégia Imitativa
Ao contrário dos inovadores defensivos que pretendem apreender com os erros
dos pioneiros e aprimorar a nova tecnologia, a empresa que adota a estratégia imi-
tativa não aspira ser líder ou ter lucros extraordinários com a introdução da inova-
ção. Ela pretende apenas marcar sua presenta no mercado, oferecendo um produto
semelhante aos existentes. O tempo de defasagem da introdução do produto vai
depender das circunstâncias particulares do mercado, da região ou país. Quanto
maior a proteção ao mercado local, maior a viabilidade de uma estratégia imitativa
(FREEMAN; SOETE, 1997).
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UNIDADE Inovação e Estratégia Competitiva
Importante! Importante!
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Estratégia Dependente
As empresas que adotam uma estratégia dependente assumem um papel su-
bordinado em relação a outras empresas mais fortes. Elas não tomam a iniciativa
de promover mudanças técnicas em seus produtos ou processos a não ser por
demanda explícita de seus clientes ou de seus controladores e dependem de outras
empresas para obter as instruções técnicas necessárias para inovar. Geralmente
não contam com capacitação própria para alterar o processo produtivo ou lançar
novos produtos, buscando apenas operar os equipamentos existentes de forma
eficiente. A estratégia dependente não é necessariamente uma opção voluntária da
firma, mas pode ser uma exigência de seus parceiros comerciais ou controladores.
Há pelo menos quatro tipos de modelos de negócios que se apoiam em estratégias
tecnológicas dependentes (FREEMAN; SOETE, 1997).
O primeiro é adotado por empresas que fabricam produtos para serem comer-
cializados sob a marca de terceiros. Nesse caso, o produto precisa ser exatamente
como especificado pelo comprador que para isso fornece o desenho do produto
e os parâmetros de qualidade. Dessa forma, a dependência comercial pode levar
também à dependência tecnológica. Apesar de ser uma opção segura de acesso
ao mercado, tal estratégia comprime as margens de lucro, pois o fornecedor está
sempre em concorrência direta com outros fornecedores da rede em todo o mundo.
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UNIDADE Inovação e Estratégia Competitiva
Estratégia Tradicional
A empresa que adota uma estratégia tradicional praticamente não muda seus
produtos, seja porque o mercado não demanda mudanças ou porque a concor-
rência também não inova. Ela geralmente não conta com capacidade técnica para
iniciar mudanças, mas pode desenvolver inovações incrementais e fazer pequenas
alterações no processo ou no design do produto com base na experiência prática
de seus colaboradores (FREEMAN; SOETE, 1997).
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Um tipo particular de empresa que adota uma estratégia tradicional é aquela que
conta com um produto conhecido do mercado ou cuja reputação está justamente no
caráter artesanal de sua fabricação. Nesse caso, as mudanças no produto ou na em-
balagem não são bem aceitas pelos consumidores. Produtos alimentícios oriundos de
regiões demarcadas, doces e cachaças “da roça” têm sua reputação construída junto
aos consumidores pelo seu caráter tradicional, então mudanças no processo produti-
vo são evitadas pelo risco de descaracterizar o produto (TIGRE, 2014).
Estratégia Oportunista
Essa estratégia tecnológica está associada à exploração de nichos de mercado
ou oportunidades temporárias. Sempre existe a possibilidade de empreendedores
identificarem alguma nova oportunidade em mercados em rápida transformação
que não requeira grandes investimentos em P&D. Algumas empresas conseguem
prosperar encontrando um nicho de mercado que ninguém havia percebido antes
e, assim, ir de encontro a uma demanda específica do mercado. Imaginação e
conhecimento das necessidades de grupos de consumidores são, nesse caso, ingre-
dientes mais importantes do que capacitação técnica (FIGUEIREDO, 2011).
Em Síntese Importante!
