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A inovação ganha importância por causa da sua estreita relação com a competitividade. Quanto mais
inovadora uma empresa for, maior será a capacidade de competir e melhor o posicionamento no
mercado em que atua. Essa capacidade para inovar e transformar ideias em produtos, serviços e
processos inovadores de forma rápida e eficiente, possibilita lucros maiores e se a inovação for radical,
inovar sem concorrência e ou abrir novos mercados (oceano azul). Para terem lucros e produtividade
face à concorrência no mercado interno ou externo, só é possível se existir maior facilidade de fluxo
de bens, serviços, informações e conhecimentos, uma vez que não há mais fronteiras formais e
mercados reservados. A resposta às pressões surge na forma de consolidação ou adoção de práticas
de gestão, designadamente, gestão da qualidade, planeamento estratégico, gestão financeira,
marketing, gestão de projetos, gestão da produção, gestão de pessoas e gestão em inovação. A
inovação é chave para as empresas melhorarem a competitividade e lucrarem mais. Como a economia
atual está fortemente baseada em conhecimento, produtos e serviços alicerçados nesse recurso
destacam-se e adquirem valor acrescentado. A redução de custos não é suficiente, a qualidade passou
a ser inerente a todo produto ou serviço. Obtenção e tratamento adequado da informação através
dos clientes (fidelizados ou potenciais), os fornecedores e parceiros (ex. aliança) são essenciais para
se chegar ao conhecimento, condição fundamental para se alcançar a inovação. A inovação agrega
valor aos produtos e processos, a diferenciação pela inovação é necessária para a sobrevivência do
negócio e esse desafio deve ser transformado em oportunidades pelos empresários, empresas e os
seus colaboradores para criar novos produtos e serviços e atender às novas exigências e procura da
parte dos consumidores. Esta oportunidade de criação de produtos, serviços e processos deve ser tida
para aproveitar novos tipos de energia (ex. biomassa, eólica, solar, geotérmica), em detrimento da
utilização das energias baseadas em petróleo e carvão.
A literatura refere três elementos internos das organizações que as auxiliam no processo de
inovação:
1) ambiente propício à inovação;
2) pessoas criativas (ex. empresários, colaboradores) preparadas e estimuladas para inovar;
3) processo sistemático e contínuo.
Consideram-se também elementos externos que contribuem para a capacidade de inovar, como:
políticas, investimentos e estímulos do governo; articulação entre associações e federações de
empresas; abertura de universidades e institutos a parcerias; e financiamento e fomento à inovação.
Quando inovar?
Deve-se inovar quando se percebe um aumento da concorrência. Devido à tecnologia, a concorrência
de hoje é global e não apenas de âmbito local. O concorrente de uma escola de ensino de idiomas da
própria cidade, tem concorrentes de outras escolas de línguas de diversos lugares do mundo com
cursos, materiais e aulas a distância. A inovação também serve para se diferenciação produtos e/ou
serviços em relação a outras empresas que oferecem produtos similares.
A inovação aplica-se às empresas de serviços e serviço inovador é aquele que proporciona ao cliente
uma experiência única que o satisfaz e o mantém fiel. Como os serviços são mais facilmente imitados
comparativamente aos produtos, o serviço inovador precisa de ter componentes (ex. parcerias, forma
de atender, velocidade de atendimento, tratamento, etc.) diferenciados para dificultar a imitação pela
concorrência. Nos setores em que há evolução tecnológica constante, a inovação deverá ser contínua.
Os elementos que permitem diferenciação, atraem a atenção e levam à fidelização do consumidor.
Por conseguinte é necessário ter novos materiais, funcionalidades, designs e tecnologias.
A inovação permite o/a:
aumento da procura dos seus produtos e serviços com a criação de novos mercados, diferenciação
face aos competidores e aumento da qualidade percebida;
capacidade de defesa de posição competitiva por intermédio de produtos e serviços com alto grau
de dificuldade para serem imitados;
redução de custos com melhor eficiência de seus processos produtivos e de gestão;
ampliação de margens com produtos e serviços de alto valor agregador e diferenciador;
elevação da competência para inovar com a prática de lançar produtos e serviços inovadores,
eleva o saber fazer e as habilidades da empresa, do seu conhecimento e concede nova atitude
face à inovação. Com o tempo dessa capacidade e experiência, a empresa é capaz de efetuar
lançamentos melhores e mais rápidos no mercado.
Manual de OSLO
Segundo o Manual de Oslo, inovação é a implementação de um produto ou serviço novo ou
melhorado, ou um novo processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método
organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.
(OCDE, 2005) A inovação está associada à introdução bem-sucedida de um produto ou serviço no
mercado ou de um processo ou método ou sistema na organização. Essa implementação pode ser
algo inexistente ou que contém alguma característica nova e diferente do padrão em vigor. Para ser
tida como inovação é preciso que esteja implementada e exista conquista /obtenção de vantagem em
face aos concorrentes em mercado.
