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Apresentação
A globalização e a inserção de tecnologia em nossos modos de viver pautaram nova perspectiva
para a necessidade de produção de conhecimento nas organizações contemporâneas. Nesse
cenário, o esforço continuado para a inovação de produtos, serviços e processos viabiliza não
somente o fortalecimento da vantagem competitiva das empresas, mas também a sobrevivência
dessas em meio à economia e ao mercado pós-globalizados – competitivos e exigentes. Diante
dessa lógica, o conhecimento produzido, aprendido e compartilhado nos lócus das práticas nas
organizações não prescinde de gestão que oportunize o direcionamento do desenvolvimento e a
aplicação desse conhecimento para atingimento e/ou superação de metas e resultados
organizacionais. Assim, o debate acerca da gestão de conhecimento contempla a prática de inovar
na medida em que esta pode ser associada à criação, à assimilação e ao manejo prático desse novo
conhecimento.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre a relevância da inovação para as
empresas, estabelecer relações entre o conhecimento e a inovação, bem como identificar a
natureza do conhecimento que resulta em inovação, seja no contexto intra ou interorganizacional.
Bons estudos.
Neste Infográfico, você vai, então, observar as diferentes associações entre conceitos principais da
dinâmica relacional da gestão do conhecimento com a inovação.
Boa leitura.
GESTÃO DO
CONHECIMENTO
Introdução
Neste capítulo, o tema será a inovação e a sua importância no âmbito
empresarial, tendo em vista que ela se tornou um elemento central na
obtenção de diferencial competitivo. Nesse contexto, será analisada a
relação entre conhecimento e inovação com base em aspectos teóricos
e práticos que geram melhores resultados em organizações situadas em
ambientes de constante mudança e acirrada concorrência. Por fim, serão
identificadas as fontes de conhecimento interno e externo que conduzem
à inovação, com foco no fato de que essa caminhada não é linear, uma
vez que conta com diversas possibilidades.
De forma bastante simplificada, a inovação é uma novidade que gera valor agregado
em algum aspecto. Segundo Tidd e Bessant (2015, p. 30), “[...] há diferentes graus de
novidade, desde melhorias incrementais menores até mudanças realmente radicais
que transformam a forma como vemos ou usamos algumas coisas”. Portanto, o termo
se refere a pequenas melhorias em algo já existente e às criações que rompem por
completo com o padrão existente, de maneira a evidenciar algo de fato inédito com
relação a produtos ou às suas funcionalidades.
níveis das suas concorrentes. Portanto, o cenário até pode ser diferente, mas
o objetivo de maximizar resultados e a intenção de tornar a concorrência
irrelevante permanecem intactos.
De acordo com Tidd e Bessant (2015, p. 7), a inovação está se convertendo
em um elemento central também nas políticas públicas, pois:
A maioria das organizações percebe, com nitidez, que a estagnação frente aos
produtos oferecidos aos seus clientes acarreta a invasão da sua fatia de mercado
por parte dos concorrentes. Afinal, uma empresa que percebe na inovação as
chances de aumentar a sua participação no mercado deve estar ciente de que
determinada medida inovadora possui um prazo, pois as vantagens obtidas com
a inserção da inovação perdem potência à medida que mais empresas oferecem
o mesmo benefício. Tal constatação demonstra que o movimento é contínuo e
o mercado adapta-se conforme as oscilações, ou seja, as ditas “regras do jogo”
estabelecem-se enquanto o próprio “jogo” está em andamento, o que faz com
que os “jogadores” precisem adaptar-se constantemente, pois, caso contrário,
estarão fora da competição. A afirmação de Tidd e Bessant (2015, p. 16) confirma
essa realidade: “O problema é que a inovação envolve um alvo em constante
movimento — além da competição entre os parceiros do jogo, o contexto geral
em que o jogo acontece está em constant transformação”.
A Figura 1 apresenta a curva em “S” extraída dos estudos de Rogers (1983,
apud TROTT, 2012), representando as categorias de adotantes da inovação
ao longo do tempo. Essa curva, tratada de forma cumulativa, assemelha-se
ao ciclo de vida de um produto e mostra que, à proporção que o tempo passa,
o número de inovadores considerados retardatários aumenta, ou seja, cresce
o número daqueles que serão os seguidores das inovações. Nesse sentido, o
desafio é fazer com que a queda, normalmente apresentada no ciclo de vida
do produto, não ocorra em função das inovações inerentes ao produto.
4 Conhecimento e inovação
https://goo.gl/sgMpo6
Conhecimento e inovação
A relação entre conhecimento e inovação é direta e proporcional: quanto mais
conhecimento houver, mais inovações surgirão. Logo, o conhecimento vem
sendo visto como um recurso essencial às organizações, pois já não basta
possuir dados (registros isolados), tampouco informações (dados com algum
tratamento), pois é o conhecimento — e as suas diferentes formas de mani-
festação, que envolvem a informação aplicada em busca de um determinado
objetivo — que gerará a base para a inovação. A esse respeito, Tidd e Bessant
(2015, p. 39) ressaltam que “[...] a inovação é uma questão de conhecimento
– criar novas possibilidades por meio da combinação de diferentes conjuntos
de conhecimentos”.