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UNIDADE Inovação e Estratégia Competitiva
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação
PHILIPPI JUNIOR, A.; NETO, A. J. S. Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia
e Inovação. São Paulo: Manole, 2010. (E-book)
Gestão da Inovação e do Conhecimento
POSSOLI, G. E. Gestão da inovação e do conhecimento. InterSaberes: São Paulo,
2012. 172 p. (E-book)
Inovação em Produtos E Serviços
PAIXÃO, M. V. Inovação em produtos e serviços. InterSaberes: São Paulo, 2014.
184 p. (E-book)
Vídeos
Michael Porter - Estratégia Competitiva
https://youtu.be/SKROW1BxpUA
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Referências
FIGUEIREDO, P. N. Gestão da Inovação: Conceitos, métricas e experiências de
empresas no Brasil. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da Inovação. 3. ed. São Paulo:
Bookman, 2005.
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Material Teórico
Capacidade de Inovação e Inovações Organizacionais
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Capacidade de Inovação
e Inovações Organizacionais
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar conceitos sobre capacidade de inovação, relações interorganizacionais de
aprendizagem, controle da qualidade total, produção celular, reengenharia de processos
de negócios e terceirização.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Capacidade de Inovação e Inovações Organizacionais
Capacidade de Inovação
em Economias Emergentes
De acordo com Figueiredo (2011), as empresas de economias emergentes tor-
naram-se uma categoria específica de pesquisa em relação às suas características
tecnológicas e o contexto em que surgem e se desenvolvem.
Uma das principais características tecnológicas distintivas das empresas de eco-
nomias em desenvolvimento – também denominadas latecomers – é sua deficiência
inicial de recursos ou capacidades tecnológicas. Em geral, iniciam o seu negócio à
base de tecnologia que adquiriram de empresas de outros países. Uma vez que ini-
ciam sua operação sob condição de não serem competitivas no mercado mundial,
o seu problema básico é a maturação industrial ou acumulação de capacidade tec-
nológica para se tornarem internacionalmente competitivas (FIGUEIREDO, 2011;
BELL; PAVITT, 1993, 1995).
Sabe-se também que as latecomers são geralmente deslocadas de fontes-cha-
ve internacionais de tecnologia, tais como os bem equipados centros de P&D
e universidades e também dos mercados internacionais que desejam fornecer
(FIGUEIREDO, 2011).
Geralmente as latecomers operam em contexto de escassez de profissionais
qualificados e escassez de organizações de apoio às suas atividades de inovação
(por exemplo, metrologia, centros de treinamento profissionais equipados, escolas
técnicas, institutos de pesquisa etc.). De acordo com Figueiredo (2011), suas princi-
pais características são:
• Entrada tardia na indústria, ou seja, muito depois daquelas empresas líderes
de países hoje tecnologicamente e industrialmente avançados. Ocorre que a
inserção de empresas de países em desenvolvimento na indústria e no merca-
do depende de condições estruturais como o processo de industrialização em
nível nacional, de criação da demanda interna, de condições macroeconômi-
cas, os quais, por sua vez, associam-se às condições históricas específicas de
desenvolvimento de cada país;
• Geralmente começam seu negócio à base de tecnologia importada de outras
empresas e de outros países (tecnologicamente avançados);
• Operam em contexto que, em geral, tende a ser carente de organizações de me-
trologia para apoiar suas atividades de produção, de escolas técnicas e de uni-
versidades para lhes fornecer recursos humanos adequadamente qualificados,
de institutos e de laboratórios de pesquisa para apoiar suas atividades tecnológi-
cas mais sofisticadas como testes, análises e prototipagem, por exemplo. Resu-
mindo, a infraestrutura tecnológica que a cerca tende a ser, em geral, precária;
• Geralmente está distante dos mercados onde deseja inserir seus produtos e
serviços. Além disso, encontra várias barreiras mercadológicas, que envolvem
desde a falta de credibilidade inicial, exigências de certificações específicas
8
até barreiras comerciais (de natureza política) aos seus produtos e serviços nos
mercados que deseja atingir;
• Algumas podem ser empresas locais (privadas – grandes, médias ou peque-
nas – ou estatais), subsidiárias de empresas transnacionais (ETNs) ou ETNs de
economias em desenvolvimento;
• Podem apresentar tipos e níveis diferenciados de capacidades tecnológicas,
tanto em nível de produção como de inovação, de forma que algumas podem
estar operando distantes da fronteira internacional de inovação, mas próximas
ou mesmo na fronteira internacional de produção;
• Algumas podem operar próximas da fronteira internacional de produção, en-
quanto outras podem estar ocupando posições de liderança tanto na fronteira
internacional de produção como de inovação juntamente com suas congêneres
de outros países;
• Pode haver empresas que já se encontram em estágio de geração de tecnologia
e inovações, que são as empresas localizadas na fronteira tecnológica, bem
como aquelas que ainda se encontram nos estágios menos avançados, desen-
volvendo e aperfeiçoando suas capacidades através de esforços em que domi-
nam as capacidades técnicas, de engenharia e desenvolvimento, em grande
parte, relacionadas a tecnologias existentes, buscando se aprofundar para se
juntar ao grupo de empresas com capacidades tecnológicas mais complexas.