Os autores como Mattos, Stoffel e Teixeira (2010) consideram que a inovação pode ser esquematizada
como sendo:
Inovação incremental
A maioria das inovações decorre de uma melhoria significativa de algo existente, agregando vantagem
sem alterar o padrão de referência. Ocorre inovação incremental de um produto, quando há melhoria
ou aperfeiçoamento significativo através de acréscimo ou substituição de novos materiais que o
tornam mais fácil de utilizar, mais ergonômico e prático.
De igual modo, ocorre inovação incremental de processo quando há melhorias significativas em um
processo resultando em um desempenho significativamente superior em relação ao existente. Em
ambas as situações, o produto ou processo caracterizado como inovação incremental cria expectativa
e desejo nos consumidores, o que melhora a competitividade da empresa.
Inovação radical
Quando uma nova ideia resulta em produto ou processo totalmente novo, inexistente no mercado,
surgindo uma nova referência muito superior (em qualidade, capacidade, rapidez, etc.) em relação à
anterior, ocorre inovação radical. As inovações radicais estabelecem uma rutura estrutural e criam
novo segmento, nova indústria e até mesmo novo mercado.
Há outros termos para representar os diferentes níveis de intensidade da inovação, como semirradical
e de rutura (CHRISTENSEN, 2001).
Origem dos modelos de inovação
Os produtos e serviços são cada vez mais valorizados pelo grau de conhecimento neles contidos. Em
outras palavras, quanto mais inovadores forem, quanto mais informação e conhecimento forem
transformados e incorporados em novas funcionalidades de um produto, em novas formas de
produção e de atendimento, maior será o valor agregado pela inovação para a empresa. Com o
aumento da relevância da inovação fruto da economia baseada no conhecimento, a organização
precisa ter claro os modelos de inovação que pode adotar. Esses modelos tiveram sua origem nas
construções teóricas de Schumpeter, que relacionou diretamente o desenvolvimento de produtos e
os processos produtivos de uma empresa ao seu desempenho económico, considerando pela primeira
vez a inovação como fator crítico para transformações na esfera económica de longo prazo
(SCHUMPETER, 1982). Esse debate conduziu à enunciação de modelos de inovação.
Mas, afinal, o que são modelos de inovação? O conceito de modelos é utilizado para compreender os
processos conducentes à inovação. As empresas dispõem de vários modelos, como os financeiros que
regulam o mercado de ações, os de comportamento do consumidor, os do planeamento estratégico.
Os modelos de inovação são constituídos por fases que evoluem do mais simples para o mais
complexo à medida que se adquire maturidade de conhecimento.
As etapas desse processo são sequenciais, burocráticas e bem definidas. Iniciam-se com a pesquisa
básica, depois passam pela pesquisa aplicada, pelo desenvolvimento experimental, pela produção e
chegam à comercialização. Esse modelo parte do princípio de que a pesquisa científica pode ser a
fonte mais adequada para a geração de novas tecnologias. As equipas de trabalho em cada etapa,
inclusive, podem ser totalmente independentes. O modelo linear do processo de inovação dominou
políticas governamentais e programas e práticas de Ciência & Tecnologia (C&T) dos países
industrializados até a década de 1990. Resulta de um movimento liderado, de um lado, pela ciência e,
preliminarmente, pela pesquisa pública, o science push ou empurrado pela ciência; e, de outro lado,
liderado pelo mercado, o market pull ou puxado pelo mercado.
O modelo science push tem por base a teoria da oferta e apoia-se no argumento de que a investigação
provoca transformações na produção e gera novos produtos ou processos. Nesse caso, os
investimentos iniciais concentram-se na investigação científica básica, cujos resultados poderiam ser
transformados, ao final da cadeia de transformação, em processos e produtos potencialmente úteis
para o mercado. Como exemplo da aplicação desse modelo são os estudos do nitrato de prata, cujas
propriedades permitiram as primeiras aplicações na reprodução de imagens (fotografias).
O modelo market pull enfatiza a tónica no mercado e o seu efeito na economia e na sociedade como
o grande responsável das necessidades que influenciam as atividades de invenção, implementação e
adequado posicionamento mercadológico de novos produtos e serviços. Essas atividades, em menor
ou maior grau, aceleram o desenvolvimento e a dinâmica de absorção de novas tecnologias e
estimulam a ciência básica. Por exemplo o desenvolvimento do transístor foi essencial para as
tecnologias de telecomunicações, em especial os aparelhos de telefone, cuja procura é por aparatos
reduzidos em tamanho e mais convenientes, o que fez com que a Bell Labs investisse em I&D orientada
para as necessidades desse mercado em expansão. Cada uma das forças do modelo linear gerou
controvérsias, de um lado estava a comunidade científica e do outro, os governos e as empresas.