6 Conhecimento e inovação
Trott (2012, p. 22) faz-se perfeita: “[...] a oportunidade favorece a mente preparada”.
Assim, o primeiro passo consiste em buscar o conhecimento acerca do assunto
em questão para, em seguida, aproveitar as oportunidades que se apresentarem.
Posto isso, a imagem do cientista ao qual ocorre, sem mais nem menos, uma
ideia genial é bastante midiática, pois são raros os casos em que isso de fato
sucede. A maior parte das inovações que transformaram o mundo adveio de
exaustivos estudos e mentes extremamente preparadas para buscar os avanços
que seriam acarretados por tais descobertas. A sorte pode, sim, acompanhar a
inovação, contudo não é a sua única fonte, pois o estudo, o aprofundamento e a
fascinação por um assunto ou uma área podem ser os caminhos mais coerentes
para novas descobertas, funcionalidades e aplicações.
Quando as empresas possuem uma boa gestão do conhecimento, há muito mais chances
de a inovação estar entre os seus valores. A geração de valor resultante das inovações faz
com que os consumidores estreitem o seu relacionamento com a empresa, pois percebem
que ela não está estagnada e procura oferecer-lhes novos produtos ou funcionalidades.
De modo geral, a inovação aperfeiçoa os resultados financeiros.
Após a discussão elaborada ao longo deste capítulo, temos que, em resumo, a inovação
se dá por intermédio de duas fontes: a interna e a externa. A fonte interna se originae
dentro da empresa, pelos colaboradores, de modo a evidenciar que o ambiente é fértil
para a geração de novas ideias. A fonte externa, por sua vez, é gerada por agentes
que não se encontram no organograma da empresa.
Leituras recomendadas
BROWN, T. Design thinking: uma metodologia ponderosa para decretar o fim das velhas
ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
ROGERS, E. Diffusion of innovations. 3 ed. Nova York: The Free Press, 1983.
Dica do professor
No vídeo a seguir compreenderemos melhor os conceitos relativos à inovação para, em seguida,
conseguirmos fazer a correta correlação entre a gestão do conhecimento e a inovação empresarial.
Você perceberá que são conceitos próximos e mesmo complementares. E que, em última análise, o
conhecimento - interno e externo - é a maior fonte de inovação nas organizações.
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Exercícios
2) (BNDES, 2012). Livros disseminam casos de sucesso, cursos ensinam executivos a inovar,
eventos celebram o tema e prêmios reconhecem os maiores talentos. [...] Oded Shenkar,
professor de Ohio State University [], seguiu o caminho contrário. Seu livro [...] celebra a
cópia, e não o original. O pesquisador mostra como os seguidores conseguem gerar valor
copiando. [...] Copiar não é bom para o ego dos executivos, mas pode ser ótimo para o bolso
dos acionistas. O iPod não foi o primeiro reprodutor de músicas. O conceito de tablet foi
criado muitos anos antes do lançamento do iPad. Isso não impediu a Apple de dominar o
mercado e capturar enorme valor. Não se pode negar a importância da inovação da empresa,
mas seus lucros vêm de uma estratégia mais ampla, [...] Revista Carta Capital. 20 jun. 2012,
p.72. Um argumento utilizado por aqueles que defendem a posição do pesquisador
mencionado no texto está contido na seguinte afirmação:
E) Tanto a inovação quanto a imitação devem ser incentivadas porque ambas evidenciam na
mesma proporção o caráter da originalidade do produto no mercado.
B) A mudança na organização seja vista como a quebra de paradigmas e a busca de uma nova
identidade organizacional.
D) organização tenha um desenho mecanicista com forte especialização do trabalho, das regras e
dos procedimentos verticalizados.
E) A organização tenha uma estrutura orgânica e descentralizada, com foco nos sistemas
abertos.
4) (MPE, 2010 - adaptada). Uma das fontes de conhecimento mais importantes para a inovação
são os funcionários da empresa. Nesse sentido, a atividade desenvolvida para explorar a
potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo, é muito útil quando se deseja gerar
em curto prazo uma grande quantidade de ideias a respeito de um assunto a ser analisado, é
chamada de:
A) Outsourcing.
B) Empowerment.
C) Reengenharia.
D) Open-book management.
E) Brainstorming.
5)
(IBGE, 2009). Novas formas de organização surgirão e deverão se adaptar às demandas
consequentes das mudanças rápidas no mundo dos negócios, da explosão populacional e do
avanço do conhecimento. Dentro desse contexto, a administração terá de lidar com a:
A) Precisão.
B) Estabilidade
C) Previsibilidade.
D) Descontinuidade.
E) Homogeneidade.
Na prática
Conhecimento e Inovação são ativos intangíveis de alto valor para as empresas. Dessa forma, elas
investem continuamente em plataformas de aprendizagem, gestão do conhecimento,
empreendedorismo e inovação.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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