Esse segundo grupo encontra-se nos mais diversos estágios, umas ainda foca-
das no desenvolvimento de capacidades mais básicas, enquanto outras já se en-
contram em posição mais avançada, com domínio de capacidades um pouco
mais complexas, mas ainda abaixo daquelas apresentadas pelas empresas tec-
nologicamente mais maduras. As empresas de economias em desenvolvimento
podem se situar em diferentes estágios de capacidade tecnológica, conforme a
complexidade da tecnologia e seu tempo no mercado, em um modelo chama-
do “escada tecnológica” (Figura 1).
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UNIDADE Capacidade de Inovação e Inovações Organizacionais
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Nível de Capacidade Tecnológica
Capaz de realizar atividades inovativas que são, em sua maioria,
Intermediário adaptações de tecnologias existentes, P&D não formal, diferentes tipos de
experimentação baseada em engenharia ou criação.
Capaz de realizar atividades inovativas que são, em sua maioria, baseadas
Básico
na experiência e novas somente para a empresa.
Fonte: Figueiredo (2011)
Processos Interorganizacionais
de Aprendizagem: Vínculos entre
Empresas e Demais Organizações
de Apoio ao Sistema de Inovação
Embora o desenvolvimento de capacidade tecnológica industrial ocorra prima-
riamente dentro de empresas (BELL; PAVITT, 1995), as demais organizações do
sistema de inovação (universidades e seus diversos departamentos, institutos públi-
cos e privados de pesquisa, centros de formação e treinamento, consultorias, dentre
outros) podem contribuir para o processo inovador em nível de empresas. Por isso
é ponto comum em documentos de política tecnológica no Brasil a recomendação
de fortalecimento dos vínculos entre empresas e as demais organizações que com-
põem os sistemas local, regional e/ou nacional de inovação (FIGUEIREDO, 2011).
Em geral, tais arranjos são criados e/ou mantidos através da provisão de recur-
sos (financeiros) públicos que permitem que a oferta de serviços, antes mencio-
nada, ocorra a um preço abaixo do mercado (VEDOVELLO; GODINHO, 2003).
Essa perspectiva sobre a infraestrutura tecnológica transcende a abordagem con-
vencional de infraestrutura física – baseada somente no capital físico e humano,
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11
UNIDADE Capacidade de Inovação e Inovações Organizacionais
Nesse sentido, Figueiredo (2011) propõe uma métrica para análise da natureza
das interações que podem ser estabelecidas entre a indústria e a infraestrutura tec-
nológica. A métrica considera se as interações são baseadas, ou não, no estabele-
cimento de contratos formais entre os parceiros, no compromisso dos vários atores
envolvidos, assim como no pagamento, ou não, de taxas para que as mesmas se
efetivem. As interações que emergem dessas considerações são agrupadas em três
diferentes conjuntos: ligações informais, ligações vinculadas à formação e aperfeiço-
amento de recursos humanos e ligações formais, descritas no quadro 2.