Nesses debates da eficácia do modelo, venceu Christopher Freeman constatou que os interesses
desses grupos sociais modelam as perguntas a serem feitas de forma a buscar resultados que os
satisfaçam e se as pesquisas tiverem por base dados quantitativos pouco ponderados e/ou citados de
forma incompatível, podem fornecer evidências frágeis da eficiência de cada um dos modelos.
Modelo paralelo
Advém da evolução do modelo linear derivado a terem-se constatado a existência de outras formas
de relacionamento entre as diversas fases e as diferentes organizações. A relação entre a ciência e o
mercado aparece devido a interferências do sistema económico onde a organização está inserida. Os
avanços co conhecimento podem ser aproveitados pelas empresas para criarem novos produtos ou
serviços, com ou sem tecnologia, ou para retroalimentar a ciência com contribuições de avanços
tecnológicos. Por isso, a relação entre a ciência, a tecnologia e a inovação ocorre em diferentes
sentidos.
O processo de desenvolvimento de um novo produto ou serviço melhorado (processo de inovação)
pode ser criado considerando a procura traduzida em oportunidades, tendo ou não processos
inventivos precedentes. Estes são criados na empresa ou licenciados a instituições de investigação,
universidades ou a outras organizações parceiras. As universidades e os centros de investigação
beneficiam com os conhecimentos e as tecnologias desenvolvidas, permitindo a geração de novos
conhecimentos, investigação básica e aplicada, elevando assim o grau de conhecimento científico em
assuntos e problemas da sociedade.
Modelo Chain-linked
O modelo chain-linked tem origem no modelo paralelo e evidencia os estágios descritos por
intermédio de interações e feedbaks entre as atividades iniciadoras e finais de um ciclo ( Kline,
Rosenberg, 1986).
Como exemplo prático do modelo chain-linked temos o transporte coletivo da cidade de Curitiba com
as estações-tubo que possibilitam o embarque e a descida rápida de passageiros e integram terminais
de tarifa única.
Esse modelo pode ser utilizado em qualquer organização, tanto na produção de bens como na
produção de serviços e considera as seguintes fases:
Buscar: estágio de identificação de novas oportunidades considerando as mudanças impostas pelo
mercado, pressões políticas, concorrentes e a ameaça de novos competidores.
Selecionar: Priorização segundo as definições estratégicas da empresa atendendo a possíveis
oportunidades tecnológicas e de mercado, capacitação tecnológica e consistência com a estratégia da
organização.
Implementar: Aplicação de etapas necessárias ao desenvolvimento e ao lançamento da ideia de algo
novo que possa ser aceite pelo mercado através da execução de projetos e considerando os critérios
de prazo, custos e de qualidade.
Aprender: Reflexão sobre o processo de inovação através do registro das lições aprendidas, o que
promove o reinício do processo e também, aplicando as mudanças necessárias aos novos produtos e
serviços.
Como sucede com os demais modelos, as várias influências de contexto devem ser consideradas. Por
exemplo, empresas inseridas em setores intensivos em tecnologia, como é o caso das tecnologias de
informação e comunicação, a capacidade inovadora é essencial para as várias etapas do modelo
fluírem com sucesso, ou seja, necessitam ter consciência de sua maturidade para inovar. Também o
contexto estratégico aonde estão conta dado que o mercado não é local, mas global e pode estar ao
lado de qualquer concorrente numa página na Internet. Diferentemente das organizações intensivas
em tecnologia, os setores dinâmicos de serviços, ampliam cada vez mais o leque de opções
apresentado aos seus diferentes segmentos de público-alvo, devendo estar atentos às várias
modalidades de negócio que surgem à medida que os softwares da Internet, algoritmos de pesquisa
e novas tecnologias de tecnologia da informação agilizam o processamento dos seus negócios.
Capital Humano
Formação/ Capital de Equipa Inovação/Capital Individual
Conhecimento Explícito Conhecimento Tácito
Capital de Processos Qualidade/Capital de Clientes
Conhecimento Estrutural
O CI envolve o conhecimento explícito, mas também o conhecimento tácito e é deste cruzamento que
este conhecimento pode ser utilizado para criar a vantagem competitiva em mercado. o CI pode ser
encarado como conhecimento, informação, experiência, relacionamento. Como se pode potenciar
este CI?
O capital humano é tido como competências, cultura organizacional, valores, políticas, i.e.,
capacidades individuais dos indivíduos. É este o capital com capacidade de mudança, inovação,
aprendizagem, o que permite que as organizações sobrevivam. Por isso é importante que as empresas
tenham políticas de gestão dos seus CI para conseguirem obter benefícios para os seus stakeholders.
O capital humano é formado pelas habilidades, o conhecimento e especializações (técnicas,
académicas) e pelas características individuais de cada ser humano (criatividade, inteligência,
resolução de problemas, pensamento divergente)