Fonte: Figueiredo (2011) com base em Vedovello (1995) e Vedovello e Figueiredo (2006)
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Inovações Organizacionais
Desde o tempo de Adam Smith, a busca pelo aperfeiçoamento das formas tradi-
cionais de realizar tarefas produtivas por meio da observação e da experiência é vista
como a mais importante fonte de produtividade da indústria. No início do século XX,
Taylor deu um caráter mais científico às inovações organizacionais, permitindo o desen-
volvimento da linha de montagem. Desde então, sucessivas inovações organizacionais
vêm permitindo o avanço da produtividade, de forma isolada, ou associada a inovações
tecnológicas. A empresa multidivisional proposta por Alfred Sloan para a General
Motors, na década de 1930, a redução dos custos de transação por meio da verticaliza-
ção da produção, a busca de economias de escopo e a concentração em competências
centrais a partir dos anos 1980 são exemplos de estratégias organizacionais que tive-
ram grandes impactos na estrutura da indústria global.
Uma inovação organizacional pode ser definida como implementação de um
novo método organizacional na rotina operacional de uma empresa, na or-
ganização do trabalho ou em suas relações externas. Destacamos, pela sua
importância para a competitividade industrial, cinco inovações organizacionais
que vêm se difundindo em resposta aos desafios competitivos defrontados pelas
empresas contemporâneas. A primeira se refere ao Just-in-Time, uma técnica
que evita a ociosidade dos insumos materiais e permite grandes economias de
tempo e capital de giro. A seguir, vem o controle da qualidade total (CQT), que,
desde os anos 1980, vem sendo amplamente difundido no Brasil. A terceira
inovação organizacional apresentada é a produção celular, na qual se confere
maior autonomia aos montadores de módulos ou famílias de produtos. A quarta
inovação estudada é a reengenharia de processos de negócios, considerada uma
tendência radical de mudança organizacional. A quinta se refere ao processo de
terceirização da produção que vem moldando uma nova divisão internacional do
trabalho (TIGRE, 2014).
O Sistema Just-In-Time
O sistema foi desenvolvido diante da necessidade de reduzir os custos de pro-
dução por meio da eliminação do excesso e do desperdício em todas as etapas do
processo produtivo. Seu principal objetivo é fabricar e entregar produtos “apenas a
tempo” de serem vendidos e comprar os componentes “apenas a tempo” de serem
fabricados. O JIT constitui uma técnica importante para facilitar a customização da
produção, pois permite ao mesmo tempo a individualização do produto e o aumen-
to da velocidade do ciclo de produção (TIGRE, 2014).
Considerado uma das grandes inovações organizacionais japonesas, o JIT é hoje
bastante difundido na indústria global. Foi introduzido por Taichi Ono, engenheiro-
-chefe da Toyota, com base em suas observações sobre o funcionamento dos super-
mercados, onde “se pega só o que precisa”. Funciona tanto dentro da empresa (JIT
interno) quanto fora da empresa (JIT externo), integrando clientes e fornecedores
em diferentes etapas da cadeia produtiva.
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UNIDADE Capacidade de Inovação e Inovações Organizacionais
Mais do que uma simples técnica, o JIT é uma filosofia de trabalho para evitar
tudo aquilo que adiciona custos e não valor. Vários métodos e ferramentas são com-
binados visando combater o excesso, o desperdício e a irregularidade.
A empresa industrial tradicional geralmente opera “em crise”, lidando com os
problemas à medida que eles aparecem. Os estoques, sejam eles de componentes,
produtos em processo, ou de produtos finais, são administrados de forma circuns-
tancial e não há intenção permanente de reduzi-los, pois ajudam a encobrir proble-
mas de produção. O JIT força o aparecimento de problemas escondidos atrás de
estoques excessivos, oferecendo uma solução mais estrutural.
Importante! Importante!
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envolvimento das pessoas, abordagem de processo, melhoria contínua, abordagem
factual para tomada de decisão e relação com os fornecedores. Por ser objeto de
certificação (através da ISO da série 9000), a qualidade constitui também uma fer-
ramenta de marketing, explicitando aos clientes e parceiros que a empresa adota
as melhores práticas disponíveis para assegurar a qualidade de seus processos.
A qualidade constitui, depois da redução de custos, a principal melhoria perseguida
pela indústria (TIGRE, 2014).
Uma das vantagens mais flagrantes dos sistemas CQT é ter seus resultados explicitados
em indicadores objetivos que permitem avaliar avanços e retrocessos na qualidade dos
processos. Dentre os indicadores mais utilizados, destacam-se: custos de operação e pro-
dução; percentual de erros ou rejeições; volume de produção livre de erros; percentual de
clientes perdidos; percentual de reclamações e devoluções, dentre outros.
A Produção Celular
À medida que os sistemas produtivos se tornam mais complexos e interdepen-
dentes e o mercado mais diversificado, a flexibilidade organizacional se torna crítica
para a produtividade e a competitividade. A necessidade de dar respostas rápidas a
novos problemas deu origem a esquemas que permitem um maior grau de autono-
mia local e de auto-organização. Há um crescente interesse em novas tecnologias
de trabalho em grupo e em células de produção que ofereçam maior autonomia
para reorganizar as funções. As células combinam diferentes habilidades em uma
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UNIDADE Capacidade de Inovação e Inovações Organizacionais
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Importante! Importante!
A Terceirização
No passado, as fábricas costumavam se localizar perto das fontes de trabalho,
matéria-prima e capital. Os polos industriais reuniam empresas verticalmente in-
tegradas e fornecedores fisicamente próximos que proporcionavam economias de
aglomeração. À medida que a produção se torna mais intensiva em conhecimentos
e serviços, a localização da produção ganha maior flexibilidade, permitindo a ter-
ceirização em escala global. A produção offshore adquiriu força diante da premente
necessidade de indústrias multinacionais reduzirem seus custos de produção, diante
da crescente competição global (TIGRE, 2014).
A subcontratação de determinadas etapas do processo produtivo vem sendo
feita em países que contam com baixo custo de mão de obra, estabilidade institu-
cional, capacitação produtiva e logística eficiente. Empresas que reúnem tais carac-
terísticas, localizadas geralmente no leste asiático, foram acumulando capacitações
a partir do acesso à documentação técnica sobre métodos de produção, máquinas e
equipamentos, layout, e processos de gestão utilizados na fabricação e logística de
distribuição. Em muitos casos, as empresas subcontratadas realizaram um rápido
processo de aprendizado, assumindo uma maior participação na cadeia produtiva
da empresa contratante.
A subcontratação é consequência da necessidade da empresa contratante reali-
zar internamente somente as atividades nas quais o valor agregado supera os custos
internos de prestação. Atividades não essenciais e de valor agregado relativamente
mais baixo foram sendo repassadas a terceiros e as empresas que subcontratam
passaram a se concentrar cada vez mais em atividades de alto valor agregado,
especializando-se principalmente no design e no marketing.
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UNIDADE Capacidade de Inovação e Inovações Organizacionais
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação
PHILIPPI JUNIOR, A.; NETO, A. J. S. Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia
e Inovação. São Paulo: Manole, 2010. (E-book)
Gestão da Inovação e do Conhecimento
POSSOLI, G. E. Gestão da inovação e do conhecimento. São Paulo: InterSaberes,
2012. 172 p. (E-book)
Inovação em Produtos e Serviços
PAIXÃO, M. V. Inovação em produtos e serviços. São Paulo: InterSaberes, 2014.
184 p. (E-book)
Leitura
Inovação Organizacional: O Que é e como Adotá-la
https://bit.ly/2Yb1Cco
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Referências
BELL, M.; PAVITT, K. Technological accumulation and industrial growth:
contrasts between developed and developing countries. Industrial and Corporate
Change, v.2 n.2, pp. 157-211, 1993.
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